1) Meu colega Carlos Cipriano sempre me aconselhou a fazer anotação de cada movimento nas peças do tabuleiro de xadrez de modo a ver as possibilidades do que pode ser feito. E conhecendo as possibilidades e a personalidade do seu oponente, você pode fazer uma previsão segura do próximo passo a ser feito.
2) A descrição do movimento das peças de xadrez pode ser feita se você numerar a base de 1 a 8 e nomear a altura de A a H, por exemplo. No caso do Civilization 2, Alpha Centauri e Colonization, você anotava a latitude e a longitude, num esquema de coordenadas (X,Y).
3.1) Se geopolítica é o tabuleiro, então as peças do tabuleiro são movidas com base nas possibilidades políticas e circunstanciais de cada país da região e de que modo essa interação afeta as potências.
3.2) Como os debates só são ditados por aquilo que está registrado na literatura, então você precisa conhecer o repertório imaginativo de cada povo de determinada região de modo a saber como pensam os seus governantes, quando o assunto é ditar a política comum do continente, sobretudo no tocante aos blocos econômicos. Afinal, devemos levar em consideração o que Maquiavel disse: para saber como pensa um príncipe, é preciso ser parte do povo que está sujeito à sua proteção e autoridade; para saber como pensa um povo, é preciso ser príncipe, aquele que rege o povo sob a proteção de Deus. É por essa razão, portanto, que o estudo da literatura e do senso de tomar vários países como um mesmo lar em Cristo constituem a base para se produzir uma determinada informação estratégica. Só com base no conhecimento dessas possibilidades é que podemos ver como os líderes são escolhidos e como esses líderes tomam decisões militares, políticas e econômicas.
4) A geografia mostra vários fatores: o clima, o solo, a localização dos rios, das principais cidades, dos conglomerados industriais e de que forma esses fatores contribuem para que os agentes políticos possam tomar suas decisões de maneira definitiva, quando o assunto é implementar uma política pública que beneficie uma determinada região do país. E a política interna sempre impulsiona uma política externa, de modo a favorecer a produção, o comércio ou a defesa de um determinado território de uma eventual invasão estrangeira.
5.1) Se há coordenadas na geografia, então há coordenadas na geopolítica, onde o componente x é a geografia, a história, o clima, a economia, enquanto o componente y é a política (os agentes políticos, o povo, a constituição, o sistema político, as relações institucionais.
5.2) Da conjugação de x e y, você pode ver as possibilidades e dessas possibilidades será possível prever qual é a movimentação mais provável com algum grau de certeza.
6.1) Se geopolítica é um livro, então tomar vários países como um mesmo lar em Cristo implica ler várias páginas de um mesmo livro - e servir a Cristo em terras distantes leva a um verdadeiro evangelho, ainda que não escrito. E nesse evangelho, que se dá na carne, você não pode fazer sola scriptura, pois tal postura mata todas as possibilidades que podem e devem ser exploradas que façam o país ser tomado como um lar em Cristo, já que o mundo é vasto e complexo. E reduzir a complexidade das coisas a termos simplórios, fundados no amor de si até o desprezo de Deus, leva à impessoalidade e à apatria, pois as coisas perderão a sua razão de ser, gerando perda da informação, entropia. O país será tomado como se fosse religião, pois tudo estará no Estado e nada estará fora dele ou contra ele.
6.2) É por essa razão é que é essencial viajar, nem que seja para fazer turismo. Quem fica fixo ao solo tende a reduzir aquele espaço limitado a uma religião totalitária, a ponto de fazer política reduzindo as pessoas que vivem e trabalham nesse solo em razão dos interesses do Estado, o que é um tipo de gnose, pois faz um povo inteiro perder a razão pela qual se deve tomar o país como um lar. Enfim, é como dizer ao corpo social para vender sua alma ao diabo por um prato de comida - o que leva a um povo inteiro perder a amizade com Deus, sistematicamente falando.
6.3.1) Afinal, somos livres em Cristo: somos livres n'Ele, por Ele para Ele, na conformidade com o Todo que vem de Deus- e a civilização portuguesa foi fundada para propagar a fé cristã e defendê-la de seus inimigos.
6.3.2) É por essa razão que não somos muçulmanos, nem aceitamos como compatriotas os que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade - tal como vemos no protestantismo , a ponto de isso nos afastar da nossa razão de ser enquanto povo, nosso mitologema. Afinal, como posso chamar de amigo, de compatriota aquele nasceu no solo de minha terra, mas que não ama nem rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus?
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2018 (data da postagem original).