Pesquisar este blog

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O subjetivismo tira Deus do centro das atenções na economia


1) Se tudo é arbitrado em função da necessidade ou da vontade dos indivíduos, isso é admitir que cada um tem a sua verdade, o que está conforme a tradição liberal, que é revolucionária. Isso é anarquia.

2) Se levarmos isso a ferro e fogo, a revolução marginalista na economia não é uma boa coisa, pois tira Deus do centro das coisas. Pois no cerne do subjetivismo há o auto-interesse.

3) Esse aspecto kantiano na economia deve ter sido altamente brutal.

4) Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus implica um norte necessário. E esse norte é objetivo: Deus no coração.

5) Não existe outro caminho senão atacar e destruir toda uma cultura fundada no marginalismo econômico, principalmente a escola austríaca, a mais radical delas.

6) Existem algumas partes, na ordem privada, em que é possível se fazer escolhas, mas as boas escolhas se fundam na vida eterna, pois a gente não só de pão vive, mas também da palavra de Deus.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Cristo, e não os austríacos, é que fundou o verdadeiro individualismo metodológico


01) O individualismo metodológico dos austríacos, onde cada um tem a sua verdade, é uma balela.

02) O verdadeiro mesmo é o do Cristão seguindo Jesus, pois Ele é a verdade.

03) Todo indivíduo Cristão deve anunciar o Evangelho e fazer Jesus ser ouvido por seus irmãos, não importa o tempo, o lugar, a circunstância.

04) O método? Os ensinamentos de Cristo, que recebemos diretamente dos Santos Apóstolos, o Sagrado Magistério e a Sagrada Tradição, na Igreja que Ele edificou.

05) Que me perdoem os austríacos, mas Jesus é o verdadeiro fundador do individualismo metodológico. Pois a verdade não precisa ser minha e nem sua para que seja nossa.

Quanto mais evangelização, mais Cristo será ouvido


1) O alcance da Sagrada Ordem vai até onde podem ouvir Jesus e entendê-Lo bem.

2) Pode ser que a pessoa não O ouça, mas você (catequista, padre, etc) pode conseguir fazer aquele que não O escuta entender Jesus muito bem: basta que você faça bem o seu trabalho de imitar Cristo claramente. Agindo assim, você acaba se tornando uma espécie de corretor, no âmbito da prestação do serviço de bem dizer a verdade, aproximando Jesus de seus seguidores. Isso é capitalização moral, base para a verdadeira autoridade. E servir bem a Jesus pressupõe serviço de maneira desinteressada.

3) O evangelizador bem preparado faz Cristo ser ouvido onde, por tempo, lugar ou circunstância, Ele não poderia. Este é o verdadeiro individualismo metodológico. Sem Cristo, nada é possível.

Das boas conseqüências quando se estabelece a diferença entre o conservadorismo e o conservantismo


01) Quando se estabelece com sucesso a diferença entre conservadorismo e conservantismo, o primeiro termo se enriquece no seu verdadeiro significado, pois os homens mais nobres servirão a Cristo, evangelizando e servindo aos seus semelhantes naquilo que realmente conhecemos. Os verdadeiros conservadores conservam a dor de Cristo, que morreu por todos nós na cruz, de modo a que os nossos pecados fossem perdoados.

02) Como conservadores, nós conservamos e semeamos a sabedoria divina entre nós, que não é a deste mundo. Pois a verdade não precisa ser minha ou sua para ser nossa - não há conservadorismo sem que haja bom serviço à causa da verdade, pois a verdade é o fundamento da liberdade. E a verdadeira liberdade, óbvio, está em Cristo.

03) Quando conservamos as lições de Jesus, nós exigimos dos nossos representantes que estão no Congresso que não traiam a verdade sagrada e consagrada per seculum seculorem. Só assim teremos ordem livre, espontânea, estável - é sob o signo da não-traição que teremos força para se tomar o País como sendo o nosso lar, assim como forças para cumprir a missão a que Cristo nos legou, ao aparecer ao nosso primeiro Rei, D. Afonso Henriques, em Ourique.

04) Restaurado devidamente o significado do conservadorismo, o conservantismo, o que sobra, é o seu espectro mais perverso. Por isso, nunca deve ser tomado como sinônimo de conservadorismo, pois o coservante nem sempre conserva a verdade - o conservante revolucionário conserva o que convém, pois perverte o sentido da verdade das coisas de tal modo a que o bom direito se torne um odioso preconceito.

05) Se conservarmos o que for conveniente e dissociado da verdade, estaremos caindo no problema do malminorismo, coisa profundamente anticristã. Se acreditarmos sistematicamente na balela liberal do malminorismo, estaremos correndo o risco de tirar de Cristo o seu lugar de Direito: o de ser o protagonista de nossa pátria. E a pátria é a janela para o mundo das nossas virtudes e defeitos.

