Pesquisar este blog

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Para o capitalista, o lucro é uma certeza, visto que a riqueza é um sinal de predestinação

1) Se a riqueza é um sinal de salvação, então o lucro é uma certeza, já que o eleito foi predestinado com a riqueza., ao passo que o prejuízo é o que resta ao condenado. Eis o sentido da sociabilização dos prejuízos - e ele decorre dessa cosmovisão protestante em dividir o mundo entre eleitos e condenados.

2) Se o lucro é uma predestinação, então o capitalista usará todos os meios possíveis de modo a conseguir um retorno rápido para seus investimentos. E não é à toa que busca da eficiência, padronização dos produtos e concentração de bens em poucas mãos, sobretudo na forma de registro de obras e patentes, são os mecanismos que eles adotam para conseguirem ampliar o poder que possuem.

3) Tudo isso é conseguido por meio de lobby no governo, corrompendo os agentes públicos ou financiando grupos revolucionários no poder. Quem faz da riqueza sua ideologia faz com que tudo esteja no Estado e nada esteja fora dele ou contra ele.

4.1) Isso é estritamente antieconômico, uma vez que o lar deve ser organizado de modo que todos se preparem para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

4.2) Se Roberto Campos fala que seguir os conselhos de um economista é o caminho mais certo para a falência, então jamais devemos levar em consideração um economista que não considere o que falei em 4.1 como a meta de vida definitiva de todo homem que deseje viver a vida em santidade, em conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2018.

É preciso que se faça da atividade econômica organizada uma vocação, fazendo da riqueza um instrumento de evangelização e não uma salvação. Quando se faz isso, o lucro se torna ganho sobre a incerteza

1) Com uma diária de R$ 774, a pessoa receberá 260 mil reais por ano; ao longo de 4 anos, um milhão de reais. Isso se ela tiver posto em cada um dos 28 aniversários da poupança R$ 200 mil reais, uma vez que a poupança é uma forma de previdência. Este seria um bom ponto de partida para se começar uma atividade econômica organizada fundada na vocação.

2.1) Como a riqueza é sinal de evangelização, uma boa medida seria abrir uma pequena construtora e construir condomínios para famílias católicas - condomínios especialmente projetados para quem quer ter família grande. Arquitetos e engenheiros católicos precisam ser recrutados para isso.

2.2.1) Não se trata de medida capitalista, já que a riqueza não pode ser vista como salvação. Quem tiver condições de estabelecer uma atividade econômica organizada, que faça isso por vocação de modo que as coisas sejam apontadas para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.2.2) Quem preza a riqueza como sinal de salvação é indiferente ao caráter da pessoa que vai comprar o imóvel, a ponto de fazer dos condomínios microcosmos das repúblicas bananeiras, onde os que vivem à margem da lei e dos valores da sociedade sempre prosperam; o empresário que faz da ética católica seu modelo de negócio só promoverá seu negócio a quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, fazendo anúncios nas paróquias, nas rádios católicas ou mesmo em jornais católicos - como o Brasil é muito grande ele poderá anunciar em outras praças, de maneira extensiva.

2.2.3) Se o pai de família tiver bons antecedentes (como ser bom pagador ou nunca ter sido condenado na esfera cível ou penal), ele poderá adquirir o imóvel, sem a necessidade de um fiador. Bancos católicos poderiam ser criados em paralelo de modo a financiar a construção de condomínios com essa finalidade, para famílias de baixa renda.

3.1) Afinal, este tipo de atividade econômica organizada promove o bem comum, integra as pessoas, dá a elas responsabilidades, além de criar um ambiente de encontro para pessoas com fé reta, vida reta e consciência reta. E isso é um tipo de distributivismo.

3.2) Assim como o agricultor pode ser um produtor de água, um produtor de vida, o empreiteiro que constrói imóveis para famílias católicas promove a família como o valor basilar da sociedade, fazendo assim o país como um todo ser tomado como um lar em Cristo, na conformidade com o Todo que vem de Deus. E isso é um aspecto do Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo, que quis um Império para si, ao escolher os portugueses para a tarefa de servir a Cristo em terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2018 (data da postagem original).

domingo, 8 de julho de 2018

O que acontece quando o trabalho deixa de ser santo e enobrecedor e passa a ter fim nele mesmo?

1) Para haver capitalização, é preciso que haja uma atividade profissional organizada, criada de modo a atender aos outros em suas necessidades gerais e específicas. Isso não pode ser feito no amor de si até o desprezo de Deus, a ponto de fazer da riqueza um sinal de salvação - na verdade, isso deve ser feito de modo a ver nos seus clientes a figura do Cristo necessitado, de modo que a atividade laboral seja um lugar de encontro e não de sujeição.

2) Como foi dito pelo colega Roberto Santos, a atividade econômica organizada não pode se reduzir a ela mesma, à sua natureza e às suas funções - isso faz com o que o trabalho deixe de ser uma atividade enobrecedora e santificadora, essencial para se tomar o país como um lar em Cristo.

3.1) Quando o trabalho perde esse caráter enobrecedor e santificador, o trabalho deixa de ser uma arte e passa a assumir um caráter ideológico, a ponto de fazer da riqueza um sinal de salvação - e isso é uma espécie de apeirokalia.

