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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Como os títulos de crédito ajudaram na formação dos Estados Nacionais?

1.1) Como em cada vila havia sua própria moeda e como havia o risco de a carga ser interceptada por ladrões, os pastores, se tivessem excedente, buscavam o auxílio dos banqueiros de modo a escriturarem o produto num título de commodity, transformando algo difícil e pesado de carregar em algo leve e fácil de carregar.

1.2) Essa moeda escriturada era abençoada, uma vez que a autoridade responsável pela emissão amava e rejeitava as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, a ponto de contribuir para o desenvolvimento local.

1.3) Em razão da credibilidade do banqueiro, o título podia circular em outras vilas - e quem comprasse o título desse pastor, cujo valor é assegurado pelo banqueiro em caso de sinistro, tinha o direito de investir na economia dessa praça de onde o título foi emitido a modo a transformar a lã em tapeçaria, em produto de luxo.

2.1) Era a mesma lógica da economia protecionista que havia no Novo Mundo, pois o mar estava infestado de piratas.

2.2) A cidade atraía novos investidores, se desenvolvia ao integrar cidadãos de outras cidades à sua e ainda se protegia do assalto dos criminosos.

2.3) E quanto mais desenvolvida fosse a cidade, um serviço de segurança poderia ser melhor oferecido, a ponto de contratarem mercenários de modo a proteger os viajantes dos perigos das estradas.

2.4) Com o tempo, esse mercenários das cidades foram substituídos por cidadãos vocacionados à defesa da cidade - eles fariam a escolta desses produtos de tal maneira que a cidade pudesse se desenvolver. É assim que se começa o processo de se tomar o lugar que se vive como um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2018 (data da postagem original).

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Da importância dos simuladores econômicos para o desenvolvimento de todo o meu pensamento

1) Muitas das coisas que escrevo sobre história, filosofia e economia decorrem de algumas coisas que observei nos jogos que costumo jogar. Algumas coisas eu vi no Civilization 5, outras no Civilization 6, outras no Colonization original, outras no The Guild 2 e outras no Ultima Online, que é um RPG medieval.

2) Esses simuladores guardam alguma relação com a realidade, tanto é que me permite observar coisas que normalmente não veria no meu dia-a-dia. E é com base nessas coisas que observo que começo a meditar sobre isso. Enfim, jogar esses jogos é como ler centenas de livros por ano - e isso é algo que não pode ser desprezado.

3) Os economistas, quando colhem dados sociológicos, tendem a jogar isso nos simuladores de modo a ver as conseqûências práticas dessas ações. Muitos deles acabam se tornando projetistas de jogos, fazendo com que a complexidade do mundo real seja trazida com fidelidade para os ambientes virtuais, enriquecendo e muito a imaginação das pessoas.

4) E é por conta dessa imaginação enriquecida que começo a meditar nas coisas que são fundadas naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, uma vez que descarto aquilo que decorre da ética protestante e do espírito do capitalismo, que faz do homem a medida de todas as coisas, fundada numa cosmovisão em que o mundo é dividido entre eleitos e condenados, visão essa que acabou inspirando a realidade geopolítica da Guerra Fria, no século XX.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2018.

Notas sobre o surgimento das primeiras guildas

1) O conhecimento da natureza leva à domesticação de plantas e animais, a ponto de se dividir em duas especializações: agricultura e criação de animais.

2.1) Quando você faz da agricultura ou da criação de animais um atividade econômica organizada, nós estamos lidando com seres vivos, capazes de se reproduzir.

2.2) Por isso mesmo, relações de confiança podem ser desenvolvidas de modo a fomentar empréstimos e pagamento de juros, uma vez que os animais e sementes plantas emprestados acabavam levando ao desenvolvimento de novas raças de animais ou plantas a ponto de gerarem um rebanho de melhor qualidade, havendo assim um ganho sobre a incerteza. A partir de matrizes de melhor qualidade, podemos obter melhor lã, melhor couro, melhor leite, trigo de melhor qualidade e muitas outras coisas.

3.1) Famílias inteiras, comunidades inteiras se dedicavam à agricultura ou à criação de animais enquanto atividade econômica organizada, por conta da geografia privilegiada.

3.2) Essas famílias se associavam por meio do casamento e aprendiam com outras famílias segredos profissionais, a ponto de se tornarem uma classe profissional, que faz da missão de prover alimento para o corpo e para alma de uma comunidade inteira sua principal vocação, a ponto de se santificarem através desse trabalho - e a responsabilidade de alimentar toda uma comunidade que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento é uma responsabilidade pesada, cujo fardo se torna suave através da fé n'Aquele que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, a ponto de todo esse trabalho ser gratificante e enobrecedor. Eis o nascimento das guildas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2018.

