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segunda-feira, 20 de junho de 2016

A Igreja e O municipalismo

“O município é o centro mais sentido da vida do povo, centro natural, com os requisitos próprios para a amarração do homem na terra, e, por isso mesmo, necessitando de ser robustecido, de ter rendas suficientes, cuja parte substancial fique na terra, para benefícios da própria terra alimentando o seu crescimento econômico, difundindo meios de educação, promovendo o bem-estar da comunidade das famílias que vivem em seu território. Talvez não haja, relativamente ao nosso futuro, espetáculo administrativo mais inquietante (consagrado, aliás, infelizmente, pela organização política do nosso país) do que aquele que leva os nossos municípios a raquitismo, à morte lenta, à exaustão da nossa vida municipal pela fuga das rendas fiscais para outros centros que pouca participação tiveram na criação dos meios econômicos que as fazem aparecer. Esse estilo de administração só serve para criar desajustamentos. Ou então, para forçar o aparecimento da monstruosidade que é um país crescendo sem harmonia no seu organismo: cabeças enormes - as grandes cidades - ora vivendo no falso gozo das riquezas, ora se torcendo no drama social quotidiano - e o resto do corpo com a pele em cima dos ossos”.
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Cônego JOSÉ TÁVORA. A igreja e o Municipalismo (discurso proferido na missa campal oficiada em São Lourenço por ocasião do III Congresso Nacional dos Municípios), in. Revista Brasileira dos Municípios, n. 27, Ano VII, Jul-Set, 1954, p. 133.

Notas sobre a necessidade de uma reforma no ensino médico

1) O médico é essencialmente um amante da vida. Como a vida é um dos maiores mistérios da Criação divina, então ele a estudará em todas as suas dimensões: anatomia, fisiologia, nutrição, reprodução etc.

2) Antes de chegar à primazia da Criação, que é o homem. ele precisará estudar a anatomia e fisiologia de animais inferiores. Por isso, a medicina veterinária é o primeiro grau dessa medicina - para isso, ele começará o estudo desse mistério dissecando o maior número de animais que puder, começando por cães e gatos.

3) Depois de bem versado na veterinária, ele poderá estudar o ser humano, a primazia da Criação: ao fazer isso, poderá estudar a anatomia do Homem, da Mulher, a psicologia e a fisiologia de cada gênero, as personalidades e outras coisas.

4) A medicina humana é o segundo grau da medicina. Tal como uma catedral, a medicina deve ser estudada em graus e cada grau aponta para um andar mais elevado, até chegar ao Céu. Se o homem é a primazia da criação, então os seres inferiores te preparam para você estudar o homem.

5) Esse amor demasiado pelos bichos pode ser convertido em verdadeiro amor pelos homens, enquanto primazia da Criação, se a veterinária for posta como medicina de primeiro grau, preparatória para a medicina humana. Enfim, chegou a hora de uma reforma no ensino médico de modo a que se restaure esse entendimento quanto ao que é a vida, dentro daquilo como Deus mesmo a criou.

Receita medieval para um bom arquiteto

1) Projete sua própria casa e more nela - assim, você projetará a casa com maior segurança possível, sem risco de desabar. Se você não tem habilidade manual, contrate alguém que faça isso pra você, nesta empreitada.

2) Se a casa não desabar e te matar lá dentro, é porque você é um bom arquiteto. Se você é um bom pai de família, você poderá servir bem a todos os seus semelhantes. Afinal, para que serve o CREA se você tem a admiração dos que te são mais próximos, quanto ao bom trabalho feito?

3) Se eu fosse arquiteto, projetaria a casa como se eu fosse morar nela, ainda que ela fosse feita para outra pessoa, segundo as especificações dessa outra pessoa. E para se fazer algo bom, é preciso de certo modo sentir como o outro sente. E isso é um nobre exercício de compaixão. Se eu não sentir isso, vira vaidade e comércio.

4) O arquiteto precisa ter um certo quê de louco. Precisa pôr-se de rato de laboratório, habitando por um tempo sua própria edificação, só para ver se ela é segura e sem correr o risco de desabar. Se não tiver esse tipo de loucura, por que deveria confiar em alguém que projeta casas para os outros?

O bom advogado nasce do trabalho de um bom historiador

1) Minha professora de Teoria do Estado dizia que "quem não sabe História não sabe bem o Direito".

2) Meu professor de Processo Penal na UFF dizia que "o juiz é um historiador".

