É muito comum encontrarmos padres sem a menor idéia disto que está sendo falado, nesta citação que se segue. O resultado dessa falha é sempre desastroso:
É muito comum encontrarmos padres sem a menor idéia disto que está sendo falado, nesta citação que se segue. O resultado dessa falha é sempre desastroso:
"A mulher forte é uma criatura à parte, à qual o zelo pastoral dá a maior importância. O que a distingue é a mistura feliz das virtudes morais próprias do seu sexo e das qualidades próprias do homem. Ela tem um coração de ouro e uma razão firme, uma sensibilidade refinada e uma vontade enérgica, uma casta amabilidade e uma santa severidade de costumes.
"É preciso, com elas, sobretudo com as meninas, mas também com os meninos, tomar grandes precauções de modéstia. Que esta modéstia se resuma às duas principais regras seguintes: nada de sinais físicos de afeição, por conseguinte, nada de toques, nada de carícias, nada de abraços, nada de beijos, nada de brincadeirinhas, nada de palavras melosas. Mas, em matéria de bondade e de benevolência paternal, demonstrações expressivas, embora sempre respeitáveis, de maneira que a criança se sinta amada, adquira confiança, e se sinta livre, ainda que permaneça com temor reverencial. O sacerdote deve ter o talento de tratar as crianças a um só tempo como crianças e como cristãos. Eis um segredo bem difícil, mas bem necessário de descobrir. Podemos aqui facilmente cair de um extremo ao outro, sem encontrar o meio-termo. Se, sob o pretexto de que são crianças, não lhes dermos na quantidade exigida toda a substância da vida cristã, eis que suas almas ficarão condenadas a um jejum tanto mais funesto quanto os primeiros elementos da verdade são mais necessários e mais úteis a essa terra ainda virgem. Se, ao contrário, porque são batizadas, lhes servirmos um cristianismo em dose excessiva, haverá indigestão, consternação, desânimo e confusão" (Padre Desurmont, "A Caridade Sacerdotal").
Fonte:
Veja o que o padre Desurmont diz a respeito de como discutir com hereges ou cismáticos, comparem com o que é feito hoje (em todos os campos do espectro católico) e tirem suas conclusões:
"Nosso texto supõe que o sacerdote esteja diante de um herege ou de um cismático que o é por questões de consciência. Nesse caso, que ele examine antes de tudo se há ou não boa-fé. Nós a encontramos com maior freqûência do que se pensa: em pessoas ignorantes, nas almas retas, naqueles que têm vivido relativamente castos e inocentes, aí onde o catolicismo é pouco conhecido, nas seitas que mais se aproximam da religião católica, aí enfim onde o erro soube assumir grandes aparências de verdade.
Quando a boa-fé for certa ou provável, utilizar grandes precauções para não ofender, para não assinalar de maneira demasiado brusca os erros inconscientes, para não expor a consciência a uma resistência por meio de uma inversão de ideias excessivamente rápida e inesperada, enfim e sobretudo, para não tornar formalmente culpável uma situação que só o é materialmente.
Às vezes a prudência exige que deixemos subsistir essa boa-fé. Este é o caso quando há dúvidas acerca do sucesso dos esforços por tentar, e quando, de resto, o bem comum não exigir que cheguemos a todo o custo a uma conversão.
Se nenhuma razão desse tipo detiver o zelo, é com uma refinada prudência que se deve conduzir a pessoa à verdade. Só a dizemos pouco a pouco; jamais supomos que há erro culpável; procedemos antes propondo lentamente o verdadeiro que acusando o falso; estudamos as disposições de espírito e de coração com as quais as insinuações são acolhidas, e assim, pouco a pouco, com o auxílio de Deus, surge a luz.
