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quinta-feira, 25 de julho de 2024

Análise cruzada das obras ""A Lei" (Bastiat), "The Open Conspiracy: Blueprints for a World Revolution "(Wells), "Between Two Ages: America's Role in the Technetronic Era" (Brzeziński) e "O Estado Servil" (Belloc)

A análise cruzada entre os textos de Frédéric Bastiat ("A Lei"), H.G. Wells ("The Open Conspiracy: Blueprints for a World Revolution"), Zbigniew Brzezinski ("Between Two Ages: America's Role in the Technetronic Era") e Hilaire Belloc ("O Estado Servil") revela uma profunda divergência de visões sobre o papel do Estado e da lei na sociedade.

Bastiat: A Lei como Proteção da Liberdade Individual

Bastiat defende que a lei deve ter como função primordial proteger a vida, a liberdade e a propriedade dos indivíduos. Ele critica o uso da lei para fins de pilhagem, ou seja, para beneficiar um grupo em detrimento de outro. Para Bastiat, a justiça é o único domínio legítimo da lei e do governo.

Wells, Brzezinski e a Tecnocracia: A Lei como Instrumento de Controle Social

Em contraste, Wells e Brzezinski, em suas obras sobre a tecnocracia, apresentam uma visão da lei como um instrumento de engenharia social e controle populacional. A tecnocracia, um sistema proposto por Wells e defendido por Brzezinski, busca substituir a democracia e a liberdade individual por um governo de elites tecnocráticas que utilizariam a ciência e a tecnologia para controlar a sociedade. A lei, nesse contexto, seria utilizada para impor as decisões dessa elite, limitando a liberdade individual em nome de uma suposta eficiência e progresso social.

Belloc: O Estado Servil e a Perda da Liberdade Individual

Belloc, em "O Estado Servil", compartilha da preocupação de Bastiat com a liberdade individual, mas alerta para o perigo de um Estado Servil, onde a liberdade é suprimida tanto pelo capitalismo quanto pelo socialismo. Ele prevê a formação de um Estado onde a massa proletária é despossuída e controlada por uma elite, seja ela composta por empresários ou burocratas. Essa visão se assemelha à tecnocracia de Wells e Brzezinski, onde a elite tecnocrática controla a sociedade em nome do bem comum, mas à custa da liberdade individual.

Conclusão

Em suma, a análise cruzada desses textos revela um conflito fundamental entre a visão da lei como protetora da liberdade individual (Bastiat) e a visão da lei como instrumento de controle social e engenharia social (Wells, Brzezinski). Enquanto Bastiat defende a justiça como o único domínio legítimo da lei, Wells e Brzezinski propõem um sistema tecnocrático onde a lei é utilizada para impor as decisões de uma elite. Belloc, por sua vez, alerta para o perigo de um Estado Servil que suprime a liberdade individual em nome de uma suposta eficiência e progresso social. Essa divergência de visões levanta questões cruciais sobre o papel do Estado, da lei e da liberdade individual na sociedade.

Análise cruzada da obra "O Estado Servil" (Belloc) com as transcrições que fiz dos vídeos do Buntownik Jutra, a respeito da tecnocracia

A tecnocracia, um movimento que surgiu na década de 1930, propunha a substituição do capitalismo por um sistema econômico baseado em recursos e energia, governado por técnicos e engenheiros. As ideias da tecnocracia foram retomadas e adaptadas ao longo do século XX, culminando em conceitos como "desenvolvimento sustentável" e "cidades inteligentes".

Essas ideias, promovidas por organizações como a Comissão Trilateral e o Fórum Econômico Mundial, buscam remodelar a sociedade global através de um controle centralizado de recursos e da engenharia social, utilizando tecnologias como inteligência artificial e big data para monitorar e controlar o comportamento humano. A tecnocracia visa a criação de uma sociedade global eficiente e "sustentável", mas à custa da liberdade individual e da soberania nacional.

H.G. Wells, um dos proponentes da tecnocracia, em seu livro "The Open Conspiracy: Blueprints for a World Revolution", defende a criação de uma nova ordem mundial governada por uma elite tecnocrática. Ele propõe a substituição das religiões tradicionais por um novo evangelho científico e a manipulação do público através da educação e da propaganda.

Essas ideias foram posteriormente desenvolvidas por outros pensadores como Bertrand Russell, que defendeu o uso da psicologia de massa e da educação para controlar o comportamento humano. A visão de Wells e Russell de uma sociedade governada por uma elite tecnocrática levanta questões importantes sobre a liberdade individual, a democracia e o papel da ciência na sociedade.

