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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Da filosofia da gratidão

1) Quando uma pessoa me diz obrigado, ela está a me dizer que se sente obrigada a retribuir o mesmo favor que eu um dia prestei a ela. Ela está debaixo de meu amparo, já que minha autoridade aperfeiçoou a liberdade de muitos - não só dessa pessoa como também a dos parentes dessa pessoa, assim como também daqueles que um dia virão a partir dessa pessoa, pela linha descendente. Nesse sentido, quem me diz obrigado se sente necessariamente abrigado.

2) E este abrigo é produtivo, posto que ele se mantém constante ao longo das quatro estações do ano - mais ou menos como ocorre com uma árvore não envenenada que dá frutos numa estufa, onde ela dá frutos ao longo das quatro estações do ano, posto que a planta encontra na estufa condições melhores de crescer e prosperar do que naturalmente encontraria se exposta ao clima, pois nem sempre o clima é favorável ao seu desenvolvimento e cultivo.

3) As circunstâncias favoráveis de uma boa amizade são análogas às de uma estufa. Faça chuva ou faça sol, se o protetor vê no protegido a figura de Cristo, mais produtiva se torna a amizade, posto que devemos amar e rejeitar as mesmas coisas que o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem amou e rejeitou, pois a verdade é o fundamento da liberdade.

4) O verdadeiro sentido da lealdade está em prestar honras a todo aquele que imita a Cristo, tal como fazem os cavaleiros medievais, a base de toda a nobreza. Cristo faz dos nobres servos dos pobres, já que os pobres são o banco de Deus. Eis o verdadeiro fundamento da capitalização moral.

José Octavio Dettmann 

Rio de Janeiro, 11 de fevereiro de 2021 (data da postagem original).

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