Em sua Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses, Jaime Cortesão aponta um problema que existe na psique portuguesa:
1) Os portugueses sempre foram um povo náutico, tal como eram os cartagineses: e esses povos vivem sendo constantemente ameaçados de serem invadidos. Quando D. Henrique de Borgonha morreu, o Reino nasceu da disputa de poder que se deu entre D. Afonso Henriques e sua mãe, D. Tareja (Teresa).
2) O ponto alto dessa disputa se deu na Batalha de São Mamede, em Guimarães, em que D. Afonso venceu as forças leais à D. Tareja. Como D. Afonso Henriques era um rei muito religioso, ele assegurou a fundação e a soberania do Reino com a ajuda do Altíssimo, tal como se deu em Ourique.
3) Portugal, ao longo de sua história, teve de estar com um olho na missão sagrada e outro olho em Castela, que estava crescendo em poder e influência depois que o Reino da Espanha se formou, em 1492.
4) A Espanha contava com uma geração de guerreiros muito experiente e talentosa, veterana das guerras de Reconquista. E para evitar que fossem invadidos e vencidos, a política do sigilo foi a base sob a qual se baseou toda a expansão portuguesa. E isso foi feito até tornar-se uma psicose.
5) O instinto de sigilo e de monopólio marcou a sociedade em todos os seus aspectos, seja político ou econômico. A tal ponto que isso levou à renegação do senso de fraternidade universal, base sob a qual se faz o Cristianismo.
6) Essa mentalidade, essa doença espiritual que marcou as gerações, é que contribuiu a para o surgimento de rivalidades entre brasileiros e portugueses, de tal modo a que o Reino Unido se desintegrasse.
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