Pesquisar este blog

sábado, 11 de agosto de 2018

Notas sobre a relação entre física social (sociologia de Comte) e gnose

1) Antes do termo sociologia, o estudo da sociedade como se fosse coisa, um corpo social, tinha outro nome: física social.

2) A física estuda o movimento do corpo, o repouso, bem como o choque entre dois corpos, uma vez que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.

3) O movimento do corpo seria a revolução; o repouso seria o estudo do direito, enquanto subproduto dos valores da liberdade, igualdade e fraternidade; o choque seria a guerra, movida por força dos movimentos nacionalistas, que tomam o pais como se fosse religião, uma vez que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

4.1) O físico estuda os corpos de maneira utilitária - descobrindo os segredos da lei da física, ele será capaz de desenvolver mecanismos que melhorem a eficiência do homem em seus trabalhos privados.

4.2) O positivista, quando faz isso no âmbito das sociedades humanas, o faz da mesma forma: busca estudar as leis que regem a sociedade - que não são teológicas, nem metafísicas - de modo a criar mecanismos de modo a intervir na vida social, fazendo com que todas as pessoas se reduzam a meros servos do Estado, uma vez que os cidadãos só podem fazer o que a lei permite, segundo Montesquieu, ou não proíbe, se houver razões de Estado convenientes para sua não proibição, uma vez que o Estado totalitário conserva o que é conveniente e dissociado da verdade.
 
4.3) Isso aumenta a eficiência do controle do governo sobre os cidadãos. Como o governo é trabalho privado da classe governante, no final das coisas o que há é patrimonialismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2018.

Nos subterrâneos da História - Notas sobre a estreita relação entre positivismo, liberalismo e socialismo

1) Comte foi secretário de Saint-Simon (socialista utópico). Isso mostra que Comte era esquerdista.

2) Comte era ateu e vivia na conformidade com o Todo que vem da França Revolucionária, o que leva simplesmente a um nada político, a um nada espiritual e a um nada filosófico.

3) Por ser ateu, escreveu um livro sobre como reorganizar a sociedade, dentro de uma perspectiva não-teológica e não-metafísica. Só por conta disso, ele era um louco, dado que perdeu tudo, exceto a razão de conservar o que era conveniente e dissociado da verdade.

4) John Stuart Mill, utilitarista, era admirador de Comte.

5) John Stuart Mill foi um dos defensores do voto feminino, o que daria origem ao movimento feminista.

6.1) Os militares adotaram a doutrina de Comte, ao derrubarem a monarquia de modo a colocar, no lugar dela. uma república maçônica. 

6.2) Um dos sintomas do salvacionismo é reorganizar a sociedade desde cima, a ponto de esta viver fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. Trata-se de uma revolução desde cima - nela, o Estado será tomado como se fosse religião, pois tudo estará no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele.

7) Como Mill era admirador de Comte, os liberais ajudaram os positivistas, o que confirma a tese de que o liberalismo é também de esquerda.

8) Ao contrário do que Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda dizem, o positivismo não anulou a influência dos liberais. O que fizeram foi só colocar uma capa de invisibilidade em cima, pondo um véu de ignorância em todos aqueles que não gostam de rastrear até a origem as mazelas sociais do Brasil.

9) Se o estudo da mentalidade revolucionária fosse uma investigação arqueológica, você precisaria escavar a camada comunista, a camada positivista, a camada liberal de modo a chegar na raiz do problema: a maçonaria.

10.1) A maçonaria tem profundas relações com o islã. 

10.2) É provável que as lojas maçônicas, que são sociedades secretas, tenham suas conexões com as tariqas, as sociedades secretas islâmicas. 

11) Enfim, este é o subterrâneo da História que ainda não foi contado. Seria preciso fazer um trabalho investigativo nos mesmos moldes que um policial faz de modo a conhecer o que há por dentro de uma organização criminosa para desarticulá-la. 

12.1) A receita para se formar investigadores neste aspecto é ler O Príncipe, de Maquiavel. 

