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domingo, 14 de outubro de 2018

Nota sobre economia florestal e sua relação com a cobrança de juros altos

1) Quem lida com terra está sempre lidando com o manejo integrado de lavoura, pasto e floresta, a ponto de criar uma verdadeira trindade produtiva.

2) Se um produtor tivesse uma floresta, seria mais sensato que plantasse cedro-do-líbano e cedro-do-japão. Eu ouvi falar na wikipedia que o cedro-do-japão é imune ao caruncho. O cereal armazenado em celeiro com esse tipo de cedro não é atacado. Do mesmo modo, a despensa.

3.1) Vamos supor que alguém pedisse emprestado a esse produtor algumas árvores da floresta de modo a construir um celeiro à prova de caruncho.

3.2) Como essas árvores costumam levar muitos anos para crescer, naturalmente os juros exigidos, em razão do custo de oportunidade, serão muito altos. Mas eles são justos, uma vez que as árvores se reproduzem, apesar de ser lenta a reposição do estoque.

4.1) Uma vez construído o celeiro, o agricultor deve focar na colheita e vendê-la a um preço de modo a dar o dinheiro, em razão do serviço prestado. Ele precisará de várias boas colheitas para remunerar o esforço do criador da reserva florestal.

4.2) Se o empréstimo fosse pago em sementes, não valeria à pena, a não ser que o criador da reserva florestal tivesse gente na família dedicada a produzir gêneros agrícolas em grande quantidade, mas esta circunstância é muito rara, em razão da constante especialização econômica. Por isso mesmo, o dinheiro, enquanto tiver natureza fiduciária, será o meio mais prático para se pagar quitar a dívida, coisa que se fundou em razão do princípio da confiança, por conta da natureza produtiva do empréstimo.

4.3) Seria mais sensato que o agricultor pudesse lastrear como moeda as melhores sacas de sua colheita e assim pagar pelo empréstimo das árvores. Essa moeda seria trocada no mercado por reais ou dólares.

5.1) Se a reputação do criador da reserva florestal for boa, então o cedro-do-japão - que permite a construção de celeiros à prova de caruncho - passa a servir de lastro para uma moeda forte, pois garante a segurança do armazenamento da colheita, preservando a qualidade do produto a ponto de gerar bons preços no mercado agrícola.

5.2.1) Por força disso todas as eventuais moedas fiduciárias criadas pelos agricultores de modo a servir de garantia de eventual empréstimo contraído se tornam acessórios que seguem a sorte desse principal, que pode ser transformado em madeira num tempo razoável, por meio da indústria.

5.2.2) Como essas árvores crescem mais lentamente, então essas moedas tendem a valer mais que o dólar, que, por sua vez tende a ser um papel sem valor, se houver eventual governo tirânico, tal como há na Venezuela, se o Estado for tomado como se fosse religião, a ponto de tudo estar nele e nada estar fora dele.

5.3) No caso do cedro-do-líbano, que é muito bom para se fazer embarcações comerciais, ele acaba tendo mais valor ainda, uma vez que o transporte de mercadorias acaba sendo crucial na satisfação ou não satisfação de eventual demanda - e isso influi no preço dos produtos. Como o cedro-do-líbano se reproduz e o ouro não, então ele acaba servindo de lastro para outras commodities, possibilitando a cobrança de juros, em razão do longo prazo para ser produzido.

6) Eis algumas coisas que podem decorrer da economia florestal e a cobrança de juros de longo prazo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2018.

Comentários:

José Octavio Dettmann:

1) Certa ocasião, eu aprendi que a cobrança de juros na Babilônia era justa porque as plantas e os animais se reproduzem, ao passo que a cobrança de usura era vedada porque a cobrança recaía sobre metal, que não se reproduz, o que tende a uma quebra da confiança.

2) Como os bens tendem a se reproduzir, a tendência é que a moeda fiduciária acabe servindo de garantia de empréstimo, a ponto de ser uma moeda forte, dependendo da credibilidade do produtor da commodity, bem como por conta do tempo para se ter aquele bem.

3.1) Moeda lastreada em madeira-de-lei - como cedro-do-líbano, por exemplo - tende a ser uma moeda forte.

