1) Quando vejo um universitário defendendo a doutrina de um professor do qual foi aluno, eu me pergunto: será que isso é concordância?
2) Se fosse concordância, ele não só buscaria motivar todas as razões pelas quais concorda com o posicionamento de seu professor, mas também buscaria razões para completar ou aclarar o pensamento de seu mestre, levando-os a círculos que por circunstância são acessíveis mais ao aluno do que ao próprio mestre, pois a busca do conhecimento é uma tarefa que nunca se acaba. E ainda que discorde, ele buscaria razões bem fundamentadas de modo mostrar que as idéias de seu mestre não boas por si de serem acolhidas. E o esforço que se faz para refutar uma idéia ruim, derivada de uma investigação honesta, por si só merece todas as homenagens
3) Infelizmente, o que vemos no Brasil é o mero contentamento ao saber disponível. Se determinado aluno abraça a idéia de um certo professor arrogante e estrelo, pode ter certeza que é puxa-saquismo. Pois esses elementos perniciosos são tiranos: são capazes de te reprovar só porque você tem boas razões para discordar do posicionamento do professor, posto que o ensinamento do mesmo não está conforme o Todo que vem de Deus.
4) O puxa-saquismo vaidoso dos que buscam a nota final para passar de ano é o sintoma da fogueira das vaidades que há nas universidades.
5) A fogueira das vaidades existe porque a cátedra é uma posição de prestígio social, de poder sobre os outros. E onde o prestígio do status quo tem mais influência que a busca sincera pela verdade, o que temos é a dinamitação sistemática da consciência social, a ponto de o país todo ser tomado como uma religião do Estado, dado que o professor universitário se tornou um agente político, um agente estratégico, um funcionário público, servindo aos que estão no poder, no momento. Nem de longe ele serve à pátria, de modo a que se faça esta ser tomada como um lar - essa noção deriva da pátria do céu, que nos remonta a Deus. E Deus eles não querem.
6) Por isso, rezemos. Os maus precisam mais de Deus do que nós. Quem sabe uma má consciência não desperta do mau que está a fazer para nós, enquanto povo?