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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Dos dois fundamentos constitucionais da arte de bem dizer as coisas

1) Ao assumir o controle da pena, a primeira coisa que se deve ter em mente é falar as coisas de modo caridoso, de modo a se edificar no próximo a idéia de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo (e não a idéia de se tomar o país como se fosse religião de Estado da república, desgraça esta que se renova todos os anos, a partir do dia 15 de novembro).

2.1) O segundo passo é saber pensar com as palavras - o que implica ter um domínio não só da forma culta do idioma, como também um pleno domínio da sintaxe.

2.2) Vejo muitos a escrever "não vejo isso a tempos", irracionalmente. O melhor macete para se identificar o verbo haver é quando você usa a voz num outro modo verbal - se a construção "eu não vejo isso havia tempos" é possível, então "eu não vejo isso há tempos" é perfeitamente possível e conforme o Todo daquilo que se pretende dizer de maneira caridosa, em Cristo Jesus fundada.

2.3) Saber falar bem, escrever bem implica domínio pleno da linguagem. Deixar-se dominar pela linguagem é aceitar o fato de que alguém vai enganar você, cedo ou tarde; é aceitar que o governo manipule a língua ao seu bel-prazer, conservando permanentemente a sua situação de analfabeto funcional - não é à toa que continuo escrevendo na regra antiga, resistindo o quanto eu posso à destruição de nosso idioma.

3) Estes dois fundamentos são vitais para todo conservador, pois conservantistas geralmente são analfabetos e abaixam a cabeça para a lei, aceitando-a sem questionar, sem se importar com quem está no governo. Enfim, são completos idiotas, cuja apatria se faz visível a olho nu.

4.1) Língua, nacionidade, religião e alta cultura são vitais para a sobrevivência de um povo, ainda que este seja desalojado de seu território por forças apátridas, revolucionárias. 

4.2) Se estes quatro elementos não estiverem no sangue da maioria da população, então o país, tal como o conhecemos, está condenado. Só a minoria da população, que realmente vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus e que conhece as verdadeiras fundações da pátria, manterá esta esperança viva - e esta, por seleção natural, manterá o país vivo, pela graça de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 02 de janeiro de 2015 (data da postagem original).

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