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domingo, 7 de agosto de 2016

Notas sobre nacionidade e geopolítica aplicadas ao estudo da Teoria do Estado

1) Todo estudo de geopolítica implica sempre que se estude a história através de exames de caso.

2) Se a História Universal é um recorte das histórias particulares, de modo a mostrar ações humanas como um exemplo de tudo aquilo que nos aponta para o Céu, então devemos estudar exames de caso de modo a saber o que foi feito de certo e de errado, de modo a se conservar o que é conveniente e sensato e não repetir os mesmos erros do passado, fundados no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, base para o estabelecimento de uma mentalidade revolucionária.

3) Através das ações humanas e do comportamento social decorrente dessas ações, nós podemos ver qual é o regime político mais adequado de modo a que o país, tomado como se fosse um problema, pode ser tomado como se fosse um lar em Cristo, dentro de suas circunstâncias.

4) É através de um regime político adequado, em aliança permanente com a Igreja e feito de modo a reger as coisas na conformidade com o Todo que vem de Deus, que se tem a construção de uma civilização. E a civilização pressupõe a construção de um projeto de poder de modo a fazer com que aquele país seja grandioso e admirado por todas as outras civilizações vindouras - e o maior desafio é fazer esta civilização resistir ao teste do tempo.

5) Enfim, o estudo da Teoria do Estado é o estudo de formas de civilização que resistiram ao teste do tempo e de que forma esses regimes políticos bem serviram a Igreja e ao seu povo, de modo a que o país fosse tomado como se fosse um lar em Cristo.

Notas sobre nacionismo e geopolítica

1) Para se tomar um país como se fosse um lar, isso implica fazer no macro aquilo a que estamos acostumados a lidar no micro - cada casa, dependendo de sua circunstância, tem seu problema e devemos lidar com a realidade do lar em que moramos.

2) Quando se trata de Portugal como um problema, devemos levar em conta o que é interessante para Portugal de modo a que possa melhor honrar aquele compromisso que foi firmado em Ourique, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo. Como nós somos herdeiros dessa missão, visto que o descobrimento do Brasil é um desdobramento dessa missão em terras americanos, então isso também nos interessa - por isso, a possibilidade de restaurar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves é parte do problema de se tomar o país como se fosse um lar, coisa que possui caráter permanente.

3) Como o lar é também Igreja doméstica, então não adianta examinar tão-somente os interesses econômicos ou militares do país - há que se levar em conta a questão espiritual da terra em que se habita, de modo a que a heresia e o relativismo moral não tomem conta do País, pois do vazio espiritual da terra os islâmicos se aproveitam e acabam com a civilização historicamente edificada em Cristo Jesus. Esta foi uma das maiores lições do papado peregrino de São João Paulo II - a chamada "nova navegação", coisa que nos trouxe a necessidade de restaurar a antiga, que se perdeu na Revolução Liberal do Porto, de 1820.

4) Exterminar a mentalidade revolucionária e restaurar a antiga ordem cristã não é só conveniente como também é ago necessário e bom, pois Deus é bom. É um problema estratégico - e como estamos numa guerra cultural, já que selará o destino de nossa civilização, então esta questão está além do Direito e além de tudo aquilo que está calcado no mero positivismo - e essas coisas se fundam na conformidade com o Todo que vem de Deus e devemos estar prontos para este desafio. É uma questão de vida e morte - por isso, o pacifismo é inócuo.

sábado, 6 de agosto de 2016

Todas as religiões são boas? Notas sobre as implicações disso

1) Há quem diga que todas as religiões são boas. Se todas são boas, então isso pressupõe que todas são verdadeiras.

