1) Como católico, acredito piamente que a função da autoridade é aprimorar a liberdade de muitos, pois isso convém no Senhor. E um dos trabalhos da autoridade é promover o bem comum. E é no bem comum que se promove a liberdade, enquanto fundamento da liberdade.
2.1) Tenho observado que o liberais defendem uma desestatização extremamente abstrata, sem se importarem com quem está de fato comandando as empresas.
2.2) E nestes tempos onde os grandes capitães de indústria promovem o socialismo como uma forma de se obter monopólios - uma vez que eles estarão concentrando os poderes de usar, gozar e dispor dos bens da vida em sociedade, a ponto de terem poder sobre tudo e sobre todos - penso ser mais sensato que se faça uma licitação, convocando todos os empresários católicos a participarem. Aqueles que estiverem dispostos a tocar a empresa de modo a promover o bem comum, os valores da Cristandade e a estimular as pessoas a prosperarem e a progredirem dentro da empresa, esses poderão usucapir desse bem comum dentro de um certo tempo.
2.3) Como são vários os empresários, a empresa será dividida em frações ideais em tantos quantos forem os empresários, proporcionais ao capital social da empresa e da riqueza produzida por ela. Novas ações podem ser criadas, desde que sejam para transformar o empregado em sócio ou o investidor em sócio. Se não houver participação na vida societária, ninguém terá direito a essa propriedade.
2.4) A titularidade dessas ações só pode ser exercida por quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e o provimento desses espaços só será feito dentro de uma associação comercial católica - a idéia é afastar a noção de sociedade de capital, fundada a partir da riqueza como um fim em si mesmo, que é de cunho protestante, anticatólico por excelência. Só haverá alienação onerosa dessa titularidade se for para remunerar o excelente trabalho do titular anterior de ter cuidado bem da empresa.
2.5) E tal como ocorre com as antigas sesmarias, se o proprietário não tiver o devido cuidado com a parte que lhe cabe da empresa, sua parte será tomada e dada a alguém que saiba muito bem cuidar disso, pois há muitos maus proprietários que enterram o talento dado, ao invés de multiplicá-lo.
3.1) A propriedade privada dos acionistas privados não será usada com fins vazios, uma vez que elas servem aos ditames da justiça, ao bem comum. Por essa razão, as sociedades de economia mista, como a Petrobrás, precisam do governo como sócio, pois o governo garante a justiça, sem contar que o petróleo é um ativo estratégico importante para o desenvolvimento nacional.
3.2.1) Se for para desestatizar, no sentido de reduzir a nefasta presença do Estado tomado como se fosse religião, então é preciso multiplicar o número de proprietários da empresa que há na sociedade.
3.2.2) Como a amizade é a base da sociedade política, é preciso que todos amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Do contrário, as riquezas de uma nação serão dilapidadas para o usufruto dos apátridas, que são campeões nacionais de grupos comunistas e globalistas.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2021 (data da postagem original).
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