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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Como o Tratado de Economia Política, de Mário Ferreira dos Santos, pode influir no meu trabalho no campo da nacionidade?

Dettmann: Discorra sobre o Tratado de Economia Política, de Mário Ferreira dos Santos.

Chat GPT:

O Tratado de Economia Política de Mário Ferreira dos Santos é uma obra essencial para compreender a abordagem filosófica e política desse autor brasileiro, que se dedicou a estudar a estrutura e a dinâmica da sociedade a partir de uma perspectiva que combina filosofia, economia e política. Mário Ferreira dos Santos foi um pensador sistemático, e sua obra busca sempre integrar diferentes campos do conhecimento, algo que também se reflete neste tratado.

Visão Geral:
O Tratado de Economia Política se distingue por abordar a economia de maneira filosófica, indo além dos aspectos técnicos e matemáticos frequentemente dominantes no estudo da economia. Para Mário Ferreira dos Santos, a economia não pode ser reduzida a uma ciência isolada que lida apenas com o acúmulo e distribuição de riquezas; ela está profundamente entrelaçada com questões éticas, sociais e políticas.

Ele busca compreender a economia como parte de uma ordem mais ampla, que ele chama de cosmoeconômica, onde os fatores econômicos estão inseridos numa rede de relações que envolvem tanto o indivíduo quanto a coletividade, levando em conta também as implicações morais e espirituais dessas interações.

Fundamentos Filosóficos:
Mário Ferreira dos Santos utiliza uma abordagem que ele mesmo denomina filosofia concreta, que visa não abstrair o pensamento das realidades concretas da vida humana. Ele acredita que a economia política deve ser vista como uma ciência de ação humana em sociedade, e, portanto, precisa lidar com os dilemas morais e filosóficos que surgem na vida econômica. Nesse sentido, ele critica as abordagens econômicas que se preocupam apenas com o lucro e o cálculo material, ignorando a ética e o bem comum.

A filosofia de Mário é fortemente influenciada pelo pensamento tomista e cristão, o que o leva a defender uma concepção de economia subordinada à lei natural e à ordem moral. Para ele, a liberdade econômica deve estar subordinada à justiça, e a busca pelo bem comum deve prevalecer sobre o individualismo exacerbado.

Crítica ao Liberalismo e ao Marxismo:
No Tratado de Economia Política, Mário Ferreira dos Santos oferece uma crítica tanto ao liberalismo econômico quanto ao marxismo. Ele vê o liberalismo como uma doutrina que exagera na defesa da liberdade individual, muitas vezes em detrimento das responsabilidades sociais. O liberalismo, segundo Mário, falha ao considerar o homem como um ser isolado, separado das suas responsabilidades para com o outro e para com a comunidade.

Por outro lado, ele critica o marxismo por sua negação da liberdade individual e por seu materialismo histórico e dialético, que reduz a complexidade da vida humana à luta de classes e às questões puramente econômicas. Para Mário, tanto o liberalismo quanto o marxismo compartilham uma visão limitada e reducionista do homem e da sociedade, ao passo que sua visão de economia política busca integrar a liberdade individual e a justiça social numa estrutura moral e espiritual mais elevada.

O Papel do Estado:
No tocante ao papel do Estado, Mário Ferreira dos Santos propõe uma economia política em que o Estado não deve ser nem um mero espectador, como desejam os liberais, nem o agente controlador absoluto, como propõem os marxistas. Para ele, o Estado tem a função de garantir que a liberdade econômica se desenvolva dentro de uma estrutura de justiça e respeito à dignidade humana. Ele deve intervir quando necessário, para assegurar que os princípios da justiça e da moralidade prevaleçam, mas sem eliminar a liberdade criativa e produtiva dos indivíduos.

Capitalismo e o Bem Comum:
Mário não é um defensor do capitalismo irrestrito, mas também não o rejeita inteiramente. Ele defende uma economia de mercado que esteja em consonância com a ética cristã, onde o bem comum é colocado acima da simples busca por lucros. Para ele, o capitalismo pode ser moralmente aceitável, desde que regulado de forma a evitar a exploração e a injustiça social. Nesse sentido, sua visão de economia política ressoa com o pensamento social católico, especialmente com a encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII, que ele provavelmente teve em mente ao escrever.

