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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Como o anabatismo fomenta a apatria por escolha


1) Se o anabatismo nega o batismo de crianças, então ele coloca essas crianças fora da pátria do céu por conveniência, ainda que de maneira dissociada da verdade, que se dá em Cristo. Os anabatistas, enfim, escolhem a apatria para os seus filhos. São péssimos pais, pois desobedeceram a Deus, ao desonrar os seus filhos, ao negar a presença de Deus-Pai a seus filhos. Pois o próprio Cristo quis que deixassem vir a Ele as crianças. E uma dessas formas é através do batismo.

2) Se uma pessoa capaz, na vida cristã, é aquela que é plenamente capaz de de entender e praticar os valores de Cristo e dizer sim a Ele, então essas crianças não serão adultos plenamente capazes de dizer sim a Ele, por conta da educação anabatista.

3) Se os pais escolhem a apatria do céu para os seus filhos, então os filhos serão doutrinados numa sabedoria humana dissociada da divina, que afetará a capacidade de dizer sim plenamente a Deus. Isso cria um tipo de incapacidade relativa.

4) Se os pais não podem educá-los em casa, o Estado educa, através da escola pública. 

5) Como os filhos não são registrados no batistério da Igreja, o Estado assume o registro civil das pessoas naturais. E aos poucos o tamanho do Estado vai crescendo, de modo a que a Santa Mãe Igreja se torna desnecessária. E isso dá margem à construção de um Estado totalitário.

6) Enfim, o anabatismo dá causa à famigerada publicização do direito privado, ao regular aspectos como registro civil dos nascimentos, dos óbitos e a educação pública. E não vai demorar muito para que todos os aspectos da vida dos cidadãos seja regulada. 

7) Eis o anabatismo dando causa a essa ideologia do demônio, chamada totalitarismo.

Das conseqüências maléficas do equilíbrio político provocado pelo preceito do "Um Príncipe, Uma Religião", de Lutero

1) Uma das coisas que Lutero introduziu no mundo moderno foi o preceito do Um Príncipe, Uma religião. Se o príncipe for católico, todos sob sua proteção serão católicos; se o príncipe for protestante, todos serão protestantes.

2) Lutero estabeleceu com isso o princípio das nacionalidades em Direito Internacional. A nação - sob o governo do príncipe, que representa o Estado - será tomada com base na religião do príncipe.

3) E quando se dinamitou o preceito do principado para o preceito republicano na ordem internacional, a nação por si mesma, representada pelo Estado, seria tomada como se fosse a religião.

4) Enfim, a gradual degenerescência, que corroeu as instituições do direito interno, se distribuiu por toda a ordem internacional. 

5) O sistema de equilíbrio westfaliano, tal como expliquei no ponto,1 facilitou o trabalho revolucionário, pois cada nação, com base na fé de seu príncipe, tinha sua verdade - e com base no princípio da não-intervenção, nada foi feito para se impedir o estrago revolucionário. Esse neopaganismo foi praticado a ponto de isso afastar civilizações inteiras dos valores de Cristo.

5) Com a gradual internacionalização da mentalidade revolucionária, até ela se tornar uma cosmópolis, o equilíbrio westfaliano está, pouco a pouco, sendo dinamitado em favor da crescente onda de centralização de toda a política e segurança internacionais nas mãos do Conselho de Segurança da ONU.

6) Eis o desastre que se costura após mais de 500 anos de mentalidade revolucionária, coisa que se começou quando Lutero começou a atacar a autoridade da Igreja, que era quem mantinha o mundo seguro, com base nos valores de Cristo.

7) Enfim, o quadro não é nada animador.

Quando se perde a noção de Deus, a meritocracia se corrompe


1) Quando a sociedade toma por norte os valores decorrentes de uma ordem social libertária (que decorre do liberalismo que rompe com os valores de Cristo), a primeira coisa que se corrompe é a meritocracia, que é um reflexo da ordem que decorre quando se está sistematicamente em conformidade com o todo de Deus.

