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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Da importância do raciocínio histórico especulativo para a literatura de ficção

1) Olavo fala que o Brasil necessita de ficcionistas imaginários, isto é, de pessoas capazes de contar histórias verossímeis ou verdadeiras que retratem a realidade ou a possibilidade de realidade da experiência humana neste país, de modo a que este seja tomado como se fosse um lar - ou então retratar o mal daquilo que comumente se faz, que é tomá-lo como se fosse religião de Estado, causa de toda essa cultura de fingimento, de pose e de afetação sistemática que nos é conhecida.

2) Se a literatura brasileira necessita resgatar o fundamento de se tomar o país como um lar, base pela qual se conhece a verdade em Cristo, que nos leva à memória da pátria no Céu, isso é sem dúvida uma análise correta. O problema é como sedimentar a consciência reta, de modo a fazer o país ser tomado da forma como é devida: como um lar e não como se fosse uma religião.

3) A atividade de ficcionismo imaginário necessita de outra atividade complementar: a do raciocínio histórico especulativo, coisa que é feita por quem é bom em fazer ensaios dissertativos.

4) Quando o historiador não dispõe de provas documentais, justamente pelo fato de que os arquivos estão sob o controle de agentes ideológicos, a melhor forma de se poder contar ou retratar a realidade é tomar por base o que se possui de concreto, o que seguramente se sabe, e ficar meditando, de maneira lógica e concreta, sobre os fatos e as possíveis implicações que disso podem decorrer. É mais ou menos o que eu faço nos meus escritos.

5) A história especulativa dá margem a muitas possibilidades - e elas são extremamente úteis à literatura de ficção, pois dessas possibilidades você pode compor histórias sobre isso, que serão usadas para serem compartilhadas, de modo a que as experiências necessárias fomentem a idéia de que o país deve ser tomado como um lar. 

6) Se a língua não for trabalhada como ferramenta a serviço da nacionidade, o governo tenderá a manipular a moeda cultural, de modo a que a se destrua a cultura vigente do país até o povo ficar estúpido e tomar o país sistematicamente como religião, onde o Estado totalitário ou o ditador é o seu Deus.

7) Na falta do monumento concreto, do documento, você vai ter de retratar uma possível imagem do monumento, do documento. E a análise deve ser a mais fiel possível e deve ser sempre em conformidade com o todo. Eis o segredo da verossimilhança histórica. 

8) O historiador que não dispõe do acesso ao documento concreto, ele terá de ser um tanto poeta. Ele terá de ser um fingidor - ele deve fingir a dor que deveras sente. Mas não uma falsa dor, mas, sim, uma possível dor verdadeira que pode ocorrer a qualquer um nós, quando se perde o contato com a verdade, que é o fundamento da liberdade. 

9) Eis aí a questão quando lidamos com a tirania. Nós precisamos ensinar ao leitor a importância de assumir o papel do outro - isso é fundamental, de modo a sermos bons cristãos. Isso é uma coisa que se perdeu faz muito tempo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Como o capitalismo se baseia numa ordem dividida entre eleitos e condenados?

1) Se a salvação para o protestante é tão somente a fé em Deus, ainda que sem obra, então essa é uma fé vazia.

2) A fé do protestante é sem obra porque eles não acreditam em fraternidade universal.

3) Se eles não acreditam em fraternidade universal, então eles não acreditam nem em esperança e nem em caridade. Eles tenderão a achar que a graça não se dá no tempo de Deus - enfim, eles tenderão a ver a riqueza material como um sinal de predestinação dos homens.

4) Se a fraternidade universal é impossível, então é inevitável eles dividirem o mundo entre eleitos e condenados, ficando a riqueza como um sinal de predestinação, de salvação dos eleitos.

5) Se a fé é predestinada, e nada será feito para se melhorar a sorte dos que estão fadados previamente à condenação eterna, então o eleito não poderá ver o condenado como um irmão.

6) Há este ensinamento na Bíblia: "ao teu irmão, não emprestarás com usura". Se o condenado não é visto como um irmão, então emprestar com usura é permitido.

7) Se os eleitos vivem se enriquecendo às custas dos condenados, o que ocorrerá é a concentração dos bens e das riquezas na mãos dessa elite eleita, agravando ainda a falta de esperança dos condenados, até ela tornar um ódio violento, fundado na inveja e na opressão, fundada numa falsa fé, que é essencialmente hipócrita.

8) Para o católico, a caridade que se faz ao próximo predestina o autor da caridade para o céu, já que isso se funda nos méritos de Cristo. Esse é o caminho dos santos.

9) Por isso que a evangelização é por essência salvar os outros do pecado e de tudo que é nele edificado.

