1) Certa ocasião. uma mexicana me pergunta qual foi a maior aventura que já tive. A resposta: tomar a Polônia como um mesmo lar em Cristo tanto quanto o Brasil, minha terra de origem.
2) Tudo começou quando tinha 23 anos e comecei a estudar a diferença que Borneman traçou sobre a diferença entre nacionidade e nacionalidade. Quando percebi que nacionidade é tomar um país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo - a ponto de você ir a terras distantes descobrir os outros, nos méritos do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem - foi ai que descobri para tomar o Brasil como um lar em Cristo, eu precisava repetir a experiência portuguesa, tal como estabelecida no Milagre de Ourique - o que me levou até a Polônia, a terra do meu pároco.
3) Meu pároco foi ordenado padre por São João Paulo II. Quando escolhi meu pároco para ser meu pai segundo Deus, meu padrinho de crisma, eu senti que fazia parte de uma tradição: quem o ordenou padre, foi ordenado padre por Adam Sapieha, príncipe da Polônia. Logo, faço parte da szlachta espiritual polonesa - sou classe dos leigos, a pontos de transmitir esse legado espiritual através do sangue, por meio dos meus filhos.
4) O que começou como uma investigação intelectual me levou à fé católica e a um propósito de vida que vou perseguir a vida inteira. E tomar a Polônia como meu lar em Cristo, por Cristo e para Cristo tanto quanto o Bras foi, até o momento, a maior aventura espiritual em que já me envolvi desde que fui crismado e sobre ela tenho estado a escrever muitas coisas, sempre que posso.
5) Ainda que eu não tenha viajado para a Polônia, eu percebi que os primeiros passos se dão no solo - eu preciso aprender a voar observando os pássaros, antes de ousar dar meu primeiro vôo. Esta é a lição mais básica. É algo do espírito - por isso que ela vale mais. Pessoas que são mais presas à matéria não compreenderiam isto que eu penso nem de longe.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2024 (data da postagem original).
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