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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Uma oportunidade de ouro

Um colega meu me procurou:

André Tavares: Dett, estou escrevendo um livro - vou chamá-lo de "A crise da Direita". Vou enviar alguns manuscritos para você dar uma olhada - vamos trabalhar isso juntos.

André Tavares: minha proposta de livro é um voltado para a direita politica perceber o quanto ela é imbecil, frente às estratégias esquerdistas. Esse livro deve ter artigos seus que se encaixam - e vou fazê-lo antes das eleições americanas. O livro sera escrito em inglês.

André Tavares: O livro terá uma ótica que traduz os feitos dos esquerdistas, as leituras imbecis da politica de direita - já no desfecho eu abordo o assunto com diversos temas com esse viés.

Recebo os artigos e os leio. Ao ler tudo, eu digo:

José Octavio Dettmann: Eu vou te mandar minha produção. É bem na linha do que falo.

André Tavares: Por isso que te chamei (risos). Como é um livro, é difícil achar textos inteiros que tenham começo e fim. Normalmente, isso envolve várias páginas, e então fica difícil postar no face. É como tentar explicar a política brasileira em 4 minutos - isso é impossível.

André Tavares: uma análise política séria implica remontar até a Revolução Constitucionalista, o movimento integralista - e tudo isso já era ataque comunista desde aquela época. E tudo isso nasceu após o contexto da crise de 1929. Bastou o Brasil acabar a monarquia que virou refém do comunismo desde 1918.

José Octavio Dettmann: E não só o comunismo, mas também o liberalismo de tipo francês, se você remontar a Revolução Liberal do Porto. E é aí que entra o quinhentismo e essa desgraça toda.

André Tavares: É como sempre digo: o diabo não dorme no ponto.

André Tavares: A origem "esquerda" é da Revolução Francesa, né? Eu falo isso para algumas coisas porque acho que sei mas não pesquisei.

José Octavio Dettmann: Sim, as pessoas do Terceiro Estado sentavam-se à esquerda, nos Estados Gerais. E o primeiro e segundo Estado, à direita.

André Tavares: Tem muita coisa para escrever - por isso, eu quero bolar um Índice, pois alguns temas são fáceis; já outros, mais complicados.

André Tavares: Acho que pode ser um best-seller. O livro do Olavo é muito bom, mas não é um livro para endireitar a direita política. E esse livro tem o objetivo de fazer os políticos conservadores serem menos idiotas. Por isso, ele vai ser publicado aqui e nos Estados Unidos.

(Comentários: eis uma oportunidade perfeita. Meu colega sabe do trabalho que faço em purificar a direita no Brasil - e para purificar a direita, é preciso ir no centro criador: os EUA. Enfim, aceito o desafio).

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Debate rápido sobre algo inportante

Tiago Barreira:

1) A ordem constitucional inglesa é compatível com a subsidiariedade católica.

2) Eu prefiro chamá-la ordem constitucional inglesa a chamá-la de ordem constitucional anglo-saxã, pois "anglo-saxão" é um termo étnico. E seria polilogismo usar esse termo, pois reduziria todos os pressupostos de direitos individuais à expressão coletiva de um grupo, o que levaria a Inglaterra, ou mesmo os EUA, a serem tomados como se fossem religião. Os termos "liberalismo" e "anglo-saxão" expressam, portanto, idéias completamente deturpadas da realidade.

3) A ordem constitucional inglesa, se for entendida como sinônimo de separação de poderes, descentralização política, common law, governo limitado e parlamento autônomo, é conforme o todo que vem de Deus e é liberdade em Cristo, pois reforça a noção de fraternidade universal. Logo, sou liberal nesse sentido.

4) A ordem constitucional inglesa já existia na Idade Média - e ela foi preservada. E por ter sido preservada, ela foi a que menos sofreu com os problemas decorrentes do absolutismo monárquico.

José Octavio Dettmann:

1) Da forma como o Tiago apontou, isso deve ser retomado e conjugado com a missão constitucional que foi estabelecida em Ourique.

2) O grande erro que se pratica é importar essas idéias ainda sob os efeitos do quinhentismo. O quinhentismo precisa ser retirado antes, de modo a que isso não se perverta.

3) A maior prova de que o pensamento inglês pode ser perigoso, se isso for tomado como se fosse religião, está no fato de que os ingleses estudam algo chamado Teoria do Governo - e eles, nas aulas, tendem a lamentar a "infelicidade" de todos os que não nasceram na Inglaterra - e esse tipo de atitude mata a universalidade.

