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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Das boas conseqüências quando se estabelece a diferença entre o conservadorismo e o conservantismo


01) Quando se estabelece com sucesso a diferença entre conservadorismo e conservantismo, o primeiro termo se enriquece no seu verdadeiro significado, pois os homens mais nobres servirão a Cristo, evangelizando e servindo aos seus semelhantes naquilo que realmente conhecemos. Os verdadeiros conservadores conservam a dor de Cristo, que morreu por todos nós na cruz, de modo a que os nossos pecados fossem perdoados.

02) Como conservadores, nós conservamos e semeamos a sabedoria divina entre nós, que não é a deste mundo. Pois a verdade não precisa ser minha ou sua para ser nossa - não há conservadorismo sem que haja bom serviço à causa da verdade, pois a verdade é o fundamento da liberdade. E a verdadeira liberdade, óbvio, está em Cristo.

03) Quando conservamos as lições de Jesus, nós exigimos dos nossos representantes que estão no Congresso que não traiam a verdade sagrada e consagrada per seculum seculorem. Só assim teremos ordem livre, espontânea, estável - é sob o signo da não-traição que teremos força para se tomar o País como sendo o nosso lar, assim como forças para cumprir a missão a que Cristo nos legou, ao aparecer ao nosso primeiro Rei, D. Afonso Henriques, em Ourique.

04) Restaurado devidamente o significado do conservadorismo, o conservantismo, o que sobra, é o seu espectro mais perverso. Por isso, nunca deve ser tomado como sinônimo de conservadorismo, pois o coservante nem sempre conserva a verdade - o conservante revolucionário conserva o que convém, pois perverte o sentido da verdade das coisas de tal modo a que o bom direito se torne um odioso preconceito.

05) Se conservarmos o que for conveniente e dissociado da verdade, estaremos caindo no problema do malminorismo, coisa profundamente anticristã. Se acreditarmos sistematicamente na balela liberal do malminorismo, estaremos correndo o risco de tirar de Cristo o seu lugar de Direito: o de ser o protagonista de nossa pátria. E a pátria é a janela para o mundo das nossas virtudes e defeitos.

06) Sem Cristo, a nação é tomada como se religião fosse. A relação deixa de ser nacionidade e passa ser a de nacionalidade - e a lei que rege os homens não será mais a lei perpétua e boa de Deus, mas a lei do Estado em dissonância com esses valores, que muda constantemente com a passagem dos homens pelo poder ao longo do tempo. Sintoma claro e perverso de totalitarismo, onde nada é permanente. Onde as fundações não são de rocha sólida, tudo desaba - e é por essa razão que somos, de certo modo, forçados a duvidar de tudo, o que nos leva a uma cultura de niilismo, que precisa ser combatida.

07) O malminorismo dá causa ao mais básico dos esquerdismos: o conservantismo

08) Desnecessário dizer que o libertarismo nasceu de uma tradição que ousou negar a autoridade da Igreja. O libertarismo nasceu do protestantismo. Por isso, os protestantes estão à esquerda do pai, na escala mais básica.

09) Mas o libertarismo possui uma faceta tão reprovável quanto o malminorismo: a anarquia. Ele sempre aponta que o Estado é o maior dos problemas. Quando se corrompe o Estado na função de garantir a segurança de um povo de dizer o direito de modo a que se sirva paz, ordem e segurança, a serviço de Cristo, aí ele se torna um problema grave. Quando eles corrompem o sentido de liberdade, eles corrompem todo o aparato instrumental feito para se servir ordem. 

10) Os libertários têm dentro de si o germe totalitário. E sua ganância dá causa a algo muito pior, que é o socialismo, esses cupins que matam uma árvore até torná-la oca.

11) A linha entre conservantistas, libertários e totalitários é bem tênue. Um revolucionário moderado não demorará muito para ser um revolucionário radical. Basta que haja um tradição em se semear radicalmente o mal que os moderados se tornam radiciais, pois o mal deriva da sabedoria humana, marcada pelo pecado original.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2014.

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