Influência e Relevância:
O Tratado de Economia Política de Mário Ferreira dos Santos é uma obra relevante para aqueles que buscam uma perspectiva mais ampla e filosófica sobre a economia, especialmente no contexto brasileiro, onde ele faz críticas à forma como as ideologias econômicas estrangeiras são importadas e aplicadas sem consideração às realidades locais. Sua obra continua sendo um ponto de referência para filósofos e economistas que buscam uma visão integrativa do ser humano em sociedade, onde a economia é um meio para o bem-estar humano, e não um fim em si mesma.

Essa obra propõe um olhar mais humanista e ético para a economia, o que é particularmente relevante em tempos de crise econômica e social, quando as desigualdades se agravam e as questões morais se tornam ainda mais prementes.

Dettmann: Qual é a relação dessa obra com a economia aristotélica?

A relação do Tratado de Economia Política de Mário Ferreira dos Santos com a economia aristotélica é profunda e se fundamenta no fato de que ambos os autores enxergam a economia como uma ciência moral e prática, que deve estar subordinada à ética e ao bem comum. A visão de Mário Ferreira dos Santos, influenciada por seu pensamento filosófico, resgata muitos princípios fundamentais da economia aristotélica, especialmente no que diz respeito ao papel da justiça, da ética e da subordinação das atividades econômicas a uma ordem moral superior.

Aqui estão alguns pontos centrais de conexão entre a obra de Mário Ferreira dos Santos e a economia aristotélica:

1. Economia como parte da vida ética

Para Aristóteles, a economia é uma parte da ética, pois está relacionada ao modo como os bens e os recursos são administrados para sustentar a vida humana em sociedade. Ele diferencia a oikonomía (a boa administração do lar e da comunidade, visando o bem comum) da crematística (a mera busca pelo lucro e pelo acúmulo de riqueza). Aristóteles critica fortemente a crematística, quando se torna uma atividade sem limites, voltada exclusivamente para o lucro, pois isso compromete a justiça e o bem comum.

Mário Ferreira dos Santos adota uma visão similar ao criticar o capitalismo irrestrito e o liberalismo econômico que coloca a busca de lucro acima de outros valores. Ele compartilha a preocupação aristotélica de que a economia deve estar subordinada a uma ordem ética superior, e que a riqueza só tem valor se for usada para promover o bem-estar e a justiça na sociedade. Mário defende uma economia onde as necessidades humanas são atendidas em harmonia com a dignidade moral e espiritual do homem, assim como Aristóteles, que via a economia como uma ciência prática orientada ao bem comum.

2. Subordinação à Política e à Ética

Aristóteles via a política como a ciência que rege todas as outras ciências práticas, incluindo a economia. Para ele, a política tem o objetivo de garantir o bem comum, e a economia deve ser regulada de acordo com os princípios de justiça que a política estabelece. A economia aristotélica, portanto, está sempre sob a égide da ética e da política, não como um campo autônomo e isolado.

Mário Ferreira dos Santos, de maneira similar, argumenta que a economia política não pode ser desvinculada da política e da ética. Ele considera que a economia deve ser regida por princípios morais, e o Estado tem o papel de assegurar que as atividades econômicas sejam compatíveis com o bem comum. Mário rejeita a ideia de que a economia possa funcionar de forma autossuficiente, sem interferência ética ou política, assim como Aristóteles via a economia como parte de uma ordem política maior.

3. A Justiça e a Distribuição de Bens

A justiça distributiva é um dos principais temas tanto na economia aristotélica quanto no pensamento de Mário Ferreira dos Santos. Aristóteles entende que a justiça na distribuição de bens deve ser proporcional, levando em consideração as necessidades e os méritos das pessoas, e que a igualdade aritmética (todos receberem a mesma quantia) nem sempre é a forma mais justa de distribuir os recursos. Ele também critica a usura, considerando-a contrária à natureza, pois o dinheiro, para Aristóteles, deveria servir como meio de troca e não como um fim em si.

Mário Ferreira dos Santos, em consonância com Aristóteles, enfatiza a importância da justiça distributiva, argumentando que o acúmulo desenfreado de riquezas sem considerar o impacto social e moral é prejudicial para a sociedade. Ele também adota uma postura crítica em relação ao sistema capitalista liberal, que muitas vezes prioriza o lucro acima do bem comum e ignora as necessidades dos mais pobres. Para ambos os pensadores, a economia deve estar atenta à justiça na distribuição de bens e ao uso adequado do dinheiro como meio de troca, e não como uma finalidade.