06) Sem Cristo, a nação é tomada como se religião fosse. A relação deixa de ser nacionidade e passa ser a de nacionalidade - e a lei que rege os homens não será mais a lei perpétua e boa de Deus, mas a lei do Estado em dissonância com esses valores, que muda constantemente com a passagem dos homens pelo poder ao longo do tempo. Sintoma claro e perverso de totalitarismo, onde nada é permanente. Onde as fundações não são de rocha sólida, tudo desaba - e é por essa razão que somos, de certo modo, forçados a duvidar de tudo, o que nos leva a uma cultura de niilismo, que precisa ser combatida.

07) O malminorismo dá causa ao mais básico dos esquerdismos: o conservantismo

08) Desnecessário dizer que o libertarismo nasceu de uma tradição que ousou negar a autoridade da Igreja. O libertarismo nasceu do protestantismo. Por isso, os protestantes estão à esquerda do pai, na escala mais básica.

09) Mas o libertarismo possui uma faceta tão reprovável quanto o malminorismo: a anarquia. Ele sempre aponta que o Estado é o maior dos problemas. Quando se corrompe o Estado na função de garantir a segurança de um povo de dizer o direito de modo a que se sirva paz, ordem e segurança, a serviço de Cristo, aí ele se torna um problema grave. Quando eles corrompem o sentido de liberdade, eles corrompem todo o aparato instrumental feito para se servir ordem. 

10) Os libertários têm dentro de si o germe totalitário. E sua ganância dá causa a algo muito pior, que é o socialismo, esses cupins que matam uma árvore até torná-la oca.

11) A linha entre conservantistas, libertários e totalitários é bem tênue. Um revolucionário moderado não demorará muito para ser um revolucionário radical. Basta que haja um tradição em se semear radicalmente o mal que os moderados se tornam radiciais, pois o mal deriva da sabedoria humana, marcada pelo pecado original.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2014.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Americanismo é falsa nacionidade e falsa consciência


1) A heresia americanista é mais devastadora do que se pensa, pois ela não é fácil de ser percebida, pois por trás de uma aparente nacionidade, de país tomado como se fosse um lar, há um culto à nacionalidade (nação tomada como religião). Esse fato começou a se tornar evidente por si mesmo após a Guerra Civil Americana, quando os poderes da governo central começaram a crescer assustadoramente. Um dos efeitos mais nocivos desse poder exagerado é o assistencialismo decorrente do New Deal.

2) Essa nacionidade mascarada é o nationness, definido por John Borneman em seu livro Belonging in the two Berlins, enquanto comentava o pensamento de Ernest Gellner, que estava inclinado a acreditar que a história de uma nação se resume a ciclos de nacionalismo que costumam ir e vir conforme o sabor das circunstâncias. 


3) Pelo que pude observar desse debate, nationness é a nacionidade definida através de políticas públicas de bem-estar social. Para os marxistas, sem welfare state, não haveria como se tomar um país como um lar sem tomá-lo como religião primeiro. O gigantismo estatal é condição sine qua non. Eis a causa da confusão entre nacionismo (tomar o país como um lar) e nacionalismo (tomar o país como uma religião totalitária de Estado). E até isso ser revertido, haverá um longo trabalho pela frente. Mais difícil ainda, se for em cabeça de brasileiro.

4) Por isso que não aceito nacionidade como a verdadeira tradução de nationness, tal como se encontra no livro Um Mapa da Questão Nacional, publicado pela Contraponto, em 2000. Isso está no artigo Para onde vão as nações e o nacionalismo, de Catherine Verdery, que cita esse trabalho de John Borneman. Foi o ponto de partida das minhas investigações.

A fraternidade universal numa república é impossível


1) Assim como o calvinista acha que a fraternidade universal é impossível, a fraternidade universal do republicano, fundada no fato de que cada um tem a sua verdade, é uma coisa impossível de se concretizar.

2) Veja que interessante: a formação dos EUA é essencialmente calvinista. E o regime republicano é a ordem política daqueles que buscam a salvação individual. E muitos fazem isso pisando no seu semelhante. É preciso crer forte quando se peca forte, pois não há confessionário nesta ordem em particular.

3) Muitos dos que se dizem conservadores querem ser conservadores à americana. Eles não percebem que a importação e a imposição de modelos artificiais e defeituosos é conservantismo, pois isso ignora as circunstâncias da formação da nossa pátria.

4) Tudo isso confirma o que disse anteriormente: para ser um bom republicano basta ser ignorante. Basta ignorar o sentido da fundação da pátria ou acreditar nas invencionices da História Oficial, coisa que o governo autoritário desta República quer nos fazer acreditar. Se você acredita no falso catecismo da História Oficial, é porque você toma o país como religião. E desse marasmo em que nos encontramos a gente não sai.

Não dá pra ser monarquista sem estudo


1) Não dá pra ser um bom monarquista sem estudo.

2) No entanto, é perfeitamente possível ser republicano sendo ignorante, pois perfeição e fraternidade universal na ignorância são coisas impossíveis - onde cada um faz o que quer, já que cada um tem a sua verdade, não existirá outra coisa que não anarquia.

3) Eis aí o fato - eis aí o porquê de as repúblicas serem tão utópicas quanto o socialismo.

4) Juntando república e socialismo, a tragédia está anunciada.