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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Americanismo é falsa nacionidade e falsa consciência


1) A heresia americanista é mais devastadora do que se pensa, pois ela não é fácil de ser percebida, pois por trás de uma aparente nacionidade, de país tomado como se fosse um lar, há um culto à nacionalidade (nação tomada como religião). Esse fato começou a se tornar evidente por si mesmo após a Guerra Civil Americana, quando os poderes da governo central começaram a crescer assustadoramente. Um dos efeitos mais nocivos desse poder exagerado é o assistencialismo decorrente do New Deal.

2) Essa nacionidade mascarada é o nationness, definido por John Borneman em seu livro Belonging in the two Berlins, enquanto comentava o pensamento de Ernest Gellner, que estava inclinado a acreditar que a história de uma nação se resume a ciclos de nacionalismo que costumam ir e vir conforme o sabor das circunstâncias. 


3) Pelo que pude observar desse debate, nationness é a nacionidade definida através de políticas públicas de bem-estar social. Para os marxistas, sem welfare state, não haveria como se tomar um país como um lar sem tomá-lo como religião primeiro. O gigantismo estatal é condição sine qua non. Eis a causa da confusão entre nacionismo (tomar o país como um lar) e nacionalismo (tomar o país como uma religião totalitária de Estado). E até isso ser revertido, haverá um longo trabalho pela frente. Mais difícil ainda, se for em cabeça de brasileiro.

4) Por isso que não aceito nacionidade como a verdadeira tradução de nationness, tal como se encontra no livro Um Mapa da Questão Nacional, publicado pela Contraponto, em 2000. Isso está no artigo Para onde vão as nações e o nacionalismo, de Catherine Verdery, que cita esse trabalho de John Borneman. Foi o ponto de partida das minhas investigações.

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