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terça-feira, 19 de abril de 2016

Notas sobre economia florestal

1) É preciso pensar a economia como uma grande reserva florestal. Se cada real é uma árvore, então você precisa saber muito bem a hora de abater a árvore, quando for adquirir algo de que necessita.

2) A pessoa que poupa por poupar está seguindo a cartilha democrata do farms here, forests there e o extremo oposto é o desmatamento desordenado, onde a pessoa gasta de tal maneira desordenada que não terá material para repôr o que foi perdido. Resultado: toda a reserva se perde. Ambas as condutas são estúpidas, pois são fisiológicas.

3) Na hora de desmatar, é preciso que se tenha material suficiente para repor o plantel que foi sacrificado em troca de algo. Se você vai abater 250 árvores numa reserva de quatro mil, você precisará de 250 mudas disponíveis, de modo a ter R$ 250 árvores lá na frente.

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segunda-feira, 18 de abril de 2016

A etnografia leva ao relativismo

1) Se cor da pele, cor dos olhos, cor do cabelo, altura e outras características físicas são adaptações ao meio-ambiente, então não me é lícito dizer que as características étnicas de um europeu têm sua própria verdade, ao passo que as de um africano têm a sua própria verdade, pois isso foge ao princípio da causalidade, por estar fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus,

2) A espécie humana é uma só - e Deus a criou por amor.  Tomar dados etnográficos, antropológicos e geográficos como se fossem uma verdadeira religião é promover a liberdade voltada para o nada. Assim como é tolice o fato de que todos têm a sua verdade, então é igualmente falacioso dizer que cada etnia tem a sua verdade. Eis a prova de que antropologia e relativismo caminham lado a lado.

3) Se o libertarismo preparou o caminho para o totalitarismo, então o fez de várias formas:

3-A) Na forma de determinismo geográfico.

3-B) Na forma de polilogismo (se cada um tem a sua verdade, então cada um tem sua lógica)

3-C) Na forma de país tomado como se fosse religião de Estado, onde tudo está no Estado e nada pode estar fora dele - ou mesmo contra.

3-D) Na forma de riqueza enquanto sinal de salvação, de predestinação.

3-E) Na crença de que o ser humano é uma folha de papel, onde nele você preenche o que quiser através do ensino público.

4) Eis porque ele foi condenado como algo tão funesto quanto o comunismo.

Notas sobre determinismo geográfico

1) Se a palavra de Cristo abrange a Terra inteira, então o país para ser tomado como se fosse um lar, não deve se prender a um determinismo geográfico - ele deve se dispersar de modo a que possa explorar as realidades locais e reter o que é bom, de modo a que sua própria cultura, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, possa se aperfeiçoar.

2) Todo país, para ser tomado como se fosse um lar, deve servir a Cristo em terras distantes e deve conservar o que é conveniente e sensato, por se fundar na verdade. 

3) Se o país ficar preso ao determinismo geográfico, então o clima, o lugar, a organização política, a ação humana adaptada para as circunstâncias do lugar serão tomadas como se religião fossem - e competirão de tal forma a destruir e relativizar a fé verdadeira, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. 

4) O conceito de nação não abrange um povo, mas vários povos que abraçaram a fé verdadeira, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. A herança de Israel foi distribuída também aos pagãos. Onde a palavra de Deus for conhecida e observada, o senso de tomar aquele lugar como se fosse um lar é uma possibilidade que merece ser explorada.

Do nacionismo enquanto uma possibilidade a ser descrita, dentro de uma literatura de viagem

1) Se a Geografia nasceu do diário de viagem, então o senso de se tomar o país como se fosse um lar é uma possibilidade que deve ser explorada. 

2.1) Coisas que você não consegue aplicar, por conta da realidade local A, podem ser tentadas na realidade local B, seja por conta do clima, seja por conta de medidas políticas. 

2.2) Se o governo do país B proíbe ou permite as coisas fundadas em boa razão, em conformidade com o Todo que vem de Deus, eis aí uma boa razão para se experimentar fazer coisas que no país A você não pode fazer, uma vez que o critério de permitir ou proibir está dissonante da lei natural, por estar fora da conformidade com  o Todo que vem de Deus. O país B, dentro do ponto de vista cristão, está livre em Cristo, é liberal, pois seu regime político é fundado na magnificência, fundado na Aliança do Altar com o Trono - o outro é conservantista, preso a uma mentalidade revolucionária, que edifica liberdade voltada para o nada, relativizando tudo aquilo que há de mais sagrado.

3) O fundamento decisivo para se colonizar um outro lugar está no fato de que aquele país oferece aquilo que o outro não tem: liberdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. E é essa liberdade é a base para a prosperidade, para se tomar o país como se fosse um lar.

4) Quando dois países são livres em Cristo e se respeitam mutuamente, o trânsito entre essas pessoas deve ser livre. E aí a questão da imigração deixa de ser uma defesa e passa a ser uma liberdade, fundada na livre escolha de vida, fundada na vocação. 

5) Se o senso de tomar o país como se fosse um lar é afetado pela imigração, então ela deve ser feita de maneira ordenada, fundada numa tradição verdadeira. Quando se busca o multiculturalismo, busca-se o relativismo cultural - e só a força é que manterá ordem no lugar.

Fundamentos para uma boa literatura

1) O professor Olavo de Carvalho fala que o trabalho do escritor é o de fomentar a imaginação das pessoas. Para que essa imaginação produza boa consciência, o escritor precisa ter uma vida reta, uma fé reta e uma consciência reta.

