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segunda-feira, 16 de março de 2020

Notas sobre o bolsonarismo enquanto suposta (ou pretensa) renovação do absolutismo presidencial

1.1) Uma coisa que tem me chamado a atenção é a ignorância do brasileiro com relação à sua própria História. 
 
1.2) Quando ofertei o livro Sua Majestade, O Presidente do Brasil - que é uma crítica ao presidencialismo, aos males que esse tipo de regime sempre praticou -, nego pensou que fossem críticas ao Bolsonaro, ignorando todos os outros que lhe antecederam.

2) A impressão que tenho é: ou ele renovou o presidencialismo (a ponto de todos os presidentes anteriores se reduzirem a meros pavimentadores de caminho para ele, a ponto de ser uma espécie de Messias do regime,  justamente por ter Messias no nome - o que é uma baita ignorância da realidade) ou deve ser algum tipo de ignorância mesmo. E conservar isso conveniente e dissociado da verdade é estar à esquerda do Pai.

3.1) Uma pessoa como Loryel Rocha, se visse o que presenciei na minha página de escritor (de pessoas fazerem várias interrogações insistentes em razão do prefácio que Ernest Hambloch fez para a obra, escrita em 1934), apostaria na tese de que o presidencialismo estaria sendo renovado a base de muita injeção de sebastianismo, uma espécie de testosterona espiritual, fundada no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.

3.2) Mas a verdade é que nem o presidencialismo, nem o parlamentarismo branco prosperarão no Brasil, dado que esses regimes conservam o que é conveniente e dissociado da verdade.

3.3.1) O Brasil foi feito para servir a Cristo em terras distantes, tal como foi estabelecido em Ourique. E por isso, o primeiro cidadão do Brasil (o príncipe de Bragança, que é vassalo de D. Sebastião desde seu desaparecimento em Alcácer-Quibir), governa o Brasil enquanto ele não retorna de seu exílio, já que D. Sebastião é o verdadeiro rei - por isso, sucessor de D. Afonso Henriques, vassalo de Cristo.

3.3.2) Por essa razão, o regente - uma figura mais precária que o vassalo - deve ser mais fiel a Cristo tanto quanto o verdadeiro ungido, até porque é figura provisória. Ele deve ser leal na missão de servir a Cristo em terras distantes, dando continuidade a esse serviço público estabelecido de modo a propagar a fé Cristã.

3.3.3) Como o metal da coroa não se corrompe em razão da verdade que pesa sobre a cabeça do soberano, já que honrá-la em nome de Cristo é de grave responsabilidade, é bom que o vírus coroado (o "coronavírus") se propague pelo bem de todos nós, em toda a América Portuguesa. E isso certamente afetará Portugal e os antigos domínios de Além-Mar, incluindo a Lusitânia Dispersa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de março de 2020.

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