Notas sobre o conhecimento da natureza como o primeiro conhecimento necessário para se tomar o novo lugar como um lar em Cristo

1) Quando uma terra é descoberta, o primeiro passo é obter conhecimento da natureza dessa terra, de modo a tirar o máximo proveito dela para que se possa se promover um bem comum fundado na missão de se servir a Cristo em terras distantes.

2.1) Os primeiros degredados iam obtendo essas informações, favorecendo o desenvolvimento das primeiras corografias, descrevendo a geografia do lugar.

2.2) A fauna, as plantas, a propriedade medicinal de cada planta, técnicas de caça, de pesca, fabricação de barcos - todo o conhecimento indígena foi incluído no cabedal na missão de servir a Cristo a terras distantes.

2.3) Como os índios eram tomados como aliados, então isso favorecia uma parceria a ponto de viabilizar o povoamento dessa região, uma vez que os melhores do povo português se casavam com as filhas dos chefes das tribos locais, criando um novo tipo de nobreza, juntando o que havia de melhor dos dois lugares. E isso é a antevisão do senso de se tomar dois ou mais lugares como um mesmo lar em Cristo (nacionidade).

3.1) Os animais eram caçados ou domesticados, dependendo da sua utilidade de modo a se promover o bem comum, de modo que esta terra de além-mar fosse tomada como um lar em Cristo, por força daquilo que decorre de Ourique - por isso mesmo, esse valor era objetivo, uma vez que a melhor forma de se obter ganhos sobre a incerteza era preservando esses bens de modo a melhorar a vida de todos os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

3.2.1) Em razão dessa missão, a mão que produz é a mão que preserva, de tal forma que as árvores frutíferas não eram abatidas.

3.2.2) Mudas das melhores árvores locais eram colhidas junto com amostras de solo florestal de boa qualidade, de modo que pudessem ser plantadas em outros lugares, sobretudo em terras distantes.

3.2.3) Muitas plantas de outros continentes foram introduzidas pelos portugueses em razão dessa missão. E é por conta dessa missão que os portugueses ensinaram os índios a preservar o pau-brasil, uma vez que eles eram os melhores engenheiros florestais do mundo.

3.2.4) Nenhuma civilização se notabilizou tanto quanto os portugueses nessa matéria, uma vez que eram um império de cultura, não um império de domínio, que faz do homem a medida de de todas as coisas a ponto de a riqueza ser tomada como um sinal de salvação, o que leva a uma economia predatória, crematística.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2018.

Do bom pastor como construtor de pontes

1.1) O bom pastor, por natureza, simboliza as virtudes da humildade.

1.2) Como o humilde é elevado por conta de servir ao chamado dos outros, sobretudo do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, então a ele é confiado o rebanho, cabendo a ele a administração desses rebanho, de todos os talentos desse rebanho.

1.3) Por isso mesmo, ele constrói as pontes de modo a aproximar as pessoas da paróquia de modo que juntas comecem projetos de modo que promovam a Santa Igreja de Deus tendo por base os diferentes dons disponíveis dentre os paroquianos.

2) O bom pastor, ao honrar pai e mãe, será um verdadeiro diplomata perfeito, pois promove a integração entre as pessoas, criando mecanismos de divisão de trabalhos e de responsabilidades a ponto de aumentar o capital moral fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus, levando necessariamente à edificação de um bem comum, o que é politicamente relevante para a ordem na cidade, a ponto de ela ser tomada como um lar em Cristo e contribuir para o desenvolvimento da província como um todo e à nação, indiretamente falando.

3) Na economia da salvação, quem investe na evangelização está a investir nessas ações produtivas, pois o rebanho de Deus promoverá a fé verdadeira de maneira organizada e de tal maneira a contribuir para a economia local, uma vez que a cidade é o microcosmos do senso de se tomar o país como um lar em Cristo.
José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2018.

Notas sobre o instituto da Casa de Contratación espanhola

1) Nas monarquias cristãs, por conta do princípio da concórdia entre as classes, a guilda de mercadores de uma cidade portuária importante para a economia de uma nação - no tocante a edificar um bem comum que nos aponte para a conformidade com o Todo que vem de Deus e fazer com a maior parte do povo tome o país como um lar em Cristo a ponto de se preparar para a pátria definitiva, que se dá no Céu - fazia uma parceria com o vassalo de Cristo, a ponto de promover o bem comum também no Novo Mundo, a ponto de a Nova Espanha ser um espelho de além-mar das Espanhas. E assim nasceu a Casa de Contratación, fazendo com que a busca da Espanha por si mesma se tornasse uma espécie de serviço ao Reinado Social de Cristo, tal como se deu em Ourique.

