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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Notas sobre o fracasso do culturalismo enquanto método geométrico

1) Culturalismo implica dizer que a cultura passou a ser o único caminho para se explicar todas as coisas. É um ramo do materialismo: se antes a explicação de todas as coisas se reduzia à economia e isso se encerrou num grande fracasso, então também será um fracasso explicar fazer da cultura tábula rasa para se explicar todas as coisas.

2) O culturalismo implica em fazer da cultura método geométrico, o pretenso único caminho que explica tudo. Principalmente cultura fundada no fato de se buscar conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, o que edifica liberdade para o nada, coisa que prepara o caminho para a mentalidade revolucionária.

3) Dito dessa forma, é a variante de algo sabidamente errado.

Se a vida é feita de escolhas, então conservar-se no erro define o caráter de um conservantista

1) Quando um ser está diante de uma estrada que está a se bifurcar, a escolha diante das opções disponíveis é uma projeção da personalidade, da maneira como este ser lida com as circunstâncias.

2) Quando a escolha é errada, o dever de sensatez manda que esta volte todo o caminho até a bifurcação e escolha o caminho que sobrou, que era o correto. Quando o erro é percebido, é perfeitamente natural renunciar ao caminho em curso de modo a andar em caminhos mais seguros, mais retos, menos sinuosos.

3) Não renunciar ao erro - de modo a conservar-se no erro, por ser mais conveniente do que o caminho da verdade - é conservantismo. Isso diz muito sobre o caráter de quem assim escolhe: uma pessoa que é essencialmente má, que não tem amor pela verdade, visto que por vaidade se recusa a percorrer a estrada de Jesus.

A vida de Cristo é um fato - e ela maior que todas as teorias de conhecimento

1) Se Deus é movimento, então a verdade vem de modo a constituir-se num ser. E a maior prova disso é que a salvação dos homens veio na forma de um menino, frágil e pequenino, de modo a pudéssemos amá-Lo.

2) Da mesma forma, conhecer a verdade necessita de um parto da alma, uma vez que Cristo é a personificação da maiêutica por excelência. Por isso, o Deus que há em nós precisa ser gerado e formado, de modo a que sirvamos aos nossos semelhantes na bondade, na conformidade com o Todo que vem de Deus. À medida que refletimos sobre as coisas - sobre o nascimento, sobre o crescimento, a formação do Deus-menino em Deus-homem, seus ensinamentos, seus sofrimentos, crucificação, morte e ressurreição - nós temos todo um caminho até chegar à verdade. Eis o método científico, pois os fatos estão muito acima do que pode ser descrito.

3) Da vida de Cristo temos um caminho objetivo de conhecimento - ele é mais do que uma teoria; ele é um fato que confirma tudo aquilo que se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus. E é por meio desse caminho que chegamos à verdade, pois é o meio seguro para se investigar as coisas de modo a vermos a estrada por onde Jesus passou. Eis o método científico. Não existe outro caminho!

Sobre o dever de ser culto

1) Tal como Cristo disse, de verdade em verdade eu vos digo: eu não tenho direito à educação, mas, sim, o dever de ser culto. Eu tenho o dever de me cultivar na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus - só assim eu não serei enganado por aqueles que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, coisa que vem de uma minoria que está se apoderando do Estado de modo a que este atue contra-majoritariamente, de tal modo a relativizar àquilo que se edificou na verdade.

2) Para eu me cultivar na verdade, eu devo me autoeducar. E quando fizer isso, eu devo educar o meu filho, de modo a que ele não tenha que passar por um processo doloroso de emenda quando adulto. Pois é verdade conhecida de que devemos educar os meninos de modo a que não haja a necessidade de punir sistematicamente os homens, por meio de medidas salvacionistas, draconianas. Se isso é verdade, então isso deve ser obedecido, pois a prevenção é mais benigna do que a eventual política de salvação. Tudo o que devo fazer é ser sensato e pregar o evangelho da sensatez a toda criatura que esteja ignorando as coisas de boa-fé.

Notas sobre o direito à cultura num contexto de mentalidade revolucionária

1) Direito à cultura implica direito de fazer da necessidade liberdade. Numa ordem onde a liberdade é voltada para o nada, isso implica dizer que alguém tem o direito de ser revolucionário e de ser contra o Deus verdadeiro que fundou esta terra. Ou seja, edificou-se o direito de ser apátrida.

2) Eis a perversão do Direito. Agora anarquia virou ordem - a nova ordem, a partir do momento em que a mentira começou a ser tomada como se fosse verdade, quando passou a ser dita e repetida sistematicamente, através de propaganda.

Notas sobre a relação entre a cultura e a verdade

1) Há quem diga que o fundamento da cultura é fazer da necessidade liberdade.

2) Se cada um tem a verdade que quiser, então isso edificará liberdade para o nada, pois a pessoa estará presa a um espírito revolucionário e e ela terá uma necessidade constante de fazer barulho, ruído, coisa que destrói a civilização. Logo, isso não é cultura, mas contracultura, de modo a destruir aquilo que se funda na verdade, na conformidade com o todo que vem de Deus.

3) Fazer da necessidade liberdade requer temperança, dentro do exercício de sua arte - e isso implica vida reta, fé reta e consciência reta. Uma boa cultura só edifica dentro daquilo que é verdadeiro, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. Fora isso, aponta para o feio, para o grotesco, servindo liberdade para o nada.

Notas sobre o perigo de seguir modismos intelectuais

1) Mancini desenvolveu sua doutrina da nacionalidade tomando por base idéias geralmente aceitas de seu tempo - eis o que aponta o prefácio introdutório às palestras de Mancini, lançadas em 2003.

2) Idéias geralmente aceitas, fundadas em sabedoria humana dissociada da divina, não são idéias verdadeiras, fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus. As idéias geralmente aceitas são assim aceitas porque não se tem por hábito fazer exame de consciência, de modo a ver se o que foi dito é verdadeiro, conforme o Todo que vem de Deus, ou não. Numa sociedade descristianizada, o modismo é a demonstração mais clara de que esse exame de consciência não está sendo feito sistematicamente, o que se torna um pecado social.

3) Exemplo disso é tomar o país como se fosse uma (segunda) religião. Se tudo está no Estado e nada pode estar fora dele, ele certamente esmagará a religião verdadeira - e aí vira comunismo.

4) O mesmo prefácio apontou que Mancini era homem de esquerda e que sua doutrina foi condenada pela Igreja Católica. Não é à toa que adotar idéias geralmente aceitas, preconcebidas, sem o exame se elas estão em conformidade com o Todo que vem de Deus é ser pseudocientífico.