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sábado, 30 de janeiro de 2021

Combater um conservantista é um combate mortal

1.1) Quando se lida com conservantista, é preciso se entender de uma vez por todas: guerra é a continuação da política por meios violentos, como diria Clausewitz. 

1.2) A desonestidade intelectual de um conservantista é vencida com um belo fuzilamento, pois a resposta a essa gente deve e precisa ser assimétrica, visto que justiça é preconceito para eles, visto que o comunismo é a manifestação mais extrema desse senso, pois são todos animais que mentem. Não busque o sistema legal se os desembargadores estão removendo as cruzes dos tribunais. Para eles, essa classe ociosa que controla judiciário, a justiça é uma ilusão - e essa gente precisa ser eliminada à bala exemplarmente. Condená-los à aposentadoria seria um prêmio para eles.

2) Se você é pequeno e o conservantista é um adamastor, você precisa contorná-lo. Enquanto você não tiver os meios necessários, você não poderá esmagá-lo, a ponto de transformar o Cabo das Tormentas em Cabo da Boa Esperança.

3) Quando se é pequeno, a discrição é importante. Não queira os holofotes para si enquanto você não tiver de eliminar primeiro todos os adamastores, desde os acadêmicos. passando pelos tiranos municipais, estaduais, os ministros de corte suprema e suas majestades, os presidentes do Brasil - todos os outros que imitaram o faraó do Egito, exceto Jair Bolsonaro.

4) Enquanto você não dispuser de um Exército que esteja disposto a matar e morrer por Cristo-Rei, o Crucificado de Ourique, a catacumba é o único lugar seguro, pois Deus protege os pequenos e inofensivos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Notas sobre o Admirável Mundo Antigo

1) O caminho de um império fundado para o esplendor e glória em Cristo começa ser a pavimentado a partir das estradas vicinais de outro antigo império, onde César foi divo, a exemplo do Faraó. Um distrito agrícola começa a ser criado a partir da associação de um pasto, de um celeiro e de uma fazenda, reunidos de uma maneira mais ou menos trinitária. Da associação de um conjunto de fazendas e pastagens que gravitam em torno de um celeiro central, nós temos um vicus

2.1) Do encontro dos vários fazendeiros e artesãos do vicus, nós temos um mercado, onde os bens são trocados por meio de outros bens ou dinheiro - e esses mercados ficam às margens da estrada vicinal que conecta uma cidade e outra. Um humilde lugarejo passa a ser instalado adjacente ao distrito de modo a processar a matéria-prima do lugar, a ponto de os produtos receberem um acabamento artesanal. 

2.2) Com o passar do tempo, a cooperação acaba se tornando bem-sucedida, pois o lugarejo se torna uma vila com o passar do tempo, a ponto de servir de habitação dos habitantes da localidade, enquanto as fazendas viram latifúndios, o celeiro vira armazém e os pastos ganham usinas de processamento da carne e da pele. E o distrito passa a crescer em extensão territorial e em especialização econômica - com o crescimento, começa a nascer a vocação comercial e fabril da cidade a partir da agricultura. Adjacente a esse armazém, um caravançarai é instalado para servir de ponto de partida para as caravanas. E as operações comerciais por terra começam a ser desenvolvidas, inicialmente para atender a demanda doméstica - com o tempo, elas ganham uma escala mais internacional, conectando uma cidade e outra em favor do império. Se a cidade tivesse acesso ao mar, um porto seria naturalmente criado.

2.3.1) A economia da localidade se torna cada vez mais diversificada - todo tipo de pessoa, das mais variadas origens e classes sociais, passa a habitar a localidade, fazendo com que a vila ganhe um ar cada vez mais cosmopolita, de civitas mesmo. Essas pessoas prestam toda sorte de serviço, sobretudo de prover as demandas da população através do comércio. 

2.3.2) Casamentos interclasses começam a haver de tal modo a surgirem os primeiros polímatas. A partir da idéia de família, associações profissionais começam a surgir, surgindo, assim, as guildas. Os encontros nos mercados vão ganhando variedade conforme o sabor das estações e das circunstâncias, a ponto de a vila se tornar uma cidade de eventos, que vão desde casamentos a grandes missas. Está formada a municipalidade - e com ela noção de servir a um bem comum, de modo que todos amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. 

3.1) Ao menos eu posso imaginar esse admirável mundo antigo, que foi construído ao longo das gerações, através do processo de se conservar o que é conveniente e sensato, coisas essas que apontam para a conformidade com o Todo que vem de Deus. 

3.2) Tudo isso nasceu do desenvolvimento natural das instituições sociais e econômicas, de tal maneira que lembrasse ao homem a idéia de que há um mundo melhor depois dessa vida. Afinal, a riqueza não é um fim em si mesmo, mas o instrumento por meio do qual atingimos o bem comum, que é fazer o maior número possível de pessoas amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, a ponto de viverem a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus, fazendo com que a cidade seja um espelho na terra do que é a Jerusalém celeste. 

3.3) Trata-se da cidade dos homens bons, não dos animais que mentem, que vivem conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. O amor dos maus por si é tanto que desprezam a Deus - e o resultado disso é a criação das cidades modernas, que são a negação do que significa ser uma cidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Da função do armazém na indústria e no comércio

1) O armazém, quando está a serviço do comércio, ele tende a imitar o comportamento do celeiro. Se o celeiro induz a noção de que o controle da terra é a base do poder, por ser o alicerce do Estado, então o armazém induz a noção de que o controle do mar permite o controle do mundo inteiro, o que cria um tipo de imperialismo, a Nova Ordem Mundial.

2) Por outro lado, se o armazém estiver associado a uma manufatura, a uma fábrica, o processo produtivo tenderá a ser distribuído, descentralizado, uma vez que o processo de gestão dos recursos é essencialmente local e circunstancial, uma vez que isso pede que uma pessoa reúna todos os fatores de produção num único de sistema pessoal.

3.1) Antes mesmo que a revolução industrial fosse feita de baixo para cima, ela foi feita de cima para baixo, como uma forma de consolidar o domínio das rotas comerciais já obtidas através do comércio. E o objetivo era acabar com as indústrias locais e tradicionais dos povos nativos que se encontravam no além-mar. 