2) Para a pessoa ter de afirmar isso, ela precisaria estudar seriamente cada um dos aspectos de cada religião, de modo a encontrar algo que tenha um fundo verdadeiro, a partir da comparação de uma coisa com a outra - se a pessoa souber conversar o que é conveniente e sensato, perceberá que há um fundo verdadeiro nas coisas, o que leva a uma unidade transcendental, coisa que conduz ao verdadeiro Deus. Ao longo do caminho, o que ela vai encontrar são evidências e evidências, coisas que demandam mais e mais estudos nas religiões comparadas e um diálogo com todas elas de modo a que todas passem a amar e a rejeitar as mesmas coisas, que decorrem da vida em conformidade com o Todo que vem de Deus. Esse tipo de trabalho demanda gerações de estudiosos e toda uma tradição de muito estudo.

3) E a maior prova dessa conformidade com o Todo que vem de Deus está no fato de que o verbo se fez carne e fez de tudo para nos salvar do pecado. E só Ele disse que é o caminho, a verdade e a vida - e que ninguém vai ao Pai senão pelo Filho. E por extensão, ninguém vai ao Filho senão por sua mãe, a Virgem Maria, mãe de nosso Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo.

4) Em tempos como o nosso, no entanto, ao invés de as pessoas passarem muito tempo estudando esse assunto, elas se contentam com o que está disponível, coisa que é transmitida pela televisão ou outro meio de comunicação em massa qualquer, e falam, em conversas frívolas, que todas as religiões são boas de uma maneira irresponsável, pois a pessoa não estudou antes de falar tais sandices.

5) Se a pessoa não estuda antes de falar, ela vai acabar semeando relativismo moral e semeando uma ilusão de liberdade, edificando uma heresia, pois está escolhendo conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E isso edifica liberdade fora da liberdade de Cristo - o que edifica liberdade para o nada, com fins vazios. E quando vejo pessoas assim, eu lembro do que o Santo Padre Pio de Petrelcina fala: de que devo fugir da preguiça e das conversas inúteis, principalmente daqueles que encontro nas salas de espera de consultório médico ou dentário conversando sobre isso.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Impressões que me contaram sobre a Polônia

1) Os poloneses, pelo que me contaram, são um povo muito sério - eles não sorriem, são muito estritos no seu senso profissional e tendem a ser grosseiros e mal-educados, tal como encontro nos que fazem carreirismo no funcionalismo público.

2) Não sei se a dureza no coração deles se deve ao fato de que tiveram de lidar com séculos de opressão dos russos ou dos alemães, ou por conta dos anos que sofreram por conta do comunismo - o que sei é que eles têm alma endurecida, tal qual aquela que há nos personagens dos grandes contos da literatura brasileira - um exemplo disso, é o que encontramos no livro Grande Sertão: veredas, de João Graciliano Ramos. Quando surge alguém de alma mais alegre e contagiante, isso não os contagia - a realidade foi dura demais com eles e o único conforto que tiveram foi na vida vivida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Se esse povo for alijado de sua fé, tal como costumam atestar por aí que os poloneses já não são mais católicos como era antigamente, ele não seria muito diferente dos robôs, tal como há na literatura de ficção científica. Deixariam de ser o que são. Por isso que buscar liberdade fora da liberdade de Cristo, dentro de um ambiente onde ser livre é algo muito difícil de ser, pode ser algo extremamente perigoso para aquela terra.

4) É por isso que não levo a sério as opiniões da Ilze Scamparini, que é uma verdadeira desinformante. É por essas e outras razões que compreendo os poloneses, mesmo que me tratem mal como turista - eu os perdoarei, se estes me pedirem desculpas pelas ofensas que vierem eventualmente a praticar contra mim. Na Polônia, a pessoa que não tiver um senso de cristianismo apurado tenderá a falar mal dos poloneses, pois a Polônia não é só um destino turístico, mas um destino para aquele que busca explorar o mundo com a alma, tal qual os portugueses foram consagrados em Ourique.

5) Ir à Polônia é algo mais profundo - é como ir ao deserto em busca de Cristo. Você precisa estar pronto para isso. Se a pessoa não for com a intenção de tomar aquela terra como seu lar também, não conquistará espiritualmente aquele povo tão sofrido, mesmo sendo uma pessoa expansiva, alegre.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de agosto de 2016 (data da postagem original).

História que ouvi - a Lenda da Matrioska

1) Na minha consulta dentária de ontem, eu ouvi a história da matrioska - essas bonequinhas russas.