4. Crítica ao Materialismo Econômico

Aristóteles critica qualquer sistema econômico que se baseie exclusivamente na aquisição de riqueza como um fim último. Ele via a economia como um meio para garantir a vida virtuosa, e não um fim em si mesma. A crítica de Aristóteles à crematística (a arte de acumular riqueza) é central para a sua visão de uma economia subordinada à ética e orientada ao bem comum.

Mário Ferreira dos Santos compartilha dessa crítica ao materialismo econômico. Ele se opõe tanto ao liberalismo quanto ao marxismo, pois ambos, segundo ele, colocam o aspecto material (seja a acumulação de capital ou a luta de classes) no centro da vida humana, em detrimento da dimensão espiritual e moral. Para Mário, a economia deve estar sempre subordinada a um ideal mais alto, que é o da dignidade humana e da justiça social, tal como defendido por Aristóteles em sua economia política.

5. O papel da família e da comunidade

Na economia aristotélica, a administração dos bens começa com a família, a célula fundamental da sociedade. A boa administração da casa (oikos) é o fundamento da economia política, pois é na família que as necessidades básicas são satisfeitas, e onde se desenvolvem as virtudes necessárias para o bem viver.

Mário Ferreira dos Santos também vê a família como uma instituição central na economia. Ele entende que a família é a base da sociedade e que uma economia saudável deve respeitar e fortalecer os laços familiares e comunitários. A economia, para ele, não pode desconsiderar o papel essencial da família na estruturação do bem comum, em linha com a visão aristotélica de que a administração do lar é o ponto de partida para a administração justa da sociedade.

Conclusão

O Tratado de Economia Política de Mário Ferreira dos Santos, ao dialogar com a tradição filosófica aristotélica, oferece uma crítica ao materialismo econômico e uma defesa de uma economia subordinada à ética, orientada para o bem comum e para a justiça. Sua obra resgata a visão de Aristóteles de que a economia faz parte da vida ética e política, e que a busca pelo lucro e pelo acúmulo de riquezas deve estar subordinada a princípios morais mais elevados.

Assim como Aristóteles, Mário Ferreira dos Santos vê a economia como uma ciência prática, ligada diretamente às necessidades humanas, mas sempre orientada pela virtude e pelo propósito maior da vida em sociedade. Isso faz com que sua obra tenha grande relevância para o pensamento econômico que busca uma alternativa ao individualismo exacerbado e ao materialismo, ambos tão presentes nas ideologias econômicas modernas.

Dettmann: Qual é a relação dessa obra de Mário Ferreira dos Santos com o Distributivismo de Chesterton e Belloc?

Chat GPT:

A obra Tratado de Economia Política de Mário Ferreira dos Santos guarda várias conexões conceituais e filosóficas com o distributivismo de G.K. Chesterton e Hilaire Belloc, especialmente na sua crítica tanto ao capitalismo irrestrito quanto ao socialismo estatal. Ambos os sistemas econômicos são vistos pelos três autores como inadequados para promover a justiça social e o bem comum, pois acabam sacrificando a liberdade e a dignidade humana em nome da acumulação de riqueza ou do controle estatal.

Aqui estão as principais relações entre a visão de Mário Ferreira dos Santos e o distributivismo:

1. Crítica ao Capitalismo Liberal e ao Socialismo

Tanto Mário Ferreira dos Santos quanto os defensores do distributivismo, Chesterton e Belloc, compartilham uma crítica contundente ao capitalismo liberal e ao socialismo. O distributivismo é uma filosofia econômica que defende a distribuição mais ampla da propriedade privada, ao invés de sua concentração nas mãos de grandes corporações ou do Estado. Para Chesterton e Belloc, tanto o capitalismo quanto o socialismo falham em respeitar a dignidade humana: o capitalismo concentra a riqueza nas mãos de poucos, enquanto o socialismo tira a liberdade dos indivíduos ao colocar o controle econômico no Estado.

