1) Uma das maiores delícias é a personalidade. E isso se desenvolve respondendo ao chamado de Deus em face das suas circunstâncias de pessoa.
2.1) É da força da personalidade que vem a ironia - principalmente a fina ironia, tão necessária à maiêutica, coisa que faz a alma pôr-se a serviço dentro daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, seja na própria terra ou em terras distantes.
2.2) Quando uma pessoa é vazia e não tem nada para falar, a ironia é uma forma de as forças profundas da alma dessa pessoa virem à tona.
2.3) Esse processo deve ser conduzido por uma pessoa inteligente; se a pessoa reage à ironia com brutalidade, é sinal de que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade; se ela reage de bom humor, é sinal de que esta é uma alma iluminada. E uma conversa inteligente pode fluir.
2.4) Desde que aprendi com o padre Jan a arte da fina ironia, eu consigo identificar os bestializados que nasceram aqui, nesta terra de Santa Cruz tão castigada pela chaga da apatria sistemática. Com essa gente nem se deve conversar - a solução é o bloqueio.
3.1) Acho que vou fazer isso mais vezes, quando se trata de lidar com alguém que não tem nada a oferecer a não ser o próprio corpo a título gratuito, o que constitui uma das piores formas de prostituição que há.
3.2) Por conta da liberação sexual, perde-se a noção da modéstia; uma pessoa, ao lidar com uma outra que só posta fotos seminuas ou provocantes na rede social, tende a se usufruir desse corpo na fornicação eventual e descarta-o, sem se importar com a alma, uma vez que não há nada lá dentro.
4) É por essas razões que prefiro ficar no facebook conversando sobre coisas inteligentes com gente inteligente o tempo todo. Lidar com quem não estuda e com quem usa a rede social com fins vazios definitivamente não vale a pena.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 2 de setembro de 2017.
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