Quando não há boa-fé, podemos atacar a fortaleza de maneira mais direta, mas aqui também é preciso usar a prudência e a habilidade. Em geral, é bom se dirigir antes ao coração e à consciência que ao espírito. A controvérsia e a discussão são certamente boas, mas, quando são demasiado isoladas, ordinariamente não chegam à alma propriamente dita. Produz-se na pessoa assim convencida de erro uma certa resistência que se enraíza no amor-próprio ofendido; e como, aliás, frequentemente o coração é pouco tocado, a conquista não se realiza. Quando, ao contrário, à demonstração da verdade acrescentarmos todas as gentilezas e os expedientes que tocam o sentimento ou que falam à consciência, haverá chance de conquistar para a Igreja um fiel a mais, sobretudo se antes tiver havido o cuidado de suplicar muito a Deus e de fazer que outros também suplicassem" (A Caridade Sacerdotal).
Fábio Florence
Facebook, 16 de março de 2024.
Fonte:
"... Engenhosamente o noviço pautou-se nos três eventos do dia, que eram: a festa de São João, o dia e festa da Senhora do Rosário, e o dia e festa dos pretos, devotos da santa, para desempenhar seu primeiro sermão, que não poderia falar de outra coisa, senão da desdita do homem africano transportado em porões imundos para servir ao branco e morrer nos troncos do contraditório paraíso terreal de além-mar.
As três festas do dia serviram de âncora ao XIV sermão do Rosário, durante todo o percurso do mesmo, no sentido de motivar os escravos a aceitar a desdita como um prêmio, e não como um castigo. Parece perverso fazer entender o castigo a que eram submetidos os negros, como uma dádiva divina, todavia, a estratégia do noviço não estava equivocada, uma vez que, reagir ao sistema ditatorial dos senhores de escravos poderia significar, além do martírio da chibata e da salmoura, outros ainda piores, ou até mesmo a morte.
Neste sermão, o pregador articula o discurso multiplicando o nascimento de Cristo em três nascimentos, todos nascidos da Maria Santíssima, sendo o primeiro, o nascimento de Jesus, o segundo, o renascimento na cruz através da afetividade com São João, e por terceiro, o nascimento dos negros (filhos da paixão, do calvário, da cruz de Cristo), denominado por novo nascimento. Conforme citação a seguir. […] '- Segundo a propriedade da história, já dissemos que os filhos de Coré são os pretos, filhos da Virgem Santíssima, e devotos do seu Rosário' […](VIEIRA, Sermão XIV, c. 7).
Cotejando as três festas aos três nascimentos, Antônio Vieira condensa o discurso e solicita a atenção dos negros no sentido de compreenderem a importância da fé, colocada por ele como uma obrigação para que se mantenha pulsante o desejo de amar, tanto ao outro, quanto a si próprio, e não, pura e simplesmente a Nossa Senhora do Rosário, do qual eram devotos os negros.
Os três partos de Maria Santíssima: este é o grande argumento utilizado para eliminar a distinção étnica e sustentar a afirmação que, brancos e negros, indiferentes da cor que os distingue, são filhos da mesma mãe e, consequentemente, irmãos legítimos de Cristo. O orador enfatiza que o primeiro parto gerou Jesus no presépio, sem dor e entre júbilos e o segundo, foi aos pés da cruz, quando, trespassada da espada de Simeão, com dores, a Santíssima o tornou a parir. Percebe-se que a metáfora do nascimento com dores não procura apenas nivelar as cores, mas também, mostrar que a dor, tanto quanto sacrifica o corpo enleva alma e a ilumina de tal forma, que a mesa dos nascidos da dor será servida pelo próprio Deus.
O segundo parto faz ainda, alusão à cruz, o símbolo da dor. Conforme podemos observar no sermão XIV, transcrito a seguir, onde a mesma cruz carregada pelos pretos nos engenhos é descrita por Vieira metaforizando a imagem do inferno.