2) Havia um certo lenhador que coletava lenha no inverno. Sempre que ele encontrava uma madeira boa, ele esculpia.

3) Houve uma nevasca e ele não pôde trabalhar. No dia seguinte, por milagre, a neve havia se dissipado - e debaixo da neve dissipada ele encontrou uma madeira muito boa para se esculpir. Por um instante, ele ficou sem saber o que fazer, até o momento em que decidiu esculpir uma boneca, a qual deu-lhe o nome de "matrioska" - aquela que ouve, em russo.

4) Tal qual o Wilson no filme "Náufrago", o lenhador conversava todos os dias com a matrioska - até o dia em que ela começou a falar. Teve um dia em que a matrioska tinha vontade de ter um filho. O lenhador tirou um pouco de madeira da barriga da matrioska - e fez uma boneca igual, mas em escala menor, chamada "trioska".

5) Algum tempo depois, trioska disse que também queria ter um filho - o lenhador tirou um pouco de madeira da barriga da trioska e fez uma boneca igual à trioska, mas em escala menor, chamada "oska".

6) Algum tempo depois, a oska disse que queria ter um filho. O lenhador tirou o pouco de madeira que ainda restava da barriga da "oska" e nasceu um boneco chamado "ka".

7) O caso da matrioska explica perfeita o sentido da vida - mesmo que sejamos ou homens ou mulheres, algo de bom pode nascer a partir de nós, a partir do desdobramento da nossa carne, pois filho é uma bênção.

8) Quando o colega Italo Lorenzon define assassinato como "a interrupção injustificada da biografia de uma alma racional, ainda que esta esteja destituída das prerrogativas da razão", ele faz menção ao fato de que o assassinato implica destruir matrioskas, uma vez que esta obra de arte nos aponta para o mistério da vida, da conformidade com o Todo que vem de Deus. É um verdadeiro sacrilégio!

Notas sobre a relação entre literatura, arquivologia e jornalismo

1) Quando se é um escritor, você deve manter um registro das histórias e das coisas que sua família aprende, de modo a passar isso às futuras gerações.

2) Tudo que tiver valor deve ser registrado, desde receitas de bolo a técnicas de conserto de materiais. Até mesmo histórias que você ouve de amigos devem ser registradas, de modo a que não sejam esquecidas.

3) Eu comecei a perceber isso quando jogava Ultima Online - a cada dia que passa vejo a relação cada vez mais umbilical entre literatura e arquivologia, uma vez que nesse jogo é possível perfeitamente escrever em livros de modo a passar o que você sabe aos seus pares. Além de jogar, o jogo favorecia uma excelente cultura de debate.

4) Fico imaginando como poderia ser fantástico debater com os meus pares na forma de livros escritos, numa conversa de autor para autor - isso geraria um debate intelectual e tanto dentro do jogo. Não é à toa que o primeiro RPG em massa da História pode ser também considerada a primeira rede social que existiu ao longo da história da humanidade, 7 anos antes do surgimento do Orkut.

Resposta à colocação de um amigo

1) Mesmo em um ambiente em que predomine o amor à verdade, às vezes a própria personalidade fica refreada desse amor ao verdadeiro, coisa que leva ao belo, à conformidade com o Todo que vem de Deus - quando ela não consegue transcender ao belo, ela sofre um verdadeiro processo de apeirokalia e se torna um anjo deformado, tal qual Lúcifer. Isso meu amigo Lucas Correia me expôs muito bem - e estou de pleno acordo.

2) Essas almas deformadas surgem aqui e acolá com o passar dos tempos. Quando tomam o poder, fazem do governo uma fábrica, pois produzem esquizofrênicos em massa - isso explica o fato de que conservar o que é conveniente ainda que dissociado da verdade constitui a base da mentalidade revolucionária - o "estar à esquerda do Pai, no seu grau mais básico", como costumo dizer em meus artigos. Aí é que está o problema. Eis aí porque devemos ser eternamente vigilantes.