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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Os frutos do Concílio Vaticano II

É comum e já se tornou banal na internet culpar o Concílio Vaticano II por uma crise inaudita na Igreja e por ser uma árvore de péssimos frutos.

Por isso, elenquei aqui os frutos bons que o Concílio nos legou:

• Apelo à santidade Universal dos fiéis. Todos podem e devem ser santos, não só os religiosos e santos celibatários

• Foi proclamado pela primeira vez que Nossa Senhora é "Mãe da Igreja", e a ela foi dedicado um capítulo todo, que explicita de modo muito bonito o papel dela na Igreja.

• Definição mais clara do papel do leigo na Igreja, com o seu correto enquadramento teológico.

• Restauração do Diaconato Permanente

• Redescoberta da Palavra de Deus na vida da Igreja.

• Restabelecimento dos direitos e Privilégios Patriarcais

• A deslatinização das igrejas católicas orientais em comunhão com Roma e, consequentemente dos ritos orientais, e a recuperação de um maior reconhecimento pelas igrejas particulares

• Reafirmação da igualdade e dignidade entre os Ritos, que já havia sido salientado pelo Papa Leão XIII. Não existe Rito Superior na Igreja

• A volta da conciliaridade e da sinodalidade.

• A patrística como legado dos mestres. Dentre as muitas perspectivas sob as quais podemos colher o " Logos theologicus ou eclesiologicus privilegiado" está sem dúvida no período patrístico. Os Santos Padres não representam toda a Tradição, mas são seus expoentes máximos.

• Introdução explícita e valorização da Epiclese (prece de invocação ao Espírito Santo para que desça sobre os dons eucarísticos) nas orações eucarísticas

• A Cristologia deixou de ser Cristomonista e passou a ser trinitária. A Igreja vem da Trindade, está estruturada à imagem da Trindade e caminha para o cumprimento trinitário da Igreja.

• Da Sociedade ao Mistério: Para o Concílio Vaticano II a Igreja é "mystérion" (mistério). Em que sentido? Não no sentido de desconhecido ou incognoscível, mas no sentido bíblico-paulino, presente também nos Padres pré-nicenos, do desígnio divino de salvação que se vai realizando e revelando na história humana. A idéia já tinha uma incipiente tradição antes do Vaticano II: " a Igreja é primariamente uma realidade invisível. Com isso não se nega absolutamente a visibilidade da Igreja, antes ela é mesmo exigida em virtude do conceito de mistério, que significa uma comunicação da salvação envolta em formas visíveis'."

• Acentuação à dimensão pneumatológica

• Restauração da Ordo Virginum ( mulheres que decidiram se tornar virgens em seu próprio contexto de vida) e que existe desde os primórdios do cristianismo.

• Os meios de comunicação social receberam decreto especial ( Inter Mirifica) por parte do Concílio Vaticano segundo. A Igreja tem o dever e o direito de pregar a mensagem da salvação pelos meios de comunicação social.

• Volta daquilo que no Oriente nunca havia se perdido: como por exemplo a concelebração na missa por vários sacerdotes, as litanias, ou oração dos fiéis com a introdução de intenções apropriadas às necessidades atuais da assembléia.

• Resgatou-se a importância da História e da escatologia na perspectiva eclesiológica, favorecendo ressaltar a condição peregrina da Igreja.

• Permitiu um maior desenvolvimento da Josefologia, segundo Francis Filas.

David Milán

Facebook, 11 de setembro de 2020.

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