3) Desde 1993 eu sou historiador amador - e entre 2001 e 2012 eu estudei Direito com o intuito de exercer uma carreira jurídica de Estado. Mal tive tempo para estudar o Direito tal como os meus instintos históricos exigem, por conta das obrigações universitárias e dos anseios familiares de me verem no funcionalismo público - e foi justamente por conta de toda essa pressão acumulada que não conseguia fazer meu trabalho.

4) Agora que estou livre da obrigação de ter que comprar doutrina atualizada, eu vou atrás dos livros mais antigos de modo a cultivar meu espírito histórico - e para se entender o Direito Brasileiro moderno, você precisa estudar o Direito Antigo. É este o tipo de trabalho que vou fazer.

5) Enfim, estudarei muito mais agora do que estudei em 12 anos - desta vez, será por minha conta. Vou usar o conhecimento jurídico para meu próprio benefício, atuando constantemente em causa própria. Quando o monopólio da OAB acabar, poderei advogar sem problema. No começo, servindo a própria família - e se tudo der certo, recebo pedido dos amigos. E depois, atendo o pessoal da paróquia e de todo o vicariato de Jacarepaguá, dentro daquilo que me é competente.

6) Agindo de modo a preencher todos os círculos concêntricos é que vou expandindo meu leque de atividades - e com isso, minhas possibilidades de ação. Afinal, o que é isso senão liberdade?

7) Não farei prova nenhuma, pois já passei por tudo o que tinha de passar, de modo a servir bem a meus semelhantes nesta vida. Afinal, cultura do diploma, própria deste simulacro de país, não me atinge - quem pensa assim é apátrida e não admitirei que preguem isso na minha frente ou na frente dos meus filhos, pois isso é fora da verdade e será combatido a fio de espada.

domingo, 19 de junho de 2016

Como o TJ esmaga a autonomia municipal - o caso do Rio de Janeiro no contexto da Carta de 1988

1) Pelo que aprendi sobre o CODJERJ (Código de Organização Judiciária do Estado do Rio de Janeiro), o nosso TJ é composto de 180 desembargadores, dos quais um quinto é nomeado pelo governador, dentre membros da OAB (sucursal do nazi-petismo) e do Ministério Público. Ou seja, 36 vagas.

2) Além disso, a Constituição de 1988 prevê que os TJ's com mais de 25 membros podem criar um órgão central para julgar a inconstitucionalidade das leis municipais em face da Constituição Estadual. Por conta disso, essa parte responde pelo Todo por conta do princípio da reserva de plenário, o que acaba criando uma cúpula diretamente subordinada aos interesses do governador, o que cria um ambiente totalitário, ainda que em âmbito local.

3) Some-se a isso um outro fator: os militares fundiram a Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro em 1977. E nas eleições de 1982, Brizola foi eleito governador. A cidade do Rio de Janeiro acabou virando hospedeira desses parasitas.

4) Em 1998, o PDT e o PT fizeram aliança política. E após a morte de Brizola, o PDT passou ser membro do Foro de São Paulo, o que garantiu a influência do Lula no estado.

5) Em 30 anos de governo marcado pela nefasta influência de Brizola, o TJ, ocupado pela pela esquerda, esmigalhou a autonomia municipal, principalmente porque o MP, que tem sido cada vez mais tomado como se fosse religião, tem promovido um verdadeiro ativismo judicial e movido ações de representação de inconstitucionalidade de modo a inviabilizar toda e qualquer medida legislativa a ser tomada em prol dos municípios, uma vez a Constituição Estadual repete de maneira obrigatória muitos elementos da Carta Federal, marcadamente centralistas.

6) O Foro de São Paulo aproveitou o caminho preparado pelos militares e pela Carta de 1988 - e o fez de tal modo a  criar um mecanismo extremamente asfixiante de dominação política. Enfim, o problema do Rio de Janeiro vai muito além de uma mera questão financeira, pois todos os espaços foram ocupados. E uma verdadeira guerra total precisa ser feita nessa seara.

Fazendo escola finalmente

1) Esta semana, após passar dois dias de cama por motivo de doença, eu vi um sinal da graça de Deus: finalmente as pessoas estão imitando o meu estilo de narrar as coisas. A maior prova está nesta postagem de Genário Silva:

"Vejo muitos se proclamarem conservadores. Aí, paro para ler o que defendem, o que conservam. Para minha surpresa, grande parte desses ditos conservadores defende e conserva valores que não encontram eco no Conservadorismo autêntico, valores que não têm origem no Cristianismo, que não são respaldados no Evangelho. São conservadores que não conservam as dores do Cristo. São conservadores que se adaptaram às aberrações mundanas. Conservam de tudo, menos os princípios da Fé deixada pelo Redentor. Mal formados, acreditam num conservadorismo ateu. E são muito, muito mais perigosos que aqueles que lutam abertamente contra o Conservadorismo".

