1) Quando se toma o país como se fosse religião, o sentido de independência tende a ser tomado como se fosse absoluto. E é justamente porque isso é tomado como se fosse coisa que tradições são inventadas, de modo a se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.
2) A origem do quinhentismo, enquanto mentalidade revolucionária, está relacionada à revolução liberal do Porto de 1820, uma das primeiras revoluções liberais que sacudiram a Europa, por conta da nefasta influência da Revolução Francesa sobre todos os povos civilizados da Europa.
3) Tal como falei certa ocasião, liberalismo no sentido moderno do termo não é liberalismo no sentido cristão do termo, pois Cristo é a verdade - e não há liberdade sem a verdade, tal como bem nos atestou o Papa João Paulo II. Até porque a Revolução Francesa esvaziou todo o conteúdo religioso que norteava a política de modo a que o Estado permanecesse em conformidade com o Todo que vem de Deus - e isso foi fatal para o mundo português, em particular, pois a revolução liberal do Porto marcou a decadência e a morte do mundo português, tal como foi edificado em Ourique.
4) Coisas que existiam na realidade política local do antigo vice-reinado, como a rivalidade entre portugueses e brasileiros, no tocante à ocupação dos espaços na sociedade, foram tomados como se fossem coisa, de modo a destruir a crença na fraternidade universal, base para o movimento nacionalista que culminou na secessão do Brasil junto ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. O espírito público a que D. Pedro I primeiro se referia era justamente a essas rivalidades, que foram tomadas como se fossem coisas e que foram moldadas através de uma mentalidade política essencialmente mercantilista, onde o amor ao dinheiro se misturou à nobre missão de servir a Cristo em terras distantes, de modo a perverter as bases constitucionais naturais fundadas desde Ourique. Esses pecados sociais sistemáticos foram usadas como desculpa para fomentar toda uma sorte de mentalidade revolucionária por aqui.
5) Além desses dois fatores, a influência da Revolução Francesa e as rivalidades, havia ainda a falta de habilidade de D. João VI para se lidar com a questão. D. João VI, tal como foi apontado no livro História Constitucional do Brasil, de Aurelino Leal, fraquejou e foi tíbio, pois protelou uma medida, pois não sabia o que fazer naquele momento. Se ele visse Ourique como o norte de todas coisas, ele saberia bem o que fazer, de modo a manter a integridade do Reino Unido.
Fontes que me serviram de base para esta reflexão: Bandeirantes e Pioneiros, do Vianna Moog, e História Constitucional do Brasil, de Aurelino Leal.
Sobre o que estava falando:
"Eu, Senhor, vejo as coisas de tal modo, falando claro, que relações com Vossa Majestade só familiares, porque assim é o espírito público do Brasil. [...] É um impossível físico e moral Portugal governar o Brasil, ou o Brasil ser governado por Portugal. Não sou rebelde (...) são as circunstâncias."
- S.M.I. o Imperador Dom Pedro I do Brasil (1798-1834) a seu pai, S.M.F. o Rei Dom João VI de Portugal (1767-1826), em carta datada de 26 de Julho de 1822.
2) A origem do quinhentismo, enquanto mentalidade revolucionária, está relacionada à revolução liberal do Porto de 1820, uma das primeiras revoluções liberais que sacudiram a Europa, por conta da nefasta influência da Revolução Francesa sobre todos os povos civilizados da Europa.
3) Tal como falei certa ocasião, liberalismo no sentido moderno do termo não é liberalismo no sentido cristão do termo, pois Cristo é a verdade - e não há liberdade sem a verdade, tal como bem nos atestou o Papa João Paulo II. Até porque a Revolução Francesa esvaziou todo o conteúdo religioso que norteava a política de modo a que o Estado permanecesse em conformidade com o Todo que vem de Deus - e isso foi fatal para o mundo português, em particular, pois a revolução liberal do Porto marcou a decadência e a morte do mundo português, tal como foi edificado em Ourique.
4) Coisas que existiam na realidade política local do antigo vice-reinado, como a rivalidade entre portugueses e brasileiros, no tocante à ocupação dos espaços na sociedade, foram tomados como se fossem coisa, de modo a destruir a crença na fraternidade universal, base para o movimento nacionalista que culminou na secessão do Brasil junto ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. O espírito público a que D. Pedro I primeiro se referia era justamente a essas rivalidades, que foram tomadas como se fossem coisas e que foram moldadas através de uma mentalidade política essencialmente mercantilista, onde o amor ao dinheiro se misturou à nobre missão de servir a Cristo em terras distantes, de modo a perverter as bases constitucionais naturais fundadas desde Ourique. Esses pecados sociais sistemáticos foram usadas como desculpa para fomentar toda uma sorte de mentalidade revolucionária por aqui.
5) Além desses dois fatores, a influência da Revolução Francesa e as rivalidades, havia ainda a falta de habilidade de D. João VI para se lidar com a questão. D. João VI, tal como foi apontado no livro História Constitucional do Brasil, de Aurelino Leal, fraquejou e foi tíbio, pois protelou uma medida, pois não sabia o que fazer naquele momento. Se ele visse Ourique como o norte de todas coisas, ele saberia bem o que fazer, de modo a manter a integridade do Reino Unido.
Fontes que me serviram de base para esta reflexão: Bandeirantes e Pioneiros, do Vianna Moog, e História Constitucional do Brasil, de Aurelino Leal.
Sobre o que estava falando:
"Eu, Senhor, vejo as coisas de tal modo, falando claro, que relações com Vossa Majestade só familiares, porque assim é o espírito público do Brasil. [...] É um impossível físico e moral Portugal governar o Brasil, ou o Brasil ser governado por Portugal. Não sou rebelde (...) são as circunstâncias."
- S.M.I. o Imperador Dom Pedro I do Brasil (1798-1834) a seu pai, S.M.F. o Rei Dom João VI de Portugal (1767-1826), em carta datada de 26 de Julho de 1822.
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