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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Notas sobre o federalismo monetário

1) Se o Brasil não foi colônia e foi povoado num regime de federalismo pleno de tal maneira que todos os lugares fossem tomados como se fossem um mesmo lar em Cristo até a sua máxima extensão, por conta da missão de servir a Cristo em terras distantes - o que explicaria a dimensão continental do Brasil -, então é provável que cada lugar tivesse tido sua própria moeda - e nela a principal riqueza local acabou servindo de lastro para ela.

2.1) Se cada província teve sua própria moeda, então essas moedas podiam ser trocadas umas pelas outras, pois eram conversíveis. E sendo conversíveis, então podíamos resgatar pau-brasil para exportá-lo para a Europa e trocá-lo por ouro, o que seria altamente rentável para a época. Se eu tivesse moedas lastreadas em pau-brasil, em café, em gado leiteiro, em nióbio, em borracha, então eu acabaria tomando vários lugares do Brasil como um mesmo lar em Cristo, criando uma espécie de federalismo monetário.

2.2) Se meu estado fosse fabril, ele sintetizaria essas riquezas de cada lugar no Brasil de modo a produzir outros tipos de riqueza. E como estaria assimilando as qualidades de cada lugar do Brasil, constantes em suas riquezas, então a atividade industrial seria a síntese do Brasil como um todo tomado como um lar em Cristo, pois haveria uma verdadeira continentalização das almas, uma vez que estas serviram a Cristo em terras distantes deste continente americano.

3.1) Afinal, os municípios podem dizer o direito - e se podem dizer o direito, então eles podem emitir moeda tendo por lastro a principal riqueza do lugar. De uma federação de municípios, surge uma província - e de uma federação de províncias uma nação.

3.2) A moeda deve exprimir a síntese dessa complexidade, pois é um dado cultural; se servirmos aos nossos semelhantes de maneira liberal (livres em Cristo, por Cristo e para Cristo), então devemos ser remunerados de maneira justa, uma vez que justiça é descobrir o outro. E quando fazemos isso, nós praticamos distributivismo, uma vez que trabalho livre é trabalho santificador. E o átrio da paróquia se torna um lugar de encontro (um mercado), não um lugar de sujeição, fundado no amor de si até o desprezo de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018. (data da postagem original)

Notas sobre economia industrial e integração ibero-americana

1) Como a riqueza sempre vem da terra, então a terra que se notabiliza por produzir tal riqueza deve ser tomada como um lar em Cristo.

2) Como a indústria transforma a matéria-prima como um produto acabado, então o país que se notabiliza pela economia industrial deve ser tomado como um lar em Cristo quando sintetiza as riquezas importadas e as transforma em algo que sintetiza o fruto da integração desses países, a ponto de serem tomadas como um mesmo lar em Cristo em união.

3) Afinal, a economia fabril, de certa forma, seria antropofágica, pois processaria as riquezas primárias dos países de modo a assimilar as qualidades dos que produzem tal riqueza, tal como o pau-brasil que é processado de modo a virar uma tinta vermelha, que será empregada na veste de um cardeal, de um príncipe da Igreja que se compromete a derramar seu sangue por Cristo, tal como foram os mártires. Ou tal como ocorre com o trigo da Argentina e a uva da qual se faz o vinho do Porto - eles são esmagados tal como o corpo e o sangue de Cristo, a ponto de evangelizarem nações inteiras, já que eles acabam fazendo dos nossos lares verdadeiras igrejas domésticas, umas vez que boa alimentação é evangelização. E se estiverem numa boa taverna ou num bom restaurante, é também apostolado da diversão.

4) A transformação de matéria-prima deve ser local de diálogo onde as riquezas se transformam em riquezas que simbolizem a união ibero-americana. E aí a moeda terá por lastro a síntese que se dá na indústria.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018 (data da postagem original).

Notas sobre a integração ibero-americana, ditada por aquilo que se funda em Ourique

1) Se o Brasil tivesse lastreado sua moeda com base naquilo que produz de melhor, outros países seguiriam seu exemplo, como a Argentina, que se notabiliza por produzir trigo, a ponto de servir a Cristo em terras distantes sendo o celeiro do mundo.

