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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Notas sobre o princípio republicano da fundamentação do voto

1) O professor Loryel Rocha falou, em um vídeo recente, da diferença entre república e democracia.

2) Supondo que a sociedade seja multiculturalista, em que a maioria da população é canibal, o congresso tenta passar uma lei fazendo do canibalismo um direito. Se essa sociedade multiculturalista for democrática, a lei acaba sendo aprovada, uma vez que isso foi vontade da maioria; se essa sociedade for uma república, essa lei acaba não sendo aprovada, uma vez que os deputados que representam a minoria cristã apontam motivos determinantes, pautados na boa razão, que apontam para a inconstitucionalidade da lei, já que isto fere a lei natural, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) O lado bom de fundamentar os motivos determinantes do voto é que os melhores argumentos, pautados na boa razão, sempre prevalecem sobre os insensatos, fundados naquilo que se conserva conveniente e dissociado da verdade. Os melhores argumentos, ainda que só haja apenas um votante apontando o motivo, delimitam os limites do mandato do presidente da República, como se isso fosse uma lei especial que rege o governo desse presidente até as próximas eleições.

3.2) Isso acaba limitando a autoridade do Presidente dentro dos limites estritos do mandato - e qualquer ato fora dos limites estritos do mandato tende a ratificação, por meio de plebiscito ou referendo. 

4.1) Enfim, se a soberania está nas mãos do povo, então uma república plebiscitária só poderá existir se os melhores do povo puderem exercer muito bem o dever de fundamentar a razão de suas escolhas, uma vez que essas coisas são fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2) Como Cristo é a verdade, então os demais membros da comunidade, que não são cristãos, acabam sendo convertidos por meio da reta razão, uma vez que Cristo é a verdade em pessoa, o sumo logos. E a razão é inerente a todos os seres humanos, o que leva à verdadeira fé.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2018.

Quando fazem ensaios sobre a pobreza, os iluminados, com sua pax economica, antecipam o pleno emprego

1) Certa ocasião, eu vi um livro na biblioteca da faculdade chamado ensaio sobre o pauperismo (que em português foi adaptado para ensaio sobre a pobreza).

2.1) Estritamente, o livro trata da erradicação da pobreza, como se isso fosse uma espécie de condenação. 

2.2) Como o livro foi escrito por um iluminado cujo nome não me lembro agora, então ele acaba escrevendo um programa econômico no qual o pleno emprego é uma espécie de filantropia, uma vez que a riqueza, enquanto sinal de salvação, é a base de um governo próspero fundado no homem, pelo homem e para o homem. Afinal, o liberalismo sempre prepara o caminho para o comunismo.

3.1) Jesus falou que sempre haverá pobres entre nós.

3.2) Como já falei antes, entre os que são agraciados por Deus há aqueles que são humildes e estão buscando aprender coisas novas de modo que sejam pessoas melhores a cada dia. E até mesmo entre os que são oriundos de família rica, há gente que prefere morar na rua e viver a vida na mendicância por escolha. Há muitas ordens religiosas que fazem da mendicância um caminho de vida e santidade, de modo a desenvolver entre nós a virtude da humildade, de viver em dependência da bondade de Deus. Não é à toa que a língua polonesa designou duas palavras para pobre: biedny e ubogi

4.1) Um estudo sério sobre o pauperismo deve levar em conta a realidade de quem é biedny e a realidade de quem é ubogi, uma vez que palavras designam coisas, já que Deus fala através de palavras, fatos e coisas.

4.2) Por essa razão, todo estudo que pretenda erradicar a pobreza do ponto de vista liberal ou socialista não é um estudo sério, uma vez que os estudiosos não tiveram o hábito de estudar outras línguas de modo a perceber as diferentes nuances. Como Deus me deu a graça de estudar a língua de São João Paulo II, eu pude perceber as nuances de ser pobre na língua polonesa, a tal ponto que isso melhorou até mesmo a forma de eu descrever o problema em minha própria língua.

5) Se preciso aprender a diferença entre law e right, na língua inglesa, para melhor compreender o significado das coisas no universo no Direito, então devo aprender a diferença entre biedny e ubogi para melhorar compreender o significado das coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2018.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Notas sobre liberalismo, nazismo, fascismo e comunismo como governos fundados no homem como a medida de todas as coisas

1) Se o homem é a medida de todas as coisas, então todas as coisas estão fundadas no amor de si até o desprezo de Deus e isso é feito de modo que tudo esteja fundado naquilo que se conserva conveniente e dissociado da verdade a ponto nada poder estar fora disso, uma vez que tal ato de rebeldia caracterizaria alta traição, a ponto de o traidor ser punido com a pena capital.