2) Essas guildas ajudavam na interiorização do povoamento, a ponto de a cidade mais central servir tanto de mercado como de porto seco, de modo a atender a demanda que ocorre no além-mar - com a expansão do povoamento do continente, novos produtos eram integrados à rede comercial, a partir do momento em que os índios eram postos sob proteção e autoridade da coroa, como se fossem súditos do Rei da Espanha. Por meio de informações privilegiadas, os membros da guilda atendiam as demandas de todas as classes da população, desde a produção de gêneros de primeira necessidade a gêneros destinados a produção da indústria do luxo, de modo a atender a classe dirigente.

3.1) Essas guildas iam estabelecendo parcerias com os mercados no Velho Mundo de modo que seus interesses fossem protegidos perante as cortes.

3.2) O Rei ouvia seus protegidos no além-mar, dando-lhes razão, sempre que eram vítimas de alguma arbitrariedade, uma vez que todos os povos postos sob sua proteção e autoridade eram tomados como parte da família do soberano, que era vassalo do Rei dos reis, o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem: Nosso Senhor Jesus Cristo.

3.3) Durante o período de União das Coroas Ibéricas, entre 1580 a 1640, nós estivemos sob o regime da Casa de Contratación. E isso foi mantido a partir da criação de um Conselho Ultramarino, durante o Reinado de D. João IV, pois essa estrutura era interessante no tocante a promover a missão de servir a Cristo em terras distantes.

4.1) Sempre que havia excedente de produção, a ponto de ser impraticável colocá-lo no barco, esses produtos eram convertidos em títulos de commodities que eram vendidos no além-mar. Esses títulos de commodities, que tinham por lastro matérias-primas como pau-brasil ou mesmo peles, podiam ser resgatados no armazém de modo a serem processados nas indústrias que se encontravam no Velho Mundo.
 
4.2) Esse material era transformado em bem de consumo de modo a atender a demanda das classes mais altas. Tudo isso era trazido para o mercado no Velho Mundo e vendido de maneira reservada a esses nobres em seus palácios, a ponto de atender a demanda local, a mercados internacionais, a ponto de gerar ainda mais receita.

4.3) Com isso, um sistema de protecionismo educador era desenvolvido de modo a favorecer um maior desenvolvimento da economia local no além-mar. Quem comprava títulos de commodities investia em uma fábrica de modo a desenvolver a atividade econômica organizada da região, favorecendo a integração das cidades do além-mar e formar novas províncias, novas regiões administrativas.

4.4) Como todos eram tomados como parte da família, então o investimento levava a um desenvolvimento fundado na liberdade pautada na verdade, pois quem se santifica através do trabalho é patrocinado a ponto de servir em Cristo em terras ainda mais distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2018 (data da postagem original).

Do caráter nacional do partido brasileiro

1.1) Os homens que se santificam através do trabalho são verdadeiros paus pra toda obra, pois atuam em todos os ramos da economia, por serem versáteis, uma vez que são verdadeiros imitadores do verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

1.2) O Novo Mundo, enquanto fábrica de novos homens, foi descoberto na época do Renascimento, uma época em que o verdadeiro homem virtuoso era aquele que sabia um pouco de tudo, a ponto de ser um verdadeiro polímata - e isso formou toda uma classe de trabalhadores que veio por livre e espontânea vontade de modo a contribuir para essas novas comunidades a ponto de fazê-las progredir, por conta de se amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus. Muito ao contrário desses invasores de nossos tempos modernos, que em nada contribuirão para a comunidade a não ser pondo filho no mundo de modo que o mundo os crie para serem usados como massa de manobra pelos globalistas, que instigam todos a tomarem o Estado como se fosse religião a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora dele ou contra ele.

2.1) Como eram pessoas de boa vontade e faziam da excelência no serviço um hábito, elas logo recebiam instrução especializada nas escolas de além-mar de modo que a se tornarem operários especialistas altamente produtivos e assim contribuírem para o processo de integração das cidades locais e assim se tornarem juntas um sistema de economia organizado, a ponto de se tornarem uma província.

2.2) E ao se tornarem uma província, essas cidades, no seu conjunto, acabavam contribuindo com o propósito fundado em Ourique, que é servir a Cristo em terras distantes, fazendo com que o senso de se tomar o Novo Mundo como um lar em Cristo seja distribuído de modo integral a todos os povos do continente.

3.1) Esta é a razão de ser, portanto, de um partido brasileiro - ela casa os interesses locais com a causa nacional, sendo uma espécie de espelho do partido português.

3.2) Por essa razão os debates na corte devem se pautar por essas divergências pautadas na realidade local, nunca na ideologia, a ponto de fazer o Estado ser tomado como se fosse religião e negar aquilo que decorre de Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2018.