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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O termo conservador não pode ser pronunciado em vão

1) Se a palavra de Deus não deve ser servida vazia, referir-se por conservador aquilo que é, na verdade, conservantista é como se fosse servir a Palavra de Deus com fins vãos, inúteis, de modo a edificar liberdade para o nada. É pecado contra os mandamentos de Deus.

2) Na internet ainda há muito cabeça-dura que pronuncia em vão o termo "conservador", confundindo-o com a famigerada figura do "conservantista". Se conservador é quem conserva a dor de Cristo, chamar o conservantista de conservador é chamar o Diabo de "Deus do mal" - e isso é usar o termo "Deus" - Aquilo que é o que é - para aquilo que é vão, vazio.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Nacionismo e a formação das regiões metropolitanas

1) Uma cidade recém-fundada tona-se núcleo povoador e civilizador das regiões mais próximas.

2) À medida que a cidade vai se desenvolvendo, colônias ligadas ao núcleo central vão povoando a periferia da cidade e vão mantendo vínculos com o núcleo original, seja pelos laços de parentesco, seja pelos laços de emprego. A maior prova desse vínculo é que terras pertencentes ao núcleo povoador central são arrendadas aos colonos das regiões periféricas, de modo a que essa região possa se desenvolver - e isso caracteriza tanto uma relação de empréstimo quanto de investimento, que se perdura no tempo.

3) À medida que essas colônias vão se desenvolvendo e se tornando cidades, elas passam a ter problemas em comum, por conta de morarem em uma região em comum. O compartilhamento dos problemas e soluções que as cidades enfrentam, ao ocuparem uma mesma região, são a base de uma região metropolitana e isso pede um parlamento local.

4) A necessidade de uma região metropolitana surge a partir do momento em que as várias comunidades dispersas estão sob a supervisão de uma mesma autoridade, de modo a permanecerem em conformidade com o todo que vem de Deus. Onde o bispo for comum, a autoridade política, de modo a resolver os problemas comuns - e a promover a caridade e a boa vizinhança entre os cidadãos de maneira organizada -, deve ser comum e compartilhada.

5) A maior prova de que a aliança do altar com o trono é mesmo a base da nacionidade está justamente na necessidade de os leigos resolverem os problemas da vida em comum sob a orientação de um bispo, quando esse problema em comum afeta comunidades inteiras, dispersas ao longo da região - e para isso é preciso haver um líder que coordene esse trabalho central, escolhido pela comunidade dos leigos e sob a bênção do bispo. Eis o prefeito como o primeiro cidadão da cidade ou da região metropolitana. Ele é o rei do lugar, o príncipe.

5) Eis aí a região metropolitana como base para uma autêntica federação, de modo a que um mesmo território seja tomado como se fosse um lar. 

6) Só haverá fato gerador para uma autonomia legítima se os problemas enfrentados forem diferentes, por conta da ocupação de lugares diferentes .

7) Por conta da ocupação de lugares diferentes, surgem diferentes circunstâncias ou situações-problema fundadas nisso - e tudo isso pede solução própria, diferente daquela relacionada àquilo que se encontra no lugar de origem, como vemos no caso da relação entre Brasil e Portugal.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Convém não confundir erudição com falta de clareza

1) Confesso que já estou ficando cada vez mais intolerante a textos de linguajar sofisticado e rebuscado. Quanto mais sofisticado e rebuscado for um texto, maior o risco de ser mal escrito.

2) Além disso, texto escrito num estilo sofisticado ou rebuscado tende a ser desinteressante de se ler, pois ele não é direto ao ponto. E o texto deixa de ser bom porque não cumpre a sua real finalidade, que é informar o leitor para aquilo que é realmente relevante, bom e necessário.

3) Muitos estão a confundir erudição com falta de clareza. Se atentassem bem para isso, eles perceberiam que erudição implica dizer as coisas de um jeito claro e simples ao maior número de pessoas possível - e isso é fazer da língua portuguesa uma obra de arte. Isso implica dominar o caminho das belas letras e dos bons modos - e isso é o fundamento de ser culto.

