1) Passei 7 anos na UFF estudando Direito. Durante meus anos de faculdade eu vi o instituto do contrato estimatório, que é muito usado em livros antiquários. No entanto, só fui entender o que era contrato estimatório na prática ao jogar meus jogos de computador.
2.2) Em um dos meus jogos, um dos modos possíveis de se ganhar a vida era me registrando na prefeitura da cidade, de modo a ser um autônomo - como os riscos ficavam todos por minha conta, tudo o que produzia eu deixava nas mãos de um vendedor, que ficava na loja de consignação de cidade. Ele revendia o produto que eu produzia a quem demandasse por ele - e ele me repassava o valor do produto da eventual venda, descontada a comissão do vendedor.
3.1) Numa cidade pequena, a economia fundada na consignação é algo extremamente valioso, quando se tem uma quantidade limitada de um determinado produto disponível - eu, que forneço o produto, corro o risco de ter meu produto aceito ou não pela população. Para isso, preciso fazer um trabalho sério e de qualidade. E claro, o vendedor precisa ser honesto e confiável. E, isso numa economia de pequena escala, é crucial
3.2) Para escritores em começo de carreira, isso aí é uma maravilha - principalmente agora que tenho interesse em produzir quantidades limitadas de exemplares do meu trabalho, posto que não quero que o produto que produzo vá parar na mão dos meus inimigos (republicanos, evangélicos, esquerdistas, rad trads e outros tantos que me esqueço de citar).
3.3) Nas atuais circunstâncias de meu país, economia de massa não é interessante pra mim, por conta da grande quantidade de inimigos que tenho de lidar.
3.4) Para que eu possa prosperar, tudo o que preciso é construir confiança entre mim e meus consumidores, os leitores do meu mural. Os defensores da economia de livre mercado defendem suas idéias de maneira abstrata, pois esquecem que estamos numa guerra cultural - e para crescermos, nós precisamos jogar o jogo próprio das catacumbas, tal como venho tentando fazer a todo custo. E sempre que insistem em me forçar a dar um passo maior do que a perna, eu sou forçado a bloquear na hora.
3.5) Em tempos de economia virtual, em que tudo deve ter contato direto, o meio que existe atualmente para se atender uma demanda direta, sem a necessidade de um vendedor, é o financiamento coletivo, tal como vemos no vakinha, por exemplo - em troca das doações, a pessoa recebe um exemplar do meu trabalho. Esse é o lado bom que a economia digital pode proporcionar para mim, pois ele dispensa o intermédio da consignação, pois o instituto da rede social revela-se um bom meio de circulação de idéias. Acho que vou trabalhar mais nessa direção.
4) Uma coisa que gostaria de poder fazer é aprender a editar meus próprios livros - gostaria de ter esse poder, pois assim não fico dependendo de gente perinciosa, como os Catharinos da vida. Minhas idéias são boas e quero ser sustentado pelos meus leitores, por quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.
5) Se eu não fosse vítima dessa cultura perniciosa de sustento, fundado na ilusão do diploma, eu faria faculdade de jornalismo, só pra poder aprender a editar um livro e fazê-lo por minha própria iniciativa. Se as instituições universitárias fossem sérias, eu faria reingresso e cursaria jornalismo só para aprender aquilo de que realmente necessito.
6) Por enquanto, o Google fornece um monte de informação que não tem sentido - até mesmo o oposto do que eu quero. Se eu tivesse gente de confiança que ajudasse nisso que mais necessito, eu certamente não precisaria de Google, pois a experiência deles é mais valiosa do que a opinião de gente "entendida" do mercado editorial - gente essa que não conheço e que não ama e rejeita as coisas tal como tem que ser.