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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Se devemos ter idéias de náufragos, então que seja tendo por fundamento a missão que recebemos em Ourique

1.1) Quando uma nação como a Espanha vai aos mares em busca de si mesma, a conseqüência mais funesta é haver um risco maior de naufrágio.

1.2) Se fosse como Portugal, que foi aos mares servindo a Cristo em terras distantes, a vítima de naufrágio terminaria derramando seu sangue ou se afogando por Cristo, a tal ponto que se tornaria um mártir, por morrer por uma causa santa, que faz o país ser tomado n'Ele, por Ele e para Ele.

2.2) A vã cobiça - fundada numa pretensa vã glória que faz o país ser tomado como se fosse religião, em que o rei tende a se tornar corpo temporal e espiritual da nação, rompendo com a idéia da vassalagem que deve ser dada a Cristo, o autor da soberania, por ser o Rei dos Reis - se converte numa luta pela sobrevivência, dado que o mar e a terra que eventualmente abriga o náufrago se tornam um vale de lágrimas, um lugar de sobrevivência, onde os eleitos tendem a valer mais que os condenados. E na sobrevivência o homem se torna lobo de seu próprio próprio semelhante.

3.1) Por essa razão as idéias dos náufragos devem ser pautadas na missão de servir a Cristo em terras distantes e não amor de si até o desprezo de Deus.

3.2) Quando o náufrago sobrevive, Deus deve ser louvado. E a terra que eventualmente abriga os náufragos deve ser tomada como um lar e depois comunicada à terra-mãe de modo a ser tomada como província.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2017 (data da postagem original).

Ao contrário do que o mundo pensa, em ciências humanas há também experimentação

1) Assim como nas ciências da natureza há a experimentação de modo a se descobrir leis da física, da química ou mesmo da biologia, nas ciências humanas nós também temos experimentação: ao lermos um livro, nós anotamos as principais idéias de um autor e nós colocamos em contraste com as idéias de um outro autor - ou de outras obras de um mesmo autor, caso haja um fundado de receio de que ele esteja se contradizendo.

2.1) Como já falei, é na escrita que se faz o debate atemporal de uma idéia de modo a se chegar à verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, uma vez que as idéias são um movimento da alma para a verdade - por isso, o caráter é atemporal. 

2.2.1) O debate fundado no tempo tem natureza política, pois as idéias tem consqüências práticas, de modo a se tomar o poder - nela o combate não se dá no campo das pessoas, pois são pessoas que fazem política e não as idéias. 

2.2.2) Quando se há um fundado receio de que o escritor está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, então ele precisa ser desmascarado logo antes que ele edifique má consciência sistemática, que é o verdadeiro jardins das aflições em que as pessoas trocam o senso de tomar o país como um lar em Cristo por tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2017.

Notas sobre um projeto de investigação que pretendo fazer depois


1) Uma coisa que pretendo fazer no futuro é um estudo cuidadoso de modo a fazer um diálogo da obra de Ortega y Gasset com a obra de Abraham Maslow, à luz da teoria dos círculos concêntricos.



2) Sinto que alguma coisa interessante pode sair desse estudo, se juntarmos um insight aqui e outro ali. Como diz São Paulo Apóstolo, devemos experimentar de tudo e ficar com o que é conveniente e sensato.



3.1) É por essas razões que prefiro trabalhar com obras, com textos escritos.



3.2) É na escrita que a voz atinge um caráter eterno, pois as gerações futuras poderão ouvir a voz que clama no deserto, anunciando a verdade - a mesma voz que os seus antecessores não ouviram, por conta de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade.



José Octavio Dettmann



Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2017.

Com base na teoria dos círculos concêntricos, o ensino primeiro deve se dar individualmente para só depois uma turma ser montada

1.1) Pela minha experiência, a melhor forma de passar o que sei é ensinando a cada um dos meus contatos individualmente. 

1.2) Afinal, o começo do ensino se dá quando nós compartilhamos as nossas solidões, uma vez que a nossa percepção passa a se voltar para a realidade quando estamos sozinhos da mesma forma que os náufragos em alto-mar, tentando sobreviver a este mundo que é um vale de lágrimas, uma vez que o país em que moramos - que deveria ser tomado como um lar em Cristo de modo a nos preparar para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu - está sendo tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, pervertendo tudo o que há de mais sagrado e verdadeiro. Se o ouvinte se mostrar realmente interessado naquilo que conto ou ensino, então eu continuo passando o que sei, visto que sei que ele está amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - da mesma forma como eu faço, já que tento imitar o verdadeiro Deus e verdadeiro homem da melhor maneira que posso.

