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sábado, 6 de setembro de 2014

Métodos para se restaurar o português imperial


1) Lendo textos mais antigos, sobretudo do tempo do Império e do início da república, fica óbvio que o estilo dos autores faz com que as pessoas tenham desgosto de ler: textos empolados, numa linguagem não muito clara.

2) Não sei o que acontece, mas sei que muita gente confunde falta de clareza com elevada cultura, tornando o texto chato, pouco agradável de ler.

3) Se escrever é serviço e isso implica servir aos outros por caridade e por amor ao próximo, isto é, aos poucos que no futuro serão muitos, então a linguagem deve ser reta, direta e objetiva. Pois é pelo distributivismo literário, fundado na aristocracia, que temos a verdadeira democracia, no sentido cultural do termo.

4) A restauração da linguagem implica republicar os autores mais clássicos num estilo de escrever mais claro, necessariamente falando. Não nos moldes daquela cretina que estava a destruir a obra de Machado de Assis, mas num jeito em que as pessoas venham a entender a idéia central do texto, de modo a que isso instigue a imaginação das pessoas. A real função de um texto de literatura é instigar a imaginação - e o manejo da língua deve ser feito de tal forma a que todas as coisas façam sentido.

5) Quando a população já estiver razoavelmente informada e com a imaginação devidamente cultivada, aí é que lentamente introduzimos os elementos da linguagem original que foram perdidos pela entropia, de modo a que isso enriqueça a cultura das pessoas. E o português imperial deve ser posto como uma opção alternativa ao português simplificado - ele deve ser feito em liberdade servida por caridade, em oposição à determinação legal imposta que destrói a nossa cultura e imaginação. Seria muito sensato que os textos fossem publicados tanto nessa forma antiga como na nova, de modo a que as pessoas aprendessem, pela comparação, a escrever do modo como nossos ancestrais escreviam.

6) De nada adianta uma ferramenta rica em léxicos, se o povo é pobre de imaginação e incapaz de manejar isso com alta precisão e perspicácia. A informação essencial deve vir primeiro e só depois é que acrescentamos o resto.

7) Parafraseando Sid Meier, a primeira coisa a se fazer é construir textos divertidos, agradáveis e fáceis de ler. Só depois é que acrescentamos o resto, os elementos mais complexos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A modernidade líqüida nasce quando se confunde o chá com a xícara


1) Quando se confunde o chá com a xícara, a gente cai na chamada modernidade líqüida.

2) Como não há uma força divina que gera a unidade, o fundamento essencial para a solidez dos valores, tudo fica relativo. E os indivíduos passam a se movimentar livremente, com base em sua própria verdade.

3) A circunstância onde se situa a modernidade líqüida é aquela onde o Estado está separado da Santa Religião. Nela, o relativismo toma conta, dado o esvaziamento espritual que se deu por conta do laicismo sistemático, a ponto de o Estado ser confundido com a nação e este ser tomado como se fosse religião. Eis o Estado fundado na ordem social liberal, que dá causa ao comunismo.

4) Se o líqüido é a transição do sólido para o gasoso, então os indivíduos que têm a sua própria verdade, quando o fazem de modo extremo, buscam sempre a anarquia, achando que o governo é o problema de todo o mal. E para esse mal total, a busca da solução na anarquia é busca por uma panacéia total, onde o mal será cortado pela raiz, como se isso fosse resolver o problema.

5) A anarquia libertária e totalitária é o porvir gasoso. Muitos vão pedir por mais Estado, de modo a que se acabe com a anarquia. E o comunismo vai se implementar por força dessa demanda e o fará de modo extremamente totalitário, regulamentando todos os aspectos da vida social, do macro ao micro.

6) Uma leitura do Zygmunt Bauman e um pouco de imaginação em conformidade com o todo ajudam a entender tudo aquilo que estou falando. 

7) Mas Bauman não deve ser lido sozinho. Ele deve ser lido junto com todos os outros livros do Olavo ou recomendados pelo Olavo, de modo a se ter a correta compreensão das coisas.

A generalidade das leis se dá de modo concreto na conformidade com o todo de Deus


1) A generalização fundada em Deus é concreta, pois é o gênero que abrange todas as espécies conhecidas e as que vierem a ser conhecidas no futuro, com o passar do tempo. Ela é um dado da realidade, pois se funda na verdade, que se dá em Cristo.

