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domingo, 5 de junho de 2016

Mais explicações sobre o uno, o nulo e o múltiplo

1) Quando Cristo foi crucificado, o uno deu origem ao múltiplo. Múltiplas são as causas que levam à santidade, à conformidade com o Todo que vem de Deus. E o caminho de quem conserva a dor de Cristo é fazer do uno múltiplo - se Cristo é a verdade, a liberdade, então essa graciosidade se distribui, pois Ele veio para que todos tenham vida - e vida em abundância.

2) Quem conserva o que é conveniente e sensato só conhece apenas um dos múltiplos caminhos que levam a Cristo - e quando aprende a conservar a dor de Cristo, ele aprende a fazer do uno múltiplo, pois todos os caminhos do Cristo levam à Roma - é de Roma que a verdade se distribui para o mundo.

3) Quem conserva o que conveniente e dissociado da verdade edifica um não em nome do sim. Troca Deus pela figura do homem - e o panteão de todos os homens tomados como se fossem deuses está no Estado. Se tudo está no Estado, e nada pode estar fora dele, o que é conveniente e dissociado da verdade é distribuído e relativiza tudo, o que prepara o caminho para o totalitarismo. Como isso é fora da Lei Natural, tudo isso é nulo - e acaba fazendo todos se tornarem apátridas.

O verdadeiro liberalismo é um ícone e não um ídolo

1) Toda imagem que serve a algo voltado para o nada, para falso tomado como se fosse verdadeiro, é um ídolo. Em inglês, idol tem a mesma pronúncia de idle (vago, vazio, improdutivo).

2) Toda imagem que nos remete àquilo que é verdadeiro, para a conformidade com o Todo que vem de Deus, é ícone. Tal como disse meu amigo Helleno de Carvalho, as palavras são ícones que exteriorizam o pensamento, que é expresso através da fala, da tradição oral; por sua vez, a palavra escrita é desdobramento desse ícone, pois tem fundamento numa tradição oral, coisa que se dá na carne. Da compilação de vários textos escritos, divinamente inspirados, nós temos a Bíblia, que sistematiza a nossa crença - e isso não exclui nem a tradição oral, nem a sucessão apostólica. 

3) Ícone que se desdobra em ícone leva a um poderoso processo de capitalização moral; ídolo que se desdobra em ídolo é que nem uma hidra - eis a imagem de um terrível monstro, coisa que nos lembra a mentalidade revolucionária.

Por que a Bíblia é um ícone e não um ídolo?

1) Palavras escritas são basicamente ícones das palavras ditas e as palavras ditas são basicamente ícones de pensamentos formulados e externalizados. 

2) A Igreja Católica compilou a Bíblia e, ao invés de fazer ídolos com esculturas, simplesmente as transformou em ícones.

3) Ícones não são ídolos - tanto é verdade que a foto do seu ente querido falecido não é um ídolo. Se formos levar radicalmente a interpretação ao pé da letra, que diz para não fazermos ídolos, deveríamos considerar TODOS os ícones ídolos. Sendo assim, a própria Bíblia e a palavra externalizada por escrito ou oralmente seriam ídolos.

Helleno de Carvalho

Notas sobre o nulo, uno e o múltiplo

1) A conformidade com o Todo que vem de Deus promove o múltiplo a partir do uno: quando alguém ofende um Papa, esta pessoa está ofendendo também todos aqueles que o sucederam anteriormente, incluindo o próprio Cristo. Se a pessoa ofende o passado, ela também, por conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, ofenderá os futuros. É através da Santa Tradição - fundada na verdade em pessoa, que é Cristo - que nós vemos melhor tal fenômeno, pois é através da empatia pela verdade em pessoa, através da figura de Cristo, que separamos o virtuoso do pecador.

2) Na conformidade com tudo aquilo que decorre de sabedoria humana dissociada da divina, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele, nós vemos a mentira proclamada em nome da verdade. Nela, nós vemos o nulo ser proclamado em nome do uno, o zero proclamado em nome do 1, o não proclamado em nome do sim - como isso gera liberdade com fins vazios, não haverá múltiplo, a não ser multiplicação dessa ordem cancerosa a ponto de haver metástase.