4) Dominar a arte de bem dizer as coisas implica dizer as coisas do modo mais simples e claro e possível e para o maior número de pessoas possível. Pois o ofício do escritor é o mesmo do catequista - promover a verdade a quem interessar possa. O catequista o faz falando; o escritor o faz pela via da pena ou do teclado. A diferença é o meio empregado.

A verdade sobre o Estado mínimo

1) A fobia contra o Estado, coisa essa que liberais e conservantistas compartilham, é uma das maiores tolices de nosso tempo.

2) O ''Estado mínimo'' dos liberais e dos conservantistas é o Estado máximo da heresia, do secularismo, do indiferentismo religioso, do capitalismo liberal, do ateísmo social, dos estrondosos sucessos revolucionários, das ideologias insanas, do socialismo, do feminismo, do aborto, do ''casamento'' homossexual, do divórcio, da desordem social, da pedofilia, da corrupção generalizada dos costumes, do globalismo, da destruição da família, enfim, da ruína do próprio Estado e da religião, e, por conseguinte, da própria civilização.

3) O "Estado mínimo" dos liberais e dos conservantistas é uma quimera. Os pretensos católicos metidos a liberais não conseguem compreender esta questão com clareza - e isso basicamente se dá por três razões:

3.1) A primeira razão é que eles ainda não entenderam que a liberdade não é um fim; trata-se de meio, e meio para fazer o bem, para se promover o bem comum. E sendo meio para se fazer o bem, essa liberdade é limitada pela autoridade pública, de modo a atender a um fim bom, de modo a que tudo fique em conformidade com o Todo que vem de Deus - e essas finalidades têm tanto cunho moral quanto espiritual.

3.2) A segunda razão é que eles ainda não compreenderam que o Estado fundado na democracia liberal pode ser despótico, pois ele pode edificar liberdade para o nada, quando dissociado da Santa Religião. Nele, vemos a constituição conceder uma autêntica "carta de marca" de modo a se praticar o mal em nome de um suposto bem, fundado em sabedoria humana dissociada da divina - licença essa que é feita de modo a se relativar a moral e os bons costumes e para promover o vício como se fosse virtude, assim como a mentira em nome da verdade. Além disso, por meio dessa carta, dessa folha de papel, temos a promoção do bizarro e do grotesco em nome do belo e a promoção da tirania em nome da liberdade - isso sem falar em outras tantas coisas. Tudo isso escraviza os homens e fomenta a noção de que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele.

3.3) A terceira razão é que eles ainda não entenderam que o Estado não pode assegurar ordem, justiça e os legítimos direitos individuais e coletivos se ele não estiver em conformidade com o Todo que vem de Deus, se não estiver submetido a uma autoridade que é eterna e maior do que a dele, que é temporal.

4) Quando esses pseudocatólicos começarem a compreender essas verdades, eis aí o dia em que começarão também a aprender a pensar como católicos de verdade.

5) Enfim, a razão pela qual digo tudo isso é que um Estado não deve ser reprovado apenas pelo fato de intervir na sociedade onde isso for necessário, seja em maior ou menor intensidade - o que deve ser reprovado é o Estado que não é conforme o Todo que vem de Deus, por não seguir os ensinamentos da Santa Madre Igreja e por não favorecer a verdadeira e santa religião.    
  
(Filipe Lustosa) - texto adaptado por José Octavio Dettmann

domingo, 23 de agosto de 2015

Uma proposta decente

1) Em vez de darem dinheiro para a Globo ou a Folha, ou para a autora do Cinqüenta Tons de Cinza, por quê não investir em mim?

2) Eu escrevo coisas de qualidade - e aceito de bom grado qualquer valor que vocês me derem, desde que dado com generosidade. Tenho mais de 1400 textos de qualidade escritos em pouco mais de 1,5 anos de trabalho. Para cada linha que aprendo do Curso Online de Filosofia do Professor Olavo de Carvalho, vários artigos são criados em torno disso.