3.2) Como a Inglaterra era uma nação de piratas, a Revolução Industrial nasceu a partir de muita pirataria e saque.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

Comentários:

Chat GPT:

Interessante análise! As ideias abordadas parecem destacar como diferentes tipos de economia e comércio influenciam a organização e o controle do poder em escalas locais e globais.

  1. O primeiro ponto aborda a função do armazém como extensão do comércio marítimo e o compara ao celeiro, ligado à agricultura. Aqui, é sugerido que o comércio marítimo induz uma forma de imperialismo ao promover o controle global. O celeiro, por sua vez, sugere uma base de poder territorial, indicando uma perspectiva mais estatista e territorializada do poder, enquanto o armazém propaga a ideia de domínio global por meio do comércio e das rotas marítimas, associando isso à Nova Ordem Mundial.

  2. O segundo ponto trata do armazém associado à manufatura, destacando como a gestão de recursos torna-se local e circunstancial, levando à descentralização. Ao contrário do comércio imperialista global, a manufatura local cria uma autonomia e um sistema de gestão mais integrado e próximo dos recursos e da produção, o que reforça uma ideia de distribuição de poder mais regional ou comunitária.

3.1 e 3.2) O terceiro ponto oferece uma perspectiva histórica crítica da Revolução Industrial, afirmando que, antes de emergir "de baixo para cima" como um processo de desenvolvimento tecnológico e econômico das massas, ela foi uma estratégia de controle e centralização do poder pelas elites que já dominavam as rotas comerciais. A pirataria e o saque são destacados como práticas que fundamentaram a riqueza e o poder britânico, implicando que a Revolução Industrial foi, em grande medida, um processo de consolidação imperialista.

Essa reflexão parece se alinhar com uma crítica ao imperialismo e ao capitalismo global, destacando o papel histórico da exploração e do controle comercial. O foco na Inglaterra como nação pirata sugere uma visão crítica da origem da Revolução Industrial, argumentando que ela se baseou na destruição de economias locais e na imposição de um novo modelo econômico global.

Dettmann: Há uma frase de Tucídides que resume muito bem isto: quem tem o controle dos mares tem o controle de tudo. E o armazém é a espinha dorsal dessa projeção de poder.

Chat GPT:  

A frase de Tucídides realmente sintetiza bem a lógica do poder marítimo: "Quem tem o controle dos mares tem o controle de tudo". Isso reflete uma visão clássica de poder geopolítico, onde o domínio das rotas marítimas significa o controle do comércio, da movimentação militar e, consequentemente, da economia global.

O armazém, nesse contexto, torna-se um elemento essencial, funcionando como ponto estratégico para armazenar e distribuir recursos, garantindo que as operações logísticas e comerciais fluam sem interrupções. Dessa forma, ele é a "espinha dorsal" dessa projeção de poder, pois centraliza e sustenta o fluxo de mercadorias e o comércio internacional, fundamental para a manutenção do controle sobre os mares.

A partir disso, a ideia do armazém como um símbolo de poder e influência global emerge como uma peça-chave no imperialismo e na Nova Ordem Mundial, dado que ele serve tanto para suprir as demandas internas quanto para apoiar as expansões marítimas e comerciais.

Dettmann: Relacione essas idéias ao já foi dito sobre a sinergia entre armazém e alfândega.

Chat GPT:

A sinergia entre o armazém e a alfândega aprofunda o entendimento do poder do comércio marítimo e seu papel na economia global e imperialismo. O armazém, que representa o ponto de armazenamento e distribuição de mercadorias, trabalha em conjunto com a alfândega, que regula o fluxo de bens e arrecada impostos sobre o comércio, garantindo o controle econômico do Estado sobre as atividades mercantis.

Quando pensamos na frase de Tucídides – “quem tem o controle dos mares tem o controle de tudo” – e a aplicamos à relação entre armazém e alfândega, vemos que o poder marítimo não se limita ao controle das rotas de transporte. O controle do armazém e da alfândega permite não apenas o armazenamento e distribuição de produtos, mas também a arrecadação de impostos, a regulação e a monopolização do comércio. Assim, o Estado ou império que domina essas duas entidades pode controlar a economia global, através da tributação e da regulação do comércio internacional, consolidando sua influência sobre os mares e o comércio.

A alfândega, nesse sentido, garante que o fluxo de mercadorias que entram e saem seja monitorado e tributado, o que fortalece o controle econômico e político. Ela atua como guardiã do comércio marítimo, enquanto o armazém possibilita a logística de estocagem e distribuição. Essa sinergia é vital para a manutenção do poder de um império comercial, pois o controle das mercadorias e da taxação permite que o Estado centralize recursos e, assim, projete poder.

Se o armazém é a espinha dorsal do comércio marítimo, a alfândega é seu coração regulador, garantindo que o sistema funcione de forma centralizada, mantendo tanto o controle econômico quanto a ordem no comércio internacional. Esse equilíbrio entre armazenamento e regulação não apenas sustenta o comércio, mas também fortalece as estruturas imperiais, facilitando o tipo de domínio que se associaria à Nova Ordem Mundial.

Dettmann: Pode indicar boas bibliografias sobre o assunto?

Chat GPT:

Aqui estão algumas sugestões de bibliografias que podem te ajudar a aprofundar o estudo sobre o comércio marítimo, o papel do armazém e da alfândega, e suas implicações no controle econômico e político ao longo da história:

1. História Econômica e Comércio Marítimo:

  • Braudel, Fernand. Civilization and Capitalism, 15th–18th Century (Volume II: The Wheels of Commerce).

    • Braudel oferece uma análise profunda sobre o desenvolvimento do capitalismo e a importância das rotas comerciais e centros de armazenamento, como os armazéns, na consolidação de economias globais. Ele explica como o comércio marítimo era fundamental para as potências emergentes durante os séculos XV a XVIII.
  • Heckscher, Eli F. Mercantilism.

    • Este é um estudo clássico do mercantilismo, que analisa as políticas econômicas dos Estados europeus e como o controle do comércio e das alfândegas foi fundamental para fortalecer o poder nacional durante os séculos XVI e XVII. A relação entre a coleta de impostos, o armazenamento de mercadorias e o controle das rotas marítimas é central nesta obra.
  • Lane, Frederic C. Venice and History: The Collected Papers of Frederic C. Lane.