2.1) Se houvesse uma integração entre essas duas nações, a ponto de ambas serem tomadas como um mesmo lar em Cristo por força de Ourique, então poderia haver um união ibero-americana com base no que cada país teria de melhor.

2.2) Seria o contrário da União Européia, em que o Euro matou a nacionidade de pátrias inteiras ao desnacionalizarem a moeda, a ponto de fazê-la sinal de salvação, onde tudo está em Bruxelas e nada pode estar contra ou fora de Bruxelas.

3.1) Se houver União Ibero-americana, então isso será por força do que há de melhor de cada país, a ponto de juntas criarem um patrimônio comum de tal maneira que o mundo ibero-americano seja tomado como um lar em Cristo na forma de um bloco, que é o vir-a-ser de uma nação ao longo de sucessivas gerações.

3.2) Por força de Ourique, a Espanha acabaria se consagrando a Cristo novamente, convalidando o erro de ir aos mares em busca de si mesma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018.

A santificação através do trabalho leva à santificação da economia, conseqüência direta de se tomar o país como um lar em Cristo

1) Tenho meditado muito sobre a santificação através do trabalho, coisa que foi defendida por São Josemaría Escrivá.

2) Isso pode levar à santificação da economia como um todo, enquanto ciência de organização do lar de tal maneira a edificar um bem comum, a ponto de preparar o maior número de pessoas possível até a pátria definitiva, que se dá no Céu.

3) Isso separa de vez a economia da plutologia, do estudo da riqueza como se fosse coisa, como sinal de salvação, num mundo divido entre eleitos e condenados.

4) O estudo sério do pensamento de São Josemaría Escrivá leva ao estudo econômico do nacionismo, a um estudo sério sobre a ética católica e o espírito do distributivismo.

5.1) Como brasileiro é quem extrai pau-brasil, então é perfeitamente possível cumprir a missão de servir a Cristo em terras distantes trabalhando, seja extraindo pau-brasil ou produzindo alguma outra riqueza diversa.

5.2) Neste ponto, o Brasil é de fato a jóia do mundo português. E essa pérola foi atirada aos porcos com a mentirosa alegação do José Bonifácio de que ele foi colônia de Portugal, fazendo com que buscasse a si mesmo e agisse tal como o filho pródigo. Quando o Brasil se separou de Portugal, ele acabou indo à deriva, a ponto de decair na barbárie, sistematicamente falando.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018.

Observações sobre História do Brasil com base em suas principais riquezas

1) A História do Brasil pode ser contada por suas riquezas mais notáveis. Podemos falar do pau-brasil, podemos falar do ouro das Minas Gerais, da borracha na Amazônia, do café-com-leite na República Velha, da soja no atual agronegócio e do nióbio.

2) Se a moeda fosse lastreada com base em cada riqueza nacional, diferentes histórias do Brasil poderiam ser contadas, por conta de suas diferentes eras de ouro. Seria uma história muito rica, pois a riqueza da pátria acabaria servindo a Cristo em terras distantes, uma vez que a profissão que produz essas riquezas terminaria sendo santificada por força daquilo que decorre de Ourique.

3) A moeda terminaria tendo três lastros: o lastro da riqueza nacional, o lastro da credibilidade do governo e o lastro espiritual, uma vez que a commodity é acessório que a sorte do principal, que é a santificação da profissão, por força daquilo que São Josemaría Escrivá tanto nos ensina. Os três lastros são uma trindade, uma unidade fundada em três elementos. Como a política reflete os elementos da trindade, o país acabaria se tornando forte por conta de sua forte ética católica, bem como pelo espírito do distributivismo que lhe é inerente.

4) Infelizmente, por força da vã cobiça, o que vemos é que essas riquezas nacionais não passam de capítulos sucessivos de perdas sucessivas de uma chance de se tomar o país como se fosse um lar, por força de Ourique e por força dessas riquezas que tivemos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018.

O que aconteceria se a política do café-com-leite fosse usada para o bem?