2) A meritocracia passa, então, a ter seu significado transformado, passando servir a algo que não é verdadeiro e que se revela ao longo tempo, quando tal ordem de coisas é ameaçada de se perder: ela fica vinculada à fisiologia, pois visa à satisfação dos próprios méritos individuais do vencedor em detrimento dos méritos de Cristo. Isto concentra poderes e privilégios em poucas mãos, que se acostumam a não vincular suas vitórias como sendo vitórias em Cristo - e essa falsa vitória atiça a inveja dos que não têm vitória alguma, pois o que é conquistado tende a ser ostentado, dado que as pessoas perderam a humildade de serem gratas a Deus, por estarem na conformidade com o Todo e de servirem em prol desse Todo, de modo a se ver o outro como se fosse um irmão e não como se fosse um estranho ou um competidor. Enfim, ao se negar Cristo, uma falsa meritocracia é criada, fundada numa luta de morte, que é a competição. Se o vencedor dessa luta de morte vence, ele sobrevive e se acomoda - eis o carreirismo.

3) Quando os invejosos, os semeadores da mentira sistemática tomam o poder, ele criam cotas (sejam elas raciais, sejam elas de deficientes físicos, sejam elas de mulheres etc). E isso mata a meritocracia. Como o Deus de bondade foi morto pelos liberais, então surge a vingança dos condenados, na forma de uma tirania perpétua.

4) Tudo o que é fundado na sabedoria humana dissociada da divina dá causa a coisas mais graves, que só tendem a agravar o processo revolucionário.

5) Verdade seja dita: todo libertarismo que rompe com a liberdade em Cristo leva à tirania, a longo prazo. Isso é caminho inexorável, a não ser que se restaure entre a nós verdadeira liberdade, que se dá em Cristo.

Da importância do raciocínio histórico especulativo para a literatura de ficção

1) Olavo fala que o Brasil necessita de ficcionistas imaginários, isto é, de pessoas capazes de contar histórias verossímeis ou verdadeiras que retratem a realidade ou a possibilidade de realidade da experiência humana neste país, de modo a que este seja tomado como se fosse um lar - ou então retratar o mal daquilo que comumente se faz, que é tomá-lo como se fosse religião de Estado, causa de toda essa cultura de fingimento, de pose e de afetação sistemática que nos é conhecida.

2) Se a literatura brasileira necessita resgatar o fundamento de se tomar o país como um lar, base pela qual se conhece a verdade em Cristo, que nos leva à memória da pátria no Céu, isso é sem dúvida uma análise correta. O problema é como sedimentar a consciência reta, de modo a fazer o país ser tomado da forma como é devida: como um lar e não como se fosse uma religião.

3) A atividade de ficcionismo imaginário necessita de outra atividade complementar: a do raciocínio histórico especulativo, coisa que é feita por quem é bom em fazer ensaios dissertativos.

4) Quando o historiador não dispõe de provas documentais, justamente pelo fato de que os arquivos estão sob o controle de agentes ideológicos, a melhor forma de se poder contar ou retratar a realidade é tomar por base o que se possui de concreto, o que seguramente se sabe, e ficar meditando, de maneira lógica e concreta, sobre os fatos e as possíveis implicações que disso podem decorrer. É mais ou menos o que eu faço nos meus escritos.

5) A história especulativa dá margem a muitas possibilidades - e elas são extremamente úteis à literatura de ficção, pois dessas possibilidades você pode compor histórias sobre isso, que serão usadas para serem compartilhadas, de modo a que as experiências necessárias fomentem a idéia de que o país deve ser tomado como um lar. 

6) Se a língua não for trabalhada como ferramenta a serviço da nacionidade, o governo tenderá a manipular a moeda cultural, de modo a que a se destrua a cultura vigente do país até o povo ficar estúpido e tomar o país sistematicamente como religião, onde o Estado totalitário ou o ditador é o seu Deus.

7) Na falta do monumento concreto, do documento, você vai ter de retratar uma possível imagem do monumento, do documento. E a análise deve ser a mais fiel possível e deve ser sempre em conformidade com o todo. Eis o segredo da verossimilhança histórica. 

8) O historiador que não dispõe do acesso ao documento concreto, ele terá de ser um tanto poeta. Ele terá de ser um fingidor - ele deve fingir a dor que deveras sente. Mas não uma falsa dor, mas, sim, uma possível dor verdadeira que pode ocorrer a qualquer um nós, quando se perde o contato com a verdade, que é o fundamento da liberdade. 

