1) Vamos supor que eu receba, em apenas dois dias, R$ 15,04 - o que dá uma média R$ 7,52 por dia recebido. Se multiplicasse essa média ao longo dos 28 dias, eu perceberia R$ 210,56.
2.1) Para quem recebe R$ 100,00 por mês e tem guardados na poupança quase R$ 18 mil reais, o rendimento está muito bom, mas é preciso aumentar e muito minha receita de modo que meu homem-hora valha ao menos R$ 1 por hora vivida. Por isso, preciso aumentar os rendimentos de modo a ganhar até R$ 24 reais por dia ao longo de 28 dias recebidos - o que daria um salário de até R$ 672,00 mensais. É salário de pobre, mas é o começo de tudo.
2.2.1) Eis a casinha de palha do ubogi de fato sendo construída: a diferença desse salário para o salário mínimo é que este salário decorreu do meu esforço poupador - por isso, é um salário real, não nominal, determinado pelo dirigismo econômico de um Estado tomado como se fosse religião, onde tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.
2.2.2) Pois 1 real por hora bem vivida vale muito mais do 15 ou 20 reais por hora mal vivida, onde o valor do meu homem-hora só é medido apenas dentro e tão-somente dentro da minha relação de trabalho, sem levar em conta o contexto que este trabalho tem para a vida minha pessoal como um todo, dado que não sou um mero corpo biológico: eu também faço parte de uma família e faço parte da Igreja Católica.
2.2.3) É por conta de ser filho da Igreja que estou integrado a um corpo social que foi fundado para servir a Cristo em terras distantes, tal como foi estabelecido em Ourique - por isso, valho muito mais do que os pardais a que Jesus se referiu na Bíblia, uma vez que valor do meu trabalho transcende o valor do ouro e da prata, a ponto de a obra que produzo só poder ser medida objetivamente no tempo de Deus, nunca no tempo cronológico, como fazem os que pautam a sua vida produtiva na ética protestante, a ponto de a avaliação subjetiva se tornar um odioso arbítrio, fundado no que se conserva de conveniente e dissociado da verdade - o que pode levar ao rebaixamento da qualidade do trabalho, bem como à negação do compromisso com a excelência.
3.1) Depois que construo minha casinha de palha, a ponto de estabelecer ganho real de um real por hora vivida, o próximo passo será fazer minha hora vivida valer R$ 10,00 e depois R$ 100,00 - esses círculos são percorridos dentro do caminho das honras que devem ser dadas ao verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, principalmente nos que patrocinam o meu trabalho como escritor.
3.2) É dentro de fundamentos desta natureza que vale a pena fazer seguro de vida, pois cada hora de vida vivida por mim tem valor - e valor monetário, pois tudo o que faço tem caráter produtivo, a ponto de a vida para mim ter sentido, já que cada hora vivida implica ganho financeiro, assim como uma possibilidade real de integrar novas pessoas ao meu ambiente pessoal de modo a crescer junto com elas e tomar o país como um lar em Cristo, por Cristo de uma maneira melhor. Com esse dinheiro que vou ganhando, à medida que meu valor por hora vivida vai aumentando, posso não só comprar o que quiser mas também ajudar outras pessoas. E neste sentido, trabalhar torna-se uma opção, já que não fazer nada é uma ação e ela me rende uma vantagem financeira considerável, muito embora trabalhar me traga muito mais benefícios a longo prazo.
4) O lado bom dessa ordem financeira pessoal é que posso legar isso aos meus filhos, como se fosse propriedade privada. Se cada um deles quiser ganhar mais de modo que seus respectivos homens-hora valham mais do que era valido na geração anterior, eles podem fazê-lo. E eles podem fazer isso não só levando em consideração o mérito pessoal, mas também o esforço de outras vidas pregressas que colaboraram para o sucesso de ambos, pois o sucesso não é fruto do acaso, mas de muito trabalho servindo ao bem comum, a ponto de se santificar através dele, e sem tomar a riqueza alheia, principalmente financiando socialismo como forma de obter vantagem financeira ilícita.
5) Só preciso me preocupar com uma coisa: em ver essa ordem financeira pessoal não ser prejudicada pelo comunismo ou pelo descaso dos maus governantes. Esta é a verdadeira ordem que me interessa, já que posso defendê-la por mim mesmo, pois este é o meu castelo financeiro - com ele, posso financiar as ações salvíficas da Igreja Católica no mundo inteiro, pois o que tenho veio do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, não amando a mim mesmo até o desprezo de Deus.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 02 de setembro de 2021 (data da postagem original).
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