1) Se a política do café-com-leite fosse usada para o bem, São Paulo poderia lastrear sua moeda em café e Minas poderia lastrear sua moeda em leite.

2) Como essas eram as duas províncias mais ricas e mais influentes do país, muitos acabariam dando mais valor à moeda dessas duas províncias do que a moeda da República tomada como fosse religião. Isso terminaria ferindo de morte do centralismo, restaurando o modelo das antigas câmaras republicanas portuguesas.

3) A nacionalidade brasileira necessita que todas as províncias sejam tomadas como um mesmo lar em Cristo e que suas peculiaridades sejam levadas em conta. A riqueza de São Paulo e a riqueza de Minas fariam com que essas províncias sejam tomadas como um mesmo lar em Cristo, acabando com a mentalidade anticristã da República, bem como da maçonaria, restaurando aquilo que se fundou em Ourique. A riqueza dessas duas províncias, tal qual o pau-brasil, acabaria servindo a Cristo em terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018.

Comentários:

Flávio Fortini:  A politica do café-com-leite, enquanto forma de alternância do poder, foi péssima uma vez que ela não escolhe o melhor politico, o candidato que favoreça este ou aquele lado. E isto é ideológico, uma vez se conserva aquilo que é conveniente e dissociado da verdade

José Octavio Dettmann: Exatamente. Do ponto de vista político, serviu de base para a oligarquia, uma vez que a República foi feita à imagem e semelhança da maçonaria, que é anticristã e antimonárquia. Logo, contrária ao modelo de federalismo pleno implementado pela monarquia portuguesa e que resultou neste país continental que temos.

José Octavio Dettmann: O café-com-leite econômico que defendo pede uma sociedade amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, tal como havia em Ourique, e que as principais riquezas da época fossem ainda a realidade em nosso tempo. Por isso, estou olhando do ponto da possibilidade.

Notas sobre a conseqüência de se lastrear a moeda numa commodity - o caso do pau-brasil

1) Quando um país se notabiliza por ser produtor de uma determinada commodity, ele pode ser tomado como um lar em Cristo, por força dessa commodity. O maior exemplo disso é que somos brasileiros, uma vez que a extração de pau-brasil pode ser usada como um instrumento de santificação, se o pensamento de São Josemaría Escrivá for aplicado. A santificação desse trabalho acaba servindo de lastro para a santificação de outros trabalhos.

2) Se a anilina não tivesse sido descoberta, o pau-brasil poderia até ter servido de lastro de nossa moeda, o que fomentaria a sua preservação, bem como uma produção sustentável. A moeda lastreada no pau-brasil acabaria sendo valorizada não só por conta do vermelho produzido, que tinge a roupa dos cardeais, bem como a produção de violinos, essencial para a produção de música erudita, um dos componentes da alta cultura.

2) Além do seu valor econômico, a moeda lastreada no pau-brasil teria um valor intrínseco muito grande, por força de seu símbolo, a ponto de muitos quererem adquirir essa moeda, uma vez que muitos querem tomar o país do pau-brasil como um mesmo lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018 (data da postagem original).

Comentários adicionais:

Arthur Rizzi:

1) Já reparou como Keynes quebra com a assertiva central do liberalismo, de que os vícios privados, a busca do homem auto-centrado em suas próprias satisfações, gera o bem comum? Essa tese é inclusive aceita pelo satanista Anton LaVey, que diz que o satanismo é a filosofia de Ayn Rand com rituais. 

2) Para Keynes, o capitalismo é inerentemente instável tanto quando a busca desenfreada dos agentes privados por seu próprio lucro e bem-estar, de modo que cabe ao Estado, na figura do responsável pelo bem comum, redistribuir a riqueza de modo a equilibrar o capitalismo.

3) Óbvio que Keynes, quando pensava na justiça distributiva, não pensava de um modo católico, mas não deixa de ser interessante que ele tenha concordado com a visão escolástica tradicional (ainda que sem saber dela) de que os anima spirits não poderiam trazer uma ordem pública decente para a economia. 

José Octavio Dettmann: Foi isso que pude perceber, quando levei esse argumento da moeda fiduciária ao extremo.