'Por isso foi tão bem recebida aquela breve e discreta definição de quem chamou a um engenho de açúcar doce inferno. E, verdadeiramente, quem vir na escuridade da noite aquelas fornalhas tremendas perpetuamente ardentes; as labaredas que estão saindo a borbotões de cada uma, pelas duas bocas ou ventas por onde respiram o incêndio; os etíopes ou ciclopes banhados em suor, tão negros como robustos, que soministram a grossa e dura matéria ao fogo, e os forcados com que o revolvem e atiçam; as caldeiras, ou lagos ferventes, com os tachões sempre batidos e rebatidos, já vomitando escumas, já exalando nuvens de vapores mais de calor que de fumo, e tornando-os a chover para outra vez os exalar; o ruído das rodas, das cadeias da gente toda da cor da mesma noite, trabalhando vivamente, e gemendo tudo ao mesmo tempo, sem momento de tréguas nem de descanso; quem vir, enfim, toda a máquina e aparato confuso e estrondoso daquela Babilônia, não poderá duvidar, ainda que tenha visto Etnas e Vesúvios, que é uma semelhança do inferno.' (VIEIRA, Sermão XIV, c. 7).
Pontuando o discurso no trio que sustenta a fé cristã e, por conseguinte, a sua, o jovem noviço, no sermão XIV do Rosário, pregado aos escravos, busca promover um triângulo de resistência a escravidão, que se baseia na fé, na passividade e na aceitação, tanto é, que Vieira monta a pregação de forma a sustentar que a escravidão foi à maneira encontrada por Deus para salvar a alma do povo etíope, tirá-lo da gentilidade e trazê-lo ao batismo para a redenção de suas almas.
O negro escravo tornou-se mercadoria de alto valor agregado, e pensar sua alforria era o mesmo que planejar contra a moeda representativa da mercancia angolana, que sustentava a base senhorial dos engenhos, visto que, o fato de Antônio Vieira antipatizar com a escravidão, transformava-o num inimigo dos senhores de engenho e dos mercadores. [...]
O sermão XIV do Rosário incentivou os pretos a entender a escravidão não como um castigo, e sim como um prêmio para a remissão do pecado original a que estavam vinculados devido à gentilidade de suas tribos originais, mas isso não bastava para suavizar o suplício dos troncos e humanizar as senzalas. Motivo, pela qual, tornava-se necessário incentivar os pretos a uma aceitação passiva desta passagem terrena desventurada a que estavam expostos, e ninguém melhor para fazê-lo, que um representante de Deus.
O religioso, todavia, gera ambiguidade ao colocar a escravidão como prêmio aos negros e comparar os engenhos ao inferno, no entanto, no sermão XXVII pregado aos escravos na mesma igreja, anos depois, eloquentemente ele desfaz a contradição afirmando que, somente o corpo é a desventurada mercadoria de propriedade dos senhores dos engenhos, e não a alma, pois esta, consolidada pelo batismo irá compartilhar da mesa no céu que será servida pelo próprio Deus, o mesmo Deus que os tirou do paganismo para permitir-lhes a imortalidade da alma na segunda transmigração. A primeira viagem, conforme o sermão é a transmigração da África para a América, e a segunda, em sendo aceito o batismo pelos escravos, da América para o céu. As palavras de Vieira fomentando expectativa aos negros, quanto à transmigração da América para o céu, é sustentada na citação de (Bosi), 2009 — p. 265.
'A carne sofrida é mortal. A alma crente, ao contrário, é imortal; e é a sobrevivência à morte temporal que vai abrir a porta da esperança aos escravos. Os negros, desterrados filhos de Eva, esperam a transmigração final, não da África para a América, mas da América para o céu.'
Já no sermão XXVII do Rosário, pregado aos escravos na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Antonio Vieira coloca a proposição de alforria da alma, como o assunto que irá nortear o discurso, conforme explicitado na narração de Vieira, extraída do sermão.
'Assunto do presente sermão: a irmandade da Senhora do Rosário promete a todos os escravos uma carta de alforria, com que gozarão a liberdade eterna na segunda transmigração da outra vida, e com que se livrarão nesta do maior cativeiro da primeira.' (VIEIRA, Sermão XXVII, c. 1).
Vieira afirma ainda que o domínio de um homem sobre outro homem, sendo este feito de duas metades, corpo e alma, se fará tão somente sobre o corpo, e de forma alguma sobre a alma, ela é a melhor parte do homem e, portanto, livre para exercer o arbítrio; o padre sustenta ainda que: ao senhor do engenho pertence o corpo do negro escravo, e somente este ele pode vender.
