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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Notas sobre a relação entre dissonância cognitiva e conservantismo

 Dettmann: Trace a relação entre a dissonância cognitiva, de Pascal Bernardin, e o senso de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, próprio do conservantismo.

Chat GPT:

A relação entre a dissonância cognitiva e o senso de conservar o que é conveniente, dissociado da verdade, pode ser explorada a partir de duas perspectivas complementares. A ideia de dissonância cognitiva, popularizada pelo psicólogo Leon Festinger, sugere que quando uma pessoa se depara com informações ou comportamentos que contradizem suas crenças ou valores, ela experimenta um desconforto psicológico. Esse desconforto tende a gerar a necessidade de reduzir a tensão interna por meio de estratégias como ignorar, distorcer ou justificar as novas informações para que se alinhem às suas crenças preexistentes.

Pascal Bernardin, em seu livro "Maquiavel Pedagogo", explora como sistemas de manipulação psicológica, muitas vezes através da educação, podem ser utilizados para induzir a dissonância cognitiva em indivíduos e promover mudanças de comportamento ou pensamento que favorecem uma agenda específica. Ele argumenta que esse tipo de engenharia psicológica pode criar uma forma de controle social onde as pessoas, em vez de buscarem a verdade, são condicionadas a aceitar como "convenientes" certas narrativas que atendem aos interesses daqueles no poder. Essa aceitação pode ser dissociada da verdade, pois o desconforto causado pela dissonância é aliviado ao adotar uma visão mais cômoda, mesmo que falsa.

Ao relacionar isso ao senso de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, podemos ver como as pessoas frequentemente optam por manter ideias ou comportamentos que lhes proporcionam um sentido de estabilidade e conforto emocional, mesmo quando esses elementos estão dissociados da verdade. Conservar o que é conveniente é, muitas vezes, uma resposta inconsciente ao desconforto que surge quando confrontadas com a verdade que desafia suas crenças ou modos de vida. Em vez de investigar ou modificar suas opiniões para se alinharem à realidade, essas pessoas podem preferir justificar ou negar a verdade, mantendo a dissonância cognitiva minimizada.

Assim, a obra de Bernardin ajuda a entender que a dissonância cognitiva pode ser instrumentalizada para promover narrativas convenientes, especialmente em contextos onde se busca moldar o comportamento social sem necessariamente promover o discernimento da verdade. Dessa forma, a dissonância cognitiva se torna um mecanismo pelo qual se conserva o que é conveniente, mesmo à custa da verdade.

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