1) Para John Locke, o homem é uma folha de papel. E uma folha de papel aceita qualquer coisa.
2) Uma sociedade é composta de homens. Se o homem é uma folha de papel, uma ordem social é um livro a ser preenchido.
3) A constituição escrita é um livro. E um livro é composto de folhas de papel.
4) Como o país é tomado como se fosse religião e como nacionalismo é algo divorciado da universalidade, acaba-se, então, crendo que o homem é a medida de todas as coisas e que a fraternidade universal não existe. E o logos divino acaba se reduzindo às limitações da língua nacional, o que acaba gerando entropia. E a constituição acaba se tornando uma espécie de Bíblia do Estado, onde nela se faz a Sola Scriptura.
5) Se a constituição é uma folha de papel, como diz Ferdinand Lassalle, então ela pode ser rasgada - e no lugar dela, se faz uma nova constituição.
6) Se o homem é uma folha de papel, então ele pode ser rasgado. Eis o homicídio.
7) Se a sociedade é um livro, então ele pode ser rasgado, temos genocídio e apatria.
8) Eis a lógica iluminista e marxista explicada passo-a-passo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 24 de julho de 2015 (data da postagem original)
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