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sábado, 10 de janeiro de 2015

Sobre a ciência política

A propósito deste ato terrorista cometido na França, é conveniente relembrarmos as análises dos professores Olavo de Carvalho e Luiz Gonzaga de Carvalho sobre o que constitui a ciência política: 

1) Em primeiro lugar, só é ciência política aquela que consegue apresentar e analisar os factos concretos, para poder prever com rigor o que irá acontecer. 

2) Em segundo lugar, para se fazer ciência política é necessário maturidade. Quando somos imaturos, tendemos a analisar a realidade em termos de ideais e idéias abstratas. Com a maturidade, o foco da análise política passa a ser os factos concretos, as acções concretas cometidas ou que vão ser cometidas no futuro por um indivíduo ou por um grupo ou grupos de indivíduos.

Artur Silva

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Dialética do conservador x dialética do conservantis


1) O pensamento do "pagão batizado", do conservantista, se apura na seguinte dialética: 

1.A) Deus me veio por conta do batismo e edificou um monte de coisa. 

1.B) O mundo, em que me encontro, também tem coisas interessantes

1.C) Somando os prós e contras, então vou conservar o que convém, ainda que isso esteja dissociado da verdade. 

2) Ao se negar aquilo que nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus, ele fez uma ação afirmativa, favorecendo o conservantismo.

3) O conservador deve buscar um pensamento dialético baseado nestas premissas.

3.A) Deus me veio por conta do batismo e edificou um monte de coisa fundada no amor. Se eu o amo, então devo estar em conformidade com o Todo daquilo que Ele edificou e estar sempre dizendo a Ele sim, não importa o que me aconteça.

3.B) O mundo edificou muitas coisas, é verdade, mas edificou um monte de coisa fundada em sabedoria humana dissociada da divina. Como isso não é sensato, então vou conservar o que me convém e que é por natureza sensato, pois é na sensatez que encontro Deus.  E mesmo que não O conhecesse, é pela sensatez que encontro a estrada por onde andou o Cristo Crucificado - e é por ela que vou me converter.

3.C) Somando-se os prós e os contras, vou conservar aquilo que me leva à lembrança constante da dor de Cristo, que morreu na cruz por mim. Vou conservar essa dor - não por dolorismo, mas porque isso é nobre e me santifica.

4) Quando conservo a dor de Cristo, estou fazendo uma ação afirmativa negando aquilo que decorre da negação sistemática de Deus entre nós. Enfim, estou fazendo um pensamento dialético, cuja síntese se volta para Deus - além disso, estou negando o falso pensamento dialético, fundado na sabedoria humana dissociada da divina.

5) Diante dessa situação, duas escolhas cabem ao conservantista:

5.1) Ao ver o argumento refutado, o conservantista se torna conservador, pois reconhece o seu erro e se arrepende. E Deus, como não se cansa de perdoar, o perdoa.

5.2) Ou insiste em ainda assim conservar aquilo que é dissociado da verdade e peca mais gravemente, por desobediência. Neste caso, a solução é oração e penitência e esmagar a heresia pela espada, quando estiver causando sérios distúrbios na ordem social.

O conservantismo nasce da falsa conversão


1) Existe uma definição mais precisa para se referir a todos aqueles conservam o que convém, ainda que dissociado da verdade: eles são pagãos batizados. 

2) Quem conserva o convém, fundado em sabedoria humana dissociado da divina, não se converteu de maneira verdadeira a Cristo. Logo, essa pessoa não está em conformidade com o todo que vem de Deus.

3) A única coisa que pode fazer com que o conservantista se converta em conservador é se arrependendo do pecado de se conservar o que convém, ainda que dissociado da verdade. Isso é parte do plano da salvação.

4) É preciso que se tenha prudência, no trato do combate aos conservantistas. O perdão deve ser, sim, dado aos pecadores arrependidos, sob pena de se cair em donatismo aqui.

Olavo de Carvalho, sobre o tratamento que precisa ser dado aos muçulmanos


Muçulmanos devem ter, nos países de maioria cristã, OS MESMOS direitos que os países muçulmanos concedem aos cristãos. Nem mais, nem menos. 
(Olavo de Carvalho)
 1) Trata-se do princípio da reciprocidade. Isso é matéria de Direito Internacional.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sobre a importância dos padre do deserto nas atuais circunstâncias


1) Os Padres do Deserto eram felizes - para sobreviver à aridez do deserto, precisavam estar em conformidade com o Todo do deserto - e agindo assim, estavam em conformidade com o Todo que vem de Deus. Como Deus controla o deserto, o deserto era generoso com eles, pois Deus é generoso. E a vida contemplativa ficava fácil, pois é só você e Deus, numa relação de amizade e cooperação. Eis o fundamento da vida monástica, pois é a pátria do céu tomada como um lar na sua forma mais concreta. E o que é a vida em sociedade virtuosa senão a imitação daquilo que se edificou nos mosteiros?