12.2) Seria preciso aprender a ser uma pessoa dissimulada, de modo a poder conquistar a confiança dos inimigos. E quando você conhecer o trabalho do inimigo, basta chamar os amigos, os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, de modo que prendam a os revolucionários em flagrante delito. Os maçons precisam ser julgados pelo crime de alta traição e executados por força disso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2018.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Uma pequena nota sobre sociologia do conservadorismo no Brasil

1) Quer ver um conservador de verdade? Vá até a Zona Oeste do Rio de Janeiro, sobretudo em Bangu ou mesmo Padre Miguel, e olhe ao seu redor. Veja os churrascos e as peladas de fim de semana que as pessoas organizam com a família e amigos, regadas a muita cerveja e a muito samba e pagode. Perceba as igrejas cheias no domingo. Se essas pessoas tivessem um pouco de cultura, seriam lugares excelentes para se conversar sobre política e história.

2) O suburbano comum sabe muito mais sobre conservadorismo do que os Catharinos e os Bernardos da vida, que ficam tomando suas cervejas artesanais e fumando seus cachimbos, a ponto de serem uma caricatura daquilo que não são: brasileiros que tomam o país como um lar em Cristo, apesar desta República.

3) Eles não passam de conservantistas - conservam o rótulo do conservadorismo inglês de maneira conveniente e dissociada da verdade, uma vez que isso não tem nada a ver com a realidade brasileira. 

4) É preciso menos terno e gravata e mais bermuda e chinelo de dedo. É preciso que haja mais churrascos na região suburbana e menos colóquios na Zona Sul da cidade, rodeada por favelas conflagradas a tal ponto que faz qualquer programa sofisticado ser um verdadeiro programa de índio, por conta dos constantes tiroteios.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2018.

Novas notas sobre a relação entre cultura e consciência

1) A matriz da cultura é a consciência, que precisa ser moldada pelo exame de consciência.

2) A perda da amizade com Deus começa com a má consciência, coisa que ocorre a partir do momento em que tenho um amor de mim tão exacerbado em que chego a me declarar independente e desprezar a amizade de Deus. É nesta hora que conservo o que é conveniente e dissociado da verdade, pois tudo isso decorre do pecado da vaidade, a qual leva à soberba.

3.1) Da má consciência vem todo um ambiente de mal-estar e perversão - e é dentro desse ambiente nefasto que vem uma cultura de vício, que passa a ser tomada como se fosse uma virtude.

3.2.1) A má cultura vem do homem reduzido à sua função de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade - não se sabe quem foi o primeiro homem a fazê-lo, mas o que se sabe é que todos o imitaram a agir neste ponto, a ponto de desligar a terra do Céu.

3.2.2) Ainda que se saiba quem foi o primeiro a pecar contra Deus de maneira sistemática, tal conhecimento é indiferente para quem é conservantista, uma vez que essa gente é incapaz de se emendar e mudar de rumo. Como pode haver país soberano com gente assim? Não é à toa que isso leva à apatria. E este império será destruído por Aquele que é construtor e destruidor de impérios, tal como Ele havia dito em Ourique.

4.1) Muito ao contrário da má cultura, a boa cultura decorre necessariamente de uma boa tradição: ela tem sempre uma origem. Ela sempre começa a partir de um homem virtuoso que pede ao Espírito Santo para guiá-lo naquilo que é preciso. Quando ele erra, ele dialoga com Deus de modo a endireitá-lo naquilo que está errado.

4.2.1) Quando ele aprende a reter aquilo que é bom, ele passa a ensinar a todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, a ponto de todos viverem a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2.2) Quanto mais longa for a cadeia de tradição, de ensinamento sistemático de pai para filho, mais relevante se torna o costume de observá-lo, a ponto de ser protegido com uma lei, enquanto legado cultural, de modo que isso não se perca, por força do relativismo moral e da perversão dos conservantistas.

4.2.3) Trata-se, pois, de mecanismo de legítima defesa, que é feito de modo que os bons frutos da boa consciência não sejam atirados aos ímpios, aos cães, a ponto de servir liberdade com fins vazios.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2018.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Meditações que tive, após muito jogar Sid Meier's Alpha Centauri e Sid Meier's Civilization 5

1) No Sid Meier's Alpha Centauri (SMAC), há uma unidade chamada supply crawler. Com ela, eu explorava recursos em terras distantes, o quais beneficiavam uma determinada cidade em desenvolvimento.

2.1) O conceito de terra emprestada que desenvolvi nos meus artigos decorre disso; se houvesse nutrientes numa área distante, o supply crawler iria até lá para explorar os recursos em favor da cidade com a qual esta unidade tinha vínculos. Quando esta cidade estava desenvolvida, o supply crawler adquiria vínculo com outra cidade menos desenvolvida e oferecia seus serviços a ela até esta ficar madura.