Mário Ferreira dos Santos faz uma crítica semelhante em seu Tratado de Economia Política. Ele rejeita o liberalismo econômico por ver nele uma liberdade descontrolada que ignora a justiça social e leva ao acúmulo injusto de riqueza. Ao mesmo tempo, ele também critica o marxismo por negar a liberdade individual e reduzir a complexidade da vida humana a uma luta de classes. Assim como os distributistas, Mário busca uma terceira via, na qual a economia serve ao bem comum, respeitando a liberdade e a dignidade humana, sem sacrificar esses valores ao poder econômico ou estatal.

2. Distribuição da Propriedade

Um dos pilares centrais do distributivismo é a ideia de que a propriedade deve ser amplamente distribuída entre as pessoas, para que elas possam sustentar suas famílias e viver com dignidade. Chesterton e Belloc acreditavam que a concentração de terra e capital nas mãos de poucos – seja na forma de corporações gigantescas ou na mão do Estado – corrompia a liberdade e a moralidade das pessoas.

Mário Ferreira dos Santos, embora não se identifique explicitamente como distributivista, também defende em sua obra uma economia baseada em uma distribuição mais equitativa dos bens e riquezas. Ele critica o poder excessivo das grandes corporações e a centralização da economia, que ele vê como prejudiciais para a justiça e para o bem-estar da sociedade. Sua filosofia de economia política alinha-se à ideia de que a propriedade deve ser administrada de maneira a promover o bem comum, e não a concentração de poder econômico nas mãos de poucos.

3. O Papel da Família e das Comunidades

Para os defensores do distributivismo, a família é a célula fundamental da sociedade e deve ser protegida pela estrutura econômica. Chesterton e Belloc acreditavam que, ao garantir que as famílias tivessem propriedade e meios de sustento, se preservaria a liberdade pessoal e a dignidade. A economia deveria estar a serviço das pequenas comunidades e famílias, em vez de concentrar-se em grandes conglomerados empresariais ou no controle estatal.

Mário Ferreira dos Santos também coloca a família como uma peça central na economia e na vida social. Ele defende a ideia de que a economia deve servir às necessidades das pessoas e das famílias, em vez de sacrificar seus direitos e sua dignidade em nome da maximização do lucro ou da eficiência econômica. Assim como Chesterton e Belloc, Mário acredita que a economia deve proteger as pequenas comunidades e a vida familiar, como forma de preservar a liberdade e o bem comum.

4. Subordinação da Economia à Moralidade

Uma característica essencial tanto no distributivismo quanto no pensamento de Mário Ferreira dos Santos é a visão de que a economia deve ser subordinada à moralidade e à ética. Chesterton e Belloc eram católicos comprometidos que acreditavam que a economia deveria estar em conformidade com os princípios morais do cristianismo. Para eles, a dignidade humana, a justiça social e o bem comum não poderiam ser subordinados à busca incessante de lucro ou ao controle totalitário do Estado.

Mário Ferreira dos Santos compartilha essa perspectiva ao enfatizar que a economia política deve ser orientada por princípios éticos e morais. Ele critica tanto o capitalismo quanto o socialismo por desconsiderarem a dimensão ética da vida econômica e por tratarem o homem como um mero instrumento para a produção ou para a acumulação de riqueza. Para Mário, assim como para os distributistas, a economia deve ser um meio para promover o bem-estar e a virtude, e não um fim em si mesma.

5. O Papel do Estado

Chesterton e Belloc defendem um papel limitado para o Estado na economia, o que é uma posição comum no distributivismo. Eles acreditam que o Estado deve garantir que as pessoas tenham acesso à propriedade e às oportunidades econômicas, mas que sua interferência direta na vida econômica deve ser mínima. O objetivo é evitar tanto o capitalismo monopolista quanto o socialismo estatista, promovendo uma economia de pequenas propriedades e empresas familiares.

Mário Ferreira dos Santos, de maneira semelhante, defende um Estado que intervenha para garantir a justiça social e o bem comum, mas sem assumir um controle total da economia. Ele acredita que o papel do Estado é garantir que a economia funcione de acordo com princípios morais e justos, mas não se tornar um agente controlador ou sufocante. Sua visão está alinhada com a perspectiva distributivista de que o Estado deve ter uma função equilibrada: proteger as liberdades individuais e a propriedade, mas evitar que o poder econômico se concentre nas mãos de poucos ou do próprio Estado.