Todas as tradições liberais que são fora de Cristo são heréticas


1) Liberdade sem Cristo e sem estar em conformidade com o Todo que vem de Deus é liberdade para o nada. E qualquer pensamento fora do que foi edificado em Ourique não vai levar o país a ser tomado como se fosse um lar. Como o Olavo falou, o liberalismo, enquanto mentalidade revolucionária, pretende regular cada aspecto da vida social, exceto a economia, pois essa tradição é cria da tradição protestante, que não acredita na fraternidade universal.

2) Eu acho uma desgraça esse modismo de seguir idéias importadas sem se ter a noção crítica ou a dimensão exata daquilo que realmente somos, por força de Ourique. Eis aí a nefasta conseqüência do quinhentismo no movimento conservador brasileiro - esse movimento tende a ser um movimento consevantista, algo que é tão esquerdista e revolucionário quanto o próprio PT e o Foro de São Paulo. E o que vai acontecer é que um novo tipo de esquerda vai ser edificada, enquanto o verdadeiro eu-nacional não for reformado, de modo a ficar em conformidade com o Todo que vem de Deus, tal como foi estabelecido em Ourique.

3) Eu estou sempre de olho nesses entusiastas do liberalismo, seja na tradição anglo-saxã ou seja na tradição européia continental (francesa e alemã). Eles são Rodrigo Constantino distribuído: anões intelectuais que só falam algo que é óbvio, o mais do mesmo.

4) Meses antes eu já falei isso no mural, mas ninguém deu bola. Bastou que alguém publicasse na Mídia Sem Máscara que virou moda. É... parece que o pessoal não quer pensar com os próprios miolos - a moda agora é seguir modismos intelectuais e erigir bezerros de ouro, coisas essas que são fora do que é o Brasil de verdade. É de dar nojo!

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Mais uma nota sobre distributivismo

1) Estava aqui pensando na clássica distinção entre gênero e espécie, segundo Aristóteles, e acabei percebendo que, por distribuição, um indivíduo que se deu por inteiro por todos nós se tornou espécie. E essa espécie, com a ação do tempo, se torna gênero, pois se funda no fato de que esse indivíduo é especial, já que é o caminho, a verdade e a vida - e foi o próprio Deus quem disse que devíamos ouvi-lo, pois é o filho muito amado.

2) As pessoas tendem a pensar gênero e espécie de maneira rigidamente separada, com base em reducionismos cientificistas modernos, coisa própria dos biólogos. Mas, para a Deus, essa fusão não é impossível.

3) A questão da fusão que se dá por distribuição, em que o indivíduo, o próprio Jesus, se torna espécie com a dor e morte na Cruz, e se torna gênero por força de a verdade se impor por si mesma, confirma a teoria dos círculos concêntricos e a própria noção de subsidiariedade.

4) A maior crítica que fazem ao distributivismo é em apenas uma parte, sem se levar em conta o sistema - eles fazem essa crítica como se estivessem dissecando um cadáver ou estudando natureza morta. Mas não enxergam que essa parte deve ser vista trabalhando conjuntamente com todos esses outros elementos que apontei no artigo anterior, pois o Todo é maior que a soma das partes. E esse sistema é orgânico, vivo - se você amputar uma parte, o todo morre, como ocorre com os indivíduos, quando se corta a cabeça de alguém.

5) Não é à toa que é uma doutrina social. É doutrina porque se funda na verdade, pois Cristo é a verdade e nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus - e é social porque a sociedade é um sistema vivo e organizado. Enfim, o que se escreveu foi só o aperfeiçoamento de dogmas que já existiam antes, Nada de novo há - o que se fez foi a renovação das coisas, do jeito como elas são.

Uma reflexão sobre o distributivismo

1) As coisas são naturalmente divididas segundo o gênero e a espécie.

2) Para uma espécie se tornar gênero, é preciso que se faça imitações sistemáticas - assim, a presença de um indivíduo dessa espécie vai ser notória em todos os lugares do mundo e em todos os povos e nações.

3) Para que essa imitação seja feita em todos os seus detalhes e matizes, esse indivíduo deve ser especial, pois deve se declarar o caminho, a verdade e a vida, assim como deve haver a garantia, dada pelo próprio Deus, de que Este indivíduo é o filho muito amado, de modo a nos salvar do pecado. E depois de ouvi-lo muito, chega-se o momento derradeiro em que Ele parte o pão para nós - pois este é o corpo d'Ele -, e o vinho, que é o sangue d'Ele que será derramado por muitos - e que isso deve ser feito em memória d'Ele.