2.2) Enfim, a terra emprestada oferecia um acessório que seguia a sua sorte: o suplly crawler, que ficava como uma espécie de servo vinculado a essa terra. Ele trocava de vínculo toda que vez que uma cidade, que antes dependia de seus serviços para poder se desenvolver, atinge um ponto de crescimento em que a presença de um supply crawler já não é mais necessária para o seu desenvolvimento.

3.1) Isto lembra um pouco o antigo conceito de colônia, enquanto atividade econômica organizada de modo a lavrar a terra e estimular outras atividades econômicas organizadas de vocação diversa, uma vez que o primeiro passo para se servir a Cristo em terras distantes é lavrar a terra, pois é dela que extraímos todas as riquezas, como bem dizem os fisiocratas. Quando essa colônia alimenta as cidades distantes e a elas fornece matéria-primas a ponto de terem um comércio bem desenvolvido, ela acaba fazendo com que essas regiões todas sejam tomadas como um mesmo lar em Cristo em seu conjunto, a tal ponto que elas se especializam na transformação de produtos da terra em produtos acabados e com alto valor agregado, o que atrai mais gente para essas cidades.

3.2.1) Enfim, o povoamento de uma terra distante depende essencialmente de duas coisas: de colônias vocacionadas à tarefa de extrair as riquezas da terra e de cidades cuja vocação seja de converter essas riquezas em produtos de alto valor agregado.

3.2.2) Não é à toa que esses negócios eram tocados por famílias que viviam em pequenas ou médias propriedades - e quando tinham servos para trabalhar, esses eram tratados como se fossem parte da família, pois estavam sujeitos à proteção e autoridade do senhor dessas terras - como se fossem súditos de um rei, uma vez que é insensatez maltratar o cativo, pois isso, além de ser pecado, é contraproduente, pois só quem concentrava muita riqueza em poucas mãos, como os grandes senhores de engenho, é que podiam fazer isso, já que faziam da riqueza sinal de salvação a tal ponto que não tinham escrúpulos de escravizar gente, uma vez que esses eram visto de antemão como condenados. Esses grandes senhores de engenho, em geral, eram judeus que se convertiam ao cristianismo de modo a evitar serem perseguidos (cristãos novos) ou estrangeiros que praticavam o calvinismo (holandeses ou franceses).

3.2.3.1) Os servos dessas pequenas e médias propriedades rurais não eram considerados escravos, uma vez que no cristianismo ninguém tem poder de vida ou de morte sobre os servos, a não ser o próprio Deus. O senhor que tinha um servo tinha que lhe prover o sustento e recursos de modo que ele pudesse se desenvolver e se tornar uma pessoa livre após um determinado tempo de serviço (geralmente 7 anos). Era uma servidão por dívida.

3.2.3.2) Muitos dos que foram cativos faziam uma poupança de modo a comprar a alforria, uma indenização que era paga ao senhor de terras (afinal, o senhor o comprou de tribos africanas islamizadas, evitando que esse cativo fosse morto por essa gente. Essa despesa tinha que ser restituída por uma questão de justiça - e essa consciência era despertada por meio da vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, coisa que esse novo servo aprendia quando vinha ao Brasil, pois o servo era muito grato a esse senhor por tê-lo comprado, a ponto de salvá-lo da morte). E quando os cativos ficavam livres, eles podiam ter seus próprios servos ou voltar para a África, ajudando a desenvolver a tribo da qual faziam parte, não só economicamente como militarmente. E assim essas tribos ficavam mais resistentes aos ataques das tribos ou dos reinos africanos islamizados.

4) Eis a reflexão que tive agora, ao revisitar este tema do supply crawler, em Alpha Centauri, após um determinado tempo sem jogar.

5.1) Em contraponto com o supply crawler, há os pastores e os plantadores do civilization 5. Estes últimos, embora não tenham sido criados ainda, deslocam plantas de um lugar para outro.

5.2.1) Por conta da missão de ir servir a Cristo em terras distantes, Portugal conheceu muitas espécies diferentes de plantas nos vários continentes em que esteve.

5.2.2) Por meio de acordos diplomáticos, Portugal chegou a receber sementes de certas espécies de plantas e árvores frutíferas - por meio de tentativa e erro, muitas dessas espécies acabaram vingando no Brasil e em outras terras onde Portugal tinha feitorias e colônias onde lavravam a terra a ponto de estabelecer um núcleo de povoamento nessas regiões, por conta dessa mesma missão.