6. A Dignidade do Trabalho

Os distributistas colocam grande ênfase na dignidade do trabalho humano. Eles acreditam que o sistema econômico deve permitir que as pessoas trabalhem de maneira digna e autônoma, preferencialmente em propriedades e pequenos negócios que elas próprias controlem. Esse ideal de trabalho autônomo e significativo é central para a visão distributivista, que rejeita tanto o proletariado industrializado do socialismo quanto a alienação do trabalhador no capitalismo.

Mário Ferreira dos Santos compartilha uma visão semelhante sobre a dignidade do trabalho. Em seu Tratado de Economia Política, ele critica as formas de trabalho que alienam o ser humano de sua natureza criativa e de sua dignidade. Para ele, o trabalho deve ser uma atividade que enobrece o homem e contribui para o seu desenvolvimento pessoal e espiritual, em vez de ser um meio de exploração ou alienação. Assim como Chesterton e Belloc, Mário vê o trabalho como algo que deve ser protegido e valorizado dentro de uma economia justa e equilibrada.

Conclusão

A relação entre o Tratado de Economia Política de Mário Ferreira dos Santos e o distributivismo de Chesterton e Belloc é marcada por uma convergência de princípios fundamentais. Ambos os sistemas se opõem à concentração de riqueza e poder, seja nas mãos do Estado ou de corporações, e buscam promover uma economia mais justa e humanitária, baseada na dignidade do trabalho, na proteção da família e na distribuição ampla da propriedade. Tanto Mário Ferreira dos Santos quanto os distributistas compartilham a visão de que a economia deve estar subordinada à moralidade e servir ao bem comum, respeitando a liberdade e a dignidade humanas.

Dettmann: Qual é o efeito dessa obra naquilo que falo sobre nacionidade?

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A obra Tratado de Economia Política de Mário Ferreira dos Santos pode ter um impacto significativo nas suas reflexões sobre nacionidade, especialmente no que diz respeito à relação entre o desenvolvimento econômico e a identidade nacional, bem como à maneira pela qual o Estado e a economia interagem para moldar o destino de uma nação.

Aqui estão alguns pontos principais sobre como essa obra pode influenciar o que você já discute sobre nacionidade:

1. A Identidade Econômica e a Soberania Nacional

Mário Ferreira dos Santos defende uma economia que serve ao bem comum e respeita a dignidade humana, uma ideia que pode ser estendida para a defesa da soberania econômica de uma nação. Em suas reflexões sobre nacionidade, você já explora o papel das fronteiras do conhecimento e do serviço a Cristo como pilares da identidade de uma nação. A economia de Mário Ferreira reforça essa ideia ao promover um modelo econômico que, em vez de subordinar a nação às forças externas do capitalismo global ou do controle estatal, respeita a autonomia e os valores internos da sociedade.

A nacionidade, nesse contexto, não é apenas uma questão de fronteiras geográficas, mas também de soberania econômica e cultural. A defesa de uma economia que sirva ao bem comum, promovida por Mário Ferreira, fortalece a ideia de que uma nação deve controlar seus próprios recursos e suas próprias políticas econômicas, de modo a preservar sua identidade e independência diante das pressões de mercados globais ou ideologias estrangeiras. Isso vai ao encontro de sua reflexão sobre como as fronteiras do conhecimento e do serviço a Cristo podem ser ampliadas em várias terras, sem perder a essência da verdade e do bem comum.

2. Distribuição Equitativa e Justiça Social na Nação

A proposta de Mário Ferreira dos Santos para uma economia baseada na justiça social, com uma distribuição mais equitativa dos recursos e riqueza, se alinha com a ideia de uma nacionidade que visa o bem-estar de todos os seus membros. Você já mencionou a importância de servir a Cristo e de promover uma justiça enraizada nos méritos de Cristo dentro da nação. O Tratado de Economia Política reforça essa visão, ao sugerir que uma nação só pode alcançar sua verdadeira grandeza e sua identidade plena quando garante que seus cidadãos sejam tratados com justiça e dignidade.

Essa perspectiva pode aprofundar suas reflexões sobre a nacionidade, ao mostrar que a justiça econômica interna é um pilar da identidade nacional. Uma nação que negligencia a equidade econômica e a justiça social corre o risco de enfraquecer suas bases morais e éticas, elementos que você considera centrais para o desenvolvimento da nacionidade cristã.

