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quinta-feira, 26 de março de 2020

Quando se trata de casar ciência com literatura, então toda ficção deve ser tratada como realidade especulada, mas sem exageros

1.1) Estou desenvolvendo uma nova técnica de escrever histórias: escrevo uma nota de diário e uma continuação dessa história no próprio corpo de texto. 
 
1.2) Se as histórias têm ligação, fundo os artigos a ponto de virarem uma coisa só; se se desdobrarem numa outra história paralela, elas viram outro artigo, a ponto de comporem um outro capítulo da história. É como escrever novela - e para isso, eu preciso escrever diariamente.

2.1) Se tivesse que escrever ficção, eu precisaria fazer com que a história tenha algum fundamento em alguma história que vivi ou que tomei de empréstimo, a ponto de querer ter vivido essa experiência, se minhas circunstâncias fossem favoráveis.

2.2.1) Mesmo que minha circunstância de vida não me permita viver certas coisas, ao menos posso especular sobre isso - e a especulação já me dá uma imagem mais ou menos pálida do que poderia ser se essa experiência fosse real, embora isto não substitua a experiência real, plenamente vivida.

2.2.2) Talvez eu esteja enganado - e não me incomodo de meu depoimento, que é provisório para estes casos, ser substituído pelo depoimento de alguém que viveu realmente estas experiências que examinei ao menos do ponto de vista especulativo.

3.1) Do ponto de vista literário, é assim que faz ciência.

3.2.1) Quando se parte do que se sabe para o que não se sabe, primeiro especulamos sobre certas coisas que gostaríamos de ter vivenciado, mas que não nos foram possíveis.

3.2.2) O que foi refletido fica sujeito à confirmação de uma segunda testemunha, que realmente passou por essas experiências. Ela poderá falar com mais propriedade se isso que falo faz sentido ou não.

3.2.3) Esse segundo testemunho confirmará o que digo do ponto de vista especulativo, a ponto de a ficção ser chamada também de realismo especulado ou possível. Quando casamos ciência com literatura, nós adotamos este expediente.

4.1) Tudo o que falei sobre nacionismo, eu falei do ponto de vista especulativo. Faltou-me o critério da verificação - eu nunca estive no exterior realmente para saber se o que falei fazia sentido ou não. As circunstâncias não me foram favoráveis: nunca tive dinheiro para viajar - e nos tempos em que vivo, está muito perigoso fazê-lo, visto que a Europa está cheia de muçulmanos - e eles são a negação do experimento em pessoa.

4.2.1) Se alguém me suceder na experiência a ponto de viver num tempo em que o Cristianismo esteja vivo e forte novamente, numa Europa livre dessa ameaça maometana, então essa pessoa poderá falar com mais propriedade sobre aquilo que falei e que só pude traçar uma idéia geral, um pequeno esboço, pois meu depoimento não passa de uma pálida idéia, de uma situação provisória - o que fará desta ciência uma tradição intelectual.

4.2.2) Como nada substitui a experiência real, então somente uma pessoa que tenha realmente vivido a experiência de tomar vários países como um mesmo lar em Cristo pode falar com mais propriedade sobre o que falei ao menos no campo teórico, uma vez que a prática aperfeiçoa a teoria. Não me incomodo de nesta primeira geração eu ser apenas um mero teórico - gostaria de ter podido viajar, mas estes tempos, confesso, são muito perigosos.

4.2.3) Melhor que isso fique para outro momento, para uma outra geração ou para um contemporâneo meu que tenha condições de fazê-lo. Se aperfeiçoarem o que digo, eu fico satisfeito, uma vez que cumpri o que me propus a fazer, em Cristo Jesus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de março de 2020 (data da postagem original).

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