1) Se o Brasil não foi colônia e foi povoado num regime de federalismo pleno de tal maneira que todos os lugares fossem tomados como se fossem um mesmo lar em Cristo até a sua máxima extensão, por conta da missão de servir a Cristo em terras distantes - o que explicaria a dimensão continental do Brasil -, então é provável que cada lugar tivesse tido sua própria moeda - e nela a principal riqueza local acabou servindo de lastro para ela.
2.1) Se cada província teve sua própria moeda, então essas moedas podiam ser trocadas umas pelas outras, pois eram conversíveis. E sendo conversíveis, então podíamos resgatar pau-brasil para exportá-lo para a Europa e trocá-lo por ouro, o que seria altamente rentável para a época. Se eu tivesse moedas lastreadas em pau-brasil, em café, em gado leiteiro, em nióbio, em borracha, então eu acabaria tomando vários lugares do Brasil como um mesmo lar em Cristo, criando uma espécie de federalismo monetário.
2.2) Se meu estado fosse fabril, ele sintetizaria essas riquezas de cada lugar no Brasil de modo a produzir outros tipos de riqueza. E como estaria assimilando as qualidades de cada lugar do Brasil, constantes em suas riquezas, então a atividade industrial seria a síntese do Brasil como um todo tomado como um lar em Cristo, pois haveria uma verdadeira continentalização das almas, uma vez que estas serviram a Cristo em terras distantes deste continente americano.
3.1) Afinal, os municípios podem dizer o direito - e se podem dizer o direito, então eles podem emitir moeda tendo por lastro a principal riqueza do lugar. De uma federação de municípios, surge uma província - e de uma federação de províncias uma nação.
3.2) A moeda deve exprimir a síntese dessa complexidade, pois é um dado cultural; se servirmos aos nossos semelhantes de maneira liberal (livres em Cristo, por Cristo e para Cristo), então devemos ser remunerados de maneira justa, uma vez que justiça é descobrir o outro. E quando fazemos isso, nós praticamos distributivismo, uma vez que trabalho livre é trabalho santificador. E o átrio da paróquia se torna um lugar de encontro (um mercado), não um lugar de sujeição, fundado no amor de si até o desprezo de Deus.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018. (data da postagem original)