Em, segundo Vieira, não tendo os escravocratas direito sobre a alma, não poderiam impedir que os negros a entregassem ao supremo senhor do mundo, para na segunda transmigração desfrutar da comida servida por Deus. Esta consideração feita por Vieira se deu pelo fato de os senhores dos escravos não permitir que os mesmos frequentassem a igreja, e tampouco se unissem pelos laços matrimoniais, sob a alegação de que casados não serviriam tão bem e, para barrar o acesso a igreja, mais e mais serviço os senhores impunham aos negros, como demonstra o excerto do sermão XXVII, c.03:
[…] 'É possível que por acrescentar mais uma braça de terra ao canavial, e meia tarefa a mais ao engenho em cada semana haveis de vender a vossa alma ao diabo? Mas a vossa, já que o é, vendei-lha embora. Porém, as dos vossos escravos, por que lhas haveis de vender também, anteposto a sua salvação aos ídolos de ouro, que são os vossos malditos e sempre malogrados interesses?' […]
Ao desenvolver o raciocínio de que o negro trazido ao Brasil na condição de escravo era um escolhido de Deus para a salvação, o noviço Antônio Vieira, na pregação do primeiro sermão “XIV do Rosário”, coloca-se como um conciliador que busca amenizar o suplício dos negros. O viés do discurso eximiu-se de fomentar revolta, ou qualquer espécie de reação que pudesse infligir penas ainda mais duras aos negros, do que aquelas que já sofriam e, como já citado, pautou-se na aceitação.
Todavia, o caráter profundamente humanístico do missionário não permitiria que sua voz se mantivesse calada para sempre diante da grande barbárie provocada por ganância e soberba, entretanto, a complexidade do tema sugeria cautela, principalmente porque sua voz recém começava a ser ouvida e de pouco adiantaria gritar. O mesmo não ocorre no sermão XXVII do Rosário, pois Vieira eleva o tom do discurso e escancara a revolta contra os maus tratos impostos ao corpo do negro, ao qual o escravagista se apropriou e transformou em mercancia de valor, tão somente monetário, relegando aos mesmos, a pura e simples condição de objeto sem alma e, por conseguinte, sem direito a crença ou religião que lhes pudesse permitir a transmigração pregada por Vieira, neste mesmo sermão.
Neste último sermão, Vieira demonstra clara indignação diante da supressão do direito a fé dos negros imposta por seus senhores, supressão esta que ele chama de abstinência imposta pela excessiva carga de serviços, sugerindo, desta feita, a não aceitação ao domínio sobre a outra metade, a alma, já que a mesma é o equilibrio e a compensação do martírio corporal.
'As vossas abstinências mais merecem o nome de fome, que de jejum, e as ossas vigílias não são de uma hora à meia noite, mas de toda a noite sem meio. A vossa regra é uma, ou muitas, porque é a vontade e vontades de vossos senhores. Vós estais obrigados a ele, e eles não estão pobrigados a vós, porque vos podem vender a outro quando quiserem.' (VIEIRA, Sermão XXVII)
Não somente os excessos cometidos contra a alma, mas até mesmo aqueles cometidos contra a parte que cabia aos senhores, o corpo, não poderiam ser deixados de lado pelo coração humanista do Jesuíta Vieira que, carcomido pela vileza praticada contra os pretos de além mar, exige consideração pelos elencadores das fortunas senhoriais, de maneria que, aos seus olhos, os mesmos são merecedores de igualdade humanitária, que incluia, até mesmo, cear na mesa em meio a seus donos, sem ter que susterem-se de migalhas e se alimentarem dos maus tratos recebidos, e este sentimento, Vieira expõe com dramacidade intrínseca na leitura do sermão.