4) Para quem se lembra de tudo isso e que foi testemunha de todo esse maravilhoso projeto salvífico, tudo o que será lido e escrito deve e precisa ser reconhecido de ouvido - e os que reconhecem de ouvido são sucedidos por seus discípulos, ao longo das gerações. Eis aí a tradição apostólica garantindo a perpetuação da autoridade, própria desta espécie, já que Ele é a verdade, pois Ele é Deus.

5) É no Cristianismo em que o indivíduo vira espécie e se torna gênero por excelência, com o passar do tempo. Pois os cristãos são uma parte da humanidade, uma vez que seguem os valores de um indivíduo que é Deus, que viveu entre nós e foi feito homem, pois o verbo milagrosamente se fez carne. E à medida que os cristianismo se expande, ele se torna a verdadeira religião da humanidade, de modo a que esta fique em conformidade com o Todo que vem de Deus.

6) Onde se imita Cristo, Cristo é distribuído. E o distributivismo é mais do que um sistema econômico - é um sistema de crenças baseado numa fé verdadeira e em algo verdadeiro, coisas essas que se renovam no tempo e que nos levam à conformidade com o Todo que vem de Deus. 

7) Essa verdade é una e se dá em todos os aspectos, por ser universal e totalitária. As manifestações dessa distribuição ocorrem nestes modos:

7.1) Tomando o país como se fosse um lar; 

7.2) Organizando a vida da cidade politicamente, de modo a que esta seja um espelho da cidade de Deus na Terra; 

7.3) Na justiça, ao se dizer e aplicar o direito de modo a se descobrir a verdade nas ações humanas.

7.4) Na ordem econômica da nação, de modo a que riqueza seja repartida entre os irmãos, já que a fraternidade universal pressupõe que as classes colaborem umas com as outras naquilo que elas têm de melhor: os seus dons. 

8) Tudo isso se opera numa só verdade, pois Deus sabe tudo e pode tudo, pois opera tudo em todas as coisas.

9) Não é totalitário naquilo em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele; o distributivismo é totalitário porque tudo está na verdade, pois Cristo é a verdade, e que isso nos leva àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

Quanto mais dignas são as mulheres, mais o país que as gerou é tomado como se fosse um lar

1) Quanto mais modesta uma mulher, mais respeitável e digna de casamento ela se torna. 

2) Acho que tinha que haver mais divulgação da moda feminina cristã, mais ou menos como a Cristina Froes​ faz. Se eu tivesse habilidade com alta costura, eu cobriria essa parte, pois isso é crucial para que o país seja tomado como se fosse um lar. Um país que tem mulheres modestas é digno de ser tomado como se fosse um lar - eu vejo isso hoje nas russas e polonesas.

3) É preciso acabar com a imagem que temos da mulher brasileira: de arquétipo dos valores de Mariane, a mãe de todas as prostitutas, musa da Revolução Francesa, a mãe de todas as desgraças revolucionárias. Do jeito que nos encontramos, quando eu chamo uma mulher de "republicana", é como se chamasse a mulher de vadia! Pois é isso que ocorre.

domingo, 16 de agosto de 2015

Meditação sobre a relação entre modéstia e sensualidade

1) Quando eu gosto de uma mulher, e essa mulher é modesta, uma das coisas que imagino é ver como deve ser essa mulher nua, na intimidade, sendo a minha esposa. Esse processo de imaginação, eu guardo em segredo na minha memória, pois isso eu não revelo. Só Deus sabe.

2) Para que essa dama se torne minha esposa, eu preciso ser gentil e carinhoso com ela. E praticar a castidade, de modo a que essa imaginação não fique fora do controle e passe do limite. Para cada ato em que a imagino a mulher que amo nua, só pra mim, faço um exame de consciência: eu me pergunto se a amo como uma esposa e ou se a trato como se fosse um objeto. Se a amo, sigo em frente; se a trato como objeto, então sou um canalha e preciso me confessar, pois não estou sendo sincero com ela - e se a ofendo, eu ofendo a Deus.

3) Ver sua esposa nua, só pra você, é estar no Éden, pois é o arquétipo de Eva e você a conquistou sem cometer pecado. É neste ponto que a imagem de Maria, fundada na santidade e na modéstia, restaura a imagem da Eva corrompida, que se tornou Mariane.

4) Esse negócio que o liberal prega, de que o corpo belo da mulher deve ser visto, é um atentado à imaginação. Se a carne é exposta sistematicamente, então ocorre uma desvalorização da mulher, por conta da inflação da sensualidade. 

5) Se a sensualidade é tão valiosa quanto o ouro, então a castidade deve ser praticada. Se exposta ao Deus-dará, não terá valor nenhum - e aí não terá mais graça se encantar ou se apaixonar por alguém interessante.