    • Lane oferece uma visão detalhada sobre o comércio marítimo de Veneza, discutindo o papel das instituições como alfândegas e armazéns no controle do comércio mediterrâneo e como isso foi essencial para a prosperidade e o poder político de Veneza.

2. Impérios e Poder Marítimo:

  • Tucídides. História da Guerra do Peloponeso.

    • Como mencionado, Tucídides é a fonte da famosa frase sobre o controle dos mares. Este clássico é essencial para entender o papel estratégico do poder marítimo na guerra e na política da Grécia antiga. Embora não trate especificamente de armazéns e alfândegas, oferece a base para entender a importância geopolítica do domínio marítimo.
  • Parker, Geoffrey. The Military Revolution: Military Innovation and the Rise of the West, 1500-1800.

    • Parker discute como o poder marítimo, a logística e o comércio foram centrais para a ascensão das potências europeias e seus impérios globais. O livro explora como o controle de rotas e a organização de estruturas comerciais, como armazéns e alfândegas, suportaram o poder militar e econômico.

3. História do Comércio e da Alfândega:

  • Findlay, Ronald, e O'Rourke, Kevin H. Power and Plenty: Trade, War, and the World Economy in the Second Millennium.

    • Esta obra trata da história do comércio global e de como a guerra e o poder político moldaram as rotas comerciais e a economia mundial. A sinergia entre o comércio e a política, incluindo o papel das alfândegas e a regulação do comércio, é central para essa análise.
  • O'Brien, Patrick K. The Economic Effects of the American Civil War.

    • Um estudo sobre o impacto econômico do comércio e da tributação no período da Guerra Civil Americana, este livro oferece insights sobre a relação entre o controle de mercadorias e a arrecadação de impostos, e como a alfândega e a logística comercial moldaram o conflito.
  • Casson, Mark (ed.). The World's First Customs System: The Ancient Near East, Egypt, and Greece.

    • Este livro oferece uma análise histórica sobre o surgimento e o papel das alfândegas nas primeiras civilizações e como elas controlavam o comércio e o movimento de mercadorias. Embora seja mais voltado para o período antigo, ele oferece uma perspectiva interessante sobre o desenvolvimento das alfândegas como ferramentas de controle econômico.

4. História das Estruturas Comerciais e Logísticas:

  • Chaudhuri, K. N. Trade and Civilisation in the Indian Ocean: An Economic History from the Rise of Islam to 1750.

    • Este estudo aborda o comércio marítimo no Oceano Índico e explica como os centros de armazenamento (armazéns) e alfândegas desempenharam papéis críticos na organização das rotas comerciais entre o Oriente Médio, a Índia e a Ásia Oriental.
  • Cipolla, Carlo M. Guns, Sails and Empires: Technological Innovation and the Early Phases of European Expansion, 1400-1700.

    • O livro analisa como a expansão marítima europeia foi apoiada por inovações tecnológicas e pelo desenvolvimento de sistemas logísticos, incluindo o uso de armazéns e a regulação aduaneira, para consolidar o controle global.

Esses textos oferecem uma base robusta para explorar a interseção entre comércio marítimo, armazéns, alfândegas e poder político ao longo da história. A combinação dessas fontes deve fornecer uma visão detalhada sobre como essas instituições moldaram e sustiveram impérios e economias globais.

Do sistema hierático e demótico de escrita

1) No Egito Antigo, o sistema de escrita hieroglífico era dividido em duas vertentes: o sistema hierático, que era versado em assuntos mais elevados - já que os sacerdotes, os escribas e os guerreiros constituíam a classe mais alta do país -, enquanto o sistema demótico reunia todo o conhecimento acumulado pelo povo, a base da pirâmide, dividido em várias classes profissionais, conhecimento esse essencialmente prático.

2) Como conhecimento é poder, o conhecimento fundado nas classes mais altas acabaria formando um conhecimento de tradição hierárquica, a ponto de formar os costumes administrativos do império egípcio. Esse conhecimento foi organizado em códices e armazenados na biblioteca de Alexandria, a ponto de compor uma tradição hermética. Já os conhecimentos de ordem popular, esses serviram de base para os avanços científicos da Antigüididade. Eram conhecimentos de cunho democrático.

3) Quando a base tende a imitar as virtudes dos membros da sociedade que se encontram no topo da pirâmide, o conhecimento demótico tende a ficar tão elevado quanto o sistema hierático que lhe influenciou e mais prático por ser mais simples. Como as coisas mais belas estão naquilo que é simples e humilde, não foi à toa que a língua copta adotou um versão demótica da escrita grega, imitando a estrutura do Egito Antigo.

4.1) É por conta de haver um sistema hierático e um sistema demótico de escrita que o direito em Roma foi dividido em Direito Público e em Direito Privado. Com a implantação da lei canuléia, essas duas tradições de conhecimento puderam ser juntadas numa mesma família, formando uma nova tradição de saberes. E aí surge uma demarquia, o início do processo de inversão do sentido da pirâmide, apontando para uma soberania popular.

4.2) Para que a demarquia ocorra, é preciso que a base tenha uma longa tradição em imitar uma elite virtuosa. Uma vez que essa elite entre em degeneração, os membros do povo, os mais virtuosos, poderão tomar o seu lugar por meio do mérito, reoxigenando a civilização com novos saberes fundados na virtude.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Notas sobre os quatro celeiros ou notas sobre os graus de humildade e da soberba econômica

1) O controle dos celeiros, das bibliotecas e dos bancos fez com que o poder fosse deslocado da base, que é o povo, para o topo da pirâmide, que é o faraó. Quanto mais o faraó fosse rico no amor de si até o desprezo de Deus, mais soberbo ele se tornava. A concentração de celeiros, bancos e bibliotecas permite ver os graus de soberba de uma classe governante: quanto mais cheia de si ela se tornava, mais ociosa ela se tornava. Portanto, ela se tornava ilegítima.

2) O controle do processo produtivo é o único que não admite um planejamento central, visto que é preciso conhecimento das circunstâncias locais para se gerenciar o reaproveitamento das sobras de material, evitando assim o desperdício e garantindo assim a eficiência. Quando mais democratizado for esse processo produtivo, quanto mais colaborativas forem as relações de produção, maior a necessidade de uma reciclagem das sobras de material, de modo a se combater o desperdício e por tabela a corrupção. E é da democratização do processo produtivo que a reciclagem tonou-se uma cultura e um estilo de vida, a ponto de se gerar os graus de humildade necessários que podem reverter o processo de centralização do poder.