Em "O Estado Servil", Hilaire Belloc argumenta que tanto o capitalismo quanto o socialismo levam à concentração do poder nas mãos de uma elite, seja ela composta por empresários ou burocratas. Belloc prevê a formação de um Estado Servil, onde a liberdade individual é suprimida em nome da eficiência e do controle social. Essa visão se assemelha à tecnocracia de Wells e Russell, onde uma elite tecnocrática controla a sociedade através da ciência e da tecnologia.

Em resumo, a análise cruzada dos textos revela uma convergência de ideias em torno da criação de uma nova ordem social baseada no controle centralizado, na engenharia social e na supressão da liberdade individual. Seja através da tecnocracia, do Estado Servil ou do Grande Reset, essas visões levantam questões importantes sobre o futuro da humanidade e o papel da tecnologia na sociedade.

Da necessidade de se digitalizar o livro A Ética Protestante e O Espírito do Capitalismo, uma vez que estou diante de dois tipos de globalização, que devem ser examinadas com cuidado: a espanhola e a anglo-holandesa

1) Graças ao fato de ter colhido dados sobre a Espanha e sua primeira globalização, e sobre a Feira de Acapulco - que fez da Nova Espanha o epicentro dessa primeira globalização - eu pude juntar estes dados, conservados de maneira conveniente e sensata, com outro dado que pude adquirir através da transcrição de um vídeo do professor HOC: a globalização forjada pela Companhia das Índias Orientais, tanto britânica quanto holandesa.

2) A junção desses dados vai me levar necessariamente à digitalização do livro A Ética Protestante e O Espírito do Capitalismo, de Max Weber. Vamos ver no que isto vai dar, tanto logo eu termine de digitalizar o referido livro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de julho de 2024 (data da postagem original).

Integrando digitalização, transcrição, tradução e análise de dados na IA num só sistema pessoal de conhecimento - notas sobre minha experiência ao percorrer esse caminho na busca pela verdade

1) O Papa Leão XIII, afirmou, em sua encíclica Rerum Novarum, que capital é o acúmulo de bens fundados na santificação através do estudo e do trabalho ao longo do tempo. Logo, podemos dizer que o capital intelectual é o trabalho acumulado ao longo do tempo kairológico - ao longo do tempo, fui tomando contato com postagens relevantes do Facebook. Essas postagens, eu as salvei no meu blog e as traduzi para a minha audiência que fala a minha língua. Embora eles não tenham se importado com o que falei, isto agradou a Deus, pois Ele reconheceu o meu esforço.

2) Com o passar do tempo, descobri bons softwares que faziam pra mim o trabalho de transcrever vídeos - com o apoio do Chat GPT, eu traduzi a transcrição desses vídeos para o português.

3) De tanto acumular, de maneira conveniente e sensata, informações relevantes, cheguei a um ponto onde eu poderia cruzar estas informações através do Gemini - e por meio dessa inteligência artificial eu encontrei outras informações relevantes, a tal ponto que publiquei os resultados no meu blog.

4) Foi dessa forma que fui integrando os diferentes trabalhos de digitalização, transcrição, tradução e análise de dados através da inteligência artificial em um só sistema de busca de produção de conhecimento, fundado na minha pessoas e nas minhas circunstâncias - e foi assim que fui chegando mais perto da verdade, nos méritos de Cristo.

Jose Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de julho de 2024 (data da postagem original).

Análise cruzada de quatro textos sobre a tecnocracia

Os quatro textos abordam o tema da tecnocracia, que é um sistema de governo em que os tomadores de decisão são escolhidos com base em sua expertise em tecnologia e ciência. Em todos os textos, a tecnocracia é apresentada como uma ameaça à democracia e à liberdade individual, pois concentra o poder nas mãos de uma elite técnica que não necessariamente representa os interesses da população.