3.2) O cedro se reproduz, embora de modo lentamente, e é crucial para a produção de construções e embarcações, o que incentiva à industrialização.

3.3) A cobrança de juros altos, em razão da demora para se ter esse produto, seria justa, pois essa madeira leva muito tempo para ficar disponível no mercado. Não seria usura, porque o metal não se reproduz.

4.1) A moeda lastreada em cedro puxaria todas as outras moedas fiduciárias, que acabam virando acessórios que seguem a sorte desse principal.

4.2.1) Essas moedas podiam ser entre si conversíveis, em razão da troca temporal que se dá entre os produtos.

4.2.2) Uma moeda cujo lastro leva pouco tempo para se reproduzir tende a ser trocada por uma outra cujo lastro leve um tempo razoável para se reproduzir, a qual por sua vez, tende ser trocada por outra cujo tempo para se reproduzir leva ao menos uma ou duas gerações na Terra.

Arthur Rizzi:

1.1) Eu venho percebendo que uma moeda não precisa ser lastreada num único bem apenas, mas em um conjunto de bens reproduzíveis cuja média de preços pode servir de patamar de câmbio. Por exemplo: nióbio, soja e produtos manufaturados.

1.2) Se houvesse uma média de preços entre primários e industrializados que pudesse servir de câmbio entre os produtos, então poderíamos evitar maxidesvalorização e maxi-apreciação

2.1) Como bens primários têm crescimento menor de produtividade em escala (e aqui retomemos Smith) e tem menor potencial de divisão do trabalho, então é útil que se associe isso à produção industrial para que uma crise de primários não gere deflação.

2.2) Isso demandará alguma intervenção do governo na taxa de câmbio de longo prazo, pois, como o Delfim Netto chama atenção, a primarização de uma economia, a ponto de fazer do Brasil um exportador de commodities agrícolas, leva à desindustrialização. Com um processo deflacionário e uma desvalorização cambial, produtos manufaturados tornam-se exportáveis. Eles recuperam a economia levando à apreciação cambial, e isso dura até um novo boom de primários e, consequentemente, a uma nova crise da indústria, tornando a economia completamente dependente desse processo.

José Octavio Dettmann

1.1) Podemos falar da agricultura e pecuária associada ao artesanato. A agricultura e pecuária fornecem matéria-prima para os artesãos. E indústria nada mais é do que artesanato automatizado e sistematizado.

1,2) O tempo para se ter uma colheita de matérias-primas é razoável e o tempo para beneficiá-las em um produto acabado é relativamente curto, se a indústria for eficiente. E esse tempo para se produzir tal commodity pode ser trocado por algo que exija longo prazo a ser produzido, como a plantação de madeira-de-lei.

2) Se uma mesma família se dedicar à agricultura e à indústria de maneira associada, feita de modo a beneficiar os próprios produtos, então os juros devidos em razão do empréstimo de madeiras-de-lei - que foi feito para se fazer um armazém à prova de caruncho - tendem a ser mais facilmente compensados, pois algo que leve muito tempo para produzir tende a ser trocado por algo que leve um tempo razoável para se produzir. E se houver relação de confiança entre os dois produtores, a tendência é haver uma baixa na taxa de câmbio.

3) O lado bom dessa questão, coisa que os críticos da teoria da moeda fiduciária não percebem, é que isso promove a integração entre as pessoas.

Arthur Rizzi:  

1) O problema da moeda fiduciária hoje é que, por ser lastreada em tudo, dá a impressão de que não é lastreada em coisa alguma.

2) Quando tudo é lastro, na verdade nada é lastro - é como se a verdade fosse relativa, que ela não existisse. Isso torna a economia muito subjetiva, a ponto de o homem ser a medida de todas as coisas. E isso faz a confiança ser servida com fins vazios.

José Octavio Dettmann: 

1) Não é à toa que o lastro deve se pautar no produto de alguém que se santificou através do trabalho, pois a pessoa imitou a Cristo sem medida, por ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

2) Como essas pessoas são raras, então que este seja o parâmetro, pois isso faz o país ser tomado como um lar em Cristo. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O dia das crianças deve ser das crianças espirituais, pois é delas o Reino de Deus

1) Se dia 12 de outubro é dia das crianças, então que seja o dia das crianças espirituais. Afinal, era o que Santa Teresinha do Menino Jesus queria, pois o Reino de Deus é delas.