3) Se as pessoas produzem energia, alimento, conhecimento e fazem uma poupança, a tendência é que isso acabe gerando um imposto de renda negativo. E isso fará com que o tamanho do Estado se reduza a tal ponto que conduza a classe governante a voltar para a realidade, de tal modo que a elite veja no povo um espelho de seu próprio eu, restaurando o senso de nobreza. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2021 (data da postagem atualizada).

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Do lixo compostado como o húmus necessário para uma Nova Idade Média

1) Ao longo da História, o ser humano teve necessidade de estocar para uso futuro quatro coisas: comida, produção, idéias e dinheiro. 

2) Dessas quatro coisas, o estoque de produção sempre foi o mais problemático: uma vez consumida a matéria-prima, além dos insumos necessários à produção, o que deve ser feito com as sobras de material com o desperdício? Historicamente essas coisas iam todas para o lixo - e o lixo acabava degradando o ambiente habitado pela comunidade que toma o lugar como um lar em Cristo.

3) Felizmente, devemos ver o que não se vê - e isso constitui a esperança, pois o lixo de uns constitui a riqueza de outros. A indústria de lixo constitui o segundo grau da indústria de base - com as sobras de material, novos produtos podem ser criados, fazendo com que novas riquezas sejam produzidas, o que garante uma maior diversificação industrial. A reciclagem cria uma cultura de nicho, a tal ponto que o lixo se torna um estoque de produção de segundo grau.

4.1) A soberba dos que fazem da riqueza sinal de salvação é convertida na humildade dos que se santificam através do trabalho de reciclar o lixo que esses mesmos soberbos produzem. É do húmus da basura que vem a nova indústria de base, tal como uma fênix que renasce a partir das próprias cinzas. 

4.2) É dentro das misérias da revolução industrial que ocorre a renovação dos homens a partir da indústria da reciclagem. A santificação através do trabalho de reaproveitar o material que em tese seria descartado dá uma nova visão de mundo, sustentada na responsabilidade de que devemos cuidar bem uns dos outros, bem como do lugar onde nascemos e vivemos, uma vez que o lugar onde se vive deve ser tomado como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo - e isto aponta para a restauração do senso de bem comum, uma nova era de transição, uma nova Idade Média, um tempo onde os homens estejam mais dispostos a servir à causa de Deus.

4.3) Essa responsabilidade gera um peso no ser e esse peso tem que ser sustentado tal como a Cruz que Cristo carregou - trata-se de uma chamada de consciência que afeta cada um de nós enquanto pessoas de modo que sirvamos a Deus nestas circunstâncias de miséria espiritual. Não cabe aqui a insustentável leveza do ser fundada numa liberdade sem verdade, conservando o que era conveniente e dissociado da verdade, como faz o liberalismo, movimento esse que inspirou os demais movimentos revolucionários.  

4.4) De certo modo, a cultura de reciclagem levará a renovação de todas as coisas que a revolução industrial destruiu em razão de se fazer da riqueza sinal de salvação. Trata-se de uma segunda Rerum Novarum. Eis a contracultura católica renascendo, pois o húmus do lixo compostado é o novo pântano, pântano esse do qual se ergueram as grandes comunas medievais, as grandes guildas, no passado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

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Da indústria de base para a indústria limpa - por que é importante que uma nação se suje para ficar limpa depois?

1) Siderúrgicas e outras indústrias de base constituem a estrutura mais primordial, mais básica da economia de beneficiamento, a que converte matéria-prima em produto acabado.

2) Como dizem os de língua espanhola, essa indústria produz "basura", toda sorte de lixo ambiental. Mas o lixo de uns constitui o tesouro para outros - a  "basura" constitui o segundo grau da indústria de base. Você deve reciclar todo esse lixo de modo que se combata o desperdício, a superprodução e a ineficiência energética.

4) Se uma nação quiser ser rica e prosperar, o preço a se pagar é sujar todo o ambiente onde se vive. Mas como diz uma famosa propaganda, às vezes faz bem para uma nação se sujar, pois surge a necessidade de limpar todo o ambiente onde se vive - e aí se desenvolve toda uma cultura de nicho, decorrente do desenvolvimento como uma forma de expressão da liberdade, que deve estar sempre escorada na verdade, na santificação através do trabalho. Afinal, numa nação destinada a servir a Cristo em terra distante, é mais sensato que as pessoas ajam como verdadeiras crianças espirituais - e como toda boa criança, ela precisa se sujar de modo a aprender a lição, já que o homem é um animal que erra.

5.1) O que os donos do mundo fazem de proibir as pessoas e as nações de correrem o risco, de impedir de se sujarem para só depois limparem a sujeira feita - uma vez completado o ciclo econômico da indústria de base - tudo isso constitui uma forma de censura, uma vez isso nega o desenvolvimento econômico como uma expressão da verdade, da santificação através do trabalho.

5.2)  Por essa razão, essa psicose ambientalista é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, visto que ela concentra a riqueza e poder nos países que primeiro desenvolveram as tecnologias ambientais antes de todos os outros. E isso é um verdadeiro crime contra livre iniciativa humana, contra a vocação de se servir ao próximo. Isso cria uma reserva de mercado, um monopólio.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

Notas sobre as guildas e sobre a suposta alegação de que elas eram uma conspiração contra o público

1) O que é uma "conspiração" senão o ato de unir-se discretamente a outrem em prol de um objetivo em comum? Qual é a dificuldade em acreditar na existência de um fenômeno tão banal? Afinal, ser um jumento está na moda (Eric Ribeiro Silva).

2) A maior prova está no sistema de guildas. Adam Smith, em sua obra A Riqueza das Nações, disse que as guildas eram uma conspiração contra o público.

3) É verdade sabida que a maçonaria nasceu do progresso técnico que havia nas corporações de ofício. Com o advento da Reforma Protestante, a noção de riqueza tomada como sinal de salvação ganhou uma justificação teológica a partir do calvinismo, a tal ponto que associações discretas se tornaram secretas.

4.1) Costuma-se dizer que uma associação discreta ocorre quando ela é conhecida dentro do âmbito das famílias. Como a vida familiar e a honra são invioláveis, indevassáveis, então essas organizações eram entidades de direito privado e elas serviam para subsidiar as famílias, posto que eram corpos intermediários. 