2) Para se edificar sabedoria neste deserto urbano em que vivo, não basta só viver em conformidade com o todo que se dá Deus, pois este deserto se funda em sabedoria humana dissociada da divina. Para se bem viver nele, é preciso semear consciência e estar atento, de modo a que você se associe a quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. 

3) Aqui, é preciso saber ajuntar tesouros, de modo a poder sobreviver, pois há o problema da mentalidade de massa, da falsa cultura de se tomar o país como se fosse religião, coisa que nos ameaça constantemente de nos afastar daquilo que é conforme o Todo. Sem os amigos adequados, morreremos, pois as pessoas perderam a noção de Deus. Enfim, este deserto é mais inclemente do que o deserto de verdade.

4) Para ser um Padre do Deserto Urbano, há que se tomar o país como um lar em Cristo - é preciso ser a voz que fala do deserto, mesmo que não te ouçam. Mas Deus é o jardineiro - ele cuida dessa planta e uma floresta frondosa nasce onde só havia selva de pedra, onde só havia árvores ocas.

5) Nos vários desertos sistemáticos que compõem a pátria, o país vai sendo restaurado. E é com a fé de um Padre do Deserto que você aprende a servir a Cristo nestas terras distantes.

Se liberdade é prerrogativa, então não ser informado é um exercício da mesma


1) Como escolhi estar em conformidade com o todo que vem de Deus, eu tenho o dever de exercer esta prerrogativa de ser livre em Cristo de tal forma a não trair a Deus. 

2) Uma das maneiras pelas quais devo exercer bem esta prerrogativa de está no fato de escolher se quero ou não quero ser informado acerca de determinada situação.

3) Como estou farto de mentiras e do conservantismo daqueles que buscam a liberdade fora da liberdade de Cristo, eu nem ouço os apelos histéricos e voltados para o nada do "Je Suis Charlie" - a revista ofendeu a fé católica, a nossa fundação, a torto e a direito e nada lhe aconteceu. Agora, ofendeu os muçulmanos e pagou o preço, pois o buraco é mais embaixo. 

4) É por essa razão que não coaduno com o relativismo moral - e já estou vendo que vou ter de deletar muita gente que ficou a abraçar o "Je suis Charlie". Ainda bem que a verdade vem à tona - esperei até o último momento um pronunciamento  sensato, de modo a que me servisse de base para o meu próprio pronunciamento. Agradeço aos amigos Paulo Henrique Cremoneze, Sara Rozante e Arthur Benderoth von Karvalhostein e outros tantos por isso.

5) Certamente o círculo vai encolher-se daqui pra frente - como falei, brasileiros somos poucos, já que os apátridas são muitos.

O conservador é prudente e humilde


1) Quando se busca conservar a memória da dor de Cristo, que edificou uma civilização entre nós, a prudência, o discernimento e a moderação são os instrumentos pelos quais conseguimos enxergar se uma determinada coisa dita por alguém é ou não é conforme o Todo que vem de Deus.

2) Não podemos deixar que a nossa sabedoria humana, dissociada da divina, nos guie neste caminho - é preciso que se invoque o Espírito Santo, de modo a nos guiar neste processo.

3) Quem conserva o que convém, ainda que dissociado da verdade, se baseia tão somente na sabedoria humana dissociada da divina e no fato de reduzir a Bíblia a uma mera crença de livro, de modo a dizer toda uma sorte de coisas de tal maneira a nos afastar da amizade com Deus e a nos afastar daquilo que é conforme o Todo que d'Ele decorre. Esse conservantismo não é humilde e acaba esvaziando entre nós a cultura de país tomado como se fosse um lar em Cristo, levando-nos necessariamente a uma cultura de país tomado como se fosse religião, onde a crença em Deus se reduz a uma mera questão privada, esvaziando e inviabilizando toda uma ordem fundada na verdade que decorre do Crucificado. Essa cultura, que decorre de uma atitude espiritual errada, leva ao conflito.

4) Para se combater o relativismo moral, essa atitude espiritual precisa ser combatida, pois só os que amam e rejeitam mesmas as coisas tendo por Cristo fundamento estarão em conformidade com o Todo daquilo que foi edificado, já que Cristo é o caminho, a verdade e a vida - e ninguém vem ao Pai senão pelo Filho. E quem conserva o que convém, ainda que dissociado da verdade, quer ter a relação direta com o Pai sem passar pelo Filho - e não se pode chegar ao Filho sem o intermédio da Mãe de Deus que O gerou, cujo sim heróico deu causa a tudo isso.

5) Eis a diferença gigantesca entre ser conservador e ser conservantista. Não existe conservadorismo se não houver sim sincero àquilo que é conforme o Todo que vem Deus.