2) Uma abstração conforme o todo abraça essa generalização fundada em Deus. E isso se respalda no fato de Cristo é o caminho, a verdade e a vida: e ninguém vem ao pai senão por Jesus. Ela extrai a verdade que está na lei natural e a aplica às leis dos homens, dando-lhe força, o que faz com que todo o mal seja reprimido, reforçando o bem entre nós.

3) Quando o Estado se separa da Igreja, a generalização das leis dar-se-á sem o respaldo do divino. Novos gêneros são criados com base na sabedoria humana, que tende a confundir espécie com o gênero, dado que se perdeu o senso de reconhecer Deus naquilo que foi por Ele criado.

4) Se a generalização é defeituosa, a abstração será abusiva, criando falsos princípios jurídicos, como a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

5) Como a legislação se dá de costas para Deus, políticos demagogos e totalitários usarão da sua sabedoria humana dissociada da divina de modo a descriminalizar tudo aquilo que já era crime e que é por si mesmo reprovável, já que a reprovação no ato em si é uma lembrança de que isso vai contra os planos de Deus. 

6) Exemplo disso é o furto: em si mesmo, ele é reprovável, fora da conformidade com o todo de Deus - graças à sabedoria humana dissociada da divina, agora criaram um furto que não é punível, um novo tipo de gênero (na verdade, um espectro): o furto com finalidade social, daqueles em que o ladrão se faz de Robin Hood. Isso é a consagração do banditismo como elemento basilar da ordem social - basta que o bandido seja filiado a algum partido membro do Foro de São Paulo ou colabore com a atividade dessa organização criminosa que ele não será punido. 

7) Se você acredita e sabe que o verdadeiro direito se funda em fontes concretas, como a bondade e a sabedoria de Deus, então os princípios gerais do direito são válidos. Pois é em Deus que se confirma a generalização das leis, assim como a abstração racional e conforme o todo que faz com que a lei seja forte e bem aplicada em Cristo, Senhor Nosso.

8) Se Deus estiver fora das coisas que regem o bem comum, tudo será pervertido e fora de sua finalidade natural.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A mentalidade revolucionária nasce da abstração abusiva

1) Se abstração é extrair e captar a essência das coisas, de modo a se chegar à verdade, então uma abstração abusiva, fora da conformidade com o todo de Deus, extrai a verdade tal qual uma bomba de sucção a vácuo, tornando o ambiente estéril e vazio.

2) Toda abstração abusiva leva à traição, à fuga sistemática da conformidade com o todo de Deus. 

3) A mentalidade revolucionária é uma tradição que decorre da traição sistemática, pois se dá na passagem constante de pessoas comprometidas com essa traição ao longo tempo. E cada lugar do planeta é suscetível a esse tipo de inferno. 

3) Os que estão na conformidade com o todo dessa traição sempre converterão signos culturais de modo a corromper aquilo que se criou para inspirar a grandeza de Deus em nós. Esse processo de converter o bom em mau e o mau em bom é um processo de tradução cultural, que é inspirado no processo de traição a Deus. Isso é a marca extrema do pecado original que afetou a todos os homens.

4) É por essas razões que devemos estar em eterna vigilância, de modo a que esse mal sorrateiro não destrua o que é bom e belo. Pois é o bom e belo, que é conforme o todo que decorre de Deus, que nos inspira a servir aos nossos irmãos da melhor maneira que puder, em Cristo. E a melhor maneira de servir a eles é denunciando o que é ruim e inspirar os outros a combatê-lo, através do exemplo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2014 (data da postagem original).

A santa tradição nasce da arte de se estar conforme os planos de Deus

1) Se a função da beleza na arte é servir à verdade, à conformidade com o todo de Deus, então a tradição é a arte de se estar conforme à verdade de Cristo e inspirar outras pessoas e seguirem a Cristo ao longo do tempo e com o passar das gerações. Tudo isso decorre da lei natural, da constituição que se dá na carne.

2) Com o passar do tempo, coisas novas surgem não só para confirmar o que era bom e correto e que já era conhecido, mas também para reforçar e realçar o que é por si só belo, de modo a que as futuras gerações possam conhecer a grandeza de Deus, através da santa tradição apostólica. Dessa forma, evita-se a troca do bom pelo ruim - eis aí o fundamento da não-traição e da atualização constante da santa tradição edificadora.

3) É da santa tradição que surge o sagrado magistério, que atualiza a mensagem da bíblia para o tempo presente, inspirando um poderoso processo de capitalização moral que faz frente a todo o mal, combatendo-o até alcançar a paz, que se dá em Cristo.