4.2) Elas ganhariam ainda mais força em tempos de Igreja perseguida pelo Império Romano, nos tempos do paganismo. Muitos cristãos encontraram sustento trabalhando nas guildas, nas corporações de ofício. Quando o império Romano caiu, elas começaram o processo de reconstrução do mundo antigo tendo Cristo como o verdadeiro soberano desse mundo conhecido, pois a pedra rejeitada pelos judeus e pagãos tornou-se a pedra angular. O mundo clássico seria renovado, a tal ponto que a Idade Média é, na verdade, uma Antigüidade Tardia, retrabalhada à luz da verdade, enquanto fundamento da liberdade.

5) As associações secretas não são conhecidas por ninguém, mas somente pelos iniciados, os iluminados São entidades criadas por gente que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade - elas visam a derrubar do poder tudo o que decorre do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Estas são as forças conspiradoras propriamente ditas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2020 (data da postagem original).

Notas sobre a gênese do processo de centralização do poder ao longo da História - apontamentos sobre este assunto

1) No mundo antigo, os celeiros surgem a partir do conhecimento das técnicas de administração. É por meio da administração que se tem o planejamento e o controle do que é estocado, de modo a atender as demandas da população. 

2) É atendendo as demandas da população que você obtém os favores dela, a ponto de esta ficar dependente da sua autoridade - foi assim que os faraós do Egito Antigo construíram o seu poder, a sua legitimidade. É dessa forma que ocorre a transferência de poder da base para o topo da pirâmide.

3) Uma das primeiras formas de controle populacional se dava através da fome. Maus políticos desviavam o fornecimento de comida dos armazém públicos para os armazém privados de modo que surgissem do nada como heróis da pátria. Esta foi a conduta de Cleandro nos tempos de Cômodo, em Roma.

4) Por meio dos celeiros, quem tinha o controle da terra, da produção de alimentos, tinha o controle de tudo, já que as terras eram o alicerce do Estado - eis o modo de produção asiático.

5) Quando os gregos tomaram o Egito, eles viram que a idéia de celeiro era boa. Eles criaram uma espécie de celeiro para guardar o conhecimento, já que ele é a base do poder: a biblioteca. Isso fez com que o poder ficasse cada vez mais acima da sociedade.

6) Não foi à toa que surgiram os ptolomeus, reis do Egito de ascendência grega. Eles seriam a continuação do legado dos faraós do Egito Antigo.

7) É do casamento das tradições do Egito Antigo com a cultura grega clássica que surgiu o helenismo. E foi o helenismo justamente a base para a formação do Império Bizantino e da tradição cristã oriental, tanto da Igreja Copta quanto da Igreja Greco-Melquita, levando o mundo clássico a uma Antigüidade Tardia, enquanto o ocidente, com a queda de Roma, entrava numa era de transição, o que resultaria numa fracassada tentativa de renascimento do mundo antigo, mas que culminou na modernidade.

8) Logo após a queda de Constantinopla, em 1453, uma Nova Era surgiu na história da humanidade. Sábios bizantinos levaram todos os seus pergaminhos acumulados do mundo antigo e o elevaram até a Península Itálica. Cidades como Gênova, Milão, Florença, que já estavam vivendo o renascimento comercial, puderam patrocinar o estudo desses eruditos. 

9) Quando perceberam que o conhecimento era poder, eles perceberam que a melhor forma de obter esse conhecimento era acumulando capital para financiá-lo. E os bancos surgiram como um terceiro desdobramento da idéia de celeiro, fazendo com que o poder ficasse cada vez mais acima da sociedade.

10.1) A disseminação de celeiros financeiros fez a Igreja condenar a usura e o lucro excessivo. As mentes mais conservantistas, os que faziam da riqueza sinal de salvação, começaram a financiar a Revolução protestante, a heresia praticada por Martinho Lutero. 

10.2) Foi neste ponto que começou a surgir a modernidade, matando e muito o esforço do renascimento do mundo antigo, enquanto apogeu da civilização cristã que estava despontando desde os tempos do medievo.

11) Quando estudei Teoria do Estado com o professor José Ribas Vieira, ele dizia que na época de Maquiavel a noção de poder já se encontrava muito acima da sociedade, deslocada da realidade. Foi por conta dessa noção que Maquiavel concebeu sua obra O Príncipe - idéia essa que foi mais tarde aperfeiçoada por Gramsci e que resultaria numa teoria da tomada do poder pelos comunistas.

12) Tal como a inflação, cuja informação se dissemina de maneira escalar na cadeia produtiva por meio do sistema de preços, essa noção de poder acima da sociedade se deu em escalas ao longo da História. Ela começou com os celeiros no Egito Antigo, depois foi aperfeiçoada com a instalação de bibliotecas no Egito Potlomaico e depois foi aperfeiçoada com os bancos na Renascença, os celeiros de capital financeiro. 

13) Como diz Ítalo Lorenzon, do canal Terça Livre, impressão de poder, ainda que errônea, é poder. E isso leva a se buscar meios de intervenção sobre a natureza das coisas de modo a se conseguir mais poder. Não é à toa que o estudo da técnica tinha elementos de magia e gnose, coisa que remonta ao mundo antigo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2021 (data postagem atualizada).

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

A verdade sobre a Lava-Jato ou a gênese da aplicação das técnicas de estrangulamento financeiro contra a população inocente

1) A forma pervertida de monarquia é a tirania, enquanto a forma pervertida de aristocracia é a oligarquia. Da mesma forma, a forma pervertida de politéia é a democracia, que é conduzida por demagogos. Esta verdade, ensinada por Aristóteles, é conhecida e deve ser sempre observada.

2) O toma-lá-dá-cá, ou o uso de dinheiro para se obter favores políticos, é como uma moeda. Se ela for usada para patrocinar a causa dos virtuosos e dos nobres, ela leva ao mecenato. Se ela é usada para financiar as causas revolucionárias dos conservantistas e de outros tantos animais que mentem, ela fomenta a corrupção como método para a obtenção do poder total e absoluto sobre todos.