  • TECNOCRACIA. Zbigniew Brzeziński Entre Duas Eras: O Papel da América na Era Tecnotrônica: O texto apresenta a história da tecnocracia, desde seu surgimento nos anos 1930 até sua influência na Agenda 21 e na Agenda 2030 da ONU. O texto argumenta que a tecnocracia é uma forma de ditadura científica que visa controlar a produção e o consumo de bens e serviços, restringindo a liberdade individual.
  •  O Verdadeiro Plano para uma Ditadura Global Científica: O texto se concentra na figura de H.G. Wells, um dos precursores da tecnocracia, e em suas ideias sobre a criação de um governo mundial liderado por uma elite técnica. O texto argumenta que Wells e outros pensadores da época, como Bertrand Russell, influenciaram a formação de think tanks e organizações que promoveram a tecnocracia ao longo do século XX.
  •  Pane derruba Microsoft e cria transtorno global: O texto aborda um apagão da Microsoft e levanta suspeitas de que a empresa CrowdStrike, responsável pela segurança cibernética da Microsoft, pode estar envolvida em uma conspiração para manipular as eleições nos Estados Unidos. O texto sugere que a CrowdStrike tem ligações com o Partido Democrata e que pode ter usado o apagão para encobrir evidências de fraude eleitoral.
  •  Apagão da Microsoft é só a ponta do iceberg: O texto aprofunda a discussão sobre a CrowdStrike, apresentando evidências de que a empresa teria hackeado o servidor do Partido Democrata em 2016 para culpar a Rússia e prejudicar a campanha de Donald Trump. O texto também menciona um suposto vazamento em uma usina nuclear na Rússia e levanta a possibilidade de que a União Europeia esteja financiando o Irã para desestabilizar o Oriente Médio.

Em resumo, os quatro textos apresentam uma visão crítica da tecnocracia, alertando para os perigos de um sistema de governo em que o poder está concentrado nas mãos de uma elite técnica que não necessariamente representa os interesses da população. Os textos também levantam suspeitas sobre a atuação de empresas de tecnologia e organizações internacionais na promoção da tecnocracia e na manipulação de eventos políticos.

Fontes:

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/tecnocracia-zbigniew-brzezinski-entre.html

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/o-verdadeiro-plano-para-uma-ditadura.html 

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/pane-derruba-microsoft-e-cria.html

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/apagao-da-microsoft-e-so-ponta-do.html

Globalização espanhola versus Globalização forjada pela Companhia das Índias Orientais - análise cruzada de dois dados colhidos ao longo do tempo

Os textos tratam de temas relacionados a história econômica e imperial, com foco em diferentes aspectos.

Companhias de comércio e imperialismo:

  • Ambos os textos discutem o papel das companhias de comércio, como a Companhia das Índias Orientais e a VOC, na expansão imperial e no comércio global.
  • O primeiro texto explora a história da Companhia das Índias Orientais, destacando seu papel na formação do Império Britânico, seu impacto na industrialização da Europa e sua influência na economia global.
  • O segundo texto menciona a feira de Acapulco como um importante centro de comércio global na época colonial, onde produtos da Ásia, Europa e Américas eram negociados.

Globalização e comércio:

  • Ambos os textos abordam a questão da globalização e do comércio internacional.
  • O primeiro texto descreve como a Companhia das Índias Orientais conectou diferentes partes do mundo através do comércio, contribuindo para a formação da economia global moderna.
  • O segundo texto destaca a feira de Acapulco como um exemplo de um mercado global emergente, onde produtos de diferentes continentes eram trocados.

Poder e impacto:

  • Ambos os textos discutem o poder e o impacto dessas companhias de comércio e do comércio global.
  • O primeiro texto explora o poder da Companhia das Índias Orientais, que em seu auge tinha um exército privado maior que o do Reino Unido e controlava grande parte do comércio do país.
  • O segundo texto enfatiza a importância da feira de Acapulco como um centro de comércio global, indicando seu papel na economia colonial e nas relações comerciais internacionais.

Legado:

  • Ambos os textos refletem sobre o legado dessas companhias de comércio e do comércio global.
  • O primeiro texto discute o legado controverso da Companhia das Índias Orientais, destacando suas contribuições para a economia global e o imperialismo britânico, bem como seus abusos e práticas corruptas.
  • O segundo texto sugere que a feira de Acapulco deixou um legado de honestidade e confiança nos negócios, contrastando com as práticas comerciais de algumas nações europeias da época.

