1) O maior patrimônio de uma universidade pública - seja ela municipal, federal ou estadual - é a figura do aluno ouvinte.
2) Se o ensino universitário fosse pautado nos moldes da Igreja Católica - a ponto de fazer da investigação filosófica ou científica um caminho que aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus, tal qual uma catequese -, então isso atrairia a atenção de muita gente - muitos iriam para universidade por curiosidade, tal como os indígenas que se aproximaram das missões jesuíticas, de modo a conhecerem a palavra de Deus.
3) Eu mesmo fui um desses alunos ouvintes - quando não havia aula no Direito, eu ia para o Gragoatá, onde fica a Faculdade de História da UFF, e assistia aulas de mestrado em História. Foi dessa forma que comecei a estudar sobre o tema da nacionidade, sobre o senso de se tomar o país como um lar, nos termos de John Borneman (cujo conceito eu cristianizei depois, quando passei a ter mais tempo livre para me dedicar a esses estudos, por conta própria).
4.1) A única coisa boa que levei da UFF veio dessa forma - eu ia para a faculdade de História de maneira voluntária, interessado naquilo que realmente me interessava. Na faculdade de Direito - que não ensinava nada a não ser positivismo kelseniano, o que não passa de lixo -, eu pedia a Deus para que me livrasse logo daquilo, que nada tinha a me acrescentar.
4.2) Não estou arrependido de ter optado pelo Direito, mas o que a faculdade ensinava não tem nada a ver com o que penso - eu sou mais pelo lado do Direito Natural e pelo Direito Canônico. Afinal, não dá para estudar o direito positivo do Brasil sem uma boa base filosófica e cristã.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 10 de março de 2019.