3) Condenar a política do "é dando que se recebe" é ignorar o princípio mais básico das relações sociais: a negociação e obtenção de favores. Em muitos casos, o dinheiro é o meio necessário para se obter um fim bom.  O dinheiro, como meio, é neutro axiologicamente - já diziam os economistas. Confundir o mau uso do dinheiro, que é usado para patrocinar político inimigo dos valores cristãos, com a proibição de seu uso deve ter sido uma das maiores confusões demoníacas que já se plantou na cabeça do brasileiro.

4) Eu comecei a perceber esse problema quando comecei a jogar o jogo Old World. Muita coisa que vi naquele jogo me fez repensar certas coisas que geralmente são aceitas no país desde o advento da Lava-Jato - e a idéia de que um rico é um país sem toma-lá-dá-cá é uma delas.

5.1) Uma das principais conseqüências disso é o controle da população mundial através do dinheiro, conforme for implementado o dinheiro eletrônico. 

5.2) Essas técnicas de estrangulamento financeiro levarão a população inocente a ser responsabilizada criminalmente por sonegação de impostos e lavagem de dinheiro, ainda mais em tempos de Estado tecnocrático e tirânico.

5.3.1) Sonegar tributos a quem é ilegítimo ou proteger o patrimônio contra tirano revolucionário não é crime na lei natural, mas direito de resistência. 

5.3.2) Como a lei natural foi rejeitada pelo positivismo de Sérgio Moro, no final teremos um pan-penalismo, onde inocentes e culpados são igualados por conta da conduta, sem se levar em consideração as circunstâncias do caso concreto onde a pena é aplicada, uma vez que se buscou punir a corrupção em abstrato, como uma responsabilidade penal objetiva. E isso é perda do senso das proporções, da idéia de justiça.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2020 (data da postagem original).

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Notas sobre o jogo Old World, seguidas de meditações sobre alguns aspectos da História

1) Na língua portuguesa, chamar alguém na chincha é chamar alguém para uma conversa particular, reservada.

2) Se você é do tipo discreto e reservado, este hábito pode ser tornar uma árvore frondosa. De tanto você conversar de maneira discreta e reservada, você terá um pé de chincha.

3) Se muitas pessoas estão abrigadas neste pé de chincha, então elas devem favores a você, pois elas comeram do fruto dessa árvore, a ponto de se comprometerem a espalhar as sementes de sua espécie. Se essas pessoas são da classe mercantil, por exemplo, elas te oferecerão desconto nos produtos que vendem ou te dão o produto de graça, por conta do favor que elas devem a você. Eis uma verdadeira pechincha.

4) A cultura da conversa discreta e reservada leva à cultura de negociação. Os protegidos, os que devem favores a você, buscarão os meios para conseguir aquilo de que você necessita, de modo que tenham o poder que tanto buscam. Como tudo isto se funda numa cultura de confiança, numa cultura de catacumba, então isto é a base da sociedade política.

5.1) No jogo Old World, um jogo de estratégia que estou a jogar atualmente, relações sociais são relações de poder. Você precisa gastar pelo menos uma ordem investindo no relacionamento com membros das outras famílias oligárquicas de modo que você tenha poder adequado sobre elas. Se você tiver boas relações com os membros dessas famílias, elas se candidatam ao governo das províncias, eles se tornam comandantes dos seus exércitos e até cuidam das relações com outros povos por você. Por esse motivo, nunca negligencie este aspecto, que é o poder de uma boa amizade.

5.2.1) Se você exercer influência sobre outra pessoa no jogo, a chance de você forçar um evento envolvendo você e aquela pessoa é de 50%. Uma vez provocado o evento, você precisa de 240 talentos - isso é uma forma de investir nela de modo que ela exerça influência sobre o curso dos acontecimentos. Isso provocará outros eventos futuros.

5.2.2) Certa ocasião exerci influência sobre minha esposa - gastei 200 talentos para exercer influência e mais 240 para ela ficar em dívida de gratidão para comigo, já que estou protegendo essa pessoa. Ela me pediu cento e tantos talentos para mudar a decoração do palácio inteiro - para agradá-la, contratei um pintor. Ela desenvolveu o traço inspirador e ainda me deu um herdeiro. Ela desenvolveu suas habilidades e ainda me deu um herdeiro. Foi um excelente negócio.

5.2.3) Por essa razão, no começo do jogo, é sempre bom que você tenha uma família de mercadores como sendo uma das primeiras famílias reinantes das suas cidades, senão a primeira família, a que governa a capital. Você precisará de dinheiro de modo a obter os favores de quem você quer como amigo - e a família de mercadores é a que te dá os meios para você exercer influência sobre os outros. Se você obtém os favores dos membros das diferentes famílias de oligarcas, eles ficam devendo favores a você - e por deverem favores a você, elas tendem a colaborar contigo naquilo que você mais precisa. Eis a lealdade.

5.2.4.1) Quando você funda uma cidade, ela fica sob o comando de uma família - da mesma forma, as unidades militares da cidade, tal como acessório que segue a sorte de seu principal. Como os soldados são cidadãos dessa cidade governada por essa família, então eles são leais ao comando dessa família. Por isso, você deve tratar bem essa família reinante de modo que não haja rebelião na cidade, uma vez que eles têm os meios de ação para se rebelar contra você, já que a cidade é de propriedade privada deles. É isso que separa monarquia de tirania.

5.2.4.2) Isto explica porque no Civilization VI as cidades tinham laços de lealdade - elas eram controladas por uma família reinante de oligarcas. E você precisa do apoio deles de modo a exercer o poder, pois é deles que vem a legitimidade, já que são os primeiros cidadãos daquela cidade-Estado, a autoridade que a aperfeiçoa a liberdade de muitos.

6.1) Quando você escolhe dentre os membros dessa família de oligarcas os mais capacitados para comandar as legiões do exército e os mais capacitados para administrar a cidade como governadores, você está fomentando a aristocracia, pois só os melhores, os mais competentes, os mais virtuosos é que comandam os negócios públicos da cidade ou província, que é um conjunto de cidades que tem essa mesma família oligarca como primeiros cidadãos.  

6.2.1) À medida que os mais experientes e provados membros dessas famílias mostram o seu valor, aí eles são chamados a compor o senado, que é a reunião de todas as famílias reinantes de todas as cidades do império, pois é ali que se reúnem todos os chefes de família para discutir o bem comum do império. 