Fontes:

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/03/nova-espanha-como-epicentro-da-primeira.html

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/a-empresa-que-forjou-o-mundo-moderno.html

A empresa que forjou o mundo moderno: a Companhia das Índias Orientais

 

Navio da Companhia das Índias Orientais em missão comercial na Índia

(0:00) Quando a Companhia das Índias Orientais encomendou a pintura dos eventos que aconteceram em 1623 em (0:08) Amboina, uma ilha produtora de cravo no que é hoje o arquipélago indonésio, a pintura inflamou e tocou (0:15) fogo na opinião pública. Intitulada As atrocidades de Amboina, a pintura retratava a tortura e (0:21) decapitação de dez comerciantes ingleses por agentes holandeses, alegadamente por tentarem (0:27) tomar o controle do lucrativo comércio de especiarias na região. A pintura era tão incendiária que após (0:33) apenas duas semanas em exibição na sede da Companhia, o rei ordenou que fosse removida e ela nunca mais (0:39) fosse vista em público.

Mas a memória dos eventos em Amboina perdurou. Entre 1624 e 1781, a Companhia (0:47) das Índias Orientais publicou uma dúzia de vezes um panfleto intitulado Uma Verdadeira Relação dos (0:52) Procedimentos Injustos, Cruéis e Bárbaros contra os Ingleses, com duas ilustrações assustadoras na (0:58) capa que retratavam interrogadores holandeses torturando os comerciantes ingleses, todos (1:03) eles agora transformados em mártires. O massacre de Amboina, como ficou conhecido, tornou-se parte da (1:09) história de origem da Companhia e, por extensão, do Império Britânico na Ásia.

A derrota em Amboina e (1:16) as mortes cruéis de seus comerciantes afastaram a Companhia do comércio de especiarias das Índias (1:21) Orientais e da competição com a Companhia das Índias Orientais Holandesas, VOC, VOC. Em vez (1:28) disso, a Companhia das Índias Orientais voltou-se para o comércio de têxteis, de algodão e seda com (1:33) o Império Mughal, no sul da Ásia, expandindo eventualmente seu comércio lucrativo para (1:38) produtos como chá e o tráfico ilegal de ópio, ao mesmo tempo que estendia sua influência pelo (1:43) subcontinente indiano até o Golfo Pérsico, China e outras partes da Ásia. O que começou no massacre (1:48) de Amboina acabaria por resultar na criação de um império que se estendia pelo globo e que, (1:54) por fim, forjou o mundo moderno como o conhecemos.

A Companhia das Índias Orientais, possivelmente a (2:05) parceria público-privada mais doloradora da história, contribuiu para a formação do Império (2:11) Britânico, impulsionou a industrialização da Europa e uniu a economia global. Ela era principal (2:16) entre dezenas de outras companhias que obtiveram direitos de monopólio e reivindicações soberanas (2:21) por meio de concessões políticas emitidas. Essas companhias, avatares da coroa, uniram a busca pelo (2:28) lucro com as prerrogativas do governo, embora muitas vezes governassem conforme o seu desejo, (2:34) sem respeito nenhum por leis, muito menos por costumes locais.

Importando matérias-primas, (2:40) elas alimentaram o setor de manufatura da Revolução Industrial, estimularam a demanda (2:44) por produtos estrangeiros e dominaram os crescentes mercados de capital de Londres, (2:49) ao mesmo tempo que executavam os desejos do Estado na construção do Império Britânico. (2:54) Essas companhias ajudaram a reivindicar quase um terço do território mundial para o Reino Unido, (2:59) tornando-se o Império o maior já conhecido. Desde essa época, os historiadores debatem (3:04) o significado e o impacto duradouro dessas empresas da Era Imperial.

Alguns deles, usando (3:09) o lucro e a escala delas como parâmetro, enxergam as gigantes corporações de hoje em dia como (3:14) manifestações contemporâneas de companhias desse tipo que eram comuns naquela época. (3:19) Outros veem na maior delas, a Companhia das Índias Orientais, como ainda mais poderosa. Ela já foi (3:25) descrita como a CIA, a NSA e a maior e mais terrível multinacional da Terra, tudo isso (3:31) junto na mesma empresa.

Uma corporação cujo poder, assim como o de uma empresa como o Meta, (3:36) permaneceu praticamente sem controle por anos. Essas companhias muitas vezes existiam além do (3:43) alcance da regulamentação estatal e, de muitas formas, funcionavam como estados (3:48) independentes, com suas próprias formas de soberania. Originárias de guerras incessantes, (3:53) a Companhia das Índias Orientais e a VOC tornaram-se duas das corporações mais poderosas (3:59) que o mundo já conheceu.