5.2.3) Cronistas do reino, por conta do processo de povoamento dessas terras, faziam corografias dos lugares e descreviam as plantas nativas, suas propriedades nutricionais e medicinais, bem como retratavam a gente que habitava essas terras. Eram considerados diplomatas e estavam proibidos de mentir ao Rei, uma vez que este era vassalo de Cristo - e mentir a ele era como mentir ao próprio Cristo num ato de confissão. Por isso mesmo, as crônicas produzidas por essas cronistas eram consideradas fontes autênticas para se estudar a história da presença portuguesas força daquilo que decorreu em Ourique, coisa que é muito negligenciada, quando se estuda a história do Brasil.

5.2.4.1) As plantas trazidas de um lugar para outro ajudavam no aclimatamento e ajudavam na adaptação do homem branco em terras cujo clima lhe era muito inóspito, sem a necessidade de haver miscigenação. Não é à toa que hortos florestais como La Gabrielle foram parte da política de afrancesamento da Guiana Francesa.

5.2.4.2) Quando Portugal tomou a Guiana da França Napoleônica, um horto foi construído no Rio de Janeiro, dando início ao desenvolvimento do bairro do Jardim Botânico. Mas, ao contrário dos franceses, os portugueses tinham o costume de casar seus nobres com as filhas das tribos indígenas e africanas. Com a miscigenação, essa gente deu origem ao povo brasileiro, pois a miscigenação era uma política de Estado, a ponto de fazer de Portugal o único império de cultura que já houve, pois tudo isso decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus, da missão de servir a Cristo em terras distantes.

Comentários post scriptum:

Este artigo me serviu de base para uma seqüência de artigos que escrevi sobre História do Brasil. Embora os jogos de estratégia me sejam uma grande paixão, a audiência não está interessada nesta minha produção em particular, neste outro aspecto de minha obra. É por essa razão que tenho conservado inéditos muitos dos meus escritos sobre as minhas experiências nos jogos eletrônicos, sobretudo jogos de estratégia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de agosto de 2018 (data da postagem original).

Comentários sobre as circunstâncias que me levaram a escrever meus artigos mais recentes

1) Por volta de 2014 e 2015, antes de tomar contato com o trabalho do professor Loryel Rocha, eu havia feito uma meditação sobre o jogo Sid Meier's Alpha Centauri.

2) Em 2018, após tomar contato com o trabalho dele e jogar mais de mil horas de civilization 5 desde que o comprei, eu decidi fazer uma meditação, comparando o supply crawler do Alpha Centauri com os herdsmen do civilization 5 (uma modificação que eu baixei para o jogo).

3) Enquanto escrevia o artigo, vieram-me insights que me serviram de base para artigos sobre a História do Brasil enquanto América Portuguesa. Não escrevi apenas um, mas dois artigos sobre o tema.

4) Quando escrevi minha crítica sobre o Sid Meier's Colonization, veio-me mais um insight: escrevi sobre as conseqüências da idéia de dizer que o Brasil foi colônia, o que levou o país a separar-se de Portugal.

5) Não tem jeito: os jogos de estratégia me ajudam na contemplação e é com base neles que posso ter uma idéia do que realmente aconteceu, uma vez que eu não tenho como acessar os documentos da época, os quais me são inacessíveis.

6.1) Ao contrário dos economistas austríacos, eu não acredito em abstração. Não tenho o amor de mim tão exacerbado a ponto de desprezá-Lo e equipará-Lo a um bolchevique, tal como Mises teve a audácia de fazer com Jesus.

6.2) Para se compreender a realidade de um argumento, é preciso que se faça uma simulação. Isso pode ser feito com uma dramatização (uma peça de teatro) ou com um jogo de assumir papéis (RPG). Se isso vai virar videogame, vai depender da visão do game designer, bem como da habilidade do produtor de modo a conseguir o dinheiro necessário para fazer deste projeto uma realidade, uma obra de arte, um clássico dos jogos eletrônicos.

6.3.1) É por conta das simulações e peças de teatro que tenho me tornando um adepto da filosofia concreta.

6.3.2) Uso isso para ver se os argumentos fazem sentido ou não - só assim é que consigo ter a imaginação necessária de modo a poder analisar as coisas com segurança, uma vez que não gosto muito de reduzir uma pessoa à sua ação ou a seu papel na economia.