9) Eis aí a questão quando lidamos com a tirania. Nós precisamos ensinar ao leitor a importância de assumir o papel do outro - isso é fundamental, de modo a sermos bons cristãos. Isso é uma coisa que se perdeu faz muito tempo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Como o capitalismo se baseia numa ordem dividida entre eleitos e condenados?

1) Se a salvação para o protestante é tão somente a fé em Deus, ainda que sem obra, então essa é uma fé vazia.

2) A fé do protestante é sem obra porque eles não acreditam em fraternidade universal.

3) Se eles não acreditam em fraternidade universal, então eles não acreditam nem em esperança e nem em caridade. Eles tenderão a achar que a graça não se dá no tempo de Deus - enfim, eles tenderão a ver a riqueza material como um sinal de predestinação dos homens.

4) Se a fraternidade universal é impossível, então é inevitável eles dividirem o mundo entre eleitos e condenados, ficando a riqueza como um sinal de predestinação, de salvação dos eleitos.

5) Se a fé é predestinada, e nada será feito para se melhorar a sorte dos que estão fadados previamente à condenação eterna, então o eleito não poderá ver o condenado como um irmão.

6) Há este ensinamento na Bíblia: "ao teu irmão, não emprestarás com usura". Se o condenado não é visto como um irmão, então emprestar com usura é permitido.

7) Se os eleitos vivem se enriquecendo às custas dos condenados, o que ocorrerá é a concentração dos bens e das riquezas na mãos dessa elite eleita, agravando ainda a falta de esperança dos condenados, até ela tornar um ódio violento, fundado na inveja e na opressão, fundada numa falsa fé, que é essencialmente hipócrita.

8) Para o católico, a caridade que se faz ao próximo predestina o autor da caridade para o céu, já que isso se funda nos méritos de Cristo. Esse é o caminho dos santos.

9) Por isso que a evangelização é por essência salvar os outros do pecado e de tudo que é nele edificado.

10) Se o mundo fosse eternamente dividido entre eleitos e condenados, então todo o caminho que foi preparado para a chegada do salvador não faria sentido. Se fosse assim, Jesus jamais teria vindo nos salvar.

11) Se o mundo fosse eternamente dividido entre eleitos e condenados, Deus seria hipócrita. Se Deus é hipócrita, ele seria um demiurgo. Se tudo se funda na hipocrisia, é porque o verdadeiro Deus de bondade está morto ou falho. E isso é fundamento para o nihilismo de Nietzsche.

12) Esses são outros fundamentos que me permitem compreender porque a mentalidade revolucionária parece ter nascido de uma ordem que previamente dividiu o mundo entre eleitos e condenados.

13) O fato é que toda heresia dá margem para uma heresia ainda mais grave e mais destrutiva. Essa é a essência da descapitalização moral - ela nos afasta da amizade com Deus e de toda a ordem que é n'Ele fundada.

14) Em outras palavras, a coisa surgiu por influência demoníaca e se espalhou.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2014 (data da postagem original).

Uma possível explicação sobre a origem da mentalidade revolucionária


1) Certos grupos protestantes, como os calvinistas, acreditam ou tendem a acreditar que a fraternidade universal é impossível. E que salvação depende tão somente na fé em Deus, ainda que sem obra de caridade.

2) Se ela é impossível, eles não terão esperança de que a sorte dos homens melhore neste mundo, marcado para ser um eterno vale de lágrima, já que padecemos do vício do pecado original. Logo, eles buscarão dividir a sociedade entre eleitos e condenados. 

3) Enfim, essas são as duas classes de pessoas que existem, dentro dessa premissa - e elas, por não terem a perspectiva da graça de Deus, brigarão até a morte pela sua sobrevivência no mundo. Eis a gênese da luta de classes, do governo de facção. Pois as coisas, sem Deus, tendem a ter a sua própria verdade, o que retoma as origens pagãs.

4) Se a riqueza é predestinada aos eleitos, isso atiça a inveja dos condenados, que não poderão usufruí-la, por força da bondade e da caridade, coisas que não são buscadas, por serem impossíveis, segundo a sabedoria humana de Calvino, que é dissociada da divina. Então, eles lutarão até a morte para ter o controle da riqueza. Eis aí o comunismo.