10) Se o mundo fosse eternamente dividido entre eleitos e condenados, então todo o caminho que foi preparado para a chegada do salvador não faria sentido. Se fosse assim, Jesus jamais teria vindo nos salvar.

11) Se o mundo fosse eternamente dividido entre eleitos e condenados, Deus seria hipócrita. Se Deus é hipócrita, ele seria um demiurgo. Se tudo se funda na hipocrisia, é porque o verdadeiro Deus de bondade está morto ou falho. E isso é fundamento para o nihilismo de Nietzsche.

12) Esses são outros fundamentos que me permitem compreender porque a mentalidade revolucionária parece ter nascido de uma ordem que previamente dividiu o mundo entre eleitos e condenados.

13) O fato é que toda heresia dá margem para uma heresia ainda mais grave e mais destrutiva. Essa é a essência da descapitalização moral - ela nos afasta da amizade com Deus e de toda a ordem que é n'Ele fundada.

14) Em outras palavras, a coisa surgiu por influência demoníaca e se espalhou.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2014 (data da postagem original).

Uma possível explicação sobre a origem da mentalidade revolucionária


1) Certos grupos protestantes, como os calvinistas, acreditam ou tendem a acreditar que a fraternidade universal é impossível. E que salvação depende tão somente na fé em Deus, ainda que sem obra de caridade.

2) Se ela é impossível, eles não terão esperança de que a sorte dos homens melhore neste mundo, marcado para ser um eterno vale de lágrima, já que padecemos do vício do pecado original. Logo, eles buscarão dividir a sociedade entre eleitos e condenados. 

3) Enfim, essas são as duas classes de pessoas que existem, dentro dessa premissa - e elas, por não terem a perspectiva da graça de Deus, brigarão até a morte pela sua sobrevivência no mundo. Eis a gênese da luta de classes, do governo de facção. Pois as coisas, sem Deus, tendem a ter a sua própria verdade, o que retoma as origens pagãs.

4) Se a riqueza é predestinada aos eleitos, isso atiça a inveja dos condenados, que não poderão usufruí-la, por força da bondade e da caridade, coisas que não são buscadas, por serem impossíveis, segundo a sabedoria humana de Calvino, que é dissociada da divina. Então, eles lutarão até a morte para ter o controle da riqueza. Eis aí o comunismo.

5) Estes quatro primeiros pontos explicam uma possível origem da mentalidade revolucionária.

6) Se os protestantes não têm esperança de que a ordem de coisas na humanidade mude, então não farão caridade nenhuma para mudar o quadro. Eles conservarão o mal do mundo porque isso explica esse entendimento errado das coisas - e esse entendimento, ainda que errado, será conservado porque isso é conveniente aos seus interesses. Isso é suficiente para provar a falsidade do calvinismo, cuja doutrina é claramente fora da conformidade com o todo que vem de Deus.

7) Como a esperança e a caridade, que fomentam a santidade, não são buscadas, então a fé dos calvinistas é vazia, pois ela não tem obra.  

8) Se a fé sem obra é fé morta, então eles não acreditam que a mudança da ordem ruim para a ordem boa depende da graça de Deus - e que nada para Deus é impossível. Se eles não acreditam no fato de que tudo na vida depende da graça, do tempo de Deus, que é o fundamento da esperança e da caridade, então eles não acreditam em Deus.

9) Enfim, no seio da mentalidade protestante, que mata a esperança e a caridade, você encontra os meios necessários para se matar a fé em Deus, alimento indispensável para que a mentalidade revolucionária prospere.

10) Do ponto de vista lógico, o calvinismo é uma forma sofisticada de ateísmo.

11) Deve ser por isso que na Inglaterra e na Holanda haja tanto ateu por metro quadrado, pois foi onde o calvinismo mais prosperou.

Não há nacionidade sem aristocracia

1) Toda pessoa inteligente de algum modo foi concebida pelo poder do Espírito Santo. Mas isso é uma coisa rara.

2) Todo dia, infelizmente, nascem milhares de idiotas. Isso é coisa comum.

3) Como não podemos saber de antemão quem é inteligente e quem é idiota, não é sensato abortar. 

4) A esperança é que esses poucos que são inteligentes usem seus dons a serviço de Cristo, de modo a que a idiotia seja de vez vencida. É por isso que devemos ter fé na Igreja, na esperança de que essas mentes sejam bem preparadas para servir a Cristo, na esperança de que possamos tomar o nosso país como um lar, com base na pátria do Céu. Uma elite, quando bem governa, promove a generosidade e a caridade entre nós.

5) Os sábios fundam a aristocracia. E nela os que se revelam bons são recompensados, por estarem a serviço de Cristo. Eles são recompensados nos méritos de Cristo e não nos seus próprios méritos. 

