1) As coisas são naturalmente divididas segundo o gênero e a espécie.
2) Para uma espécie se tornar gênero, é preciso que se faça imitações sistemáticas - assim, a presença de um indivíduo dessa espécie vai ser notória em todos os lugares do mundo e em todos os povos e nações.
3) Para que essa imitação seja feita em todos os seus detalhes e matizes, esse indivíduo deve ser especial, pois deve se declarar o caminho, a verdade e a vida, assim como deve haver a garantia, dada pelo próprio Deus, de que Este indivíduo é o filho muito amado, de modo a nos salvar do pecado. E depois de ouvi-lo muito, chega-se o momento derradeiro em que Ele parte o pão para nós - pois este é o corpo d'Ele -, e o vinho, que é o sangue d'Ele que será derramado por muitos - e que isso deve ser feito em memória d'Ele.
4) Para quem se lembra de tudo isso e que foi testemunha de todo esse maravilhoso projeto salvífico, tudo o que será lido e escrito deve e precisa ser reconhecido de ouvido - e os que reconhecem de ouvido são sucedidos por seus discípulos, ao longo das gerações. Eis aí a tradição apostólica garantindo a perpetuação da autoridade, própria desta espécie, já que Ele é a verdade, pois Ele é Deus.
5) É no Cristianismo em que o indivíduo vira espécie e se torna gênero por excelência, com o passar do tempo. Pois os cristãos são uma parte da humanidade, uma vez que seguem os valores de um indivíduo que é Deus, que viveu entre nós e foi feito homem, pois o verbo milagrosamente se fez carne. E à medida que os cristianismo se expande, ele se torna a verdadeira religião da humanidade, de modo a que esta fique em conformidade com o Todo que vem de Deus.
6) Onde se imita Cristo, Cristo é distribuído. E o distributivismo é mais do que um sistema econômico - é um sistema de crenças baseado numa fé verdadeira e em algo verdadeiro, coisas essas que se renovam no tempo e que nos levam à conformidade com o Todo que vem de Deus.
7) Essa verdade é una e se dá em todos os aspectos, por ser universal e totalitária. As manifestações dessa distribuição ocorrem nestes modos:
7.1) Tomando o país como se fosse um lar;
7.2) Organizando a vida da cidade politicamente, de modo a que esta seja um espelho da cidade de Deus na Terra;
7.3) Na justiça, ao se dizer e aplicar o direito de modo a se descobrir a verdade nas ações humanas.
7.4) Na ordem econômica da nação, de modo a que riqueza seja repartida entre os irmãos, já que a fraternidade universal pressupõe que as classes colaborem umas com as outras naquilo que elas têm de melhor: os seus dons.
8) Tudo isso se opera numa só verdade, pois Deus sabe tudo e pode tudo, pois opera tudo em todas as coisas.
9) Não é totalitário naquilo em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele; o distributivismo é totalitário porque tudo está na verdade, pois Cristo é a verdade, e que isso nos leva àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.