2) Fascismo, nazismo e comunismo são governos antropocráticos, marcados no fato de o Estado, a mais alta das realizações humanas, ser o centro de todas as coisas. Todas essas coisas decorrem do liberalismo, uma vez que pessoas ricas no amor de si até o desprezo de Deus quiseram conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de quererem uma nova ordem mundial, onde a liberdade dissociada da verdade é servida com fins vazios.

3.1) A única forma de deter esse mundo antropocêntrico - onde a caridade é pervertida em filantropia, a fé é transformada em fideísmo e a esperança é vazia - é restaurando Deus como a medida de todas as coisas.

3.2) É preciso trocar o totalitarismo fundado no homem, pelo homem e para o homem - ainda que na forma democrática, fundada no povo, pelo povo e para o povo - pelo governo total e global fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2018.

Da conformidade com o Todo que vem de Deus como o verdadeiro governo total e global que reina sobre esta Terra.

1) O verdadeiro governo total está n'Aquele que tudo pode e sabe, uma vez que que está presente em todos os detalhes de sua criação, o Universo, pois as coisas criadas sempre apontam para o criador, a ponto de estarem em conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Deus é amor e criou as coisas neste fundamento. Por isso, como criaturas muito amadas por Deus, Ele é tudo para nós.

3.1) Por isso, o termo totus tuus aponta para duas coisas: para a conformidade com o Todo que vem de Deus bem como que Ele é o verdadeiro Rei de todos os lugares em que habitamos. 

3.2) Por amor, somos eternamente escravos de sua infinita bondade, a ponto de cooperar com Ele na promoção e expansão da fé cristã, e assim servir a Cristo em terras distantes, tal como ocorreu em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2018.

Por que a tentativa de Mussolini de cooptar os católicos por meio do Tratado de Latrão fracassou?

1) Se na conformidade com o todo que vem de Deus tudo está em Deus e nada pode estar do alcance de Deus, uma vez que Jesus foi verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, então é um grande absurdo trazer o católico para o jugo dos fascistas, uma vez que o Estado é a a mais alta realização humana, mas este está aparelhado pelos homens que são ricos no amor de si até o desprezo de Deus, a ponto de tudo estar nesses homens e nada fora desses homens, como se eles fossem a medida de todas as coisas.

2) Por isso, a tentativa de cooptar o catolicismo para o fascismo, por meio do Tratado de Latrão, fracassou - Deus é bom e o homem rico no amor de si até o desprezo de Deus é mau. E o bem sempre prevalece sobre o mal.

3) Se Deus é a medida de todas as coisas, então que os ensinamentos da Igreja governem a todas as coisas, incluindo o Estado, a ponto de os países serem tomados como um lar para Cristo, em Cristo e por Cristo, fazendo com que cada membro da sociedade ame e rejeite as mesmas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus. Isso fará com que a maioria das pessoas se prepare para a pátria definitiva, que se dá no Céu. Afinal, a vida eterna, e não a riqueza ou poder, é o maior objetivo a ser alcançado nesta vida.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2018.

Do biedny vem o proletário

1) No polonês, como já disse em artigos anteriores, há duas palavras para pobre: ubogi e biedny.

2) Enquanto o ubogi é o pobre que Deus tanto preza, o biedny é aquele tipo de pobre que vive de bolsa família, mas que é capaz de gastar 300 reais numa calça jeans.

3) O biedny é o subproduto da classe ociosa: o proletário. Não contribui em nada para a comunidade política a não ser pondo a sua própria prole no mundo para o mundo criar. É tão orgulhoso quanto o rico, mas o enxerga como uma imagem distorcida de um mesmo espelho, o que é suficiente para se criar uma luta de classes.

4) E a luta de classes tem sua gênese a partir do momento em que a riqueza é tomada como sinal de salvação. A sociedade foi dividida entre eleitos e condenados, coisa que foi feita por um demiurgo. Por conta disso, isso está fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2018.

Das origens protestantes do voto secreto

1) O voto secreto tem sua razão de ser numa sociedade marcada pela cosmovisão protestante, onde o mundo foi dividido entre eleitos e condenados, por conta da ação de algum demiurgo qualquer.

2) Os eleitos, os que se julgam salvos de antemão, não precisam fundamentar os motivos determinantes de seus votos. Além disso, por conta de seu conservantismo, eles julgam os católicos um povo condenado e farão de tudo para criar um verdadeiro apartheid social, dividindo a sociedade em guetos.

3.1) O voto secreto é obra do liberalismo, que, por sua vez, é cria do protestantismo.

3.2) Quem acha que tem a sua própria verdade se acha salvo de antemão - e por essa razão não exporá os motivos determinantes da sua escolha ao outro, que está condenado de antemão por conta de discordar dele, ainda que essa discordância, em Cristo, se funde numa boa razão.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2018.