2) E não é preciso estar na infância para se celebrar esse dia, se você é uma criança espiritual. Se você for isso, o Reino de Deus será seu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2018.

Notas sobre distrbutivismo e o programa de desestatização das empresas públicas

1) O grande erro do conceito de privatização está no sentido de que um determinado bem público deixe de ser patrimônio exclusivo da União de modo a passar para o patrimônio exclusivo de alguém, que geralmente é ligado aos mesmos grupos políticos que controlam o Estado, a ponto de tomá-lo como se fosse religião.

2) Esse empresário acaba se tornando uma espécie de representante de classe da oligarquia política que vai gerindo com eficiência a empresa de modo a gerar receita para esse grupo, na forma de propina, tal como ocorre com a Odebrecht e o Estado brasileiro. Afinal, a riqueza é sinal de salvação, uma vez que o capital não tem pátria.

3.1) Para você tirar uma empresa do controle do Estado totalitário, o primeiro passo é passá-lo para o controle do público não estatal, a comunidade. É preciso tirar do domínio exclusivo da União, em que tudo está na União e nada pode estar contra ela ou fora dela, e passar a incluir toda a população que toma este país como um lar em Cristo e que com seus impostos sustenta a União, os Estados e os Municípios.

3.2.1) Ou seja, o controle acionário da Petrobras, por exemplo, deve ficar diretamente na mão da população comum, na qualidade de acionistas públicos da companhia ou pequenos acionistas. Toda a população do país deve ser ouvida no tocante às decisões que a empresa toma, uma vez que a Petrobras é símbolo nacional. 

3.2.2) Plebiscitos devem e precisam ser feitos sempre que a empresa toma uma determinada decisão de negócios em favor do povo brasileiro. Quando você inclui o verdadeiro proprietário dos bens do país, a ponto de dar-lhe os poderes de usar, gozar e dispor dos bens que são seus por direito, então você pratica distributivismo. Afinal, o povo brasileiro é o verdadeiro dono das empresas públicas e das empresas de economia mista. Então, que todo o poder fique na mão dele e não da União.

3.3) Para se evitar que o controle acionário caia na mão de grandes acionistas, é preciso que a União, os Estados e os municípios em conjunto protejam esse controle acionário exercido diretamente pelo povo brasileiro, evitando que ele fique na mão de uma grande companhia, seja ela nacional ou estrangeira. Afinal, é dever do Estado proteger os direitos difusos, que são direitos comunitários, fundados no fato de se tomar o país como um lar em Cristo

3.4.1) Se a empresa fica na mãos da comunidade, a empresa não perde seu caráter público, pois se houver uma lesão aos acionistas minoritários, então caberá a Defensoria Pública da União proteger esses acionistas das lesões decorrentes do prejuízo que pode decorrer em razão de se ter muito poder em poucas mãos, coisa que é feita pelos 49% dos acionistas, os grandes acionistas da companhia. A corrupção na Petrobras causa danos difusos, que afetam a todos aqueles que controlam diretamente os poderes de usar, gozar e dispor dos bens da empresa - e eles tendem a ser ainda mais graves para os pequenos acionistas. Por isso, uma ação coletiva, fundada em direitos difusos, pode ser proposta na justiça federal - e qualquer do povo, qualquer acionista, pode entrar no processo de modo a cobrar o ressarcimento dos prejuízos.

3.4.2) Quando se passa o controle da Petrobras para o controle direto do povo brasileiro, ocorre um verdadeiro distributivismo, uma vez que todos os cidadãos do Brasil passam a ter controle direto da companhia, pois qualquer pessoa do povo terá o direito de usar, gozar e dispor daquilo que lhe pertence, no caso esta empresa pública - e esse interesse da nação como um todo precisa ser protegido pelo poder público, uma vez que a Petrobras é símbolo nacional e a justiça precisa ser acionada como tentativa de legítima defesa em face do interesse nacional prejudicado - no caso, o interesse do pequeno acionista, que toma o país como um lar em Cristo. 