6) Quando se serve a Cristo e se é recompensado nos méritos de Cristo, então todo o mérito é distribuído a toda a sociedade, através do Espírito Santo. Pois a excelência dos melhores serve de modelo para a excelência dos demais - e isso é a verdadeira democracia. Sem a aristocracia, ela não se tornaria possível.

7) Os idiotas fundam a democracia, onde toda cabeça humana pensa igual a Deus e equivale a um voto, a uma vontade soberana, não importando se quem vota é inteligente ou imbecil. 

8) Quando não se tem Deus no coração, uma elite de pessoas esclarecidas na sabedoria humana dissociada da divina surge de modo a conduzir a sociedade de vez ao seu cadafalso, ao caos e ao retrocesso. 

9) Onde não se tem Deus entre nós, a democracia leva fatalmente à oligarquia. 

10) Eis aí a gênese da nação tomada como religião, que se funda numa luta de classes entre os mais pobres e os mais ricos. Nela, a riqueza material, o dinheiro, é quem determina quem sabe mais ou quem sabe menos e o que se deve e o que não se deve saber, com base nos interesses de Estado. 

11) Aqui cabe se fazer estas perguntas: 

11-A) Desde quando quantidade determina o que é verdade em Cristo? 

11-B) Desde quando quando quantidade determina quem tem capacidade para se bem gerir uma nação? 

12) A meu juízo, que graças ao bom Deus é sensato, quantidade não se confunde com qualidade. Logo, confundir uma coisa com a outra não é conforme o todo. Logo, é pecado grave confundir uma coisa com a outra, pois se funda em ignorância grosseira acerca da realidade humana.

Da grande ironia que é a modernidade


1) Toda pessoa que não tem noção de Deus em seu coração está condenada e induzida a pensar que a sua nação é sua religião. Sua sabedoria humana dissociada da divina pensa que tem uma pátria, mas, na verdade, o sujeito é duplamente apátrida.

2) Eis a ironia do destino pelo qual se norteia a humanidade desde 1789, quando caímos na definitiva malvadez da modernidade, fundada numa política dissociada da ética: o ser humano deste nosso tempo acha que sabe tudo, mas, no fundo, não passa de um idiota útil.

Os homens são sujeitos da História, quando são objetos a serviço da vontade de Deus

1) Os homens se tornam sujeitos da História a partir do momento em que se tornam objetos a serviço da vontade de Deus.

2) Quando eles dizem sim, temos o verdadeiro progresso. Junto com o progresso moral, a prosperidade material distribuída a toda a sociedade.

3) Quando o não é dito, temos o retrocesso moral. O progresso material não é distribuído, mas concentrado em poucas mãos, que determinam, com base na sabedoria humana dissociada da divina, quem é digno e quem não é digno de usufruir dos progressos da civilização mundial dissociada de Cristo (leia-se elite globalista).

4) Quando o não é sistemático, temos um retrocesso moral, progressivo no tempo. E isso agrava o processo de concentração.

5) Enfim, o progressista ideológico sabe que está destruindo a civilização fundada em Cristo, afundando-a numa avalache de retrocesso moral, progressivo no tempo. É um agente descapitalizador e um agente concentrador ao mesmo tempo.

Toda crise religiosa revela-se uma excelente oportunidade para que Cristo seja reafirmado com ainda mais força

1) Como já falei certa ocasião, o próprio Cristo disse a D. Afonso Henriques que o destino de Portugal seria servir em terras distantes.

2) Essas terras distantes, formadas por Portugal, serão cruciais para o mundo Cristão, quando houver uma crise civilizacional no Velho Mundo. O Islamismo está se expandindo de maneira vertiginosa, por conta da caixa de pandora que foi aberta pela Revolução Francesa, em 1789.

3) Sempre que ocorre uma crise, o cristianismo cresce de modo ainda mais forte e surpreendente.

4) Aquilo que Jesus disse para se fazer em terras distantes já está começando a dar frutos: o Brasil já é considerado o país que mais manda missionários mundo afora. A matéria segue abaixo.

5) Num futuro próximo, a América Latina será a reserva moral do mundo Cristão e restaurará os valores ocidentais perdidos por conta dos valores revolucionários.

6) Eis aí pois a verdadeira natureza da expansão da fé cristã: toda vez que houver uma crise civilizacional no Velho Mundo, o Novo Mundo irá socorrê-lo. A natureza é que nem aquela de quem tem uma dívida e não tem condições de pagar: se algum ente querido estiver em problemas, o parente, em nome da caridade, deve ajudá-lo, de modo a que essa dívida seja paga. E a Europa, cada vez mais mergulhada na mentalidade revolucionária, está endividada até o pescoço para com Deus.

Matéria - Brasil é campeão da missionariedade: http://adf.ly/rMUV3