6.2.2) Afinal, o senado é o plenário, cujo todo transcende a soma de todas as partes. Lá estão reunidas pessoas experimentadas e plenamente capacitadas, pessoas sui iuris, seniores que ainda estão lúcidos, que ainda não sofrem de nenhuma doença degenerativa relativa à idade avançada, como o mal de  Alzheimer ou outras doenças afins. Só por conta disso, essas pessoas são dignas de admiração de todo o povo, pois elas têm muito a contribuir com o império em razão de sua valiosa experiência de muitos anos de vida pública (civil e militar). É a prefiguração do Conselho de Estado, órgão auxiliar do Poder Moderador do Império do Brasil.

7.1) Se formos levar em conta todo este background que observei no jogo Old World, a verdade é que não temos mais senado, uma vez que não temos nobreza. 

7.2) Como a opinião do sábio tem o mesmo peso que a opinião do ignorante, então só os piores são eleitos, visto que a quantidade de votos, e não os motivos determinantes do voto, é que determinam quem é mais votado. Por essa razão, o título de senador hoje é um título nominal, pois o que temos é um deputado de duas legislaturas, um superdeputado.

7.3) Muita gente, hoje em dia, condena o uso de dinheiro para se obter favores políticos, mas ele é preciso, pois você precisa dele para patrocinar as causas dos políticos mais virtuosos. Essa gente virtuosa precisa ficar devedora dos seus favores - do contrário, seremos obrigados a lidar com políticos maus, que devem favores a essa gente nefasta que promove a nova ordem mundial. 

7.4) O verdadeiro cerne da corrupção é este: o uso do dinheiro para patrocinar os maus, os inimigos dos valores cristãos. O uso do dinheiro para fomentar tirania levará certamente à cobrança de impostos, cujo dinheiro será aplicado em fins inúteis, questionáveis. E isso é usura, já que isso não atende aos interesses do bem comum.  

8.1) Antes mesmo de surgir uma classe ociosa que vive à custa desse dinheiro, os primeiros cidadãos das cidades-Estado eram excelentes artesãos, excelentes ferreiros, excelentes agricultores, excelentes mercadores ou mesmo campeões (soldados de elite).

8.2) Numa ordem social fundada na excelência, o estrato inferior tende a imitar o estrato superior. Se os melhores eram artesãos, a cidade inteira vai se notabilizar pelos seus artesãos, pois a família reinante é uma família de artesãos; se a família reinante fosse de ferreiros, a cidade se notabilizaria por seus ferreiros e assim sucessivamente. 

8.3) Como a autoridade do príncipe, do primeiro cidadão da cidade, tende a aperfeiçoar a liberdade de muitos, era muito comum haver uma associação de caráter público entre os príncipes e os cidadãos de modo a ensinarem a profissão e a se ajudarem mutuamente, já que a profissão se tornou tanto um estilo de vida quanto uma forma de se ganhar o pão de cada dia, uma forma de santificação através do trabalho. As guildas nasceram dessa associação, já que isso era voltado para o bem comum, já que a liberdade de bem servir estava associada à justiça, à idéia servir bem ao necessitado sem aviltá-lo, tal como faríamos se víssemos o Cristo necessitado nos consumidores.

8.4.1) À medida que havia uma maior integração das cidades comandadas pelas diferentes famílias de oligarcas por meio do comércio, os cidadãos das diferentes classes se misturavam entre si, por meio de casamentos interclasses, já que as diferentes famílias de primeiros cidadãos também se casavam desse modo. 

8.4.2) Logo, um novo princípio de governo surgiu: o do bem comum, o da concórdia entre as classes. Eis aí que a monarquia de caráter familiar passou a ganhar um contorno mais republicano e mais universalizante, a ponto de que nenhum homem podia ser escravo de outro homem. Novos gênios surgiriam, pois os filhos dessas uniões interclasses descobririam novos caminhos a partir do conhecimento reunido dos caminhos de vida tanto do pai quanto da mãe. Quanto mais variedade de caminhos, mais conhecimento, mais verdades conhecidas poderiam ser conhecidas e armazenadas ao longo das gerações a ponto de serem cada vez mais obedecidas e observadas, a ponto de isso apontar para a conformidade com o Todo que vem de Deus. Eis a tradição.

8.4.3) A partir do momento em que a nobreza foi aperfeiçoada, a ponto de surgir uma geração de polímatas, começou a surgir uma profusão de polímatas em todas as cidades, entre os cidadãos comuns, sem título de nobreza. Não foi à toa que Roma, um dos berços do mundo antigo, foi o berço dessa cosmologia cosmopolita - e foi nessa cosmologia que se deu o ponto mais alto da história da civilização humana, em termos de cultura e técnica. Ela levaria certamente ao Renascimento do mundo antigo se não fosse adotado como moda um novo tipo de paganismo, o que desgraçou o mundo inteiro. E é esse paganismo o germe do liberalismo, essa ideologia satânica.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2020 (data da postagem original).

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2021 (data da postagem atualizada).

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Notas sobre a pomba e a águia (ou notas sobre Cristo enquanto príncipe da paz e enquanto construtor e destruidor de impérios)

1) Em gramática, o advérbio tende a modificar o verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio.

2) Quando o sabelianismo institui que as pessoas na trindade são modos, não pessoas,  o herege está se declarando um advérbio, a ponto de pretender modificar o verbo que se fez carne de antemão. E tudo o que é sólido acabará se tornando líqüido, a ponto de assumir a forma de seu recipiente hospedeiro, sem o compromisso de formar com ele uma só unidade a ponto de refletir uma só verdade, uma só essência, um jeito de ser fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus, dando sentido a todas as coisas que são próprias da Criação.

3) Os conservantistas são capazes de todo tipo de ardil, a ponto de transmutar magicamente um urubu numa pomba da paz, a ponto de promover o pacifismo. E para isso desarmam a população civil de modo que ela fique incapaz de resistir diante da tirania do comunismo.

4.1) Mas Cristo tem duas naturezas: Ele é Deus e homem. A pomba da paz é só a ponta do iceberg, pois na verdade Ele veio trazer a espada; se quisermos a paz em Cristo, o arado para a prosperidade no tempo comum, devemos nos preparar para guerra, para os tempos de crise. 

4.2.1) E a águia, o símbolo dos Romanos e dos Americanos, é o símbolo das civilizações que se notabilizaram na arte da guerra. 