5) Estes quatro primeiros pontos explicam uma possível origem da mentalidade revolucionária.

6) Se os protestantes não têm esperança de que a ordem de coisas na humanidade mude, então não farão caridade nenhuma para mudar o quadro. Eles conservarão o mal do mundo porque isso explica esse entendimento errado das coisas - e esse entendimento, ainda que errado, será conservado porque isso é conveniente aos seus interesses. Isso é suficiente para provar a falsidade do calvinismo, cuja doutrina é claramente fora da conformidade com o todo que vem de Deus.

7) Como a esperança e a caridade, que fomentam a santidade, não são buscadas, então a fé dos calvinistas é vazia, pois ela não tem obra.  

8) Se a fé sem obra é fé morta, então eles não acreditam que a mudança da ordem ruim para a ordem boa depende da graça de Deus - e que nada para Deus é impossível. Se eles não acreditam no fato de que tudo na vida depende da graça, do tempo de Deus, que é o fundamento da esperança e da caridade, então eles não acreditam em Deus.

9) Enfim, no seio da mentalidade protestante, que mata a esperança e a caridade, você encontra os meios necessários para se matar a fé em Deus, alimento indispensável para que a mentalidade revolucionária prospere.

10) Do ponto de vista lógico, o calvinismo é uma forma sofisticada de ateísmo.

11) Deve ser por isso que na Inglaterra e na Holanda haja tanto ateu por metro quadrado, pois foi onde o calvinismo mais prosperou.

Não há nacionidade sem aristocracia

1) Toda pessoa inteligente de algum modo foi concebida pelo poder do Espírito Santo. Mas isso é uma coisa rara.

2) Todo dia, infelizmente, nascem milhares de idiotas. Isso é coisa comum.

3) Como não podemos saber de antemão quem é inteligente e quem é idiota, não é sensato abortar. 

4) A esperança é que esses poucos que são inteligentes usem seus dons a serviço de Cristo, de modo a que a idiotia seja de vez vencida. É por isso que devemos ter fé na Igreja, na esperança de que essas mentes sejam bem preparadas para servir a Cristo, na esperança de que possamos tomar o nosso país como um lar, com base na pátria do Céu. Uma elite, quando bem governa, promove a generosidade e a caridade entre nós.

5) Os sábios fundam a aristocracia. E nela os que se revelam bons são recompensados, por estarem a serviço de Cristo. Eles são recompensados nos méritos de Cristo e não nos seus próprios méritos. 

6) Quando se serve a Cristo e se é recompensado nos méritos de Cristo, então todo o mérito é distribuído a toda a sociedade, através do Espírito Santo. Pois a excelência dos melhores serve de modelo para a excelência dos demais - e isso é a verdadeira democracia. Sem a aristocracia, ela não se tornaria possível.

7) Os idiotas fundam a democracia, onde toda cabeça humana pensa igual a Deus e equivale a um voto, a uma vontade soberana, não importando se quem vota é inteligente ou imbecil. 

8) Quando não se tem Deus no coração, uma elite de pessoas esclarecidas na sabedoria humana dissociada da divina surge de modo a conduzir a sociedade de vez ao seu cadafalso, ao caos e ao retrocesso. 

9) Onde não se tem Deus entre nós, a democracia leva fatalmente à oligarquia. 

10) Eis aí a gênese da nação tomada como religião, que se funda numa luta de classes entre os mais pobres e os mais ricos. Nela, a riqueza material, o dinheiro, é quem determina quem sabe mais ou quem sabe menos e o que se deve e o que não se deve saber, com base nos interesses de Estado. 

11) Aqui cabe se fazer estas perguntas: 

11-A) Desde quando quantidade determina o que é verdade em Cristo? 

11-B) Desde quando quando quantidade determina quem tem capacidade para se bem gerir uma nação? 

12) A meu juízo, que graças ao bom Deus é sensato, quantidade não se confunde com qualidade. Logo, confundir uma coisa com a outra não é conforme o todo. Logo, é pecado grave confundir uma coisa com a outra, pois se funda em ignorância grosseira acerca da realidade humana.