3.4.3) Com o direito de propriedade pulverizado na mão do povo, isso faz com que o crime de corrupção se torne um verdadeiro crime de lesa-pátria, a ponto de atingir um grau maior de reprovação do que antes havia, quando a empresa estava nas mãos da União. Se todo o povo tiver ações da empresa, então os executivos serão mais rigidamente controlados, pois o menor prejuízo será exigido na justiça.

4.1) Considerando que o patrimônio da Petrobras é de trilhões e a população está em torno de 200 milhões pessoas, então cada ação com direito a voto teria em torno de uns mil e poucos reais por habitante. E se a empresa for bem gerida, a população terá muito mais renda na mão. 

4.2.1) Seria o maior programa desestatização e democratização da propriedade privada jamais visto - seria algo sem precedentes. Se houver um governante católico, disposto a aplicar o que a Santa Madre Igreja nos ensina, então isso é dar a qualquer pessoa do povo os poderes de usar, gozar e dispor daquilo que é seu por direito - e isso é o verdadeiro empoderamento. 

4.2.2) A empresa não deixaria de ser pública - ela apenas deixou de ficar nas mãos do Estado, que não pode ser tomado como se fosse religião. A empresa estará nas mãos da comunidade - dos pequenos acionistas que tomam o país como um lar em Cristo. 

4.2.3) Como os pequenos acionistas costumam ser lesados nas grandes companhias de capital aberto pelos grandes acionistas - em razão da concentração dos poderes de usar, gozar e dispor em poucas mãos - então cabe ao poder público, através da Defensoria Pública da União, proteger os hipossuficientes, pois qualquer ato de corrupção e de gestão fraudulenta prejudica os direitos difusos da companhia, uma vez que o controle acionário, os 51 %, está pulverizado nas mãos do povo. 

4.3.1) Como esta idéia tem conseqüências tremendas, então a desestatização de empresas através do distributivismo levaria a restaurar a relação da economia com a política. 

4.3.2) As reuniões de acionistas, se o país for do tamanho do Brasil, terão a dimensão de uma verdadeira democracia plebiscitária, justamente aquilo que nosso povo necessita, evitando assim que tudo fique na União, a ponto de nada estar fora ou contra ela. 

4.3.3) Isso é converter as falidas estruturas do fascismo getulista em democracia fundada no fato de se tomar o pais como um lar em Cristo, a ponto de amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por fundamento, sobretudo por conta da missão de servir a Cristo em terras distantes. 

4.3.4) Seria o casamento da aristocracia com a democracia, criando uma verdadeiro cidade dos homens que imite a Jerusalém divina, a verdadeira politéia. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2018 (data da postagem original).

Por que o termo "burguesia" é inadequado para descrever a realidade da classe empresarial de nosso tempo?

1) Quando estava com meus 18 anos e no terceiro ano do segundo grau, eu havia percebido que o manual de História que eu usava era bem fora da realidade - ele chamava de "burguês" todo e qualquer empresário, seja ele pequeno, médio ou grande.

2.1) Por que digo que termo "burguês" é um termo muito fora da nossa realidade?

2.2) Em primeiro lugar, as cidades não são fortificadas, uma vez que as fortificações hoje não protegem a cidade contra cercos, até porque o bombardeio pode vir do céu, por meio dos aviões, que podem ser tripulados ou não. Além disso, há foguetes intercontinentais que podem mascarar a sua assinatura térmica. O míssil pode vir da China e acabar acertando o Rio de Janeiro, sem que se perceba pelo radar.

2.3.1) Em segundo lugar, as cidades de uma mesma região metropolitana estão muito integradas uma às outras, a ponto de haver uma conurbação, a ponto de haver problemas urbanos em comum, o que pede uma política integrada de segurança pública, exercida por meio de uma polícia metropolitana ou por meio leis que valham para toda aquela região metropolitana, coisa que nosso odioso federalismo mequetrefe não nos permite fazer.

