1) Toda economia fundada em promessas faz as pessoas ficarem sujeitas ao risco do empreendimento, que por sua vez ficam sujeitas à estabilidade das condições que geraram aquela promessa, coisa que depende dos governos.
2) Vamos supor que você esteja comprando algum bem cujo preço está lastreado em dólar - quando o dólar disparar, o preço em real disparará, a ponto de ficar impagável. E, por conta disso, as pessoas acabarão se endividando. E mais: vamos supor que a produção dos bens prometidos dependa de bens que só podem ser importados, já que o país não é capaz de produzir essas peças - e que a região produtora passe por alguma situação em que ela fique inviabilizada de exportar as peças aos seus cliente. E mais: não há outros lugares que possam substituir o que se perdeu no momento.
3) Como bem apontou o colega Róger Badalum, a economia fundada em promessas, em bens futuros e incertos, leva as pessoas a se sujeitarem umas às outras. E essa sujeição leva à manipulação dos preços de tal modo a ficar impagável, por conta da imprevisão. E se houver uma força maior, a ponto de inviabilizar o empreendimento, isso vai gerar um caos social tremendo, pois isso leva à retratabilidade da promessa e a conseqüente não obrigação de se devolver o dinheiro pago.
4) A maioria dos políticos na república se elege por conta de promessas - e não por conta de propostas. Muitas das promessas podem ser inviáveis por serem contra a constituição - ou contra a cláusula pétrea presente na constituição. A dinâmica da economia das promessas leva ao populismo, seja no âmbito empresarial, seja no âmbito político, pois ela leva a uma captação de clientela que é fora da lei natural: você está anunciando algo que não tem e que pode não ser cumprido. E isso é quase um estelionato.