3) Muitos dos meus doadores aprenderam muito comigo e aprenderam a tomar o país como se fosse um lar.

4) Garanto que vocês não vão se decepcionar. Faço um trabalho de primeira e tenho certeza de vocês logo serão como todos os que me são ou foram doadores: vocês entenderão porque valho cada centavo, pois sei semear boa consciência nas pessoas, de modo a que possam ter esperanças num Brasil melhor, através do trabalho que faço. E custo menos do que essas marcas de grife que vocês consomem e que nada edificam.

5) Não seria melhor fazer um troca mais inteligente? Que tal trocar a ignorância que essas marcas fomentam por conhecimento, produzido por este escriba que vos fala? Eis aí algo made in Brazil que vale tanto quanto algo produzido nos EUA ou no Japão. 

6) Pensem nisso.

7) Ao longo do mural, vocês podem ver uma enorme quantidade de artigos que já produzi. Vocês podem me pedir inbox, que vos mando as coisas.

8) Que tal a proposta? É só falarem comigo e podemos fazer um bom negócio juntos.

Tomar o país como se fosse um lar também pode ser engraçado

1) Hoje fui perguntar sobre as aulas de polonês ao meu padrinho e por coincidência me apareceu um casal: ela era polonesa; ele, brasileiro e que freqüenta a mesma paróquia que eu freqüento, só que num outro horário - como a paróquia vive cheia aos domingos, é natural que eu nunca o tenha visto antes. Os dois se conheceram na JMJ. Ao que me pareceu, ela convidou o meu padrinho para o casamento, que vai se dar na Polônia. 

2) Estava acompanhando a conversa da noiva e do meu padrinho em polonês, mas meu nível ainda está muito abaixo para compreender tudo isso. E o monsenhor me apresentou aos dois, pois eu sou o único remanescente da turma de polonês. Quando o monsenhor puxou conversa comigo em polonês, algumas coisas ainda não aprendi, a tal ponto que meu instinto natural foi responder em português, pois não sabia o que fazer naquele momento.

3) Eu fiquei muito feliz em presenciar uma conversação em polonês - e quero conversar com ele no mesmo nível em que estava conversando com aquela polonesa. Num primeiro momento, ela me lembrou uma colega que conheci no Curso Glioche, a Cristiane Siqueira - só percebi que se tratava de outra pessoa quando estava a conversar em polonês com o meu padrinho.

4) Enquanto conversavam e esperava a minha vez, eu olhava pra cruz, implorando a Deus para que meu padrinho pudesse continuar com as aulas de polonês. O dia que me sentir confortável com a nova língua, aí eu encaro poloneses aqui mesmo no facebook, nem que eu tenha de adaptar o teclado do meu computador para os acentos dessa língua, que são bem diferentes do português.

5) Esta é a segunda vez que meu padrinho me apresentou a conhecidos dele, por conta de ser o único remanescente das aulas de polonês. 

6) Meu padrinho reconheceu a determinação que eu tenho de aprender a língua dele - e essa determinação está me rendendo histórias interessantes por conta desse meu desejo de aprender a língua. 

7) O dia em que meu polonês melhorar, o inesperado não vai me pegar de surpresa - e poderei responder melhor à circunstância, da forma como se exige. Até agora tive poucas aulas de polonês - por isso que não estou pronto para conversar com poloneses ou conhecidos do monsenhor, na língua polonesa. Como meu conhecimento é pouco, acabo ficando numa verdadeira "saia justa", sem saber o que fazer naquele momento.  

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Sobre a questão da enfiteuse e o caso de Petrópolis

1) No tempo dos patriarcas, as terras deles eram também de todo o povo. Pois o patriarca era o pater familias, o pai dos pais - o primeiro senador, se fosse lúcido. Era natural que houvesse um patrimonialismo, em que a terra do pai fosse, por herança, de todos - e que os bens dos filhos fossem também bens dos pais, pois acessório segue a sorte do principal. Era muito comum dispor sobre herança de pessoa viva - a tal ponto que o pai tinha poder de vida e de morte sobre os filhos.