2) Tudo o que se funda na eternidade leva à realidade. Um ficcionista imaginário deve lidar com o potencial das coisas, ainda que o fato não esteja presente na realidade. Se o fato estiver presente, flagrante, deixa de ser literatura e vira fato jornalístico.

3) A escrita deve ter forte caráter realístico - a descrição deve ser a mais realista possível, o comportamento dos personagens deve ser convincente e o diálogo entre os personagens deve ser construído de tal modo a que essa situação, quando se tornar real, seja aquilo que você está descrevendo no livro. Ou seja, a ficção literária deve antecipar-se ao fato jornalístico e não pode ser feita de maneira sensacionalista, de modo a relativizar tudo o que é mais sagrado. 

4) É por essas razões que o escritor precisa de certos elementos das outras ciências - como História, Antropologia, Psicologia - de modo a que tenha conhecimento suficiente para descrever as coisas com a mais absoluta precisão - no entanto, ao descrever o fato, deve fazê-lo numa linguagem simples e de fácil entendimento ao maior número de pessoas possível. A ficção, para ser realista, necessita de muito conhecimento científico - quanto mais um escritor puder descrever a realidade potencial com precisão, mais crível o fato se torna, quando um dia se tornar presente na realidade.

5) Verdade conhecida é verdade observada - mesmo que não esteja presente num lugar, pode estar presente em outros. Por isso, os escritores devem viajar com certa regularidade, de modo a colher o máximo de informações necessárias de modo a revelar essas coisas para os pares com a finalidade de se tomar o país como se fosse um lar, advertindo das conseqüências ruins que podem ocorrer caso algo vindo do exterior se torne um modismo por aqui. A Geografia, enquanto ciência, nasceu de diários de viagem - conhecimentos de História, Política e Sociologia também ajudam e muito a compreender a realidade do lugar.

6) A morte da literatura, enquanto elemento que antecipa as coisas, está profundamente relacionada à cultura do materialismo. Para o materialista, aquilo que não está visível não existe - e por não existir, isso não merece ser observado. Isso empobrece a linguagem, pois aquilo que merece ser observado, mesmo que não esteja presente na realidade, deve ser registrado - e isso leva à conformidade com o Todo que vem de Deus, pois devemos ter fé naquilo que não podemos ver, mas que é verdadeiro. Sem essa dimensão espiritual, não há literatura.

sábado, 16 de abril de 2016

A garra do aprendizado é própria dos inocentes

1) Em processo penal, nós vemos a garra dos inocentes.

1.1) Quando um inocente está sendo acusado injustamente de um crime, a mente dele não estará em paz, enquanto tudo isso não for devidamente esclarecido. Isso é um atestado de honestidade, de conformidade com o Todo que vem de Deus;

1.2) A mesma coisa podemos encontrar com todo aquele que deseja aprender alguma. A garra do aprendizado é a mesma dos inocentes - ele tentará conquistar a simpatia dessa pessoa que detém o saber, de modo a que seja digno desse aprendizado. Isso se o portador desse saber for uma pessoa íntegra e conforme o Todo que vem de Deus,

2) Em debates relevantes, a garra do aprendizado deve estar presente. Do contrário, é perda de tempo - e é pecado perder tempo com gente que vampiriza.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Mais notas sobre o método geométrico

1) Padre Paulo Ricardo ensinava a diferença entre ídolo e ícone:

1.1) Ídolo é toda imagem que leva a um nada. A adoração a um ídolo é puramente sentimental, voltada a coisas de momento, fisiológicas - não está fundada na reta razão e nem na verdade. 

1.2) Exemplo disso são as imagens da deusa do Sol, da Lua e da Chuva - como essa gente não compreendia direito esses fenômenos, adorava-os somente pelo fato de que existiam e porque traziam benefícios que não podiam compreender. 

1.3) No mundo moderno, a adoração a estrelas do rock ou do futebol tem profunda relação com os ídolos de antigamente: eles são adorados por conta da qualidade de suas músicas, por suas atitudes que desafiam as convenções sociais ou porque fazem gols que garantem a vitória do time. A vida por trás deles nem sempre é motivo de santidade ou de dedicação à verdade - e uma vida fora da conformidade com o Todo que vem de Deus não merece ser digna de registro, pois não é relevante para a posteridade.

1.4) Em inglês idol (ídolo) e idle (desocupado, vago) têm a mesma pronúncia. E são parecidas, quanto à forma de se escrever. Por isso, faz todo o sentido dizer que o libertarismo, que edifica uma liberdade fora da liberdade de Cristo, restaura os ídolos, pois isso é cultura apontando para o nada, destituída de sentido verdadeiro.

2.1) Ícone é uma imagem que aponta para o que é verdadeiro, para o que é conforme o Todo que vem de Deus. É a fotografia de algo que é amado, por conta do seu serviço à verdade e à virtude. Eis a imagem dos Santos ou de Jesus na Cruz. São símbolos que fortalecem a fé de comunidades inteiras - símbolos eternos que fazem com que a cosmologia das coisas se perpetue em nossa civilização, por se fundar na verdade, naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

2.2) Se a tradição apostólica é um cone, então essa imagem é indelével, por representar a verdade - trata-se um ícone, pois é próprio, inato, desse cone representar a verdade - eis a sua razão de ser, ontologicamente falando. E destruir esse cone, que é o símbolo da Igreja, é promover iconoclastia. É um pecado contra a bondade de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de abril de 2016 (data da postagem original).