2.3.2) Essa conurbação faz com que não percebamos onde termina o município do Rio e onde começa a Baixada Fluminense, por exemplo. Como não há marcos naturais, por conta do crescimento desordenado, então a selva de pedra a perder de vista faz com que percamos tal referência.

2.4.1) Outro ponto que faz com que o conceito burguês desapareça é que a noção de atividade econômica organizada pode ser feita ainda no momento em que você trabalha de maneira subordinada a outra pessoa.

2.4.2) Um empregado com grande capacidade de iniciativa tende a se organizar e criar uma economia própria quando bem serve a seu patrão, a tal ponto que pode acabar se tornando seu sócio, por conta do princípio da confiança, ou acabar criando uma empresa de modo desenvolver uma solução para o patrão. E essa empresa tende a aproveitar o mesmo espaço físico onde a empresa do patrão está instalada, criando uma economia mais complexa por conta do direito de vizinhança, uma vez que atividades econômicas organizadas, capitaneadas por pessoas diferentes, estão compartilhando um mesmo espaço físico, a ponto de criar uma verdadeira comunhão de direitos e deveres sobre a coisa que eventualmente ocupam. Isso cria uma relação entre o direito civil e direito empresarial de tal forma que precisa ser tratada num sistema único, como o Código Civil de 2002.

3.1) Enfim, tanto pela realidade geográfica quanto pela complexidade das relações sociais o termo "burguês" é fora da realidade, por ser inadequado para descrever uma realidade muito complexa.

3.2) A inexistência de muralhas indica que o mundo é vasto, que há muitas possibilidades a serem exploradas, ainda que em terras distantes - e o mundo em que vivemos decorre mais daquilo que decorre de Ourique, que globalizou a fé cristã.

3.3) Além disso, a própria inexistência de muros indica que o mundo não pode estar mais dividido entre eleitos e condenados, tal como há na cosmovisão protestante. É preciso descobrir os outros e bem servi-los de modo a vivermos a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, fazendo com que nos santifiquemos por meio do trabalho.

3.4.1) A mentalidade burguesa, enquanto resquício, é própria de quem vive a vida preso a uma redoma, cercado a uma muralha, iludido numa falsa sensação de segurança - e isso promove a mesquinharia. É mais fácil ver isso nos condomínios em que vivemos, que são verdadeiras pequenas cidades fortificadas. Isso certamente cria uma má consciência das pessoas.

3.2) Se os condomínios forem construídos observando o princípio da amizade como a base da sociedade política, então essa má consciência certamente será eliminada, uma vez que essas pequenas cidades são mais bem geridas por todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, o que prepara as pessoas para servirem à cidade como um todo, no cargo de vereador.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2018.

Notas sobre a questão da pluralidade de domicílios em matéria de eleição municipal

1) Meu irmão é do Rio de Janeiro e por conta do trabalho ele já tomou vários lugares do Brasil e mesmo de fora do Brasil como um lar tanto quanto o Rio de Janeiro, o lugar onde ele nasceu e foi criado.

2) Em eleições municipais, ele teria direito a votar em um vereador por Santo André, uma vez que seu domicílio de trabalho se dá no Estado de São Paulo. Mesmo que volte ao Rio de Janeiro de modo definitivo, ele teria direito de votar num vereador daquele município, uma vez que ele contribuiu para a economia local com a sua força de trabalho.

3) No Chile, como ele trabalhou por dois anos no país, então ele tomou o lugar como um lar por dois anos, a ponto de criar vínculos com a realidade local, coisa que não pode ser desprezada para a efeito de aquisição de nacionalidade e assim adquirir direitos políticos.

4.1) Por conta de trabalhar em vários lugares e por conta de ter tomado vários lugares como um mesmo lar, meu irmão poderia votar para vereador no Rio, vereador em Santo André, vereador em Santiago, prefeito no Rio, prefeito em Santo André e prefeito em Santiago. 

4.2) Como a força de trabalho dele contribuiu para a economia desses três lugares, então ele deveria ser ouvido pelos políticos locais, pois seria responsável para construção de pontes nesses três locais - e de certo modo, a experiência dele serviria de base para que Brasil e Chile fosse tomados como um mesmo lar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2018.