2) Enfim, isso é um indício de que o apostolado está produzindo frutos. Vou continuar fazendo ainda mais coisas.

3) Outra grande coisa que houve enquanto estive doente foi o fato de descobrirem um livro intitulado A formação da monarquia portuguesa, de António Augusto Teixeira de Vasconcelos. Graças a essa informação, eu vou atrás desse livro e vou adquiri-lo para a minha biblioteca, assim que puder.

O apostolado online deve partir da Igreja doméstica

1) Se Internet é apostolado, então este deve ser voltado para quem é plenamente capaz de realizar esse trabalho muito bem.

2.1) E isso não se mede pelo quantum de idade que alguém possui, mas, sim, pela maturidade que esta pessoa tem na fé, de modo a dizer as coisas com justiça, prudência e sabedoria.

2.2) Quanto mais reta for a fé de uma pessoa, maior a necessidade de uma vivência reta - e isso pede uma vida de clausura, seja no convento ou na Igreja doméstica, a família. O apostolado online é claramente incompatível com a vida própria de proletário, onde você vive para o trabalho e torra o dinheiro como se não houvesse amanhã.

2.3.1) É por essa razão que isso necessita de consciência reta, consciência necessária para se dizer sim a esse serviço, dizer sim a toda essa ordem fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.3.2) Se você disser sim a tudo isso, então você é capaz de dizer sim a algo maior do que o mero sistema de direito civil que rege este país é capaz de dizer- você dirá sim à uma Lei Maior que se faz na carne, pois Cristo deu pleno cumprimento a esse Lei com base no amor à verdade, própria da criação. E a graça de Deus é maior do que a lei escrita, cuja sabedoria humana dissociada da divina a torna inconstitucional, fora da Lei Natural.

2.3.3) Se eu não amar o meu compatriota que inocentemente ignora todas as maldades revolucionárias que estão a serem semeadas nesta terra, então as pedras falarão por mim, pois documentos são monumentos e sua mera presença presta um serviço maior aos inocentes do que a omissão de muitos historiadores talentosos mas insensatos.

2.3.4) Exemplo disso é são as ruínas de algo outrora grandioso ou mesmo as gôndolas vazias de um supermercado na Venezuela - seja na forma morta ou na forma viva, são ruínas, um amontoado de pedras que falam mais a verdade do que o discurso que qualquer agente de mídia pode tentar distorcer ou atenuar, pois ninguém calará a verdade.

3.1) Eis a razão pela qual a vida online pede uma imensa responsabilidade. E para preparar meu filho para isso, eu devo ser capaz de representá-lo, criando toda uma cadeia de modo a que ele possa se informar devidamente, sem se deixar ser manipulado pelas coisas do mundo.

3.2) Nas atuais circunstâncias, manter-se desinformado é um pecado contra a bondade, contra o Espírito Santo, pois atenta contra a amizade de Deus - e é algo que não deve ser desejado a ninguém, pois isso leva à morte, uma vez que não podemos desejar a morte de nosso próximo. O que devemos desejar é a sua conversão, nem que para isso ousemos pedir a um padre que faça um trabalho de exorcismo sobre todo aquele que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, pois isso é servir à causa da demônio por insensatez de escolha.

4) Se eu fosse pai de família, eu faria tal como fazem os instrutores de avião: treinaria meu filho desde o solo.

4.1) Ele aprenderia a escrever e a ler livros de maneira tradicional - e só seria introduzido ao meio digital quando estivesse já formado e treinado nas letras. Assim, ele não aprenderia a antilinguagem do internetês.

4.2) Além disso, pelo papel, ele tem mais liberdade de fazer as coisas à mão livre do que no meio digital. É a cultura do rascunho, do planejamento. Ele pode desenhar, fazer esquemas, montar tabelas de maneira livre, coisa que não podemos fazer no computador, onde as coisas são programadas.

4.3) Some-se a isso o fato de que não terá um corretor ortográfico implicando com o fato de que ele estará escrevendo na ortografia antiga e não no português do PT. Ou seja, em plena liberdade ele estará buscando a excelência e não se sujeitando à protestantização idiomática que está a ser feita através dos corretores ortográficos, pois a língua não é crença de livro de gramático, mas um todo lógico que deve ser dominado de tal forma a que coisas grandiosas sejam servidas ao povo, de modo a que Deus seja o norte de todas as coisas, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, já que a pátria está onde se fala a língua.

5) Enfim, uma vez dominado o trivial, o apostolado online pode ser exercido sem problemas.