2) Se eu tiver ao menos dois ou três pessoas realmente interessadas no que digo, então eu posso montar uma turma. A vantagem da turma é que eu faço as pessoas se encontrarem e formarem uma amizade, enquanto eles debatem entre si tudo o que ensinei, sem esquecerem de suas experiências pessoais. Afinal, o fundamento para se montar uma turma é amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Neste ponto, o professor se torna um corretor espiritual, distribuindo o conhecimento que porta para os que estão realmente interessados, por conta do amor ao saber, pois o verdadeiro ensino está no encontro dos que querem aprender com os que querem ensinar - isso cria um mercado moral e um poderoso sistema de capitalização moral.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2017.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Ao contrário do que o mundo pensa, nacionalismo não é o antônimo de globalismo

1.1) Muita gente tende a tomar o nacionalismo como o oposto do globalismo. Fazem isso porque o horizonte de consciência é muito reduzido, a tal ponto que confundem tomar o Brasil como um lar com país tomado como se fosse religião. 

1.2) Isto é explicado não só por conta de o país estar fortemente descristianizado, amputado das suas razões de ser, uma vez que o Brasil é um desdobramento daquilo que houve em Ourique, em terras americanas. Ao matarem esta árvore e colocarem no lugar a árvore envenenada do quinhentismo e da independência, os frutos desta terra ficaram podres, fundados numa liberdade voltada para o nada. Não é à toa que sigo o conselho do professor Olavo: evito o mundo, o diabo e a carne.

2.1) O nacionalismo é na verdade a tirania do Estado tomado como se fosse religião em um só país. E isso prepara o caminho para o comunismo, que é essencialmente internacionalista.

2.2.1) Tal como cupins, eles destroem tudo o que é orgânico e bom, fundado na conformidade que vem de Deus e que faz o país ser tomado como um lar em Cristo - n'Ele, por Ele e para Ele, o que nos leva para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

2.2.2) Em seu lugar colocam tudo o que é mecânico, com o intuito de tudo ser controlado por meio de máquinas eficientes, criando uma espécie de solidariedade forçada, que é na verdade mais pastosa do que sólida. Digo pastosa porque ela é o estado intermediário entre o sólido e o líqüido - o sólido leva à solidariedade, ao orgânico, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus; o líqüido, leva à liberdade voltada para o nada, uma vez que determinadas formas são assumidas de modo a se servir um conteúdo venenoso e destrutivo, relativizando e pervertendo tudo o que é sagrado e verdadeiro. Talvez o pastoso seja a síntese da tese, o líqüido, e a antítese, o sólido, pois o sólido deve desmanchar-se no ar - e o desmanche passa por meios intermediários, já que a conversão do cru para o cozido não se dá num passe de mágica.

2.3.1) Se a nação é um pequeno sistema, uma pequena máquina que se funda em si mesma de modo a atender aos fins do Estado tomado como se fosse religião, então o globalismo é uma grande máquina decorrente da associação dessas outras máquinas de modo a produzir algo totalitário e nefasto em larga escala.

2.3.2) Como a eficiência se funda numa economia de escala, então decisões totalitárias podem ser tomadas em escala global se os países forem todos reduzidos a uma máquina, sistematicamente falando.

2.3.3) O comunista se assemelha ao liberal, por conta de sua visão mecanicista - e a economia fica subordinada aos fins da política, a tal ponto que a propriedade privada é vista como uma concessão precária do Estado, que vê o trabalho do particular que colabora com os fins do governo como algo útil ao seu plano de dominação mundial. Em termos de Direito Administrativo puro, tomado em si mesmo, a propriedade privada é uma permissão de uso que o governo dá a bens sem destinação específica, os chamados bens públicos dominicais - e esta permissão pode ser encampada se houver conveniência e oportunidade.

3) Enfim, nacionalismo não é o oposto de globalismo; se tomarmos por base a teoria dos círculos concêntricos, é algo menor que prepara o caminho para algo maior. Como bem apontou Bertrand de Jouvenel, se há meios de se concentrar os poderes de usar, gozar e dispor dos bens em poucas mãos, então os abusos se multiplicarão. E todo dia novos mecanismos são criados com essa finalidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2017.

