Pesquisar este blog

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Comentários sobre educação e homeschooling



Sempre acho interessante a comparação que muitos fazem entre a educação domiciliar e uma bolha. Poucos, no entanto, comparam a escola aos presídios, mas é precisamente isso o que ela se tornou aqui no Brasil: as crianças são obrigadas ao confinamento, não aprendem nada que valha a pena e saem de lá piores do que quando entraram. Estou errada? Então me mostrem um nobel brasileiro. Por outro lado, somos recordistas em homicídios e ocupamos sempre as piores posições nos rankings de educação. Pessoal, acordem. Se dependermos da escola, do MEC, do Paulo Freire e do PT seremos para sempre a pátria burra e assassina.
(Camila Hochmüller Abadie)

1) Nos tempos de orkut, conheci um demente que dizia que a educação domiciliar não era boa para o Brasil, por conta do nosso comportamento latino, justamente por conta da alegação dessa bolha, pois o homem não pode viver isolado dos outros.

2) Se a questão fosse a sociabilidade, a Igreja, através da catequese, supre isso muito bem. Elas, as crianças, podem ter amigos da mesma faixa etária e aprenderão a amar e a rejeitar as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento. E eu vou ter sempre o cuidado de vigiar o padre e acompanhar o trabalho dos catequistas, pois eu próprio, algum dia, pretendo ser catequista.

3) Enquanto não houver escolas mantidas por padres ou freiras com preço amigável, eu educarei meu filho em casa mesmo (isso se tivesse um). Pois escolas privadas não são muito diferentes do que são as escolas públicas, pois não existe autonomia no ensino. Se tivessem, puniriam os marginais que não querem nada e que ficam incomodando quem vai para escola para fazer o que é certo: estudar. O bullying existe porque o ensino é obrigatório e porque as turmas são divididas em faixas etárias - então, eu sou obrigado a conviver com bandidinho, seja em escola pública, seja em escola privada.

4) Nestes tempos online, jamais deixaria que meu filho fosse para a internet, a não ser que ele tenha 18 anos ou maturidade suficiente de modo a que possa desempenhar bem as mesmas funções que venho desempenhando aqui - e que a maioria, incapaz, não faz: dizer as coisas à população, de maneira a edificar o senso de que o País deve ser tomado como um lar em Cristo e não como se fosse religião de Estado desta República fascista.

5) Internet e rede social, por modismo e ostentação, são coisas que não são bem-vindas. Pois nada deve ser feito com fins inúteis. Se a internet está nos planos de Deus, usá-la em vão recai no mesmo pecado que é pronunciar o nome Deus em vão.

Da arte de fazer grupos de Estudo no Facebook

1.1) Se o processo revolucionário precisou de tempo para se organizar e se aproveitou das facilidades de massa, de modo a se alastrar, o processo de restauração necessita de um tempo ainda maior para se organizar e se estruturar - e, ao contrário do processo revolucionário, ele precisa de toda uma estrutura fundada na pessoalidade, já que o conservador conserva a dor de quem morreu por todos nós na Cruz - pois não há conservadorismo sem responsabilidade individual, com base em Cristo Jesus. Pois não dá para se promover conservadorismo se isso não for centrado na idéia de que você deve conhecer bem as pessoas, de modo a saber se elas amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento. 

1.2) A rede social é particularmente muito útil para você fazer contatos espalhados pelo país afora, mas isso não basta - pois o contato face a face e a convivência de longo tempo, de modo a discutir questões úteis é também muito importante. O trabalhar junto e o apreciar das coisas edificantes junto são coisas que a rede social sozinha não pode trazer, mas pode facilitar. 

1.3) Se eu não tivesse toda uma circunstância desfavorável, eu viajaria pelo país afora e conheceria todos ou quase todos os meus contatos pessoalmente. Então, escrever para os meus contatos foi o que me sobrou.  

2.1) O comportamento massificado dos agentes na rede social já denuncia um grave sintoma de nacionalismo, de conservantismo e de salvacionismo, bases para mais anos de apatria renovada. E não há comportamento massificado sem mentalidade massificada, componente essencial para a mentalidade revolucionária, pois nega a responsabilidade individual e a pessoalidade como norma para se tomar o país como um lar.

2.2) O simples fato de haver um movimento de massa, impessoalizado, já denuncia a presença de um conservantismo - as pessoas não conhecem História do Brasil, se contentam com o conhecimento disponível, e não sabem, e muito menos querem saber, qual é o seu lugar numa sociedade sem sentido, que é a sociedade pós-15 de novembro de 1889. Eis aí uma razão pela qual o movimento nas ruas não possui um líder claro. 

2.3) A maioria sabe mais o que não quer do que aquilo que realmente necessita ser exigido, com base na lei natural e na conformidade com o Todo que vem de Deus. Se conhecessem a História do País a partir da aliança que foi fomentada em Ourique, saberiam aquilo que precisa ser buscado.