3.2) E é nesse ponto que a capitalização vira capitalismo, uma vez que a riqueza se tornou uma ideologia - e é por conta do amor ao dinheiro que o Estado é tomado como se fosse religião, a ponto de tudo estar no Estado e nada poder estar fora dele ou contra ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de julho de 2018.

Por que o caminho ensinado pela Igreja é sempre propositivo?

1) Se a matriz da cultura está na consciência, então a melhor forma de fomentar uma boa consciência está no ensino das virtudes e no repasse sistemático das experiências de vida, já que verdade conhecida é verdade obedecida.

2) É do conhecimento da experiência anterior que se vem todo um caminho propositivo de modo a trocar uma ordem social ruim, fundada no amor de si até o desprezo de Deus, por uma ordem boa, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) É preciso que toda a sociedade viva a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, pois assim não farão da riqueza um sinal de salvação.

3.2) Se a riqueza é usada como um sinal de evangelização, então as pessoas pouparão recursos para o uso futuro e prepararão o caminho para as futuras gerações usarem a riqueza de uma maneira sábia, a ponto de servirem o que há de melhor aos outros da melhor maneira possível.

4.1) Quando a sociedade está cristianizada - amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento -, o parlamento, a casa do povo reunido, termina permeado pela cultura do debate, onde o errado costuma ser sempre trocado pelo certo, já que as sessões se dão sob a proteção de Deus.

4.2) É nesse lugar onde as classes produtivas entram em concórdia, a ponto de juntas criarem regras de direito que preservarão essa ordem livre e coibirão as injustiças fundadas no conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida, fundada em se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

5) É por essa razão que o caminho tem que ser sempre propositivo e nunca revolucionário, pois as coisas não podem decorrer da força, do autoritarismo. Afinal, é do salvacionismo do que é conveniente e dissociado da verdade que vem o autoritarismo, pois tudo isso jaz no maligno, na má consciência.

José Octavio Dettmann

Rio de Janero, 8 de julho de 2018.

Por que tradição, família e propriedade levam ao distributivismo?

1) Se a matriz da cultura está na consciência, então o primeiro passo para se desenvolver um caminho virtuoso está em se conservar o que é conveniente e sensato, pois tudo isso aponta para o sacrifício definitivo de Jesus na cruz. Nesse ponto, o conservantista sensato se tornar conservador, a ponto de amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, já que Ele é a a verdade em pessoa, o verbo que se fez carne.

2) Se o casamento é um instrumento criado por Deus de modo a promover a criação, então é preciso que homem e mulher amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, a ponto de se amarem, já que um está vendo Cristo no outro. De uma família virtuosa surgirão pessoas virtuosas, pois o pai e a mãe ensinam aos filhos tudo o que aprenderam a conservar de o que é de conveniente e sensato a ponto de estarem em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) É se passando de pai para filho que vem uma tradição - nela, a consciência reta, a vida reta e a fé reta são distribuídas de uma geração a outra, a ponto de se tornarem a base de uma cultura, a ponto de isto ser reproduzido sistematicamente ao longo das gerações, onde a geração mais nova imita a mais antiga na virtude.

3.2) A tradição decorre da família e é da família que se tem a perpetuação dos poderes de usar, gozar e dispor sobre as coisas ao longo das gerações, fazendo que com que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, o que prepara a todos para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de julho de 2018.

Sobre os poderes de usar, gozar e dispor na constância do casamento

1) O verdadeiro amor leva ao casamento, em que o homem e a mulher se aliam diante de Deus de modo a constituírem uma família e assim atenderem às finalidades da criação.

2.1) Quando se ama de verdade, é possível um deleitar-se no corpo do outro: eis a fruição. Isso é possível porque há virtude, fundada na mútua assistência e mútua santificação.

2.2) Um se vale do que há de melhor no outro de modo a se aperfeiçoar (uso) e assim servir aos outros da melhor maneira possível (disposição). Eis porque o casamento leva ao distributivismo - ele pressupõe que a família seja a base natural de toda a sociedade.

3.1) No falso amor, fundado no sexo como a medida de todas as coisas, o uso leva ao abuso, fundado no amor de si até o desprezo de Deus, e ao conseqüente descarte (divórcio).

3.2) Como essa união não foi consagrada nos altares, então os fundamentos da Santa Aliança foram servidos com fins vazios, a ponto de ofender a Deus, já que se conservou o que é conveniente e dissociado da verdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de julho de 2018.

A verdade sobre o sufrágio universal

1) Oscar Wilde dizia que o catolicismo é para os santos e pecadores, enquanto o anglicanismo é para os "respeitáveis".

2.1) Como a divisão do mundo entre eleitos e condenados é obra de um demiurgo, então os "respeitáveis" são os que se acham salvos de antemão, pouco importando se fizeram boas obras ou não.

2.2) São esses mesmos "respeitáveis" que dirão que o sufrágio universal é o sufrágio dos "capazes", dos que se julgam eleitos de antemão, justificados no amor de si até o desprezo de Deus, a ponto de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade.

3.1) Esses com certeza preferirão Barrabás a Jesus, uma vez que tudo o que decorre de um demiurgo não passa de um nada.

3.2) Eis no que dá a cosmovisão protestante - ela leva a uma fé falsa, o que fomenta o ateísmo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de julho de 2018.