4) Esta é, enfim, a verdadeira arte humanizadora. Não é à toa que a Igreja promove o mecenato permanente dessa arte, através da evangelização e do patrocínio de artistas, que usam seus dons a serviço da evangelização, coisa que se dá em boa pintura, boa literatura, boa poesia, boa ciência e boa escultura. 

Comentários sobre a polêmica envolvendo Olavo e a Causa Imperial

No meu entender o prof. Olavo não tem razão nessa questão que ele está levantando com a Causa Imperial.

1) Já assisti algumas palestras dos Príncipes da Família Imperial Real do Brasil, e diversas vezes vi o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança mencionar de maneira clara os "erros da família Imperial no passado", mais do que isso, fazendo referência inclusive àquilo que o seu pai, Príncipe Dom Pedro Henrique, lhes ensinou sobre os erros cometidos pela monarquia no Brasil e no mundo e que tiveram como fruto a deposição (caso da Família Imperial Real do Brasil) ou a morte (caso da Rússia) das monarquias. Ademais, a postura de TODOS os varões de linha principal da Casa Imperial do Brasil é - hoje - a de DEFESA RADICAL da Igreja Católica como esteio necessário ao Brasil, coisa que o prof. Olavo também faz ao seu modo (ou: de modo um pouco diferente). Ou seja, se seus ancestrais cometeram erros, HOJE os membros da Família Imperial Real do Brasil fazem o contrário. Isso significa que fizeram, sim, aquilo que chamam de metanóia, da mesma forma que o próprio prof. Olavo fez em relação ao comunismo.

2) A monarquia brasileira perseguiu a Igreja Católica tanto quanto possível? É óbvio que não. Quem perseguiu a Igreja Católica "tanto quanto possível" foram os revolucionários franceses, os comunistas, etc.

3) Questão de pedir desculpas publicamente. O Chefe da Casa Imperial Real do Brasil vai pedir desculpas publicamente para QUEM? Para algo impalpável chamado "o povo brasileiro"? Como se opera uma coisa dessas? A única forma, penso, é na própria consciência individual dos Príncipes e naquilo que eles dizem em oração diretamente para Deus e na oração contida nas ATITUDES no presente.

Enfim, as respostas que o prof. Olavo deseja são, respectivamente, não e sim.
Nesses pontos que o prof. levantou, no meu entender, ele não tem razão não.

Algo que me desagrada na maneira como a questão está sendo posta é que ela expõe a Família Imperial Real que existe HOJE a um prejuízo que não é justificado. Influente como o prof. Olavo é, é certo que com esses comentários já surgiu "do nada" fãs do prof. Olavo que são "anti-monarquistas desde criancinha".

PS: Por justiça faz-se necessário lembrar que a história da linhagem da Família Imperial do Brasil não inicia com ela no Brasil, mas tem raízes em grande parte da história de Portugal. Com isso quero dizer que mesmo que a Família Imperial do Brasil possa ter causado ou participado de algum prejuízo ao catolicismo no Brasil, torna-se necessário lembrar que graças à atuação dos ancestrais dessa mesma linhagem o ensinamento do Cristo foi levado a meio mundo, para a Ásia, África e à América, com dezenas de milhares de mártires. Não me parece justo ressaltar uma ação estabalhoada num período muito conturbado sem lembrar-se também daquilo que foi feito de bom e acertado.

(Francis Lauer)

Da responsabilidade da 21º Província, neste contexto de cativeiro republicano


1) O Olavo tem razão quando diz aos monarquistas para se arrependerem de seus pecados contra o Império, pois nenhum povo ou civilização subjugada consegue se recuperar sem um longo e doloroso exame de consciência.

2) Se os judeus no cativeiro da Babilônia fizeram e, com a graça de Deus, conseguiram impedir Nabucodonosor de praticar um genocídio, e convenceram Ciro de fazê-los retornar, por que não pode os poucos brasileiros decentes que ainda restam fazer o mesmo? Tal dever e responsabilidade de examiná-los deve recair ainda mais sobre essa 21º província que somos todos nós, nesta época de cativeiro franco-republicano.

3) Eis uma peça que narra o drama dos judeus no tempo do cativeiro da babilônia. A dor deles também é nossa, nas nossas circunstâncias de hoje: http://adf.ly/rlCxa

(Tiago Barreira)