1) Para uma mente investigadora, é muito importante acumular e revisar constantemente os fatos que pululam aqui e ali e que se tornam públicos. Só assim sairemos do sensacionalismo da casa em chamas para o exame racional das coisas, quando tudo está em ruínas, documentado.
3) Estou passando em revista tudo o que foi publicado de 2006 pra cá. Tudo o que iria acontecer, de fato já aconteceu.
4) Exemplo: já em 2006, mostrou-se que a população que iria mais ser massacrada seria a dos Cristãos do Iraque. E foi o que de fato aconteceu: o ISIS está praticamente evacuando o Iraque de Cristãos, que é um velho sonho dos sunitas há bastante tempo.
5) Por isso, eu recomendo a quem estiver interessado fazer essa revisão constantemente, comparando o que já foi publicado na época com o que ocorre hoje. Só assim você estará melhor ciente das coisas.
6) Só quem tem má consciência conservará o mal que o sensacionalismo semeia porque isso convém, ainda que dissociado da verdade. A eternização do sensacionalismo é a eternização do conservantismo e do irracionalismo na política.
7) O sensacionalismo alimenta o salvacionismo e as coisas boas que decorrem da meditação, da análise, do debate sério são ignoradas. Pois a eficácia das boas soluções se mede no tempo de Deus; o salvacionismo, no tempo dos homens - e é fato sabido que a sabedoria humana dissociada da divina só agrava as coisas, ainda que se tente remediar o mal.
8) Sem Deus, o mal nunca será remediado com o bem, mas com um mal ainda mais grave; ainda que se opte por um mal menor, o mal menor qualifica o mais grave a longo prazo, pois o mal chama o mal, tal como o dinheiro chama o dinheiro, a partir dos juros. Pois toda atividade revolucionária é de destruição a longo prazo. Então, toda restauração deve ser feita a longo prazo, a partir do exame arqueológico das ruínas, pois as coisas boas do passado chamam as pessoas que são boas no presente de modo a se restaurar e reerguer em prol dos bons que virão no futuro, a partir das futuras gerações.
9) Por isso prefira o trabalho do arqueólogo ao salvacionismo dos bombeiros, que apagam as chamas no desespero. Pois o apagar das chamas sem se saber quem foi de fato o incendiário só elimina o vestígio do flagrante. Trata-se, pois, de heroísmo superficial, de heroísmo falso, que só terá efeito concreto somente nas eleições republicanas.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2014 (data da postagem original).