1) Você pode me dizer que você é de direita ou de esquerda. Agora, em que contexto e circunstância você está nessa posição? Tal como há na física, é preciso que haja algum referencial para se responder corretamente a esta questão
2) Se você está à direita ou à esquerda do Pai, então o seu entendimento das coisas ao menos tem uma razão de ser, pois esta é a realidade das coisas desde a Criação. Se você está à esquerda do Pai, então eu vou te odiar, pois sei o que você está fazendo.
3.1) Agora, se você está à direita ou à esquerda do programa estabelecido por uma determinada constituição escrita pelo homem, então você está partindo do pressuposto de que Deus morreu e que o sacrifício de Jesus foi em vão, dado que estamos num mundo dividido entre eleitos e condenados, já que Deus não é bom (pois é um demiurgo). Quem está à direita deste pacto firmado conserva o que é conveniente e dissociado da verdade; quem está à esquerda quer ainda mais vive na conformidade com o Todo que vem desse Estado Revolucionário, que é um Estado de natureza em si mesmo, violento e bárbaro. e que leva ao nada - e toda esperança de sair desse estado de natureza é vã, já que Deus está morto.
3.2) Por isso, o conservantista pode se chamar de novo conservador - ou conservador ariano, dado que toma o Estado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Ele é cria de um ambiente cultural onde a riqueza é sinal de salvação, já que o mundo foi dividido entre eleitos e condenados. E esse mundo que decorre disso é o mundo anglo-saxão, sobretudo americano.
4.1) Enfim, discutir conservadorismo a partir de uma cosmovisão importada e fora daquilo que se fundou em Ourique é pura perda de tempo.
4.2) A maioria das pessoas com que conversei tem a mente fechada porque foi programada na escola a odiar Portugal e a viver em conformidade com a falsa alegação de que o Brasil foi colônia de Portugal, o que faz com que o horizonte de consciência dessa gente seja reduzido, a ponto de sofrer uma verdadeira paralaxe ou disfunção cognitiva.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 11 de junho de 2018.