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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Estratégia para se combater o quinhentismo

1) Uma das maneiras de se combater o quinhentismo é incentivar quem tem direito à cidadania portuguesa a exercer esse direito. 

2) Se a pessoa também têm vínculos com Portugal, ela certamente buscará entender a história de Portugal. E dessa forma vai tendo um entendimento holístico acerca da nossa realidade, coisa que é distorcida por conta da entropia gerada pela nossa historiografia oficial, que só sabe formar apátridas. 

3) A razão pela qual defendo a formação desses diplomatas perfeitos é que busquem esse conhecimento que falta, de modo a serem pessoas mais inteiras, mais íntegras, mais em conformidade com o Todo que vem de Deus. 

4) Eis aí as lições que tiro por força de ser também cidadão português. 

Notas sobre a questão nacional portuguesa

1) É como falo: o nacionalismo gera entropia, perda da conexão do sentido pelo qual a nação foi constituída, edificada.

2) Qualquer estudo da História do Brasil feito sem se reportar a Ourique não pode ser levado a sério. Do mesmo modo, qualquer comemoração que se faça no dia 1º de dezembro - em razão da restauração da independência de Portugal, que se deu em 1640 - será um feriado nulo, se isso não se reportar a Ourique. A restauração da independência nacional será um feriado fake, do mesmo modo que Tiradentes, se não houver essa conexão de sentido com aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, pois tudo será voltado para o nada.

3) Eu só aceitaria o 1º de dezembro de 1640 ser lembrado se o dia 25 julho de 1139 também for lembrado como data essencial, constitucional para todo o mundo português, pois um dia está umbilicalmente ligado ao outro. Se um dia for feriado e o outro não for, então é apatria.

4) A razão de Portugal ser o que é se dá em Ourique. Por isso, temos uma missão a cumprir - qualquer coisa que negue a missão que Cristo nos confiou é apatria. Isso é o que diria aos portugueses, pois também tenho cidadania portuguesa.

5) O feriado de 1º de dezembro foi decretado por força da república regicida. E ao que me parece, sem relação com o dia 25 de julho, dia de Ourique. Se Ourique for negado, então o Estado português será tomado como se fosse religião e tudo o que foi feito só fomentará apatria e socialismo, onde quer que esteja, pois Cristo, a razão de ser do nosso trabalho civilizatório, não será visto e lembrado. Por isso, o entendimento que os portugueses têm de sua história, por força dessa república viciosa, deve ser abolido, pois fere Ourique, já que é anticristão e revolucionário.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de agosto de 2015 (data da postagem original).

Do eu-nacional como base para se formar o imaginário coletivo da pátria

1) Quando você é nobre e honrado, o seu exemplo é distribuído a todos os que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento. A admiração é, pois, o ato mais concreto de se dizer sim, quando se tem um exemplo tão generoso sendo distribuído através de fatos, palavras e ações, coisas essas que nos remontam ao próprio Deus e ao próprio Cristo, que se deu por inteiro por nós, na eucaristia.

2) Se você toma o seu país como se fosse um lar, o eu-nacional vai influindo nos outros, que são um espelho de seu próprio eu, de modo a formar um sistema de vários eus-nacionais, o nós-nacionais, que servem de biblioteca espiritual, em que a experiência de vários eus-nacionais é acumulada e confrontada com as mais diferentes circunstâncias, com os mais diferentes problemas e dificuldades, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar como um todo. 

3) O nós-nacionais é o eu-nacional amalgamado a outro eu-nacional - e tal mistura se dá na carne, pois não pode ser esquecida nenhum minuto sequer. E essa mistura acumula experiências que vão se distribuindo por aí, de modo a aperfeiçoar e atualizar constantemente o imaginário da pátria.

4) A tradição é, pois, o acumulado sistematizado e distribuído de vários eus-nacionais que se amalgamam de tal modo a que esse eu consiga tomar o país como se fosse um lar, ao ver no nós-nacionais uma referência para que eu possa tomar o país como um lar, de modo mais fácil. Trata-se de uma memória rica acumulada de vários eus-nacionais que viveram a vida de modo honrado e que nos legaram esta pátria, de modo a estarmos em conformidade com o Todo que vem de Deus, por força de Ourique.