'Maltratados, disse, mas é muito curta esta palavra para a significação do que encerra ou encobre. Tiranizados, deveria dizer, ou martirizados, porque serem os miseráveis pingados, lacrados, retalhados, salmorados, e os outros excessos maiores, que calo, mais merecem nome de martírios que de castigos.' (VIEIRA, Sermão XXVII, c. 07).
Muitas vozes se ergueriam contra essa desumanidade aos escravos e tornava-se necessário calar tantas quantas fosse possível conseguir calar, principalmente a dos padres que provocavam maior eco e, para tanto, nada melhor que a invisibilidade conspiratória para colocá-los nas garras da inquisição, como pode ser constatado em textos do livro de René Füllöp Miller “MACHT UND GEHEIMNIS DER JESUITEN”, editado na Áustria e posteriormente traduzido para o Português, que demonstra claramente a concorrência dos mercadores de escravos para fazer calar a voz dos padres jesuitas no que se refere a escravidão.
'Em breve, porém, surgiu a alvorada de uma época melhor para os mercadores de escravos da América do Sul, pois, agora, após as inesperadas dificuldades de retificação de fronteiras, as suas queixas contra os fascinorosos padres, que lhe haviam estragado o negócio durante cento e cinquenta anos, iriam encontrar ouvidos complacentes. Agora, por fim, também os senhores de Madrid e Lisboa deveriam ficar inteirados do perigo que “os direitos humanos dos índios” representavam para toda a política colonial!' (FRANCO, Alvaro. Os Jesuítas – Seus Segredos e Seu Poder. ed. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1946, p. 334).
Celso da Silva, A visão do Padre Antônio Vieira sobre a escravidão.
Fontes:
https://www.facebook.com/rudolfallersbrasil/posts/pfbid0c9BjNMEKrjgQQx9Mfck6wtozSFhY7UPZraAPnRUKS7KQoDe7uS8upS6rLPi9DpfSl
https://mafua.ufsc.br/2011/a-visao-do-padre-antonio-vieira-sobre-a-escravidao/?fbclid=IwAR3kZ1sE-CP7XIhjJo2tcWcrV3wz5Nu64bb7KO5LwqxMbFUArj1ybMJ_ysI
1) Nas minhas andanças de internet, a comunidade La Leyenda Negra disponibilizou uma postagem mostrando que os países da América Espanhola também não foram colônia, a exemplo do Brasil, como bem mostrou Tito Lívio Ferreira em seu livro O Brasil não foi colônia.
2) Dada a relevância do tema, traduzi este artigo do espanhol para o português e encaminhei-o para a minha amiga Vanja.
3) Ela por sua vez, colocou minha tradução na inteligência artificial e ela fez um resumo da minha tradução - o trabalho ficou excelente. Agora, preciso saber dela qual é a ferramenta de IA que ela usa - quero trabalhar com inteligência artificial da mesma forma.
* * *
4.1) Meu irmão, ao tomar conhecimento destas notas, franqueou-me o acesso ao chat GPT, através da conta que ele tem no gmail. Como eu também tenho conta no chat GPT, optei or entrar na minha conta.
4.2) Pedi ao Chat GPT para fazer um resumo em português da minha tradução - e o chat GPT fez este trabalho (só tive o trabalho de fazer a revisão):
"O presente texto aborda a controvérsia em torno do uso do termo "colônia" para descrever o período histórico de dominação espanhola na América Latina. Acadêmicos argumentam que o termo é inadequado e perpetua uma visão negativa da história, sugerindo que deveria ser substituído por "Período de dominação e civilização espanhola". Documentos históricos mostram que as terras conquistadas pela Espanha eram consideradas províncias, não colônias, e os nativos eram tratados como súditos iguais aos espanhóis. Apesar disso, os currículos escolares continuam a usar o termo "colônia". A Academia Nacional de História da Argentina apóia a substituição do termo por "Período Espanhol". No entanto, décadas depois, a falsa percepção de que somos filhos bastardos de uma relação colonial, de uma relação de dominação, ainda persiste, uma vez que isto está sendo conservado de forma conveniente e dissociada da verdade".
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 18 de março de 2024 (data da postagem original).