Ambas receberam monopólios garantidos pelo Estado e possuíam (4:03) poderes normalmente associados a estados soberanos, incluindo o direito de construir fortalezas, (4:08) ter exércitos, cunhar moeda, declarar guerra, assinar tratados e se envolver em diplomacia com (4:16) entidades não europeias. Elas eram também inconfundivelmente empresas comerciais na (4:21) vanguarda da inovação financeira, que combinadas com a ambição desenfreada e a licença para fazer (4:26) a guerra, geravam riqueza incrível, suficientes para impulsionar a era de ouro holandesa do século (4:31) XVII e a revolução industrial britânica no século XVIII e XIX. Em Amsterdã, pinturas de grandes (4:37) artistas como Rembrandt e Johannes Vermeer enfeitavam a época e ideias inovadoras, incluindo (4:43) a dos filósofos Baruch Spinoza e Hugo Grotius, se espalharam por todo o lugar.

Em Londres, (4:50) commodities importadas contribuíam para o crescimento da produção nacional e o surgimento (4:55) de uma classe média urbana. Muitos na época, incluindo o pensador e conservador Edmund Burke, (5:00) viam as fortunas da Companhia das Índias Orientais e as da Grã-Bretanha como estando (5:06) inexoravelmente ligadas. A VOC surgiu como a primeira empresa de capital aberto do mundo, (5:12) pagando dividendos médios anuais de 18% por quase dois séculos.

Em seu auge, a VOC valia o equivalente (5:19) a cerca de US$ 7,9 trilhões de hoje, um valor maior que a soma dos valores atuais combinados (5:27) de Alibaba, Alphabet, Amazon, Apple, AT&T, Bank of America, Brackshire Hathaway, Chevron, (5:34) ExxonMobil, Facebook, Johnson & Johnson, McDonald's, Netflix, Samsung, Tessent, Visa e Walmart. (5:42) Já a Companhia das Índias Orientais evoluiu para uma empresa de capital aberto permanente em 1657. (5:49) Semelhante às corporações modernas, ela tinha o status legal de uma pessoa jurídica com direitos, (5:55) mas poucas obrigações, ações transferíveis, responsabilidade limitada e uma separação entre (6:01) gestão, os diretores, e proprietários, os acionistas.

Assim como na VOC, qualquer um poderia (6:07) investir na empreitada de comércio imperial, lucrando financeiramente e até reivindicando (6:12) um certo poder ultramarino. Se vocês terem uma ideia, no início do século XIX, a Companhia (6:18) das Índias Orientais tinha um exército privado de 200 mil soldados, duas vezes o tamanho do Reino (6:23) Unido. Era responsável por quase metade do comércio do país e governava a maior parte do (6:28) subcontinente indiano.

Acionistas elegiam anualmente comerciantes e estadistas que (6:34) elaboravam e implementavam políticas, determinando o destino de milhões de (6:38) habitantes das regiões que eram submissas à Companhia. A VOC e a Companhia das Índias Orientais (6:44) borraram as fronteiras entre o público e o privado em busca de lucro e poder, mas elas não estavam (6:49) sozinhas. Estados europeus concederam esse tipo de licença e ajudaram dezenas de empresas privadas (6:56) que, por sua vez, forneceram os motores da expansão imperial e capitalista ao redor do mundo.

(7:01) Na marcha da Inglaterra para construir seu império, havia dezenas de outras companhias do tipo que (7:06) receberam direitos de monopólio e que financiaram e impulsionaram as primeiras tentativas de fundar (7:12) colônias inglesas e lucrar com o comércio de todo tipo de matérias-primas, bem como de pessoas (7:17) escravizadas. Mercadores ingleses estabelecendo as bases econômicas e políticas do império ainda (7:23) assim dependiam da intervenção do Estado para garantir o seu acesso aos mercados. Navios (7:28) militares mantinham as portas do comércio abertas, por exemplo, na China durante as guerras do Ópio no (7:33) século XIX.

A marinha policiava as águas coloniais, protegendo o transporte de mercadorias especialmente (7:39) após a Batalha de Lagos, uma devastadora derrota em 1693. As empresas imperiais contribuíram (7:46) generosamente para os cofres do Estado por meio de taxas afandegárias, com apenas 5 empresas, (7:52) principalmente a Companhia das Índias Orientais, respondendo por cerca de um terço do orçamento (7:57) público da Grã-Bretanha em meados do século XVIII. As empresas também ajudaram a gerar muitos (8:03) empregos, seja nos portos de Londres ou em alto mar e nos campos de batalha do império.