5) Se formos olhar a ferro e fogo, Cristo é o eu-nacional por excelência da pátria do céu.

Dos dois tipos de eu-nacional

1) Existem dois tipos de tradição de eu-nacional: a que conhecemos e a que deve ser abraçada.

2) O eu-nacional que conhecemos, impropriamente chamado brasileiro, é vazio, formado no quinhentismo, e tomado como se fosse coisa, como se fosse a mais perfeita expressão da realidade, embora isso seja dissociado da verdade. É um eu-nacional apátrida e conservantista. É algo insincero e indigno de ser alguém, pois não produzirá legado para a posteridade.

3) O eu-nacional que devemos perseguir é aqueles que se edificou em Ourique, no ano de 1139, e que edificou uma civilização aqui em 1500, por conta do desdobramento dessa nobre tradição que é servir a Cristo em terras distantes, origem pela qual temos a aliança do altar com o trono, aliança essa feita entre Cristo e nosso primeiro Rei, D. Afonso Henriques. 

4) O desdobramento gerou uma nação com o mesmo status jurídico do que aquela que se montou em Portugal. No entanto, essa nação não pode jogar fora esse eu-nacional tão nobre que foi edificado em Ourique. 

5) O eu-nacional quinhentista é apátrida e deve ser jogado na lata do lixo, pois é anticristão. O eu-nacional fundado em Ourique é universal e permite que se sirva de exemplo de modo a se edificar outros tipos de eu-nacional em conformidade com o Todo que vem de Deus, em meio às circunstâncias em que nos encontramos. Eis o que devemos abraçar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Sobre o verdadeiro realismo jurídico

1) Quando digo realismo jurídico, não estou me referindo ao realismo jurídico americano, em que a realidade jurídica é ditada pela sentença do juiz, fundada numa ordem onde o ativismo judicial fomenta toda a sorte de desgraças revolucionárias, algo tão nefasto quanto o positivismo jurídico, derivado da tradição kantiana e kelseniana.

2) O realismo jurídico implica estudar a lei vendo Deus como sendo o verdadeiro legislador, pois Deus fala através de fatos, palavras e coisas - e a legislação natural abarca toda uma sorte de coisas que são visíveis e invisíveis e que, ao longo dos tempos e das gerações, vão se revelando através do estudo dessas coisas, de modo a que permaneçamos em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Além do estudo da lei natural, estudamos também a legislação que é aprovada pelo Congresso, a jurisprudência e ainda comparamos com a experiência dos mais diferentes países, de modo a que aprendamos a tomar o nosso país como se fosse um lar, de maneira melhor, ao corrigirmos as nossas falhas. O direito interno e o direito comparado, além da jurisprudência, devem ser vistos como exames de caso - e devem sempre ser vistos sob o crivo da realidade, que é um espelho da eternidade, já que Jesus é o caminho, a verdade e a vida.

4)  O objetivo do estudo do Direito é fazermos com que a legislação humana fique em conformidade com o Todo que vem de Deus, de modo a se edificar uma civilização entre nós. Nós somos herdeiros da missão de servir a Cristo em terras distantes, missão essa que recebemos desde Ourique - e desde 1500 esta terra conheceu o desdobramento da tradição que se edificou em Portugal, em 1139, passando a ser um Estado de mesmo status jurídico do que aquele que foi criado em Portugal. Por força disso, o que Portugal tem feito foi distribuir Ourique e o Estado fundado por foça disso em todos os lugares - e esse império será um só, pois Cristo é a unidade sob a qual se rege toda a nossa razão de ser, como povo.

Da apatria total dos juridicamente polipátridas

1) O polipátrida, beneficiado por eventuais conflitos legislativos, é na verdade um apátrida, pois de fato não terá vínculo nenhum com as duas pátrias. Por isso que é crucial que os estudos da nacionalidade passem pelo crivo do realismo jurídico e nunca pelo famigerado positivismo jurídico.