2.4) Para se fazer frente a isso, além do contato físico, grupos de estudos precisam ser fomentados primeiro, mas esses grupos não podem ser montados sem primeiro se estabelecer todo um procedimento, de modo a que pessoas novas possam entrar nele. 

2.4.1) O primeiro passo é conhecer a pessoa, pois é preciso saber se a pessoa ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Se a pessoa conserva o que convém, ainda que isso seja dissociado da verdade, então essa pessoa não é conservadora, mas um agente canceroso em grau moderado. Só por conta disso, muita gente já ficaria de fora, pois conservantismo é causa de conflito, pois ele fabrica má consciência individual sistematicamente, gerando uma externalidade negativa, uma má consciência coletiva. Afinal, não dá pra incluir os bons sem excluir previamente quem realmente não presta.

2.4.2) Se A tem parceria individual com B, com C, com D e com E, ele pode fundir essas cinco parcerias num só conjunto sistemático - e ele, pela via natural, tem o poder moderador dessa parceria conjunta, pois é de fato o Rei desse grupo. Depois de muitos anos fazendo pesquisa conjunta, um grupo de discussões no facebook pode ser criado, de modo a que discussões sérias e de qualidade possam ser feitas e com qualidade. Esse grupo nasce fechado primeiro e depois vai se abrindo aos poucos - e o crescimento precisa ser sustentado no trabalho e não na propaganda.

2.4.3) No meu caso, eu só tenho apenas dois contatos para pesquisa conjunta - número insuficiente para um grupo de estudo.

2.5) Grupos de estudo necessitam de uma base concreta para que possam progredir - às vezes, necessitam do contato pessoal entre os membros, de modo a que possam fluir melhor, pois a conversa face a face pode ser uma solução melhor, onde a conversa por escrito pode falhar. Se os grupos forem criados numa base abstrata, a mesma pela qual temos movimentos libertários-conservantistas, eles jamais irão longe, pois decorrem da liberdade para o nada e nos levam a lugares nenhuns - e isso pode trazer conflitos entre as pessoas, num momento em que a unidade se faz mais necessária. E esses conflitos são alimentados pela vaidade, causa para se conservar o que convém, ainda que dissociado da verdade. É por essa razão que enfatizo tanto a necessidade de se excluir previamente os conservantistas de todos esses grupos, pois eles não são pessoas - são idiotas úteis, a serviço de grupos tão revolucionários quanto os marxistas, como são os positivistas, os liberais e os do chamado cristianismo reformado.

2.6) O que escrevo hoje se funda no fato de que a mera união contra o PT e o Foro de São Paulo não basta - uma base cultural e moral precisa ser criada, pois a cultura de se conservar o conveniente, ainda que dissociado da verdade, precisa ser trocada por aquela que decorre da dor e morte de Cristo na cruz, de modo a que tomemos o país como um n'Ele, por Ele e para Ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de abril de 2015 (data da postagem original).

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A seletividade decorre da pessoalidade


1) Pelos meus cálculos, se 500 pessoas dessem 50 reais todo mês para um escritor como eu, ele sairia mais barato que um Ministro do STF, cujo salário é pago por toda a sociedade por força de lei, ainda que a prestação jurisdicional seja das mais questionáveis, pois ante a imperatividade da lei não se questiona o mérito se o referido ministro faz jus ao pagamento do salário ou não - é como assinar um cheque em branco.  

2.1) Um escritor que faz trabalhos de reflexão em alta cultura só edifica e ensina, além de fazer com que o pais seja tomado como se fosse um lar - quanto mais você o conhece, mais nele você confia, a ponto de dar contribuições maiores e sistemáticas por conta do bom trabalho feito. 

2.2) O ministro do STF, sobretudo em tempos de corte bolivariana, só faz merda, pois faz com que o país se reduza a uma religião de Estado, conservando por conveniência, ainda isso esteja dissociado da verdade, todo esse mal que se instaurou no dia 15/11/1889. 

Deixar que um ministro da Suprema Corte aprecie sua causa é como passar um cheque em branco


1) Submeter uma causa de modo a que um ministro de corte suprema diga, de maneira definitiva, qual é o direito constitucional que decorre do caso concreto é como assinar um cheque em branco. E isso pede que você conheça quem vai julgar a sua causa - ou seja, seria preciso conhecer, ao longo de uma vida, o trabalho de qualquer um dos 11 ministros, assim como seus possíveis sucessores. E se você não conhece os 11, qual é a autoridade que garante a autoridade das decisões desses ministros, pois o mandato deles se dará de modo permanente? E isso pede um monarca, coisa que não temos.

2)  Enfim, nós temos um problema muito sério. 

2.1) Você não conhece o ministro - assim como você não conhece o presidente da República que o nomeou. Hoje temos ministros cuja autoridade decorre de um presidente que não está mais no poder. E cada presidente nomeou alguns ministros, gerando muita instabilidade na corte, pois os critérios de seleção mudam junto com o presidente. E isso é ruim para a segurança jurídica, pois ministros são escolhidos com base na ideologia do presidente, que é o fiel da balança de um projeto totalitário.