6.3.3.1) Para quem vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, devemos amar o próximo, a ponto de ver nele a figura de Cristo, pois a dimensões humana e divina das coisas não podem ser desprezadas, uma vez que isto é a verdadeira realidade das coisas, já que devemos organizar o lar de tal maneira que isso nos prepare para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

6.3.3.2) Obviamente, a produção e a distribuição de riquezas é crucial, pois ela é instrumento de evangelização e ajuda na edificação do bem comum. Se estas forem usada como um sinal de salvação, de redenção, elas tenderão a ter um fim em si mesmo, a ponto de edificar coisas com fins vazios, o que é pérfido.

7.1) Enfim, de tempos em tempos tenho de fazer constantes releituras de tudo aquilo que escrevi.

7.2) É preciso rever alguns pontos - sou muito sensível a argumentos sensatos e levo tudo em consideração. Não admito defender as idéias de um sujeito que teve a audácia de equiparar meu senhor e meu Deus - Rei da Polônia e do Reino de Portugal, Brasil e Algarves, do qual D. Afonso Henriques é seu vassalo mais fiel - a um bolchevique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de agosto de 2018.

Conseqüências do falso argumento de que o Brasil foi colônia de Portugal

1.1) Quando você reduz todo um território povoado de modo a servir a Cristo em suas circunstâncias locais, ainda que distantes, à mera função de fornecer riquezas ao Rei de Portugal - como se essa glória fosse toda dele e não do Crucificado de Ourique, o que é vão, vazio -, isso indica que o argumento de que o Brasil foi colônia acabará fomentando apatria sistemática, a ponto de converter todas as terras de além-mar num verdadeiro dominato.

1.2) O Império do Brasil terminará imitando o exemplo do decadente Império Romano: converterá o principado - essa monarquia republicana que é o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - em dominato, aniquilando toda a autonomia local a ponto de convertê-la num centralismo asfixiante, pois o imperador se tornou um Deus vivo, usurpando do Crucificado de Ourique a realeza que Lhe é devida. Um Deus pagão mascarado de Deus Cristão! Isso matará a religião verdadeira, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. E esse império acabará se transformando (como se transformou) numa república maçônica, onde os partidos são os príncipes modernos que comandam este dominato. Cenário esse que nem mesmo Gramsci poderia sonhar!

2.1) Como não há vassalo de Cristo, então quem nasce nessa terra fica sujeito à autoridade do Estado tomado como se fosse religião, uma vez que não há uma pessoa que imite o verdadeiro Deus e verdadeiro homem a ponto de estimular a todos a tomarem o país como um lar em Cristo, uma vez que o cargo de presidente reduz a pessoa que ocupa este cargo às funções desse cargo, a ponto de confundir a chefia de Estado e de governo na mesma pessoa.

2.2.1) Por força disso, o sangue nobre dos portugueses - esses honrosos servidores d'Aquele que derramou o Seu próprio sangue pelo perdão de nossos pecados - deixou de ser levado em consideração como o principal critério para se tomar o país como um lar em Cristo. No lugar do jus sanguinis, o critério do solo que abriga esse Estado totalitário passou a ser o principal critério para decidir quem é vassalo ou não desse Estado tomado como religião. E o critério do nascimento na terra faz com que o nascimento eventual no solo acabe se tornando um verdadeiro estigma, o que não inspira a lealdade de ninguém, uma vez que a História do Brasil separado de Portugal é uma história de falsidade do começo ao fim.

2.2.2) Se você tem nacionalidade brasileira e vive pagando pela má fama desse governo totalitário e de todos aqueles que vivem em conformidade com o Todo que vem desse ato de apatria praticado em 1822, então você sabe muito bem do que estou falando, pois quem vai ao exterior termina sendo humilhado pela má consciência desses pecadores contumazes.

3.1) Todos os presidentes são imitadores de D. Pedro I, que é, por sua vez, imitador de D. João II - eles se acham os senhores dos senhores e não os servos dos servos em Cristo, tal como foi D. Afonso Henriques. 
 
3.2) Esses "príncipes perfeitos" são o espelho daquilo que Maquiavel, Mancini e Gramsci tanto falam. Não passam todos de homens de papelão: falsos deuses e falsos homens, uma vez que não são amigos de Deus, tal como foi D. Afonso, que deve ser tomado como o verdadeiro príncipe, pois foi senhor dos senhores ser ao servo dos servos em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de agosto de 2018.