3) Não é à toa que isso viola o princípio da não-traição à verdade revelada. Cristo nos mandou que fizéssemos do nosso sim um sim e do nosso não um não. Isso pede que as palavras assumam um sentido denotativo, a ponto de descrever a realidade tal qual ela nos apresenta. E como já falou meu amigo, quando as palavras perdem o significado, nós perdemos a liberdade, pois deixamos de viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

sábado, 4 de junho de 2016

Notas sobre 2016 até agora

1) Em 2016, eu tive duas glórias: converter meus pais em monarquistas e ver convertidos meus indo ao Encontro Monárquico.

2) Só não vou a esses eventos por uma simples razão: a mente do escritor, sobretudo a deste que vos fala, sempre atende ao chamado do Santo Espírito de Deus. Se o Espírito sopra onde quer, lá está a minha mente pronta para dizer sim e escrever, não importando em que circunstância o chamado se encontra.

3) Algum dia, cedo ou tarde, serei chamado para falar num Encontro Monárquico. Esta será uma das poucas ocasiões em que vou palestrar; por norma, não palestrarei para ninguém, a não ser perante um Rei - ou um Imperador, no nosso caso. Se falo para o soberano, eu falo para o povo - e estou pronto para essa responsabilidade. Não recusarei nenhum chamado vindo da Coroa, pois é o Brasil me chamando.

4) Qualquer chamado vindo de outras pessoas que não o Imperador será recusado. Não confio em outra pessoa senão naquele que é o legítimo sucessor de D. Afonso Henriques, pois foi o próprio Cristo quem fez dele Rei, de modo a que servíssemos a Ele nestas terras distantes, já carcomidas pelos 127 anos de apatria republicana. É justamente porque vejo o Crucificado de Ourique em D. Luiz que digo  sim a ele e faço o meu trabalho - se não fosse por isso, eu jamais seria um monarquista.

Não há justiça entre apátridas

1) O Direito Privado rege a relação entre cidadãos, pois parte do fato de que A e B tomam o país como se fosse um lar, tendo por Cristo fundamento.

2) O Direito Público rege a relação que se dá dentro do ambiente de Estado - coisa que assume nuances privadas, como a relação do Estado-administrador e servidor público - e a relação entre o Estado e a população dos que tomam o país como se fosse um lar em Cristo.

3) Numa relação entre apátridas não haverá nem Direito Privado, nem Direito Público, nem Direito Peregrino (que cuida da relação entre estrangeiros dentro do nosso território nacional). É anarquia pura - às vezes, esse discurso está mascarado por esta expressão: "nem público, nem privado - o que temos aí é uma zona cinzenta".

4) Ao contrário da matemática, em que há todo um conjunto de números que se dá entre 0 e 1, na apatria não existe isso. E isso é um vácuo cuja causa foi planejada e arquitetada, a partir do momento em que passaram a tomar o país como se fosse religião e a reger as coisas da pátria fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, o que edifica liberdade com fins vazios, o libertarismo, coisa que prepara o caminho para o totalitarismo. É por essa razão que apátrida não tem direito, pois ele não tem a quem recorrer.

A vida virtual pede uma educação real para ser exercida com responsabilidade

1) Eu costumo dizer aos meus pares que a pessoa só pode ir para a rede social depois de muitos anos estudando no ambiente real, tal como aconteceu comigo. Nas nossas circunstâncias atuais, o homeschooling é o caminho perfeito para isso - se a liberdade é prerrogativa, então a pessoa deve ser capaz de ser gente neste tipo de ambiente também, pois a rede social não é muito diferente do ambiente real - a diferença é que você o faz por escrito e não falando.

2) Se a pessoa não for plenamente capaz disso, de dizer sim a esse chamado, terminará como muitos que vejo aqui online: falando a primeira coisa que vem à cabeça, sem ser capaz de separar a verdade do erro. E falta de empatia para com a verdade é não enxergar Cristo como sendo a verdade em pessoa - e isso não é bom.

3) Muito do comportamento do brasileiro se deve à aversão ao saber - e essa aversão é incapacitante não só para a vida civil como também para a vida fundada no fato de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo. E isso é que explica o fato de muitos serem apátridas, apesar de nascidos nesta terra.