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sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Novas notas sobre a relação entre cultura e consciência

1) A matriz da cultura é a consciência, que precisa ser moldada pelo exame de consciência.

2) A perda da amizade com Deus começa com a má consciência, coisa que ocorre a partir do momento em que tenho um amor de mim tão exacerbado em que chego a me declarar independente e desprezar a amizade de Deus. É nesta hora que conservo o que é conveniente e dissociado da verdade, pois tudo isso decorre do pecado da vaidade, a qual leva à soberba.

3.1) Da má consciência vem todo um ambiente de mal-estar e perversão - e é dentro desse ambiente nefasto que vem uma cultura de vício, que passa a ser tomada como se fosse uma virtude.

3.2.1) A má cultura vem do homem reduzido à sua função de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade - não se sabe quem foi o primeiro homem a fazê-lo, mas o que se sabe é que todos o imitaram a agir neste ponto, a ponto de desligar a terra do Céu.

3.2.2) Ainda que se saiba quem foi o primeiro a pecar contra Deus de maneira sistemática, tal conhecimento é indiferente para quem é conservantista, uma vez que essa gente é incapaz de se emendar e mudar de rumo. Como pode haver país soberano com gente assim? Não é à toa que isso leva à apatria. E este império será destruído por Aquele que é construtor e destruidor de impérios, tal como Ele havia dito em Ourique.

4.1) Muito ao contrário da má cultura, a boa cultura decorre necessariamente de uma boa tradição: ela tem sempre uma origem. Ela sempre começa a partir de um homem virtuoso que pede ao Espírito Santo para guiá-lo naquilo que é preciso. Quando ele erra, ele dialoga com Deus de modo a endireitá-lo naquilo que está errado.

4.2.1) Quando ele aprende a reter aquilo que é bom, ele passa a ensinar a todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, a ponto de todos viverem a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2.2) Quanto mais longa for a cadeia de tradição, de ensinamento sistemático de pai para filho, mais relevante se torna o costume de observá-lo, a ponto de ser protegido com uma lei, enquanto legado cultural, de modo que isso não se perca, por força do relativismo moral e da perversão dos conservantistas.

4.2.3) Trata-se, pois, de mecanismo de legítima defesa, que é feito de modo que os bons frutos da boa consciência não sejam atirados aos ímpios, aos cães, a ponto de servir liberdade com fins vazios.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2018.

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