2) Do jeito como estão as coisas, nós vemos pessoas que têm cidadania italiana sem vínculo com a Itália, pois não lhes foi ensinado a tomar o país dos antepassados como se fosse um lar - além disso, as famílias estão menores e desestruturadas, por conta da cultura de divórcio entre nós.

3)  Além disso, por terem sido todos criados no Brasil, em que a cultura de se tomar o país como se fosse religião de Estado da república é patente, muitos são apátridas, falsos brasileiros, pois têm um entendimento errado sobre a verdadeira forma pela qual se deve tomar o país como se fosse um lar, por força do quinhentismo.

4) Se formos olhar as coisas por esse viés, isso explica porque muitos gaúchos agiram como autênticos brucutus, ao verem os haitianos ocuparem postos na economia nacional, de modo a poderem construir uma nova vida, aqui no Brasil.

5) Eis o processo de imbecilização coletiva explicado. O Brasil assimilou os imigrantes não na forma de assimilar suas qualidades, mas para imbecilizar seus herdeiros, de modo a que fossem apátridas em todos os aspectos.

Polipátrida e nacionista não são a mesma coisa

1) A legislação que gera os polipátridas é fundada em critérios abstratos, puramente racionais - completamente desvinculados da realidade. Basta que se tenha um pai ou mãe com essa nacionalidade que o filho terá essa nacionalidade, cumulada com o fato de nascer em um lugar em que basta nascer na terra que você tem a nacionalidade. A crença por trás dos critérios legais está no fato de que o homem é uma folha de papel.

2) Enfim, esses critérios abstratos são inviáveis, utópicos e vazios, pois geram liberdade sem vínculo, base para uma liberdade para o nada (sintoma da cultura jurídica liberal, sem Cristo). Do jeito como vivemos num mundo cada vez mais sem Cristo, onde os casamentos se desfazem muito facilmente, a questão do polipátrida não significa necessariamente ser nacionista, pois muitos casamentos são fundados por interesse e a dupla nacionalidade acaba se tornando uma espécie de privilégio, criando-se assim uma falsa nobreza, em que basta ter vínculo com esses Estados que você é tomado como se fosse cidadão, não importando se você faz alguma coisa de bom de modo a que esses países sejam tomados como se fossem um lar.

3) A questão da nacionidade implica duas coisas: corpus + animus. Não basta nascer no lugar ou ter ancestral nascido num lugar -  você precisa ter contato físico com a terra, conhecer seus costumes, seu potencial econômico e sua gente. Além disso, você precisa aprender a história dos países de modo que você possa ocupá-los de modo que estes lugares sejam tomados como se fossem um lar só - e isso implica participar na vida política desses dois lugares. Tomá-los conjugadamente como um lar só implica vontade de ter dupla nacionalidade - e para isso, você precisa ter bens e presença distribuída nesses dois lugares, de modo a que um possa servir ao outro, a partir de você e de sua família. E isso é uma base muito mais concreta e mais qualificada do que a declaração constitucional abstrata que define quem tem ou quem não tem as nacionalidades.

4) Só quem toma os países como um lar, ocupando-os de modo a servir a seus semelhantes e a prosperar nesses lugares, é que tem direito a ter vínculos com as terras que ocupa. Por isso, nenhuma base constitucional pode estar divorciada do direito das coisas. 

5) Se formos olhar a ferro e fogo, os critérios atuais de nacionalidade dão base para a abolição da propriedade privada, pois negam tudo o que pode decorrer do fato de ser dono de um lugar. Eles abolem a noção de família e de Deus. Enfim, são verdadeiros critérios proto-socialistas, pois dão base a que o Estado seja tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele.

6) Enfim, sem a tradição, sem a família e sem a propriedade, o começo da abolição da propriedade privada começa a partir do momento em que se define quem são os eus-nacionais - e esse critério atualmente se dá de modo abstrato, puro, sem relação concreta com a realidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de agosto de 2015 (data da postagem original).