Meditações sobre o sistema proporcional - o caso dos deputados federais

1) Certa ocasião, eu ouvi falar que na Europa, quando se vota em um determinado deputado para o Parlamento Nacional, você indica três opções. Se o primeiro nome já tiver sido eleito, seu voto vai para o segundo nome; se o segundo nome estiver eleito, vai para o terceiro nome.

2) Aqui no Rio de Janeiro, eu votei na Chris Tonietto para o cargo de deputado federal; como ela foi eleita, meu voto poderia ir para a Sara Winter ou mesmo para o Carlos Dias, que seriam minha segunda ou terceira opção.

3.1) Na França, por exemplo, se um deputado federal representa uma causa nacional, como a questão do direito à vida contra o aborto, então meu voto poderia ir para outro deputado federal, ainda que de outro estado, pois tal causa extravasa as divisões político-administrativas dos estados.

3.2) Vamos supor que Caio Bellote Delgado Marczuk tivesse se candidato ao cargo de deputado federal por Minas. Como a Chris Tonietto foi eleita, então meu voto iria para ele, partindo do princípio de que o deputado federal representa os interesses da nação como um todo - no caso, o direito à vida. Mesmo sendo de outro estado, ele me representa melhor do que um comunista eventualmente domiciliado em meu estado, pois esta graça de defender aquilo que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus é maior do que a lei que regula a representação política nos estados.

4) Enfim, estas são algumas coisas que poderiam ser implementadas, se houvesse uma reforma séria no sistema eleitoral, no tocante ao sistema proporcional.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2018 (data da postagem original).

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Sobre o princípio de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - um comentário sobre isso

1) Olavo de Carvalho costuma reportar a Santo Tomás de Aquino, quando diz que o verdadeiro amigo é aquele que ama e rejeita as mesmas coisas que você.

2) Se você não estiver revestido de Cristo - que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, a verdadeira medida de todas as coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus -, então amar e rejeitar as mesmas pode se fundar sobre qualquer coisa que seja conservada de maneira conveniente e dissociada da verdade, a ponto de a unidade não ser cabível em um lugar onde o mundo é dividido entre eleitos e condenados, uma vez que tal proposta será servida com fins vazios. Afinal, jamais haverá unidade onde há consenso momentâneo fundado no amor de si até o desprezo de Deus, onde o Estado será tomado como se fosse religião, em que tudo estará no Estado e nada estará fora dele ou contra ele.

3) Não é à toa que o verdadeiro Deus e verdadeiro homem trouxe a espada para estabelecer de maneira definitiva o limite entre o que deve ser conservado por conta da dor de Cristo e o que é conservado por conta da insensatez das pessoas, que insistem em escolher o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de esse pecado fundado na estupidez e na soberba clamar aos céus.

4) E é com base nesse limite estabelecido por Cristo que você deve estabelecer laços de sangue com todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Se encontro uma mulher que conserva a dor de Cristo e é sensata, então eu devo me unir a essa mulher, ainda que eu não me sinta atraído por sua beleza física. O amor à verdade precisa ser maior que a concupiscência carnal - e é aí que se faz uma aliança a três fundada no casamento.

5.1) Quando me uno a alguém por conta de sua sensualidade, sem levar em conta se essa pessoa de fato é esquerdista, então a tendência é a aliança temporal se desmanchar, uma vez que se fundou em bases precárias.

5.2) A maioria das famílias estão divididas, portanto desestruturadas, porque não se uniram com base no fato de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, mas por critérios fundados na matéria (seja a riqueza do pretendente, seja por conta do sex appeal da pretendida). E isso só reforça a cultura do divórcio, uma vez que não há unidade na luta contra o mal que se abate sobre a polis - e a divergência política é uma das causas de divórcio.

6.1) Enfim, não haverá nobreza se não houver famílias formadas a partir do princípio de que devemos nos unir amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus - e esse princípio deve e precisa ser a razão que constitui a polis.

6.2) Os laços de amizade precisam se converter em laços de sangue - só assim é que o país será tomado como um lar em Cristo. Onde não houver famílias unidas neste fundamento, o Estado será tomado como se fosse religião, pois tudo estará no Estado e nada estará fora dele ou contra ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2018.