A Levant (8:09) Company sozinha empregava cerca de 5 mil marinheiros até o final do século XVII. Mas, interpretar (8:16) o Império Britânico como uma história de colonialismo corporativo ainda deixa apenas uma (8:21) imagem parcial dessa história. David Livingstone, o famoso missionário e explorador britânico do (8:29) século XIX, resumiu o credo imperial do Reino Unido em três palavras, cristianismo, comércio e (8:36) civilização.

O poder e o lucro certamente impulsionaram os Estados e empresas, assim como (8:41) fazem com as corporações hoje em dia. Mas os Estados e empresas, na Era do Império, não operavam (8:46) em vácuos ideológicos, assim como as corporações modernas. A noção de missão civilizadora do Reino (8:53) Unido era vista como algo muito importante tanto na metrópole quanto no resto do Império.

Isso (8:58) levou inúmeros missionários, como Livingstone, a espalhar o Evangelho e as normas ocidentais ao (9:04) redor do mundo, enquanto jovens administradores coloniais tentavam remodelar os súditos do Império (9:10) à imagem liberal e moderna do Reino Unido. Mas a Companhia das Índias Orientais não era (9:14) uma unanimidade, muito menos era eterna e, eventualmente, se viu desmontada e eliminada (9:20) pelo Estado britânico. Já no século XVII, um membro do parlamento inglês escreveu a Companhia (9:26) como sugadora de sangue do bem-estar comum.

O comportamento destrutivo delas se estendeu às (9:33) populações locais por meio de medidas que geravam fome, políticas de trabalho exploradoras e táticas (9:39) de terra arrasada. O famoso economista Adam Smith chegou a ridicularizar as empresas desse tipo por (9:45) sua negligência, insistindo que eram resquícios de uma era passada de organização capitalista que (9:50) impediam o crescimento econômico e davam origem a uma má gestão e ao abuso. O próprio Burke, (9:56) quando político, liderou o julgamento de impeachment de Warren Hastings, o governador (10:02) geral de Bengala da Companhia das Índias Orientais, na Câmara dos Lords.

Indignado não (10:08) com a ambição imperial da Grã-Bretanha, mas com a conduta de Hastings e dos funcionários da (10:13) Companhia das Índias Orientais, a quem Burke ridicularizou. Meninos sem tutores, menores sem (10:20) guardiões, ele disse no julgamento. O mundo é liberado sobre eles, com todas as suas tentações, (10:27) e eles são liberados sobre o mundo, com todos os poderes que o despotismo envolve.

O parlamento, (10:34) especialmente após a crise fiscal da Companhia das Índias Orientais e o massivo resgate governamental (10:39) na década de 1770, insistiu em diminuir a soberania corporativa da empresa, substituindo-a (10:46) por um aumento na supervisão até que, após a rebelião sísmica na Índia em 1857, nacionalizou (10:52) a administração da empresa sobre o poder da coroa britânica. Menos de 20 anos depois, a empresa foi (10:58) dissolvida, embora suas práticas corruptas vivessem nos outros estados e empresas do Império, (11:03) bem como em algumas das corporações multinacionais de hoje. Os governos e as corporações de hoje podem (11:09) e devem aprender com os erros dos gigantes globais que financiaram e impulsionaram os (11:13) impérios europeus.

Essas empresas, lançadas como empreendimentos capitalistas, rapidamente se (11:19) tornaram parcerias público-privadas, adquirindo e mantendo territórios enquanto transcendiam (11:24) fronteiras soberanas e frequentemente se mantinham à distância das leis dos estados soberanos. (11:30) Assim como algumas das multinacionais de hoje, elas eram muito boas em fazer lobby e criar novas (11:36) estruturas e formas de empresas para evitar legislações conduzidas pelo Estado que não (11:40) conseguiam contê-las. O recente questionamento do Congresso dos Estados Unidos a Mark Zuckerberg e (11:46) a influência desproporcional do Facebook nos resultados políticos tinha certas semelhanças (11:50) com os interrogatórios de Hastings por Burke no século XVIII no parlamento.

Essas críticas (11:56) necessárias podem serem satisfatórias diante de crises globais existenciais que exigem soluções (12:02) em vez de lamentos e advertências. Seja a Companhia das Índias Orientais ou o Facebook, (12:08) as empresas multinacionais muitas vezes exploram as fraquezas do Estado ou a mais completa ausência dele.

Porfessor HOC

Postagem Original:

https://www.youtube.com/watch?v=eENBbr-uBo0

Versão em francês:

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/08/lentreprise-qui-forge-le-monde-moderne.html