3. O Papel da Propriedade e da Economia Familiar na Nação

Mário Ferreira dos Santos, assim como Chesterton e Belloc, acredita na importância de uma economia que valorize a propriedade privada como um direito universal, mas dentro de limites éticos e voltada para o bem comum. Essa defesa da propriedade disseminada entre os cidadãos reforça a importância das famílias como a base da estrutura social e econômica de uma nação.

No que você fala sobre nacionidade, a defesa da família e da comunidade como células fundamentais para a preservação da identidade nacional encontra apoio nas ideias econômicas de Mário Ferreira. A propriedade, distribuída de maneira justa, reforça a estabilidade social e, portanto, a coesão nacional. Isso vai ao encontro de sua visão de uma nacionidade construída sobre valores profundos, especialmente os cristãos, em que as pequenas comunidades, as famílias e os indivíduos são protegidos contra a exploração do grande capital ou do controle estatal.

4. A Moralidade e a Ética como Fundamentos da Nação

Uma das principais mensagens de Mário Ferreira dos Santos em seu Tratado de Economia Política é que a economia deve estar subordinada à moralidade e à ética. Isso reflete diretamente em sua reflexão sobre nacionidade, na qual você defende que a identidade nacional deve estar enraizada em princípios éticos, especialmente os cristãos, e que a verdade é o fundamento da liberdade.

Assim como você afirma que a nacionidade se constrói sobre o serviço a Cristo e a busca pela verdade, Mário Ferreira dos Santos acredita que a economia deve estar ancorada em princípios morais que promovam o bem comum, a justiça e a liberdade verdadeira. Uma nação que subordina sua economia a esses princípios éticos é capaz de preservar sua identidade e promover o bem-estar de seus cidadãos, ao mesmo tempo em que se protege contra os desvios morais do capitalismo desmedido ou do socialismo autoritário.

5. O Papel do Estado na Nacionidade

No pensamento de Mário Ferreira dos Santos, o Estado tem um papel importante na regulação da economia, mas ele não deve sufocar a iniciativa privada ou concentrar poder excessivo. Em suas reflexões sobre nacionidade, o papel do Estado também é fundamental, especialmente no que se refere à promoção do bem comum e à preservação da identidade cristã da nação.

Mário Ferreira dos Santos defende uma atuação equilibrada do Estado, que intervém para garantir a justiça social, mas sem comprometer as liberdades individuais e a autonomia das pequenas comunidades. Esse modelo de Estado serve bem à sua visão de uma nacionidade que respeita as liberdades individuais e comunitárias, ao mesmo tempo em que protege a integridade moral e econômica da nação como um todo.

6. A Questão da Capitalização do Trabalho e do Progresso Nacional

Mário Ferreira dos Santos vê o capital como o acúmulo do trabalho ao longo do tempo, algo que você também menciona em suas reflexões, especialmente no contexto do progresso através do trabalho e do estudo como formas de santificação. A ideia de que o trabalho e o estudo são meios de capitalização que contribuem para o desenvolvimento pessoal e nacional conecta-se diretamente com sua visão de uma nacionidade cristã em que o progresso econômico e moral caminham juntos.

Essa capitalização do trabalho, entendida de maneira justa e equilibrada, reflete a ideia de que o progresso de uma nação não é meramente material, mas também espiritual e moral. Isso reforça o que você já argumenta sobre a nacionidade: que uma nação verdadeiramente cristã deve ser aquela que promove tanto o desenvolvimento material quanto o espiritual de seus cidadãos.

Conclusão

O Tratado de Economia Política de Mário Ferreira dos Santos fortalece sua abordagem sobre nacionidade ao fornecer uma base econômica que respeita a dignidade humana, a justiça social e a moralidade cristã. Ele complementa sua visão de uma nacionidade que serve a Cristo e expande as fronteiras do conhecimento e do serviço, ao propor uma economia subordinada aos princípios éticos e que promove o bem comum. Ao integrar essas ideias, você pode argumentar que a verdadeira nacionidade não se define apenas por fronteiras geográficas, mas por uma ordem social e econômica que reflete os méritos de Cristo e promove a justiça, a liberdade e a dignidade de todos os cidadãos.

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