2) Quando surgiu a república romana, que se baseava no ideal de que ninguém podia exercer poder de vida e de morte sobre outra pessoa do mesmo sangue, surgiu a distinção entre bens públicos - bens esses que pertencem a todo o povo romano - e bens privados, bens particulares do pater familias, que por sua vez, eram diferentes dos bens dos filhos, que passavam a ter economia própria, por conta da vida castrense, já que a atividade mercantil era considerada marginal, naqueles tempos.

3) Como o Império é a evolução da república (é a república com um poder moderador, que a protege da corrupção e dos abusos dos pretores), natural que se estabelecesse de vez a distinção entre o patrimônio do imperador e o patrimônio do Estado.

4) Como houve um tempo em que a riqueza da nação se media pela riqueza do Imperador, era natural que ele, de modo a desenvolver uma extensa área desocupada de sua propriedade, fizesse concessões a arrendatários, de modo a que as terras fossem desenvolvidas, na forma de domínios úteis - e esses domínios úteis, por sua vez, eram cedidos a outras pessoas; com o passar do tempo e da especialização econômica, ali nascia uma cidade imperial, uma província imperial. Por conta disso, o imperador recebia laudêmios nos terrenos de sua propriedade privada, verdadeiros latifúndios. A idéia se estendeu para o Estado, na forma de terrenos de marinha, pois o comércio pelo mar necessitava da proteção da marinha e do fomento à marinha mercantil. O nome desse instituto colonizador e civilizador era chamado enfiteuse.

5) O laudêmio percebido nas terras privadas do imperador era privado e não público - por essa razão, o prêmio que lhe era devido era de direito privado, um direito pessoal e real. Não era tributo, pois havia a clara distinção entre bens públicos e bens privados. Como gerações ficavam nessa terra, o laudêmio pago se tornava costumeiro, pois a relação jurídica era permanente, uma vez que a propriedade é perpétua.

6) O caso de Petrópolis se enquadra em um laudêmio que é pago por conta de uma enfiteuse antiga - a cidade se desenvolveu por conta do arrendamento que a Família Imperial fez de suas terras a colonos alemães, de modo a povoar a região, de modo a que essa parceria fosse um modelo de se fazer tomar o país como se fosse um lar. Como a Família Imperial é o modelo pelo qual se toma o país como se fosse um lar, então Petrópolis é a cidade-modelo dessa referência, pois o acessório segue a sorte do principal.

7) Com a república, essa referência se perdeu. E a cidade foi começando a sentir os efeitos da propaganda republicana, que lançava a mentira de que "a monarquia era atraso" como se fosse verdade. A tal ponto que estão confundindo laudêmio com a figura do imposto, por conta da falta de educação sistemática e proposital que os sucessivos governos republicanos foram promovendo na região, pois fomentar ignorância é fomentar poder absoluto, assim como poder de vida e de morte sobre todos.

8) Isso sem contar que o Código Civil atual aboliu o instituto da enfiteuse, das concessões privadas sistemáticas, de modo a que se fizesse abolir a noção de nacionidade gerada pelo instituto da enfiteuse - como esse Código tem a marca do governo Lula, nele está a sutil alegação, falaciosa, de que latifúndio gera subdesenvolvimento. O fim do instituto acabou gerando uma economia impessoal e fundada em relações temporárias e voltadas para o dinheiro - como isso é contrário às tendências da ordem social argentária, da especulação imobiliária, muitos advogam o fim da enfiteuse, de modo a que Petrópolis possa progredir economicamente. Eis os efeitos perversos da República. Eis o ponto onde liberais e comunistas se associam, por serem "progressistas" e revolucionários.

9) Mais do que uma guerra política, existe uma guerra cultural - e Petrópolis é o estudo de caso desse problema.