4.2.2) O primeiro estágio para se dominar a arte da guerra foi o domínio da falcoaria, da caça. É conhecendo bem o terreno que se derrota o inimigo, uma vez que não há outro caminho - e a caça permite isso, esse conhecimento íntimo da natureza em tempos de crise, em tempos extremos. 

4.2.3) Logo, por trás da pomba, da Pax, vem a águia. Por isso, devemos ver o que não se vê.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 05 de janeiro de 2021.

Notas sobre a ressurreição de Cristo, o mito da ave fênix e a definição platônica de homem como bípede implume - uma relação entre essas idéias

1) Considerando que o ser humano, segundo Platão, é um bípede implume, uma ave, então Cristo é como a pomba que trouxe um raminho de oliveira após o dilúvio: o anúncio de uma nova aliança com os homens. Afinal, Ele é o caminho, a verdade e a vida, posto que ninguém vai ao pai senão pelo filho, assim como ninguém vai ao filho senão por sua mãe, posto que é o atalho mais prático para se chegar à verdade, a porta da esperança que leva ao Céu.

2) Como nada pode deter a verdade,  pois é o verbo que se fez carne, então esta ave, que é o símbolo da paz, é capaz de renascer das cinzas. Não só das próprias cinzas, posto que não foi capaz de pecar, mas também das cinzas do homem arrependido que pediu perdão a Deus e foi perdoado, a ponto alimentar-se de Cristo através da Santa Eucaristia.

3) Agora, quando socialistas como o Brizola dizem ser como a ave fênix, na verdade eles não renascem da cinza, mas da própria merda. Essas aves não renascem como pombas, mas como urubus, a ponto de se alimentarem de restos de comida ou mesmo carne podre. É por isso que esses animais que mentem não ressuscitam em três dias e nem vão ressuscitar, pois são todos falsos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 05 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

Notas sobre a filosofia anti-humana de Kant

1) A definição de Kant é simetricamente oposta à definição aristotélica.

2.1) O homem, como animal que erra, esteve uma vez separado da justiça e da lei natural, a qual remonta a Deus.

2.2) Mas como Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, a natureza mesma fez com que o homem não esquecesse o seu Criador, uma vez que ela religou o homem à idéia de Deus, de conformidade com o Todo que vem de Deus. 

2.3.1) Com o tempo, todo um caminho precisou ser pavimentado até que o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem viesse a nós na forma de criança e estabelecesse uma nova antropologia.  

2.3.2) Sendo Cristo igual a nós em tudo, menos no pecado, ele se tornou o modelo pelo qual devemos imitar a Deus, quando assume a forma humana, se quisermos ser humanos melhores ou santos. Por isso mesmo, Cristo é tanto rosto divino no homem quanto rosto humano de Deus. Eis a Cristologia enquanto antropologia aperfeiçoada.

3.1) O homem como animal que mente vive em conformidade com o nada que vem da serpente, que incutiu na mente do primeiro casal de que seríamos deuses, se comêssemos do fruto proibido. Para os filhos da serpente, o mau é bom e e o feio é belo.

3.2.1) Quando se erra, uma vontade, fundada no amor de  si até o desprezo de Deus, reprime o sentimento de arrependimento.

3.2.2)  Essa vontade, fundada no orgulho, é o motor para se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, pois nela o homem, e não Deus se torna a medida de todas as coisas. Quanto mais divinizado o homem, quanto mais humanista é uma filosofia, mais revolucionária ela se torna, por conta de estar conservando coisas convenientes e dissociadas da verdade. 

3.2.3) Sem Deus, o homem que se basta é a medida do anti-humano, uma verdadeira pseudociência antropológica. Ela é um verdadeiro horror metafísico. Por isso mesmo, Kant é o definidor do anticristo, pois o homem como animal que mente é servo do pai da mentira, que é o diabo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 05 de janeiro de 2021.

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Está na hora de enquadrar o homem num reino próprio, quando se trata de estudar a maior obra de Deus, que é a vida sobre a Terra

1) Aristóteles falava que o homem, separado da lei e da justiça, ele se torna o pior dos animais. E a maior prova disso é quando ele se afasta de Deus e é posto no mesmo patamar que os demais animais do Reino Animalia. 

2) A ciência e a técnica, a serviço da ideologia, elas não acreditam em Deus e colocam os homens no mesmo reino que os demais animais. A tendência inevitável será a animalização do homem e a humanização dos animais. E isso não é ciência, posto que não passa de técnica a serviço do processo de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, uma vez que essa gente negou Deus.

3) Ao longo da História, os filósofos definiram o que era ser humano: uns definiram como um bípede implume; outros, como um animal que erra; outros, como um animal que mente. Diante dessas definições e por conta da circunstância de o ser humano ser criado à imagem e semelhança de Deus, esta espécie merece um reino próprio: a antropologia.

4) Cada definição de homem define uma espécie de homem, onde você encontra diferentes grupos de pessoas cuja personalidade é bem definida e que atuam na política influindo no destino da polis de modo a ela estar em conformidade com o Todo que vem de Deus, como um espelho da cidade de Deus, ou ser uma imensa favela, que é o como vai ser a aldeia global construída pelos animais que mentem., o que é o próprio da Cidade dos Homens, como bem definiu Santo Agostinho de Hipona. É nessas definições, portanto, que encontramos as espécies políticas organizadas em movimentos, como os conservadores, os liberais ou mesmo os comunistas. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 05 de janeiro de 2021.

Notas sobre a ideologia

1) Uma ideologia é como a semente - é o germe por meio do qual se planta a árvore envenenada, cujos frutos nós a conhecemos a partir dos homens que provaram do gosto de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

2.1) Alguns falam que não se pode combater uma idéia - Olavo de Carvalho, no entanto, mostrou uma solução mais prática. 

2.2) Como a ideologia é uma semente e o homem, para Platão, é uma ave, um bípede implume, então o homem, segundo Kant, não passa de uma ave especializada em espalhar as sementes da árvore envenenada, já que ele é um animal que mente. E a única maneira de conter a disseminação dessa praga é matando seu vetor - no caso, os liberais e comunistas, já que o primeiro prepara o caminho para o segundo.

3) A defesa dos nossos valores precisa ser feita por meios violentos, pois eles estão dispostos a destruir os nossos valores por meio da corrupção e da violência. E a guerra contra esse mal é a continuação da trindade por meios violentos, assumindo caráter contra-revolucionário.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 05 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

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