2.2) Além disso, você não tem garantia de que ele, o Presidente da República, se preparou desde cedo para o encargo que vai assumir, tal como acontece com os monarcas - se ele não é desde cedo preparado, que autoridade ele tem para nomear um ministro? e que garantias ele pode dar, de modo a que autoridade das decisões de um ministro seja garantida, quando há uma afronta à lei, à sentença proferida? Enfim, nenhuma autoridade dá respaldo, por faltar um Poder Moderador.

2.3) Isso sem contar que você não tem a garantia de que o trabalho de se preservar o bem comum e de se reger bem o povo vai ser mantido ao longo das gerações, pois presidentes são como peças intercambiáveis - se ele não funciona, ele é descartado, defenestrado.

O conservantismo é gnóstico


1) O conceito de religião pede que nos lembremos constantemente das coisas que aconteceram no passado, de modo a estarmos em conformidade com o Todo que vem de Deus. E o Deus verdadeiro é um só.

2) Se nos religarmos a falsos deuses, tudo será falso - e isso nos levará a uma liberdade para o nada.

3) O que é a gnose senão uma conseqüência de muitos anos sob politeísmo? O que é a gnose senão conservar o conveniente, ainda que isso seja dissociado da verdade? 

4) Enfim, conservar o que é conveniente, ainda que dissociado da verdade, é um tipo de gnose. E um dos efeitos disso é tomando fatos sociais como se fossem coisa e sobre essas coisas o cientista social se abstém de fazer juízos de valor. Enfim, isso é uma pseudociência.

Tomar o fato social como coisa é promover o dualismo gnóstico


1) Se tudo têm sua própria verdade, então todas as coisas têm seu próprio Deus. E isso é politeísmo.

2) Se o bem e o mal têm sua própria verdade, então há um Deus do bem e um Deus do Mal. Se nos abstivermos de fazer juízo de valor e tomarmos estes fatos como se fosse coisa, então nós estamos a edificar uma heresia entre nós - enfim será o retorno do dualismo gnóstico, do maniqueísmo.

3) Se os indivíduos, que têm sua própria verdade morrem, então deuses morrem. E se deuses morrem, então a esperança é perdida, pois não há fé no semelhante, muito menos caridade, pois seremos incapazes de tomar o próximo como um espelho de nós mesmos, já que fomos criados à imagem e semelhança do Deus verdadeiro.

4) Eis aí porque o politeísmo é falácia. E o liberalismo leva a um retorno desse politeísmo, desse neopaganismo, pois tudo é tomado como se fosse religião, de modo a nos afastar da conformidade com o Todo que vem de Deus.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Exemplo de caso que eu conheço: o de minha própria família


1) Quando um núcleo começa a se desgarrar e a se afastar da unidade, a tragédia chama a tragédia, gerando uma desunião sistemática. É um processo de descapitalização moral.

2)  Eu comecei a notar isso a partir da minha própria família. Na geração do meu avô, os demais membros da família começaram a desprezar esse núcleo que ele formou só porque ele foi morar no subúrbio. E o restante ficou mostrando pose e afetação, conservando por conveniência, ainda que dissociado da verdade, um certo status social, que se revelou falso, agravado ainda mais pelo fato de esses demais núcleos não buscarem estudar e cultivar a almas das futuras gerações de membros da família, dado que esses status disponível já bastava, por conta de vaidade. Enfim, esse comportamento não é conforme o Todo e colabora com o processo revolucionário.

3) Enfim, esse comportamento de pose e afetação necrosou todo um tecido social, em grande extensão - se eu tomar minha família como uma amostra, esse processo se repete pelo país inteiro e sistematicamente, ao longo das outras famílias.

4) Por volta dos anos 50, quando surgiram as modernidades, esse processo foi se agravando. De um núcleo afastado, nasceram outros núcleos afastados. E isso gera entropia, perda do conhecimento da história familiar, pois as novas gerações crescerão sem ouvir falar dos ramos necrosados e afetados pela pose e afetação, favorecendo a uma cultura de impessoalidade.

5) Eu, por exemplo, sei muito da História do Brasil e nada sobre a Historia de minha própria família, por conta dessas circunstâncias.

6) A única solução é a tomada de consciência e começar a resolver o problema a partir da geração consciente - ou seja, o núcleo que será formado por mim deverá ser formado em parceria com uma mulher com sólida formação católica, de modo a que eu tenha filhos virtuosos e que se casarão com mulheres virtuosas e me gerar netos virtuosos, pois a parte inconsciente está necrosada - e só a sincera conversão em Cristo pode devolver a vida a esse tecido social necrosado e corrompido.

7) Eis aí o drama espiritual em que me encontrava, quando comecei a meditar sobre esse problema. Nesta sociedade cada vez mais competitiva, as interconexões se tornaram cada vez mais importantes, para se fazer frente ao drama da impessoalidade - e a unidade familiar se torna crucial, pois ela te protege e te põe num rumo.

8) Enfim, hoje passei por um violento processo de maiêutica (parto da alma).