Notas sobre como tiro proveito das circunstâncias em que me encontro, quando o assunto é fotografia

1) Para cada dia, para cada estação, para cada tempo, para cada lugar há sempre um propósito ditado pelo Céu. E isso aponta conformidade com o Todo que vem de Deus, uma vez que não podemos dizer quando fará sol ou chuva - ou se haverá vento ou não.

2.1) Embora não possamos controlar o tempo, nós podemos tirar proveito dessas coisas de modo que as coisas criadas apontem para o Criador: Deus. 

2.2) Por exemplo, em dias de céu de brigadeiro, sem nenhuma nuvem no céu, eu posso tirar fotos de boa qualidade. Como o trabalho que faço é voltado para servir ao próximo que se encontra em terras distantes, então este trabalho lembra o extrativismo que os primeiros brasileiros faziam de modo a tomar o Brasil como um lar em Cristo. E isso não exclui outras possibilidades, como produzir energia a partir do sol ou do vento.

3.1) Uma das maneiras que encontrei para controlar a qualidade do meu trabalho é fazer o registro no diário do tempo da manhã, entre 7 e 8 horas da manhã, que é o horário que costumo fotografar.

3.2) Em dias de tempo ideal para a prática da fotografia, a luz fica propícia para um determinado projeto. Por exemplo, por volta das 7:00 horas da manhã, eu fotografo o livro Sua Majestade, o Presidente do Brasil, de Ernest Hambloh; às 7:30, eu fotografo o Estado Servil, de Hilaire Belloc; às 8:00, eu fotografo O Príncipe, de Maquiavel.

3.3) Eu costumo fazer esse registro porque as condições de luz do meu quarto - é por essa razão que sei exatamente o que fazer dentro dele. Se o tempo não estiver ideal para a prática da foto, eu costumo fazer outra coisa, como jogar ou escrever.

4.1) Acredito que deve ser por isso que Ortega y Gasset tanto fala em reabsorver as circunstâncias - e a minha circunstância é o quarto onde me encontro, a rede social onde trabalho, a casa onde moro com os meus pais e paróquia que freqüento.

4.2) Para muitos seria um mundo bastante limitado, mas sei tirar proveito muito bem dele, uma vez que o estado de anarquia em que o Rio se encontra me fez a reduzir minha área de atuação.

4.3) Reabsorver a circunstância implica aproveitá-la da melhor maneira possível de modo a servir ao próximo em terras distantes, tal como o Crucificado de Ourique nos mandou fazer, desde que Portugal foi fundado (do qual o Brasil é desdobramento, no continente americano).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2017.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Notas sobre a questão das dívidas morais em matéria eleitoral

1) Quando Cristo nos ensinou o Pai-Nosso, Ele disse: perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.

2.1) A Penitenciária foi criada por conta disso, uma vez que a dívida pode se dar tanto em matéria moral quanto em matéria financeira, uma vez que certos crimes, certas dívidas sociais - por conta de sua natureza -, são impossíveis de serem indenizadas através de dinheiro.

2.2) Se a pessoa fosse condenada a trabalhar permanentemente de modo a reparar os danos à sociedade, talvez esta fosse a pena mais justa a todo aquele que mata um inocente e se arrepende pelo pecado cometido, uma vez que o derramamento de sangue inocente exige a reparação permanente, uma vez que assassinato é crime permanente. Se a pessoa não se arrependesse de seu pecado, a ponto de afirmar cabalmente que mataria de novo, então matar o agressor é a única alternativa para se salvar a vida dos que ainda não foram agredidos, dado que previne os crimes futuros desse mesmo agressor

3.1) Quando voto em um malfeitor, eu tenho uma dívida moral para com a comunidade dos que tomam o país como um lar em Cristo, amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Ele fundamento.

3.2) Se peco publicamente, então é público e notório que estou fora da comunhão com Deus, uma vez que devo reparar os danos cometidos, ainda que a questão eleitoral não suscite escândalos, tal como é a fornicação numa casa de família.

3.3.1) Em matéria eleitoral, o gesto concreto mais eficaz é combater o comunismo por meio de difusão de informação e conhecimento, uma vez que é obra de misericórdia instruir os que não sabem. Se confesso minha dívida em público, isso já é o primeiro passo de que vou reparar o erro, uma vez que reconheço meu erro, meu pecado em público.

3.3.2) Uma vez feitos gestos concretos de reparação pelos danos causados e reconhecida a culpa em público, o próximo passo é a absolvição sacramental - e assim você terá a absolvição dos pecados, o que restabelece a comunhão fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 2017 (data da postagem original).