1) Foucault falava em microfísica do poder. Mas a verdadeira microfísica necessita de metafísica, pois precisamos ver o que não se vê, como diz Bastiat.
2) Podemos falar em microfísica como a pequena via da física - como apontou Maquiavel, em sua obra O Príncipe, certos fenômenos não são tão facilmente perceptíveis de se diagnosticar a olho nu, mas são fáceis de tratar; a partir do momento que eles se tornam uma realidade constatável, uma fé metastática, por conta do conservantismo, como apontou Voegelin, aí já há não outro caminho que não a perda do sentido civilizacional e a conseqüente homesotase do processo civilizatório, como bem apontou Jorge Boaventura, pois a verdade deixou ser o fundamento da daquela civilização, pois ela perdeu o senso de conformidade com o Todo que vem de Deus ante a invasão vertical dos bárbaros, uma vez que a revolução deles não será televisionada.
3) É por esta razão que não acredito em independência - se eu não reconhecer que estou sujeito à lei da conformidade com o Todo que vem de Deus, que é própria da Criação divina, então estou me condenando à morte eterna, a perda da amizade d'Aquele me criou por amor, que é Deus.
4.2) Por isso minha postura deve ser outra - se me ponho na dependência de Deus, então eu devo depender dos mais pios, dos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, uma vez que não posso ficar mendigando o pedaço de pão a um biedny, um administrador desonesto que se faz passar por bogaty (rico nos méritos de Cristo, porque tem Deus no coração) de modo a dissipar os talentos que deveriam ser destinados de modo a remediar a sorte dos ubogis, dos Cristos necessitados (os verdadeiros pobres, pois eles são o banco de Deus, nas palavras do padre André Beltrame).
5.1) Deus em polonês é Bóg; rico em polonês é bogaty e pobre em polonês é ubogi - percebam a trindade que se forma, já que Deus é a raiz de todo esse processo. Deus recruta alguém que foi pobre de modo a ser nobre e assim melhorar a sorte de outros iguais a ele. Eis a autoridade constituída de modo a aperfeiçoar a liberdade de muitos, pois a verdade é o fundamento da liberdade - ela é caridade organizada, feita a serviço do bem comum.
5.2) O biedny é aquele que vive segundo os dias atuais, marcados pelo conservantismo revolucionário e essa fé já entrou em metástase. Eles estão na fase da desesperação.
5.3.1) O biedny se pauta na lógica protestante: pessoas assim se pautam na lógica de dividir o mundo entre eleitos e condenados.
5.3.2) Os eleitos são sempre salvos através da riqueza. Como a riqueza não veio dos méritos do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, isto gera uma classe ociosa que só governa de costas para as tendências da nação que deve ser tomada como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo.
5.3.3) Logo, a era da proletarização geral da sociedade pode ser chamada de biednização - e esta é a razão de ser da Idade Contemporânea, enquanto marco ontológico da historiografia clássica. Muitos abandonaram a verdadeira fé de modo a abraçar a matéria e vão encontrar a morte eterna por força disso.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 25 de maio de 2023 (data da postagem original).
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